Quinta, 07 Novembro 2024 | Login

O governador Rui Costa diz que quer esperar pelo menos duas semanas após as eleições antes de tomar uma decisão sobre a volta às aulas na Bahia. Durante envento de assinatura do contrato da ponte Salvador-Itaparica, Rui disse que a ideia é observar o comportamento da pandemia da covid-19 no período.

"Nós vamos aguardar para ver a situação do vírus no estado nos quinze dias posteriores às eleições municipais, que geraram aglomerações. até por isso já demos férias para os professores em novembro", disse ele. "Só no fim de novembro teremos um quadro, sem as eleições acontecendo, que nos dará certeza ou não de uma contaminação fortemente declinante. Se isso acontecer, decidiremos uma data de retorno".

Até agora, não há sinais de que as aglomerações desse período pré-eleitoral tenham trazido a chamada segunda onda da pandemia, embora o ritmo de queda de casos tenha diminuído. "Por enquanto, não há nenhum sinal de que as aglomerações das eleições tornaram possível uma segunda onda. Antes, tínhamos uma linha declinante de contaminação e, agora, temos uma linha horizontal. Então, é evidente que houve uma contaminação, mas não colocaria tudo na conta das eleições porque, em paredões, por exemplo, há uma contaminação mais alta do que no processo eleitoral. Não dá pra colocar tudo na conta da aglomeração eleitoral", avaliou o governador.

 

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O governo baiano decretou férias coletivas para professores da rede estadual a partir da terça-feira (3). A medida foi publicada no Diário Oficial do Estado desta sexta-feira (30). As férias serão de 30 dias seguidos, até o dia 2 de dezembro, por conta da pandemia do coronavírus. Segundo o governo, 17 estados do país já concederam períodos de 15 dias de férias para os professores e outros três estados, de 30 dias.

Ontem, o governador Rui Costa havia adiantado a intenção. "Inclusive, estamos avaliando, eventualmente, colocar os professores em férias em novembro para que, após o retorno, não seja necessário parar", disse ele.

A medida se aplica a 33.391 servidores, sendo professores, vice-diretores e coordenadores pedagógicos do quadro do magistério público estadual; os contratados pelo Regime Especial de Direito Administrativo (Reda), que atuam no exercício das funções do magistério; e os profissionais da Educação que estão no exercício da função de mediador, de intérprete de Libras, de brailista, de instrutor de Libras, de cuidador, de técnico de atendimento de Educação Especial - AEE, de preceptor e de nutricionista, nas unidades de ensino da rede estadual. A exceção é para diretor escolar. O pagamento relacionado ao 1/3 das férias será feito em folha extra.

As aulas na rede estadual de ensino foram suspensas no dia 15 de março e permanecem suspensas pelo menos até 15 de novembro, segundo último decreto do governo sobre o tema. A data de retorno ainda não está definida e vai depender das condições de segurança.

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Quando 2020 começou ninguém poderia imaginar que uma pandemia iria alterar o calendário escolar e que, em outubro, a Prefeitura e o Governo do Estado ainda estariam decidindo quando o ano letivo iria começar, mas é isso o que vai acontecer nesta quarta-feira (21). ACM Neto (DEM) e Rui Costa (PT) vão participar de uma reunião à tarde para discutir, entre outros assuntos, a questão da educação.

Mas nem adianta se animar. Na manhã desta quarta-feira, durante coletiva virtual para apresentar as regras da Maratona Salvador, o prefeito contou que a pauta será discutida no encontro, mas que não necessariamente uma decisão será tomada. Neto voltou a dizer que está analisando o cenário da pandemia, que precisa considerar diversos fatores, e que as decisões serão tomadas em conjunto com o governador. Além disso, o gestor colocou a compilação de conteúdos como uma boa saída para a retomada das aulas.

“Não quero criar nenhum tipo de expectativa de volta às aulas, ou de calendário que vai ser definido, por exemplo, nessa conversa. Nós vamos analisar o quadro, examinar o cenário, e vamos especular sobre quais são as hipóteses. Tudo isso vai ser tratado, mas não significa dizer que decisões serão tomadas ou que um cronograma será apresentado”, afirmou.

Questionado se a prefeitura está pensando em reprovar ou talvez aprovar todos os estudantes deste ano, ele disse que nenhuma das duas hipóteses será aplicada. “Não haverá nem aprovação nem reprovação automática. Eu acho que é um absurdo quando a gente adota esse tipo de medida”, afirmou.

O prefeito disse ser a favor de uma política nacional de compilação dos conteúdos didáticos, mas disse que isso teria que partir do governo federal e que seria preciso montar um novo calendário letivo, com férias diferentes dos modelos tradicionais e com aulas aos fins de semana.

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Outubro é o mês em que, tradicionalmente, começa a temporada de matrículas escolares, quando mães e pais renovam a inscrição de seus filhos ou saem em busca de novas escolas. Neste ano, mesmo sem definição de quando haverá o retorno das aulas presenciais, muitas instituições de ensino de Salvador e Lauro de Freitas já começaram a matricular os alunos para 2021, prioritariamente de forma online, enquanto fazem os últimos ajustes dos protocolos sanitários para o ano que vem.

A gestão municipal já definiu o modelo de retorno das aulas – faculdades primeiro, escolas depois. A expectativa de alguns gestores de escolas ouvidos pela reportagem é de que as atividades presenciais retornem em novembro. Contudo, tudo depende do aval da prefeitura e do governo do estado. Até lá, a maioria das instituições de ensino se preparam para os dois cenários: a manutenção do ensino remoto ou o presencial - com certas limitações - e também apostam no ensino híbrido, mesclando as duas modalidades.

A rede do Colégio Nossa Senhora do Resgate, que fica nos bairros de Brotas, Cabula e São Lázaro, e o colégio Montessoriano, na Boca do Rio, estão renovando primeiramente as matrículas para os alunos que são da casa. A estrutura das escolas já foi adaptada com dispensers de álcool em gel, sinalizações para manter o distanciamento mínimo de 1,5m e tapetes sanitizantes. Mesmo com a liberação dos governos, eles pretendem manter algumas atividades remotas.

“Estamos nos preparando para os dois modelos: híbrido, transmitindo as aulas simultaneamente, ou presencial. A maioria das famílias quer que seja mantido o ensino remoto, mas nós temos que oferecer as duas opções, com o ok dos governos”, disse o diretor geral dos Colégios Nossa Senhora do Resgate, Sérgio Pires. Ele informou ainda que a equipe de professores está passando por um treinamento para se adaptar a esse novo formato.

São mais de 2 mil alunos nas três unidades, que atendem da educação infantil até o ensino médio. Pires disse ainda que a escola “está com saudade do aluno” e não vê a hora de recebê-los novamente. “Quem dá vida à escola é o aluno, sem eles, vira um prédio morto”, desabafa.

No Montessoriano, a expectativa é que as aulas continuem no online, pelo menos até o final do ano. Segundo a diretora da escola, Lúcia Matos, foi feita uma pesquisa com as 950 famílias dos estudantes e apenas 14% dentre os 580 que responderam desejam o retorno das aulas presenciais em 2020.

“É um público bem restrito, a gente pensa que seria melhor a manutenção. Mas se tiver demanda para fazer o ensino híbrido, não seria problema e nenhuma família ficará sem atendimento”, explicou Matos. A rematrícula está aberta de 14 de outubro a 30 de novembro, com descontos para quem pagar as primeiras parcelas adiantadas. Os valores das mensalidades não foram ajustados para o ano que vem. Bebedouros com acionamento de pedal foram instalados e as salas de aula estão com as mesas mais espaçadas.

Não querer o ensino presencial é o posicionamento da maioria dos pais de alunos de escolas particulares de Salvador e Lauro de Freitas, de acordo com uma pesquisa feita pelo Grupo de Valorização da Educação (GVE), que reúne mais de 60 instituições de ensino nas duas cidades. “O índice de retorno era muito baixo, cerca de 30%. Ele tem aumentado em torno de 15%, mas a maioria prefere não retornar. Mas a decisão não é nossa, é do governo, e só podemos voltar com a maior segurança possível”, disse o porta-voz do GVE e diretor do grupo Perfil, Wilson Abdon.

Apesar da maioria das matrículas estarem sendo de forma virtual, o atendimento presencial, por hora marcada, já é possível em Lauro de Freitas é possível desde a semana passada. A expectativa, se o ensino for híbrido, é que cada escola adote um modelo diferente, com um escalonamento gradativo, isto é, 50% dos alunos irão à escola num primeiro momento, depois 70%, até se chegar ao contingente total.

O Colégio Educacional Maria José, em Pernambués, não deu detalhes sobre o planejamento, que já está pronto, mas informou que as matrículas serão abertas a partir deste mês. Já o Colégio Nossa Senhora Conceição, em Brotas, não definiu valores para o próximo ano letivo, pois espera as diretrizes do Conselho Estadual de Educação. O mais provável é a hibridização do ensino. Na Escola Ribeiro de Araújo, na Plataforma, os gestores aguardam um posicionamento da prefeitura junto ao Sinepe (Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado da Bahia) para poder iniciar o processo de matrículas.

Protocolos
Sem bebedouro compartilhado, sem o baba no intervalo, sem todos os alunos na sala. Com entradas diferentes, câmeras na sala. Essa deve ser a nova realidade na maior parte das escolas particulares para 2021. “Todas as rotinas foram revisitadas”, contou Viviane Brito, CEO do Villa Campus de Educação, na Avenida Paralela. O infectologista Roberto Badaró, que também é diretor do Hospital Espanhol, unidade de saúde exclusiva para atender doentes da covid-19, assessorou a elaboração do protocolo da escola.

Lá, houve marcações no chão para relembrar o distanciamento de um metro e meio entre as pessoas, potes de álcool em gel foram fixados no chão e lavatórios distribuídos e máscaras serão obrigatórias. Mas as mudanças se estendem a toda rotina no próximo ano. O ensino também tende a ser híbrido e haverá rodízio entre os alunos para respeitar o distanciamento – uns irão terça e quinta e outros segunda e quarta, depende da quantidade da turma.

Todos os alunos ficarão, pelo menos uma vez por semana, na escola. As salas também foram equipadas com câmera, caixas de som e microfone para que, de casa, os alunos possam acompanhar as aulas. “O que a gente acredita é que muitas famílias vão voltar, mas outras vão esperar até a vacina chegar”, disse Viviane, que diz que a escola está pronta para o retorno a qualquer momento.

Nem todos os pais decidiram quanto ao futuro escolar dos filhos - principalmente se os filhos retornarão, em 2021, sem uma vacina. O administrador André Lima, 41, ainda tem dúvidas quanto a deixar, ou não, as duas filhas, alunas de um colégio particular, voltarem às atividades presenciais. "Acho que vamos esperar um pouco antes do retorno total. Ver como será o comportamento, como será na prática, até lá continua como estão, estudando de casa", opinou.

As rotinas
Os protocolos foram criados pelas próprias escolas, com orientação de infectologistas e com base em recomendações científicas internacionais, mas pode passar por alterações de acordo com o determinado pela prefeitura e pelo Governo do Estado da Bahia. O plano mostrado pelo CORREIO, no sábado, estabelece redução no número de alunos por cada turma e escalonamento de horários e escolas, como já previam as instituições em seus respectivos estudos para a retomada.

A ideia, segundo detalhou Bruno Barral, secretário municipal de Educação, é que, quando reabrirem as escolas, primeiro sejam liberadas as unidades do Ensino Médio, depois o Ensino Fundamental e, por último, a Educação Infantil – provavelmente a partir de 2021. “No início do próximo ano letivo, os pais ainda assim vão poder escolher se vão ou não para o presencial. Nossa ocupação deve ser em torno de 15 crianças por sala”, acredita Márcia Schwartz, diretora da Acbeu Maple Bear Canadian School.

As aulas serão gravadas e os alunos poderão assistir, ao vivo, em casa. Tudo que não é lavável será evitado e o digital será sempre a primeira escolha. A biblioteca ficará fechada, justamente por isso. Os professores, coordenadores e diretores sabem que o retorno deve ser acompanhado de um acompanhamento muito próximo dos alunos, que precisarão, na verdade, se readaptar a antiga rotina, mas de uma nova forma.

“A gente planejou também o acolhimento com equipe de psicologia, já estamos passando para treinar em casa, dia a dia, é uma nova rotina, uma nova maneira de viver”, complementou.

As aulas de educação física, por exemplo, foram reformuladas, e os encontros em grupos – para jogos na quadra, durante o intervalo, por exemplo – serão proibidos. O professor, diretor operacional da DOM e consultor da Unesco para alfabetização, Tony Lima, diz que as atividades serão transformadas, mas continuarão existindo.

“Estamos tentando entender como se faz isso, porque boa parte das experiências vem pelo contato e a educação física, além de ser indicada a saúde, também traz isso”. Os bebedouros coletivos também serão banidos. “É um possível espaço aglutinador de contaminação”, explicou Tony.

O ensino híbrido ainda não é regulamentado pelo Ministério da Educação, apenas em cursos técnicos, mas os gestores acreditam que é possível haver uma mudança nesse sentido. No caso das três escolas – Villa, Maple Bear e DOM – será possível escolher a modalidade de ensino. As mudanças devem valer para os futuros cuidados com a higiene, mesmo com uma possível vacina no horizonte. “Eu acho que isso é algo que veio para ficar, que se tiver resfriado, qualquer coisa, os pais avisem”, concluiu Tony.

Conselho Estadual de Educação aconselha se preparar para os dois cenários
O presidente do Conselho Estadual de Educação, Paulo Gabriel Nacif, explicou que as escolas têm autonomia para manter as atividades remotas. “Enquanto perdurar a pandemia, nós temos uma resolução que determina que a escola pode adotar o modelo remoto. Nada impede que a matrícula para o ano que vem adote os mesmo moldes”, afirmou.

A resolução, publicada em março, estabeleceu uma flexibilização do cumprimento dos 200 dias letivos para as escolas. Para este ano, é necessário apenas cumprir a obrigação das 800 horas. O presidente disse que vai avaliar com o conselho nacional como será a configuração das aulas para o ano que vem, mas que incentiva que as escolas já comecem a se planejar com as famílias dos alunos. “A gente incentiva que esse processo seja o mais regular possível e que as escolas se preparem para os dois cenários. É muito provável que o primeiro semestre ocorra com mais atividades remotas e híbridas, mais do que as presenciais”, prevê Nacif.

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O governado Rui Costa afirmou nesta segunda-feira (5) que ainda é preciso reduzir mais os números antes de permitir a volta às aulas. Na última semana, o prefeito ACM Neto afirmou que está na hora de discutir o assunto. Hoje, durante visita às obras da Linha Azul, Rui disse que os dois têm conversado, mas ainda não há um "diagnóstico muito claro" de como está a doença agora para tomar uma decisão.

"Nós conversamos sobre o protocolo de retorno e continuamos com a ideia de dividir as salas em duas. Estamos acompanhando os números para entender como se pode voltar e não temos um diagnóstico muito claro de como tá a doença pra gente saber como voltar para as aulas. O número de mortes cria uma sensação de que a doença ainda tá forte. Não dá pra tomar decisão burocrática. Precisa reduzir os números ainda", afirmou o governador.

Para ele, não devemos ter por aqui uma segunda onda de infecções na intensidade que tem acontecido em pontos da Europa. "Como, infelizmente, temos um número alto de casos e uma grande taxa de infectados, isso deve diminuir a possibilidade de uma segunda onda como está acontecendo na Europa. Aqui, o avanço do vírus foi diferente. Por isso, acreditamos que a possibilidade de outra onda é pequena", avaliou o governador.

'Hora de voltar'
Na sexta (2), ACM Neto afirmou que iria se reunir com Rui para discutir a volta da Educação em Salvador. Ele afirmou que seu desejo é de que as aulas voltem ainda este ano.

"Eu vou solicitar uma reunião com o governador - porque todas essas decisões que temos tomado são em conjunto com o Governo do Estado. Eu pretendo ter essa harmonia até o dia 31 de dezembro, quando eu for passar meu bastão ao meu sucessor. Eu entendo que ela vem sendo fundamental para a nossa cidade. No entanto, eu acho que já é possível começar a construir uma perspectiva [de retorno], com muitos cuidados, critérios, regras, prazos e condicionantes, é claro. Mas já está na hora da gente sentar pra começar a ver a questão da retomada da Educação", disse Neto.

Em conversa com o CORREIO, o secretário de Educação de Salvador, Bruno Barral, adiantou que existe um desenho definido de como será o processo de retomada do calendário estudantil. “Temos tudo pronto para a volta às aulas na cidade, de ponto de vista da estrutura, protocolos de saúde e planejamento pedagógico, resultado de um trabalho realizado em completa parceria com o governo estadual, como tem sido desde o início da pandemia. Só falta o prefeito dizer a data”, afirmou.

A princípio, destacou Barral, o plano prevê o retorno seriado, dos níveis mais altos para os mais baixos. Assim, universidades e faculdades reabririam em um primeiro momento. Em seguida, seriam liberadas as unidades do Ensino Médio. Depois, viria o Ensino Fundamental. “A Educação Infantil ficará para um segundo momento”, acrescentou Barral, ao indicar a probabilidade de que essa faixa escolar só seja liberada a partir de 2021.

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