Quarta, 06 Novembro 2024 | Login

O despachante Mario Sousa Santos, 45, começou a ter sintomas de coronavírus no início da semana passada. Tinha escutado no rádio que a venda de autotestes estava liberada e procurou uma farmácia para comprar o produto. Aproveitou para comprar um para a esposa e outro para a filha, com quem vive, e gastou R$150. Tirou as dúvidas de como usar na farmácia e fez o teste em casa - que deu positivo nos três casos.

O Brasil já possui seis autotestes aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Na Bahia, os produtos começaram a ser comercializados justamente na última semana. Apesar de não servir como laudo comprobatório para viagens ou mesmo para ter um atestado e solicitar afastamento no trabalho, a ferramenta é importante para o acompanhamento, como explica o infectologista Alberto Chebabo, presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).

"A pessoa pode fazer o teste para saber se ainda está positiva, mas principalmente na prevenção. Ela pode se testar para poder evitar a transmissão", disse o especialista. No caso de Mario, nosso personagem, a empresa onde ele trabalha aceitou o autoteste como comprovação da infecção por covid e solicitou que ele realize um PCR após 10 dias.

Em Salvador, algumas farmácias já disponibilizam o teste. De acordo com a Anvisa, o autoteste é capaz de detectar a presença do vírus no organismo com mais de 99% de assertividade no resultado. Em caso de resultado positivo, a recomendação no ministério da saúde é isolamento domiciliar imediato, e em caso agravamento dos sintomas é necessário que o paciente procure ajuda médica.

O valor gira entre R$59,90 e R$69,90. As farmácias levantadas pelo CORREIO fazem promoção, reduzindo o valor em caso de compra de dois ou mais testes. Farmacêutica na Drogaria São Paulo, Carine Pinto detalha como funciona e alguns cuidados a se tomar para a realização da testagem.

"A caixa vem com 3 itens. O tubinho, com reagente, a placa e o swab nasal que é o cotonete. O cliente pega o swab, passa 10x em cada narina. É um teste nasal, não precisa ir lá no fundo como o PCR, é mais confortável e traz segurança para uma autocoleta. Girou 10x em cada narina, coloca no tubinho com o reagente, fricciona por 5x e coloca 3 gotas na placa", resumiu a farmacêutica.


Carine Pinto, farmacêutica, explicou ao CORREIO como o autoteste deve ser manuseado (Foto: Arisson Marinho/CORREIO)
A placa que aponta o resultado tem duas tirinhas. Uma com a letra C e outra com a letra T. Para ter certeza que o teste é válido, um traço vermelho tem que aparecer na direção do C, independente do resultado. Aí vêm as variações: se somente a tirinha do C estiver marcada, é porque o teste deu negativo, ou não-reagente para Covid. O teste positivo 'acende' as tirinhas C e T.

Segundo Carine, apesar do teste não servir de documento oficial para comprovar que o paciente tem covid, a ferramenta é interessante por ser mais confortável e prática. A Drogaria São Paulo vende testes das marcas Kovalent e Eco, ambas por R$69,90. No caso da compra de duas caixas, o valor da unidade cai para R$55.

"O armazenamento na residência é bem simples. Longe de incidência solar e lugares muito abafados e nem em locais muito úmidos por conta da proteção ao reagente. A validade de produtos comprados hoje é até 2024. O cuidado maior é com a preservação, mas não tem muito segredo, não", detalha a farmacêutica.

Ao acrescentar os autotestes no Plano Nacional de Expansão de Testagem, o Ministério da Saúde afirmou que a estratégia é complementar e deve ser usada somente como uma maneira de triagem de casos.

Ainda de acordo com o Ministério, o modelo é semelhante ao teste TR-Ag (sensibilidade varia entre 90,30% e 96,75% e a especificidade varia de 98,80% a 100%). Ainda assim, por ser feito por pessoa leiga, podem ocorrer erros na execução ou interpretação, de forma que é uma estratégia complementar aos demais, sendo usado como triagem.

Em caso de resultado positivo, a orientação é que o paciente procure um profissional de saúde para nova avaliação e, aí sim, notificar o caso positivo no sistema do SUS para a contabilização. A pessoa será orientada a ficar isolada, manter a higiene das mãos e dos ambientes, e usar a máscara para quebrar a cadeia de transmissão. Se o indivíduo tiver piora dos sintomas, deverá procurar o médico para uma nova avaliação.

O CORREIO levantou 5 redes de farmácias onde é possível fazer a compra do produto em Salvador. Nas drogarias Pague Menos e Drogal, encontramos os valores unitários mais baratos: R$59,90 a caixa do autoteste da Eco Diagnóstica. Na Drogasil, a caixa do autoteste da Needs sai a R$67,90. Quem quiser comprar 3 caixas, ganha um desconto e compra cada unidade por R$52, totalizando R$156. Ainda na Drogasil, há o autoteste da Novel a R$69,90 ou R$59,90 no caso da compra de duas caixas. Nas drogarias Pacheco e São Paulo, a caixa sai a R$69,90. A promoção por lá é o 'leve 4 e pague 3'.

Procurada, a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) afirmou que até o momento não há indicativo de distribuição de autoteste para Covid.

Em nota, a Sesab afirmou que continua fazendo análises no Laboratório Central de Saúde Pública de amostras coletadas em unidades públicas de saúde de todo o estado e fez distribuição de testes de antígeno, que são realizados por profissionais de saúde.

Publicado em Saúde

Detectar o novo coronavírus vai ficar mais fácil, mais rápido e mais barato. A partir desta segunda-feira (7), os autotestes de covid-19 chegam às farmácias baianas e prometem o resultado entre 15 e 30 minutos. Os preços variam de R$ 39 a R$ 69,90 - menos de um quarto do valor do RT-PCR vendido nos laboratórios particulares.

Na rede Drogasil, os autotestes já estarão disponíveis neste final de semana. Nas drogarias São Paulo e Pacheco, serão mais de 500 mil autotestes disponíveis, em toda a rede, por R$ 69,90. O produto já está disponível nos sites das empresas a previsão é de que chegue nas lojas físicas entre segunda e terça-feira, na Bahia.

Para que os autotestes sejam vendidos, é preciso, primeiro, passar por aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Até esta quarta-feira (2), das 81 solicitações feitas à Agência, seis tiveram o registro aprovado, com validade até 2032. São elas: a Kovalent, Eco Dianóstica, Biosul Produtos Diagnósticos e CPMH Comércio e Indústria de Produtos Médico-Hospitalares e Odontológicos. Destes, três têm fabricação própria no Brasil e outros três são importados da China e da Coréia do Sul.

Como usar autoteste da Eco Diagnóstica:

Produção nacional
A empresa Kovalent, do Rio de Janeiro, é detentora de dois tipos de registros, ambos de swab nasal, com o cotonete, igual ao RT-PCR. Além da fabricação própria, a empresa importará testes da Sugentech, da Coreia do Sul. “A metodologia aplicada ao uso do swab nasal possui maior especificidade, por isso, a nossa escolha por somente esse tipo de coleta”, explica o gerente comercial da Kovalent, Vander Luna.

Segundo Luna, os autotestes estarão disponíveis no Brasil na próxima semana. Ele não sabe informar quais redes de farmácia disponibilizarão o produto na Bahia. Sobre o preço, o gerente afirma que deve ficar dentro da variação estipulada pela CBDL. “Os preços ficarão a cargo de cada rede de farmácia. Segundo a Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial (CBDL) os preços devem ficar na faixa entre R$65 a R$7 e acreditamos que o nosso deve ficar dentro dessa faixa”, afirma.

Os exemplares da Eco Diagnóstica, a única empresa que dispõe de um autoteste feito pela saliva, também começam a ser comercializados a partir da próxima segunda (7), no valor de R$ 39 a R$ 69. Já os da CPMH Comércio e Indústria de Produtos Médico-Hospitalares e Odontológicos são importados da empresa chinesa Bioscience (Tianjin) Diagnostic Technology Co e começam a ser distribuídos nesta quinta-feira (3).

A CPMH ressalta que o resultado pode ser positivo, negativo ou inválido. “Se uma linha vermelha se formar nas regiões T (teste) e C (controle) do cartão teste, o resultado é positivo, ou seja, foram detectadas partículas do vírus na amostra. Se a linha aparecer somente na região C, é negativo. Se a linha vermelha não se formar na região C, mesmo que se forme na região T, significa que o resultado é inválido”, explica. A acurácia do autoteste é de 98,38%.

Como usar autoteste da Novel CPMH:

Drogaria São Paulo e Pacheco
O tipo do teste adquirido pelo Grupo DPSP é o da Eco Diagnóstica e da Kovalent, que detectam o vírus com 95% e 99% de assertividade, respectivamente. “Temos acompanhado, principalmente, aqueles fabricantes que a Anvisa fez a aprovação. Esses dois laboratórios foram um dos primeiros a terem os autotestes aprovados e, por isso, foram escolhidos”, esclarece a coordenadora de Projetos e Serviços de Saúde do Grupo DPSP, Rafaela Machado.

Ela explica que os autotestes são feitos para detectar o antígeno do Sars-Cov-2. A primeira coisa que o cliente deve fazer ao comprar o produto é ver se o kit veio completo. “Ele deve verificar se o kit veio com a solução reagente, cotonete, dispositivo para fazer o teste e, normalmente, eles vêm com uma tampinha, que é um bico dosador. Antes de fazer, é importante sempre ler as instruções, porque algumas coisas variam de fabricante para fabricante”, orienta Rafaela.

Como usar
No teste da Eco, por exemplo, é preciso abrir o cotonete e, antes de introduzir no nariz, assoá-lo, para evitar excesso de secreção. “É preciso introduzir o cotonete no começo do nariz, cerca de 1,5 cm, até a curva. Depois, é preciso esfregar 10 vezes em cada narina e, depois, introduzir dentro do tubo, fazendo uma mistura com o líquido que tem dentro, porque ele que vai ajudar a reagir com a solução do nosso nariz”, detalha.

Uma vez feita a mistura, deve-se esfregar o cotonete mais 10 vezes e apartar a parede do tubo, para extrair todo o material. Depois disso, o cotonete pode ser descartado. Em seguida, com a ajuda do dosador, em torno de quatro gotas (varia a depender do fabricante) devem ser colocadas na fossa que vem junto ao kit, e aguardar até 30 minutos. “É importante não ler o resultado depois do tempo recomendado pelo fabricante”, alerta Rafaela Machado.

Confira passo a passo:

Resultado positivo não é diagnóstico
O resultado dos testes, no entanto, não define diagnóstico ara covid-19, alerta a Anvisa. Em caso de resultado positivo, a orientação é procurar o serviço de saúde. “O diagnóstico deve ser realizado por um profissional de saúde”, diz a Agência. Ela ainda diz que, para obter o registro, os produtos foram avaliados quanto à segurança, desempenho e atendimento aos requisitos legais exigidos aos autotestes. A norma exige sensibilidade e especificidade mínimas, de 80% e 97%, respectivamente.

A orientação da vigilância sanitária é usá-lo entre o 1º e o 7º dia do início de sintomas como febre, tosse, dor de garganta, coriza, dores de cabeça e no corpo. Caso não tenha sintomas, mas tiver tido contato com alguém que testou positivo, a pessoa aguardar cinco dias antes de usar o autoteste.

A rede Pague Menos informou que ainda “está em negociação com diversas empresas fornecedoras de testes, incluindo a responsável pela produção do Novel Coronavirus (Covid-19) Autoteste Antígeno (CPMH), aprovado pela Anvisa para comercialização no Brasil”.

As redes de farmácia Extrafarma, Redemed, Boa Forma e Multmais foram procuradas, mas não responderam à matéria até o fechamento desta edição. A Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) e a Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácias (Febrafar) também foram buscadas, mas não responderam.

O Ministério da Saúde (MS) afirmou que as demandas sobre o tema devem ser feitas com a Anvisa, porque eles que aprovam os autotestes. Não foi possível saber com os órgãos oficiais se os casos positivos devem ser informados às autoridades de saúde ou se serão contabilizados na base de dados do Ministério.

Instruções para o autoteste
Componentes: 1 swab (cotonete) de coleta, 1 cartão teste (cassete) e 1 tubo plástico com líquido (solução tampão para extração), além da bula com as instruções de uso.
Modo de uso: insira o swab na cavidade nasal em uma profundidade de 2,5 cm e gire 10 vezes. Em seguida, mergulhe o swab no líquido do tubo plástico, gire novamente 10 vezes e pressione as laterais do tubo ao retirar o swab. Goteje quatro gotas do líquido no orifício do cartão teste. Por fim, aguarde 15 minutos.

Autotestes aprovados pela Anvisa:
- Autoteste Covid Ag Oral Detect
Empresa detentora do registro: Eco Diagnóstica LTDA
Fabricante: Eco Diagnóstica Ltda (Brasil)
Amostra: Saliva
Sobre: É o primeiro autoteste registrado no Brasil que utiliza amostra de saliva e que também terá fabricação nacional. A coleta requer que o usuário cuspa a saliva em um copo. Essa coleta não utiliza swab, mas o kit possui este item que será usado apenas para transferir a quantidade certa da saliva do copo para o tubo de extração.

- Autoteste Covid Ag Detect
Empresa detentora do registro: Eco Diagnóstica LTDA
Fabricante: Eco Diagnóstica LTDA (Brasil)
Amostra: Swab nasal

- Autoteste Covid-19 Ag Swab Nasal
Empresa detentora do registro: Biosul Produtos Diagnósticos Ltda
Fabricante: Hangzhou Alltest Biotech (China)
Amostra: Swab nasal

- SGTi flex Covid-19 Ag Self Test
Empresa detentora do registro: Kovalent do Brasil Ltda
Fabricante: Sugentech Inc (Coréia do Sul)
Amostra: Swab nasal

- SGTi flex covid-19 Ag Autoteste
Empresa detentora do registro: Kovalent do Brasil Ltda
Fabricante: Kovalent do Brasil Ltda (Brasil)
Amostra: Swab nasal
Sobre: foi desenvolvido para uso de amostra de swab nasal não profundo (haste utilizada para coleta secreção nas narinas) e poderá ser encontrado no mercado nacional em versões com 1, 2 e 5 testes para atender às famílias.

- Novel Coronavírus (Covid-19) Autoteste Antígeno
Empresa detentora do registro: CPMH Comércio e Indústria de Produtos Médico-Hospitalares e Odontológicos Ltda
Amostra: Swab nasal

Publicado em Saúde