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Em evento realizado nesta quarta-feira (22), no Espaço Mário Cravo (Casa do Comércio), a empresária, líder associativista da região de Camaçari e 3ª vice-presidente da Fecomércio-BA, Juranildes Araújo, foi empossada pelo presidente do Sistema Fecomércio-BA, Kelsor Fernandes, como nova coordenadora da Câmara da Mulher Empresária (CME).

Em seu discurso, Juranildes enalteceu a importância do associativismo. “Nessas quatro décadas dedicadas a empreender, um dos meus grandes acertos ao adentrar no mundo empresarial foi me envolver de corpo e alma no associativismo. Precisamos de mais mulheres nos espaços de poder e de negócios, nos sindicatos, nos conselhos administrativos das empresas e, é claro, nas instituições da sociedade civil organizada”, disse.

O evento contou com painéis que debateram os desafios da liderança empresarial feminina, reunindo Lilian Marins, da Amcham Brasil; Alana Sales, da AJE Bahia; Jussara Prado, do Innova Coworking; Mila Paes, secretária de Desenvolvimento Econômico de Salvador; Vera Guimarães, idealizadora do Lar Pérolas de Cristo; Roberta Caires, vereadora de Salvador e Thelma Calazans terapeuta e coach. Brindes e sorteios também estiveram na programação.

Juranildes Araújo explica que a CME é uma rede formada por empresárias ligadas aos sindicatos filiados à Fecomércio-BA (federação vinculada à CNC) na capital e interior, funcionando como órgão consultivo para questões ligadas ao empreendedorismo feminino. Estes sindicatos, por sua vez, têm autonomia para instalar suas próprias câmaras temáticas municipais.

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O comércio varejista baiano, que foi fortemente penalizado pela pandemia do novo coronavírus, não terá vida fácil em 2022. Por conta do elevado nível de endividamento das famílias, a inflação alta, o aumento dos juros para os consumidores e o mercado de trabalho desaquecido, o faturamento do setor deve encerrar o ano com uma retração de pelo menos 1% em relação a 2021. "Vai ser mais um ano difícil para o varejo", disse Guilherme Dietze, consultor econômico da Federação do Comércio do Estado da Bahia (Fecomércio-Ba).

Durante a apresentação do "Cenário e perspectivas econômicas 2022", ontem, na Casa do Comércio, Dietze afirmou que o novo Auxílio Brasil deve injetar este ano cerca de R$ 11,6 bilhões na economia baiana - um adicional da ordem de R$ 7,5 bilhões em relação ao antigo Bolsa Família. Mas o impacto direto destes recursos no consumo de produtos e serviços será parcial. Isto porque uma parte significativa deste valor será direcionada para o pagamento de dívidas e de contas, como de água e de energia elétrica.

"Além disso, as famílias continuam muito endividadas e sentindo a inflação alta, o que acaba impactando diretamente às vendas no comércio", afirmou o economista, acrescentando ainda que a economia como um todo vai conviver com inúmeros desafios este ano. Se não bastasse a crise sanitária, ele apontou ainda o aumento da taxa básica de juros, a Selic - o que acaba encarecendo ainda mais o crédito para o consumidor, afetando, por exemplo, o mercado imobiliário - o desemprego e as eleições de outubro. "O cenário de 2022 é de estagflação, ou seja, crescimento muito fraco com inflação elevada", observou o consultor da Fecomércio.

Em sua fala, Guilherme Dietze também fez um balanço do desempenho do varejo baiano no ano passado. O setor encerrou 2022 com um faturamento de R$ 114,7 bilhões, o que representou um crescimento de 7% em relação ao exercício anterior. A expectativa inicial, no entanto, era de uma alta de pelo menos 9%.
Entre os setores do varejo que mais se destacaram no ano passado estão o de veículos, motos e peças, com crescimento de 48%, e farmácias e perfumarias (10,7%). Em sentido oposto, registraram quedas as lojas de móveis e de decoração (-9,9%) e os supermercados (-6,4%).

"As vendas da última Black Friday e do Natal decepcionaram", assinalou Guilherme Dietze, lembrando ainda que, no ano passado, o pagamento do auxílio emergencial injetou na economia do estado apenas R$ 36 milhões, quase nada em relação aos R$ 25 bilhões de 2020.

Inflação e desemprego

Mas quais os motivos que fizeram com que o varejo baiano avançasse abaixo do esperado no ano passado? O primeiro deles, conta Guilherme Dietze, foi a inflação muita alta. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo IBGE, encerrou o ano de 2021 em 10,78% na Região Metropolitana de Salvador (RMS) , ficando acima da média nacional (10,06%), e sendo a maior inflação para um ano na RMS em 19 anos, desde 2002 (14,12%). "A inflação muito alta corrói a renda. Se a renda do trabalhador não é recomposta, corrigida, no final ele tem menos dinheiro para consumir no comércio", explica o consultor.

Outro motivo é a qualidade do emprego na Bahia. No ano passado houve a recuperação dos postos de trabalho, mas quem conseguiu uma vaga no mercado formal acabou sendo admitido com um salário mais baixo, o que reduziu a massa salarial.

Para se ter uma ideia, a massa de rendimentos no estado somou R$ 8,798 bilhões no terceiro trimestre do ano passado - um dos piores resultados da série histórica iniciada em 2012. Já o rendimento médio do trabalhador baiano, no mesmo período, ficou em R$ 1.535, bem abaixo dos R$ 1.879 do 1º trimestre de 2020, quando teve início a pandemia de covid.

Outro ponto destacado por Guilherme Dietze é o recorde de famílias endividadas em Salvador. Hoje, 672 mil famílias da capital baiana possuem algum tipo de dívida. "A inadimplência seguiu em alta e atingiu o maior nível desde 2012, com 32,6%. Os carnês e cartões de crédito são os vilões do endividamento", afirma o economista, que aponta ainda o crédito mais caro e seletivo como fator que impactou diretamente nas vendas do comércio em 2021.

Investimentos

Já Antonio Everton Chaves Junior, economista da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), disse que este ano será de baixos investimentos, altas taxas de juros e pressão da inflação no país, o que eleva o custo de vida e impacta no consumo. “Isso vai complicar no primeiro momento. Nessa perspectiva, quem atua no comércio vai sair de casa para matar um leão por dia. O ano de 2022 será desafiador para as vendas do comércio", enfatizou o economista.

De acordo ele, a inflação em dois dígitos segue sendo o principal vilão dos trabalhadores brasileiros, com forte impacto no orçamento das famílias, reduzindo o poder de compra e, consequentemente, o consumo. “A inflação tem impactado sobremaneira o orçamento doméstico, o que impede que as famílias comprem mais", diz.

Além da inflação, o economista da CNC afirmou que a Selic continuará subindo - com projeção de fechar 2022 a 12% - e o Produto Interno Bruto (PIB) deve crescer apenas 0,3% este ano, de acordo com projeções do Banco Central. "Com esse relevo, o Brasil configura como o único país com o mais baixo nível de projeção de crescimento entre 42 países", enfatizou Antonio Everton.

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O Dia das Crianças é uma das datas mais importantes do calendário do varejo nacional, devendo movimentar R$ 6,2 bilhões neste ano. Segundo projeção da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), entre os estados do Nordeste, a Bahia aparece em primeiro lugar no quadro de expectativa de distribuição do faturamento para a data, com R$ 149,8 milhões, na frente do Ceará (R$ 95 milhões) e Pernambuco (R$ 84,5 milhões). As informações são da Fecomércio-BA.

Nacionalmente, São Paulo (R$ 1,77 bilhão), Minas Gerais (R$ 667,3 milhões), Rio de Janeiro (R$ 514,1 milhões) e Rio Grande do Sul (R$ 454 milhões) deverão responder por mais da metade (54,8%) do total movimentado com a data em 2020.

Brasil
Conforme pesquisa da CNC, o volume de vendas voltada para o Dia das Crianças deverá registrar queda de 4,8% em relação ao mesmo período de 2019. Se confirmada, essa seria a primeira retração das vendas para a data desde 2016 (-8,1%), já descontada a inflação.

Com alta esperada de 3,2%, o ramo de hiper e supermercados deverá movimentar R$ 4,4 bilhões (70,2% do total) e será o único a apurar avanço nas vendas para a data deste ano. Outros segmentos que costumam se beneficiar do aumento sazonal das vendas nesta época do ano tendem a amargar perdas: brinquedo e eletroeletrônicos (-2,5% ou R$ 1,3 bilhão); livrarias e papelarias (-9,9% ou R$ 48,1 milhões); e lojas de vestuário e calçados (-2,1% ou R$ 489 milhões).

A CNC ressalta que o processo de resgate do nível de atividade do varejo desde o início da recessão provocada pela pandemia da Covid-19 ainda não está completo em diversos segmentos do varejo.

A Confederação avalia ainda que o travamento do mercado de trabalho, com desemprego em alta, aumento da informalidade e subutilização da força de trabalho, ainda é um desafio para o setor não apenas para esta data comemorativa, mas para as demais deste ano. A queda do auxílio emergencial a partir de setembro também deverá dificultar a retomada das vendas mesmo em um cenário de inflação e juros baixos.

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O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC), da Fecomércio-BA, registrou 83,2 pontos em setembro, uma alta de 20,8% em relação a agosto. Essa é a terceira alta consecutiva e acumula crescimento desde junho de 36,6%. Contudo, mesmo com o bom desempenho recente, o ICEC ainda está na área de pessimismo, abaixo dos 100 pontos. As informações são da assessoria da Fecomércio-BA.

O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) é analisado mensalmente pela Fecomércio-BA. O indicador varia entre 0 a 200 pontos, sendo que de 0 a 100 pontos é considerado patamar pessimista e de 100 a 200 pontos patamar otimista.

O destaque deste mês que se diferencia dos meses anteriores é que o resultado geral não está sendo puxado somente pelas expectativas, mas pela melhora significativa das avaliações atuais. O Índice das Condições Atuais do Empresário do Comércio (ICAEC) registrou crescimento de 66,6% ao passar dos 26,9 pontos de agosto para os atuais 44,9 pontos.

Embora o patamar ainda esteja muito baixo, a decisão de reabertura do comércio em Salvador e também a ampliação do horário de funcionamento (pleito da Fecomércio-BA atendido pelo poder municipal) favoreceram a melhora do humor do empresário.

“As vendas continuam num ritmo fraco, mas contar com a possibilidade de abrir as portas e voltar a ter a chance de faturar já é um grande alívio para os empresários. O comércio teve, em julho, alta de 2,5% após seis meses seguidos de queda, conforme divulgado pela entidade na semana passada”, declara o consultor econômico da Fecomércio-BA, Guilherme Dietze.

O Índice de Expectativa do Empresário do Comércio apontou aumento mensal de 9,8% e atinge os 130,8 pontos. Desde junho, a alta acumulada é de 51,7%. “Esse também é um dado importante, pois a previsibilidade de um futuro mais favorável, aliado a melhora gradual das vendas atuais, aumenta as chances de investimento em equipamentos e funcionários. É como mostra o Índice de Investimento do Empresário do Comércio (IIEC) com a alta em setembro de 22,2% e com 73,8 pontos. Nesse grupo o que puxou foi a intenção de contratação de funcionários que passou de 66,4 pontos em agosto para os 89,9 pontos em setembro”, analisa o economista.

Vale ressaltar que de março a julho houve fechamento de 25 mil vagas formais em Salvador. Após meses de resultados negativos, em julho o saldo foi quase neutro, de -115. A tendência é que a partir de agosto o saldo já venha positivo, mas ainda longe de recuperar o que se perdeu ao longo da pandemia.

Assim, os dados mostram que o comércio caminha lentamente para sair do fundo do poço. Como o quadro foi extremamente negativo, evidentemente as comparações serão feitas com bases estatísticas fracas possibilitando variações acentuadas, o que não deve ser interpretado como aumento expressivo do otimismo, pelo contrário. Muito pé no chão que o caminho será lento e longo pela frente.

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