Quarta, 06 Novembro 2024 | Login

Um dia após ser deportado pela Austrália, Novak Djokovic sofreu outra dura derrota fora de quadra. O tenista sérvio agora corre o risco de não poder competir em Roland Garros, o segundo e próximo Grand Slam da temporada, em Paris, porque o governo francês aprovou a adoção do passaporte vacinal para eventos públicos.

A lei foi aprovada no domingo (16) pela Assembleia Nacional da França e, nesta segunda-feira (17), a atual ministra dos Esportes, Roxana Maracineanu, afirmou que não haverá exceção. Assim, já está descartada qualquer "permissão médica especial", como a que o número 1 do mundo havia obtido, ainda que temporariamente, na Austrália.

"O passaporte de vacinação foi adotado. Assim que a lei for promulgada, ele passa a ser obrigatório para entrar em edifícios públicos como estádios, teatros ou salões para todos os espectadores, praticantes e profissionais franceses ou estrangeiros", afirmou Maracineanu em suas redes sociais.

"Muito obrigada ao movimento esportivo pelo trabalho de convencimento junto aos últimos raros membros não vacinados. Trabalharemos juntos para preservar as competições e sermos os embaixadores dessas medidas em nível internacional", acrescentou a ministra.

Em comunicado, o ministério reforçou as palavras de Maracineanu. "Isso se aplica a todos que são espectadores ou esportistas profissionais. Isso vale até novo aviso. Agora, ainda que haja uma preocupação, Roland Garros é em maio. A situação pode mudar até lá e nós esperamos que seja mais favorável. Então, vamos ver Mas claramente não haverá exceção", destacou o órgão público.

Djokovic admitiu que não tomou a vacina contra a covid-19 ao desembarcar na Austrália, na semana passada. Ele tentou entrar no país para disputar o Aberto da Austrália, que começou na noite de domingo, pelo horário de Brasília, com uma "permissão médica especial", obtida com o apoio da Tennis Australia, a federação nacional de tênis, e do governo do Estado de Victoria.

Dois painéis de médicos teriam liberado a permissão porque o sérvio contraiu covid-19 em dezembro. E, segundo as regras iniciais comunicadas pela Tennis Australia aos tenistas, uma infecção recente pelo vírus se enquadraria nas regras de exceção para entrar no país mesmo sem tomar a vacina.

Mas as autoridades da fronteira australiana não aceitaram o argumento. O governo australiano chegou a anunciar publicamente que havia avisado a Tennis Australia, ainda em novembro, de que infecção recente não seria aceito como justificativa para "permissão especial". A confusão gerou dois cancelamentos de visto para Djokovic, duas audiências judiciais e a decisão final de deportação, no domingo.

Logo após a decisão judicial que determinou a saída do tenista do país, o pai de Djokovic, Srdan, ironizou a situação e disse: "Nos vemos em Paris". Naquele momento, a França ainda não havia decidido pelo passaporte vacinal. Com a decisão, o número 1 do mundo poderá voltar a um Grand Slam, caso não queira de vacinar, somente em Wimbledon, em junho.

A Inglaterra não exige o passaporte vacinal, mas o primeiro-ministro Boris Johnson disse ser totalmente a favor do imunizante ao ser questionado sobre o caso Djokovic, na semana passada. "Tudo o que posso dizer sobre o tema Novak Djokovic é que eu acredito na vacinação e entendo ser algo fantástico", afirmou o político.

Publicado em Esportes

O gerente de Incidentes da Organização Mundial de Saúde (OMS), Abdi Mahamud, afirmou que a nova variante do coronavírus encontrada na França está sendo monitorada "de perto" pela entidade.

"Esse vírus teve altas chances de infectar desde novembro, quando foi identificado", disse o gerente em uma coletiva de imprensa em Genebra (Suíça). Dessa forma, segundo Mahamud, até agora, a cepa ainda não representou uma grande ameaça.


Quanto à ômicron, Mahamud destacou que a variante continua se espalhando rapidamente, sendo que a maioria dos países está vendo um alto número de casos e poucas mortes. De acordo com ele, a vacinação continua sendo essencial principalmente para as populações vulneráveis.

 

Publicado em Saúde

O presidente da França, Emmanuel Macron, testou positivo para covid-19. A informação foi divulgada pelo primeiro-ministro francês, Jean Castex, nesta quinta-feira (17).

O presidente ficará despachando, em isolamento, de forma remota. Na quarta-feira, Macron esteve em um evento público com o primeiro-ministro de Portugal, António Costa. O governo português ainda não se pronunciou sobre o assunto.

Na semana passada, o presidente francês esteve em Bruxelas para um encontro com diversos líderes europeus.

Publicado em Mundo

A cozinheira e cuidadora de idosos baiana Simone Barreto Silva, 44 anos, natural de Salvador, é uma das vítimas do ataque terrorista que aconteceu na manhã desta quinta-feira (29), em Nice, Sul da França, e deixou três mortos. Segundo informações de Osmar Marrom Martins, colunista do CORREIO, ela ficou gravemente ferida e morreu no local. Simone deixa três filhos.

Além de Simone, também morreu o sacristão da basílica de Notre-Dame de Nice, um templo neogótico situado no coração da cidade. A outra vítima ainda não foi identificada. De acordo com a polícia local, o atentado ocorreu por volta das 9h (horário local); o agressor foi ferido a tiros e levado a um hospital. O governo da França elevou o nível de alerta terrorista em todo o país após o atentado, segundo anunciou o primeiro-ministro Jean Castex, que prometeu uma resposta “firme, implacável e imediata”, diante dos parlamentares da Assembleia Nacional.

Conforme apurado pelo CORREIO, Simone tinha saído para o trabalho e resolveu dar uma passada na basílica para orar, momento em que foi atacada. Ela conseguiu sair da igreja e, mesmo ferida, gritou e acionou a polícia, que atirou no criminoso.

Nascida no Lobato, na Cidade Baixa, no subúrbio de Salvador, Simone morava na França há pelo menos 30 anos. Simone tinha formação de cozinheira e atualmente trabalhava como cuidadora de idosos. Ela tinha nacionalidade francesa.

Simone era irmã de Solange Barreto, outra baiana que organiza a Festa de Iemanjá em Nice, reproduzindo a festa do Rio Vermelho na França. Completamente abalada, Solange Barreto, em conversa com o Blog do Marrom, relatou que Simone morreu lutando: "Ela saiu pela manhã para trabalhar e passou na igreja para fazer suas orações. Aí foi vitima desse atentado bárbaro. Ela lutou contra o assassino e, mesmo ferida, conseguiu sair da igreja pedindo socorro e alertando sobre o que estava acontecendo, até que a polícia veio e evitou que a tragédia fosse ainda maior", contou a irmã.

Festival Culturel Brésilien Fête de Yemanja Nice:

Amigo da vítima, o babalorixá Anderson Argolo emitiu pêsames à família de Simone pelo falecimento. "Estou chocado, sem palavras para tamanho ato de crueldade, estamos vivendo em um mundo em desequilíbrio. [Era] uma mulher cheia de vida e alegria, quantas risadas, todos que a conheceram vão lembrar do seu sorriso largo, vá em paz, Simone, que seu espírito descanse em paz, na luz do criador", disse.

O prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), lamentou a perda. "Toda minha solidariedade aos familiares da baiana Simone Barreto Silva, que nasceu no Lobato, no subúrbio de Salvador, e que lamentavelmente foi uma das vítimas do atentado terrorista ocorrido nesta quinta-feira, na Basílica de Notre-Dame, em Nice, na França. Fica a nossa imensa consternação diante desse crime bárbaro, condenado por todos os líderes mundiais, com os quais nos uniremos agora, na certeza de que o bom senso, a razão e a lucidez irão subjugar a irracionalidade, o fanatismo e a intolerância religiosa", escreveu em seu Twitter.

O governador Rui Costa (PT) também se posicionou: "Triste e indignado. Atentado terrorista na França matou Simone Barreto, baiana de Salvador. Ataque covarde contra a liberdade. Que Deus conforte familiares e amigos de Simone e das outras vítimas deste crime bárbaro. Solidariedade à França e ao mundo que defende o amor e a paz".

Posicionamentos
Em nota, o governo brasileiro, através do Ministério das Relações Exteriores (MRE), condenou veementemente o atentado. "O Presidente Jair Bolsonaro, em nome de toda a nação brasileira, apresenta suas profundas condolências aos familiares e amigos da cidadã assassinada em Nice, bem como aos das demais vítimas, e estende sua solidariedade ao povo e governo franceses", escreveu.

Ainda no documento, o ministério expressou repúdio a toda e qualquer forma de terrorismo, independentemente de sua motivação, e reafirmou seu compromisso de "trabalhar no combate e erradicação desse flagelo, assim como em favor da liberdade de expressão e da liberdade religiosa em todo o mundo". De acordo com o governo, o Itamaraty, por meio do Consulado-Geral em Paris, está prestando assistência consular à família da cidadã brasileira.

O presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou que o país “não cederá” ao terror, e anunciou que vai mais que dobrar o número de soldados destinados a proteger o país de atentados, aumentando o contingente dos atuais 3.000 para 7.000 militares, que serão enviados para proteger principalmente escolas e instituições religiosas.

Segundo o líder francês, esse aumento permitirá a proteção de locais de oração durante o feriado cristão de Todos os Santos, em 1º de novembro, e das instituições de ensino durante o retorno das férias de outono, que ocorre a partir da próxima semana.

“Repito com muita clareza hoje: não cederemos a nada”, disse ele, afirmando que o atentado desta 5ª feira foi “1 ataque a toda a França”, mas sobretudo “à comunidade católica”. “Não cedam às divisões”, pediu o mandatário.

Procuradores antiterrorismo abriram uma investigação de assassinato relacionada com uma ação terrorista. O motivo do atentado ainda não foi esclarecido, mas ele ocorreu num momento em que a França está em alerta para atos terroristas em meio a tensões envolvendo caricaturas do profeta Maomé.

O governo da França elevou o nível de alerta terrorista em todo o país após o atentado, anunciou o primeiro-ministro Jean Castex, que prometeu uma resposta “firme, implacável e imediata”, diante dos parlamentares da Assembleia Nacional. Castex ainda disse que convocou uma reunião extraordinária do Conselho de Defesa, que acontecerá já nesta sexta-feira (30).

O prefeito de Nice, Christian Estrosi, disse a jornalistas no local do ocorrido que o agressor ficou repetindo as palavras Allah Akbar (Deus é o maior, em árabe) e foi “neutralizado com tiros” pela polícia. Ferido, ele foi medicado ainda no local e depois levado a um hospital, disse a polícia, que afirma que o agressor agiu sozinho.

Estrosi comparou o ataque com o recentemente cometido contra o professor Samuel Paty, que foi decapitado por 1 islamista nas proximidades de Paris por ter exibido caricaturas do profeta Maomé em sala de aula.

O homem morto é o sacristão da igreja, disse o prefeito. A informação foi mais tarde confirmada por 1 cônego, que acrescentou que a vítima tinha cerca de 45 anos.

Um investigador também disse que o agressor gritou Allah Akbar durante o atentado e acrescentou que se trata de 1 homem que teria se identificado como Brahim e que disse ter 25 anos. O jornal local Nice-Matin informou que o agressor se chama Brahim A., tem 21 anos e era desconhecido da polícia.

O presidente Emmanuel Macron foi até Nice no fim da manhã. “Mais uma vez, nosso país foi atingido por 1 ataque terrorista islamista”, disse o presidente, diante da igreja em Nice. Ele disse que a França foi atacada por causa de seus valores e que o país não abrirá mão deles, em especial da “liberdade de ter ou de não ter uma fé”.

Atentado anterior
Em 14 de julho de 2016, outro atentado deixou 86 pessoas mortas em Nice. Um motorista, em um caminhão, atropelou diversas pessoas que assistiam à queima de fogos em comemoração ao 14 de Julho, Dia da Bastilha. O ataque aconteceu em Promenade des Anglais (Passeio dos Ingleses), uma avenida à beira-mar, por volta das 22h30 (17h30 em Brasília). Ao todo, 500 pessoas ficaram feridas.

O Ministério do Interior francês confirmou, na época, que o motorista, que foi identificado como Mohamed Lahouaiej-Bouhlel, tinha sido morto. Já o ex-prefeito de Nice, Christian Estrosi, revelou que o caminhão estava cheio de armas e granadas.

Mohamed tinha 31 anos e de nacionalidade tunisiana. Ele já acumulava registros de vários crimes comuns, entre eles violência doméstica, não associados a redes terroristas. Dois dias depois ao crime, o Estado Islâmico reivindicou a autoria do atentado.

Outros ataques na França
Nos últimos cinco anos, outros ataques com arma branca vitimaram os franceses.

2020
16 de outubro: Um professor de História e Geografia que exibiu charges de Maomé em sala de aula para falar sobre liberdade de expressão foi decapitado perto do colégio de ensino médio Bois d’Aulne, em Conflans-Sainte-Honorine, uma cidade de 35 mil habitantes situada a 39km de Paris. Foi aberta uma investigação por "assassinato em conexão com organização terrorista".

25 de setembro: Um homem paquistanês armado com uma faca feriu gravemente duas pessoas em um ataque em frente à antiga redação da revista francesa "Charlie Hebdo", em Paris. De acordo com informações do Ministro do Interior, Gerald Darmanin, o autor do atentado tinha chegado à França há três como menor desacompanhado.

4 de abril: Em Romans-sur-Isère, um refugiado sudanês de 33 anos esfaqueou várias pessoas que estavam em uma fila em uma padaria, deixando dois mortos e cinco feridos. Além dos fregueses da padaria, o agressor também entrou em outras lojas, tentado esfaquear clientes e funcionários.

3 de janeiro: Um jovem de 22 anos convertido ao islã e com transtornos psiquiátricos atacou pedestres com uma faca, aos gritos de "Alá é grande!", no parque des Hautes-Bruyères, da cidade de Villejuif, perto de Paris, deixando um morto e dois feridos. O agressor seguiu em direção a um supermercado na cidade vizinha de Haÿ-les-Roses e foi morto pela polícia com três tiros.

2019
3 de outubro: Um funcionário do serviço policial de Paris, convertido ao islã, esfaqueou até a morte três policiais e um agente administrativo na sede da polícia de Paris e foi abatido. O agressor tinha 45 anos e era servidor público desde 2003, ele trabalhava no setor de informática da polícia parisiense.

2018
12 de maio: Um jovem nascido na Chechênia, identificado como Khamzat Azimov, de 20 anos, atacou pedestres com uma faca no centro de Paris, aos gritos de "Alá é grande!", antes de ser morto pela polícia. O ataque deixou um morto e quatro feridos e sua autoria foi reivindicada pelo grupo Estado Islâmico. Ele entrou na França como refugiado, ainda pequeno, com os pais.

2017
1° de outubro: O tunisiano identificado como Ahmed Hanachi, de 29 anos, esfaqueou duas jovens na esplanada da estação ferroviária de Marselha, também gritando "Alá é grande!", antes de ser abatido por militares que patrulhavam o local. O grupo Estado Islâmico também assumiu a autoria desse atentado.

2016
26 de julho: Os jovens Abdel Malik Petitjean e Adel Kermiche, ambos de 19 anos, decapitaram o padre Jacques Hamel, de 85 anos, da igreja de Saint-Etienne-du-Rouvray, durante uma missa. Os jovens foram mortos pela polícia. O Estado Islâmico reivindicou a autoria do crime.

13 de junho: Um policial de Magnanville e sua companheira, que trabalhava na delegacia de Mantes-la-Jolie, foram esfaqueados em casa por Larossi Abballa, 25, que reivindicou a autoria do crime em nome do Estado Islâmico e foi morto pela polícia. Abballa já tinha sido condenado, em 2013, por pertencer a uma rede de recrutamento de jihadistas.

2015
26 de junho: Um homem de 35 anos que era entregador matou e decapitou com uma faca seu chefe, Hervé Cornara, em Chassieu. Em seguida, carregando bandeiras islâmicas, o homem tentou explodir uma fábrica e foi preso. Ele se suicidou seis meses depois na prisão.

Publicado em Mundo