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O governo federal deu início às ações de repreensão ao crime e de retirada dos garimpeiros da terra indígena Yanomami, em Roraima. Entre a segunda-feira, 6, e o início da noite de terça-feira, 7, foram destruídos um helicóptero, um avião, um trator de esteira e estruturas de apoio logístico ao garimpo. Foram apreendidas ainda duas armas e três barcos, com cerca de 5 mil litros de combustível.

A ação foi liderada por agentes do Ibama, com apoio da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e da Força Nacional de Segurança Pública.

Ibama e Força Nacional instalaram uma base de controle no rio Uraricoera, principal rota fluvial da região, para impedir o fluxo de suprimentos para os garimpos. Além de gasolina e diesel, os barcos apreendidos carregavam cerca de uma tonelada de alimentos, freezers, geradores e antenas de internet.

Todos os suprimentos serão usados para abastecer a base de controle. Nenhuma embarcação com carregamento de combustível e equipamentos será autorizada a seguir daquele ponto de bloqueio em direção aos garimpos.

A instalação de bases de controle será estendida para outras áreas da terra indígena. A estrutura logística é fornecida pela Funai, com o apoio dos próprios indígenas nesta fase da operação

A ação aérea é realizada pelo Grupo Especializado de Fiscalização (GEF) do Ibama, que monitora pistas de pouso clandestinas na região. Sobrevoos para identificar e destruir a infraestrutura do garimpo, como aviões, helicópteros, motores e instalações, serão mantidos. O trator destruído era usado para abrir "ramais" na floresta.

O Ibama também fiscaliza distribuidoras e revendedoras responsáveis pelo comércio irregular de combustível de aviação que abastece os garimpos.

O objetivo principal da operação é inviabilizar linhas de suprimento e rotas que abastecem e escoam a produção do garimpo, além de garantir a permanência das equipes de fiscalização por prazo indeterminado. As ações foram acompanhadas pela Procuradoria Nacional de Defesa do Clima e do Meio Ambiente, da Advocacia-Geral da União (AGU).

 

Publicado em Brasil

O governo federal destituiu 43 ocupantes de cargos de comando da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai). As 38 exonerações e cinco dispensas atingem coordenadores nacionais e regionais; assessores; o corregedor Aurisan Souza de Santana e o diretor do Museu do Índio, Giovani Souza Filho.

Assinadas pelo ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, as portarias foram publicadas em uma edição extra do Diário Oficial da União de ontem (23).

Na mesma segunda-feira, o governo federal exonerou os responsáveis por comandar as equipes de 11 dos 34 distritos sanitários especiais indígenas (Dsei), subordinados ao Ministério da Saúde.

Ao ser consultado, ontem, o Ministério da Saúde informou que as substituições fazem parte do “processo natural da transição de governo” – quando quase a totalidade dos ocupantes dos chamados cargos de confiança são substituídos por outras pessoas – não comprometendo o trabalho de assistência à população indígena.

A Funai, antes vinculada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, agora está subordinada ao Ministério dos Povos Indígenas, pasta criada este ano, pelo governo Lula.

Publicado em Política

O presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Marcelo Xavier, disse na noite desta quarta-feira, 8, que o indigenista Bruno Pereira e o jornalista britânico Dom Phillips erraram ao não comunicar os órgãos de segurança sobre a viagem ao Vale do Javari, no Amazonas, e não pedir autorização à Funai para acessar o local. As declarações foram dadas ao programa jornalístico oficial Voz do Brasil, transmitido pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

"Esta não foi uma missão comunicada à Funai. A Funai não emitiu nenhuma permissão para ingresso. É importante que as pessoas entendam que quando se vai entrar numa área dessas, existe todo um procedimento", disse Xavier, que é delegado da Polícia Federal e apoiado pela bancada do agronegócio no Congresso Nacional. Segundo ele, é "muito complicado quando duas pessoas apenas decidem entrar na terra indígena sem nenhuma comunicação aos órgãos de segurança e à Funai".

Xavier disse ainda que a Funai está participando das buscas na região - há cerca de 15 servidores do órgão envolvidos nas buscas, segundo ele. Bruno Pereira é servidor da Funai, mas estava licenciado do órgão desde janeiro de 2020, quando passou a trabalhar para uma entidade fundada pelos indígenas do Vale do Javari, a Univaja. Ele deixou a Funai por avaliar que não teria mais condições de trabalhar no órgão após ser exonerado do posto de coordenador de Indígenas Isolados e de Recente Contato (CGIIRC), segundo ex-colegas.

Mais cedo, Xavier já havia criticado Phillips e Pereira em uma outra entrevista, à rádio Jovem Pan. "O problema é que, infelizmente, as pessoas sabem do risco e insistem em ir lá sabendo desses riscos. À Funai, agora, o que cabe fazer é atuar efetivamente para tentar localizar essas pessoas e colocar bem claro às pessoas que pretendem ir nas áreas de indígenas isolados, que façam o procedimento correto que é pedir a autorização para a Funai e não se coloquem em risco", disse ele

Segundo a entidade Indigenistas Associados (INA), que reúne servidores da Funai, as declarações de Marcelo Xavier são "equivocadas", uma vez que a dupla não chegou a entrar na área do Vale do Javari demarcado como terra indígena - portanto, não seria necessário pedir autorização alguma. "Não é verdade que Bruno e Dom tenham sido descuidados com solicitação de autorização de ingresso em terra indígena. Simplesmente, porque não ingressaram em terra indígena. A expedição realizada transcorreu nas imediações, mas não no interior da Terra Indígena Vale do Javari", disse a entidade, em nota.

Pereira está desaparecido junto com o jornalista britânico desde a manhã deste domingo, dia 05. Apenas na manhã desta terça-feira, dia 07, o Comando Militar da Amazônia, do Exército, e a Marinha mobilizaram aeronaves para intensificar a busca pelos dois desaparecidos. Os dois sumiram durante uma viagem de barco entre a comunidade ribeirinha de São Rafael e a cidade de Atalaia do Norte. Como mostrou o Estadão, Pereira foi mencionado em um bilhete apócrifo com ameaças, escrito por pescadores ilegais que atuavam na área e dirigido à entidade para a qual o indigenista trabalhava.

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