Quarta, 06 Novembro 2024 | Login

Mesmo que você ainda não conheça pessoalmente já ouviu falar nos pontos turísticos de Camaçari. Praias como Guarajuba, Itacimirim, Arembepe (principalmente pela fama da aldeia hippie), Jauá e Monte Gordo são alguns dos lugares bem procurados pelos visitantes.

Além das belas praias, a gestão do município vem investindo na promoção do turismo cada vez mais forte, o que inclui atividades esportivas e culturais, também. Diante dos impactos gerados pelo fechamento da Ford no complexo industrial, essa atividade ganha novas possibilidades de expansão e desenvolvimento econômico da região.

“O turismo em Camaçari vem vivendo um novo momento. A gestão está unida em trabalhar, fortalecer todos os 42 km de costa que nós temos. O prefeito Elinaldo entende a importância das atividades hoje para Camaçari. Com o processo de desaceleração da indústria, com o fechamento da Ford, nós temos hoje a atividade do turismo como uma atividade potente e fonte geradora de emprego e renda. Quando falo em turismo, não me refiro apenas ao turismo sol e mar, mas ao turismo étnico, rural, cultural, esportivo, de aventura, pois nós temos muitos produtos para ofertar ao turista. Entendemos também que o turismo indiretamente mexe com 52 setores da nossa economia, então ele movimenta toda uma cadeia de forma direta e indireta, o que gera desenvolvimento para toda a região”, ressalta a secretária do Turismo, Cristiane Bacelar.

Ações especiais
Rios, praias e infinitas belezas naturais são características também presentes na cidade mais industrializada da região. Isso pode impulsionar o estado e o país como destinos diferenciados para o turista que busca diversidade, aliada às riquezas natural e cultural. Para estimular o segmento há uma série de atividades promocionais relacionadas à Costa de Camaçari. Essas ações serão trabalhadas junto a mercados emissores tradicionais e potenciais nacionais e internacionais, através de participação em eventos turísticos; confecção de material promocional; propaganda e publicidade; uma ampla programação esportiva, abrangendo esportes terrestres e aquáticos, e a realização de Famtour e Famtrips (ações publicitárias voltadas para divulgar e promover um destino ou empreendimento).

Além disso, a prefeitura criou o projeto Costa de Camaçari, que contempla a sinalização turística, passando pela qualificação de agentes da cadeia produtiva (ambulantes, baianas, barraqueiros, dentre outros), infraestrutura, instalação de postos de informações turísticas, de banheiros públicos, postos salva-vidas, mirantes, além de promoção de cursos.

Certificações
Vale lembrar que o setor obteve um outro marco importante: as conquistas das certificações Bandeira Azul para as praias de Guarajuba e Itacimirim. Com as premiações de qualidade ambiental, Camaçari tornou-se o único município do Nordeste com dois selos. Esse feito, aumenta a visibilidade internacional da Costa de Camaçari, caracterizando-a como destino sustentável.

Para que uma praia seja contemplada com a certificação é preciso seguir rigorosamente 34 critérios, que têm como base quatro temas relacionados à gestão ambiental, educação ambiental, segurança e serviço, além da qualidade da água. O certificado Bandeira Azul ainda é considerado um dos mais importantes rótulos ecológicos internacionais de sustentabilidade, que é concedido às comunidades que se esforçam para gerenciar seus ambientes naturais.

Destaques do potencial turístico de Camaçari:

A Costa de Camaçari ganhou destaque na revista Turismo e Hospitalidade, publicação nacional da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A aposta na costa camaçariense foi case da edição do mês de junho de 2021, na qual foi ilustrada como potencial da Bahia para reverter a situação de crise pela qual o setor do Turismo atravessa, agravada pela pandemia. O reconhecimento veio por meio da Câmara Empresarial de Turismo (CET) da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo da Bahia (Fecomércio-BA).
Com o objetivo de educar as novas gerações sobre a importância e potencialidades da atividade turística para o município, foi retomado o projeto Turismo nas Escolas. A iniciativa visa promover o sentimento de pertencimento, a fim de que as pessoas entendam que todo esse universo, composto pela sede, costa, zona rural, pertence a Camaçari.

Camaçari integra a Câmara de Turismo da Costa dos Coqueiros, que é uma instância de governança turística regional e reúne oito municípios. A gestão municipal também tem dialogado com o estado em busca do fortalecimento do Turismo, a ideia é que seja realizado um projeto estratégico entre os governos.
Para fomento do turismo já foram firmadas parcerias voltadas para informação, capacitação e acesso às linhas de crédito com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e com o Banco do Nordeste. Além da implantação de capacitação em parceria com a Concessionária Litoral Norte (CLN).

Para unir esforços em detrimento da segurança pública da Costa de Camaçari, a prefeitura tem dialogado com a Polícia Militar com o objetivo de fazer um planejamento consolidado, com foco no Projeto Verão, para que a retomada do turismo no pós-pandemia seja com segurança.

* O Projeto Aniversário de Camaçari é uma realização do Correio com apoio institucional da Prefeitura de Camaçari.

Publicado em Bahia

Na Rua da Alegria está o luxuoso Hotel Vila Galé Mares, na Praia de Guarajuba, onde uma diária pode chegar até R$ 2 mil. E foi lá que dois casais depositaram suas expectativas para o final de semana dos sonhos. Uma psicóloga e um corretor de imóveis de Santa Catarina estavam em sua primeira viagem de namoro, enquanto um médico e um bancário recém-casados de São Paulo aproveitavam a lua de mel. Todos esperaram desfrutar de bons momentos, usufruindo de toda a infraestrutura de um resort all inclusive (tudo incluído). Mas na verdade viveram momentos de terror, após serem esmurrados por um outro hóspede, neste sábado (27).

A psicóloga Valentina Baldino, 30 anos, usou seu perfil na rede social Instagram nesta segunda-feira (01) para tornar pública as agressões que sofreu dentro Hotel Vila Galé. “Acreditámos que viveríamos bons momentos, numa estrutura muito boa, que teríamos experiências gostosas e não foi nada disso. Além do espancamento, sofremos com a assistência péssima do hotel. Não havia seguranças, nem equipe médica e fomos atendidos num posto de saúde. Para se ter uma ideia, depois que registramos o boletim de ocorrência na delegacia, o hotel queria que voltássemos no mesmo táxi com o agressor. Foram sonhos depositados que viraram frustação, um filme de terror”, desabafou a psicóloga por telefone ao CORREIO.

Valentina levou socos no olho esquerdo. “Não consigo enxergar ainda. Não sei quantos socos recebia, mas os outros hóspedes disseram que foram muitos. Sinto também muitas dores pelo corpo”, disse ela, que sofreu uma hemorragia ocular e um corte profundo abaixo do olho. Ela deixou o hotel nesta segunda-feira, junto com o namorado, o corretor de imóveis Augusto Amorim, 29, que também foi agredido, mas não sofreu lesões aparentes. Eles chegaram à Bahia na sexta para passar quatro dias.

A reportagem também conversou por telefone com o segundo casal, que ainda está hospedado no Vila Galé. O bancário Bruno Braga Figlioli, 31, teve lesão abaixo do olho. Já o marido dele, o médico Renato Hideki Inoue Akiyama, 32, sofreu um corte profundo na mesma região do corpo. “No primeiro momento muita indignação, uma sensação de impotência, angústia. Foi terrível. Sempre tive vontade de conhecer Salvador e a primeira vez que vim foi para fazer exame de corpo delito no IML (Instituto Médico Legal)”, declarou Bruno, fazendo referência quando saiu do hotel para fazer exame de lesões corporais no IML, no Vale dos Barris.

Os quatro acusam como o principal agressor, o empresário Leonardo Bruno de Oliveira Freitas de Aguiar, 29, natural da cidade Coromandel, em Minas Gerais, mas que atualmente vive no Distrito Federal, onde possui uma clínica veterinária. Em nota, a Polícia Civil informou que a 33ª Delegacia (/Monte Gordo) apura um desentendimento ocorrido num hotel em Guarajuba, envolvendo seis hóspedes, no sábado (27). “Quatro pessoas acusam um homem e uma mulher de agressões físicas e verbais. A confusão teria começado depois que o filho do casal jogou água no grupo, que reclamou do incômodo. A ocorrência foi registrada como lesão corporal”, diz nota da PC enviada ao CORREIO.

Ao CORREIO, o Vila Galé Marés informou, em nota, que repudia atos de violência, e garante que todas as medidas cabíveis foram tomadas pelo hotel. Veja a nota completa:

"A Vila Galé repudia e não compactua com qualquer ato de violência. Em mais de 30 anos de operação, nunca registramos algo desta natureza em nossas unidades.

Em relação a este incidente envolvendo um grupo de hóspedes no sábado (27/2), no Vila Galé Marés (BA), informamos que nossas chefias e seguranças foram até o local para intervir, a polícia foi chamada, e foi disponibilizado transporte para que os envolvidos fossem levados à Unidade de Ponto Atendimento mais próxima, rapidamente. Todas as medidas cabíveis foram tomadas. Adicionalmente, ambos grupos receberam a opção de transferência de hospedagem para outro hotel, em Salvador, incluindo a devolução dos valores de suas reservas, porém os dois grupos optaram por permanecer no resort até o término de suas hospedagens. O hotel está colaborando com a investigação em curso, a qual foi classificada como agressão mútua entre as partes. Informamos ainda que já foram adotadas medidas adicionais de segurança no hotel. A Vila Galé lamenta este incidente e segue à disposição para mais esclarecimentos.

Em relação à enfermaria, sim, o hotel tem, mas devido às circunstâncias, era importante ter uma assistência médica, até para assegurar que não haviam ferimentos graves.

Sobre o retorno ao hotel, também é mentira, pois seria humanamente impossível colocar dois grupos, cada um com 4 pessoas, ou seja, oito pessoas, no mesmo carro".

Agressão
O hotel Vila Galé Marés é um resort na praia de Guarajuba, a 60 quilómetros de Salvador e próxima à Praia do Forte. O hotel conta com 432 quartos e 96 chalés, cinco restaurantes, seis bares, spa, piscina interior, sauna, piscina de hidromassagem, banho turco e inúmeras salas para massagens e tratamentos estéticos, além de academia, campos de tênis e polidesportivos e desportos náuticos para a prática de surf, bodyboard, windsurf ou mergulho.

Por volta das 16h de sábado, a psicóloga Valetina e o namorado, o corretor de imóveis Augusto, estavam na piscina junto com o outro casal, o bancário Bruno e o médico Renato, com quem fizeram amizade de imediato. Eles estavam numa parte da água perto do bar, mas distante do empresário Leonardo Bruno que também estava na piscina junto com a família – quatro mulheres, entre elas mãe e mulher do acusado, além do filho dele de quatro anos e outras crianças. Apesar das regras do hotel quanto à proibição de música alta e protocolos contra a covid-19, o agressor e os familiares faziam “algazarra” sem qualquer intervenção da administração. “Os adultos estavam nitidamente muito bêbados. Nós estávamos em outro clima. Era a nossa primeira viagem, Bruno e Renato viviam a lua de mel deles. Já os outros estavam de bebedeira. Jogavam Iphones na piscina, derramavam cervejas e caipirinhas na água, gritavam, expunham as intimidades deles. Então resolvemos ficar um pouco mais afastados”, contou Valentina.

Cerca de 20 minutos depois, o filho do empresário se aproximou dos dois casais e começou a brincar na água, molhando-os no rosto acidentalmente. Então, Bruno foi até a avó e disse que a situação estava incomodando. No entanto, ao invés de recriminar, a avó teria estimulando a criança a continuar com a brincadeira. Ainda segundo Valentina, empresário partiu para a violência depois de usar o filho para provocar o grupo. O menino brincava com uma boia e, vez ou outra, esbarrava nela e o namorado. Ainda na piscina, a avó da criança não gostou da queixa e começou a insultar a psicóloga.

“Só lembro de alguém falando ‘bate neles, eles não gostam de criança’. Vieram três para cima de mim, recebi tapa no rosto, na cabeça. Segundo relatos, levei um soco empresário e da mulher dele. Depois ele me deu mais dois socos e o meu rosto abriu e o meu sangue estava na água. Saí da piscina, meu namorado veio atrás e ele foi atrás do meu namorado e bateu nele também”, contou a psicóloga. Na hora, Bruno e Renato saíram da piscina e começaram a pedir socorro, chamaram pelos seguranças, que não apareceram. “Nós fomos atacados porque não aceitamos um homem de 1,90 de altura, com uns quase 120 kq atacando uma mulher de 1,60 e 50kg”, contou Bruno.

A confusão durou cerca de meia hora. Os casais relataram que procuraram a administração do hotel. “Ninguém nos encaminhou ara enfermaria, acredito que o hotel não tem. Nos colocaram numa UPA e ninguém do hotel nos acompanhou. Depois, o hotel disse que teria que escutar os dois lados, que pela lei não poderia expulsar as agressões e que seria vontade dos agressores saírem do hotel”, disse a psicóloga Valentina. Ela e o namorado ajá constiotuíram um advogado e disseram que vão adotar todas as medidas cabíveis contra o agressor e o hotel. O segundo casal disse que também pretende acionar a justiça.

Outra Versão
O CORREIO teve acesso à versão que o empresário Leonardo Bruno prestou na delegacia. A ocorrência foi realizada no Plantão Metropolitano do prédio-sede da Polícia Civil, na Piedade. Segundo ele, o filho teria jogado água em Valentina, que passou a xingar e dizer que não gostava de criança. Disse que, durante discussão, Valentina começou a discutir com a mãe do menino e posteriormente deu um soco na boca dele e em seguida aproximaram três a quatro homens e começou a briga.

Publicado em Polícia

A assistente social Iandra Lira, 46, aluga casas em Imbassaí, no Litoral Norte da Bahia, há quatro anos consecutivos, sempre durante o verão. Este ano, no entanto, o veraneio ficou mais caro, em torno de 25%. “Geralmente todo ano aumenta, mas esse ano acredito que aumentou um pouco mais por conta da pandemia. É a velha procura e demanda. A procura está sendo muito maior e, por isso, eles aumentaram mais do que o normal”, estima Iandra. Geralmente, Iandra encontrava casas com quatro suítes em Imbassai por R$ 650 a diária. Hoje, o mínimo é R$ 800. O aumento no valor da diária, no entanto, chegou até 70% em Guarajuba, praia a cerca de 70 quilômetros de Salvador.

A tese da assistente social está correta. De acordo com corretores ouvidos pela reportagem, o número de interessados cresceu, o que fez os preços subirem. “Os preços subiram bastante e realmente a procura foi muito grande. Tem muita gente fugindo da pandemia. Então o movimento foi bem acelerado, ficou bem acima do ano passado”, revela o corretor Júlio César, 55, que mora em Guarajuba.

Segundo o diretor Noel Silva, do Conselho Regional de Corretores de Imóveis Bahia (Creci-BA), a demanda para o aluguel de casas de temporada teve alta de 50%. “A demanda aumentou exponencialmente. Principalmente nesse período de alta temporada, as pessoas estão cansadas de ficar em casa, apesar de necessário. Quem tem condição de alugar um imóvel desse não está pensando duas vezes”, explica o diretor.

Silva também pontua que dois novos tipos de veranistas surgiram esse ano: o que quis ter a praia no quintal de casa estando de home office e aquele que deixou de viajar para o exterior. “As pessoas estão alugando não só para efeito de lazer, mas também a trabalho. Tem gente vindo trabalhar, já que home-office virou uma coisa normal, principalmente entre empresários. Exatamente para essa finalidade de ficar perto do mar e ter mais conforto. Já que não pode aglomerar nem ter festa ou carnaval, as pessoas estão partindo para isso”, afirma o diretor.

Com as restrições sanitárias em meio a pandemia do novo coronavírus, o jeito foi trocar a viagem para o exterior pela Bahia. “A classe média alta e a classe alta, que todo ano viaja para a Europa e Estados Unidos, não está podendo por conta das restrições. Então praia é uma forma de eles buscarem lazer, e, no Brasil, praia é na Bahia”, conclui o diretor do Creci-BA. Particularmente, Noel esteve à procura de imóveis para passar o réveillon em Guarajuba, e ficou “assustado” com o aumento de preços: “Casa que alugava há um ano, um ano e meio, de alto padrão, por R$ 1 mil a diária, está hoje R$ 3 mil. Até eu que sou do mercado, fiquei assustado”.

Além disso, muitos dos proprietários que colocavam as casas para alugar não o fizeram este ano, para poder usufruir do imóvel. Com menos casas para ofertar, Juarez Rabelo, 43, basicamente dobrou o preço das diárias. Ano passado, encontrava-se a mesma propriedade por esse mesmo valor, porém, para o dobro da estadia, ou seja, 10 dias. Em novembro, uma diária chegou a custar R$ 10 mil, em uma casa na frente do mar de alto padrão e sete suítes. A mais barata, no período do Réveillon, por exemplo, foi R$ 14 mil por cinco dias. O crescimento no valor da estada foi de R$ 15 mil para R$ 18 mil, e de R$ 20 mil para R$ 25 mil.

“Esse ano houve uma diminuição nas casas que estavam para alugar, porque muitos proprietários desistiram de alugar e ficaram nas casas. A diária aumentou e não sobrou casa. Alugou tudo”, relata o corretor, proprietário da Guarajuba Imóveis, e que trabalha com imobiliária há 20 anos. Em todo o Litoral Norte, são 200 casas que ele tem disponível para alugar. Porém, em torno de 55 ficaram impossibilitadas para aluguel porque os donos as ocuparam.

A corretora Priscila Sastre, 41, dona da imobiliária Guarajuba Negócios há 10 anos, foi quem pontuou que seus imóveis tiveram aumento de 70%. Todos os anos, há um reajuste, e, por conta da procura, ele foi mais expressivo neste verão. “Esse ano teve mais por conta da procura, em torno de 70% em relação ao ano passado. Ainda está tendo muita procura, porque as aulas das crianças ainda não começaram. Porém, tivemos alguns cancelamentos”, afirma Priscila, que faz locação de 15 casas em Guarajuba.

Ela ressalta que o consumidor mudou um pouco de gosto: a busca pelos apartamentos, ao invés de casas, cresceu. Isso porque o público também se alterou. Se antes iam mais casais e amigos, hoje são mais famílias que alugam. “A procura maior é por apartamento, à beira mar ou à beira lago, e são famílias que vão com os filhos. A procura por casas deu uma reduzida. Antigamente, as pessoas preferiam mais casas, por irem em casais ou com amigos. Mas agora o apartamento virou um local de lazer para a família, porque o condomínio é quase um resort, com piscina, academia e restaurante”, esclarece a corretora.

As maiores diárias, segundo ela, são entre dezembro e fevereiro. Na alta estação, os preços variam de R$ 800, para um quarto e sala, a R$ 3 mil, em um apartamento de luxo, com cobertura. Já na baixa estação, os valores para os mesmos imóveis ficam entre R$ 450 e R$ 2 mil.

Há quem não sentiu o aumento, como a empresária Sandra Borges, 52. Ela achou o custo-benefício em Guarajuba este ano melhor do que em 2020, quando alugou uma casa em Barra do Jacuípe. “Sempre alugava em Barra do Jacuípe, mas, esse ano, consegui uma casa muito boa em Guarajuba e por um preço que consegui pagar, porque nos anos anteriores eram muito fora do meu orçamento”, conta a empresária. Ano passado, a casa em Jacuípe, com dois quartos e sem piscina custou R$ 5 mil por 10 dias. Já em Guarajuba, este ano, saiu por R$ 12 mil, 15 dias, uma casa com quatro suítes, ar condicionado em todos os quartos e piscina. “Achei bem mais em conta”, avalia.

O segredo foi alugar por mais tempo, pois o valor é diferenciado para quinzenas e para o mês. A escolha por Guarajuba foi por conta das praias. “Gosto das praias e por ser mais perto que a ilha. Aluguei um tempo em Itapatica, mas, como ficou perigosa e abandonada mudei para o Litoral Norte. A diferença esse ano foi que praticamente não fui à praia, ficamos mais na piscina e caminhadas pelo condomínio”, narra Sandra.

Já Iandra optou por Imbassai por conta da segurança e distância. “Sempre alugamos casa em Imbassai pela segurança, porque é condomínio fechado. E, por ser no Litoral Norte, fica perto de Salvador, então mesmo que a gente precise retornar pelo trabalho, a distância é pequena”, explica a assistente social. Este ano, assim como Sandra, o veraneio vai ser mais recluso. “O intuito é aproveitar mais a casa mesmo. Não tem muita badalação por conta da pandemia e só fica na casa pessoas da família, sem convidados”, narra Lira, que ficará com o esposo, a filha, os sobrinhos e a mãe deles. A estadia começou ontem e durará três semanas.

Cuidados com o contrato na hora de alugar casas
Para quem alugar uma casa de temporada, é preciso que as regras de uso do imóvel fiquem claras no contrato, como aconselha a advogada Lizandra Colossi, Colossi Oliveira Advogados Associados, especialista em contratos, direito imobiliário e de família. “O contrato é uma folha em branco, então depende muito do que o locatário quer. É preciso dizer de maneira muita clara que tipo de locação é essa, quantos dias vão ser, qual o objeto, ou seja, o que vamos colocar para locação”, instrui Colossi.

A advogada também explica que o proprietário deve descrever em detalhes os itens da casa, para facilitar que sejam conferidos depois. “É bom colocar um rol de itens da casa, como panela, talher, a miúde, em um anexo, para não ficar bagunçado. Porque no dia em que ele entrega a casa, ele verifica tudo. Infelizmente a gente não pode contar com a idoneidade da pessoa”, alerta Lizandra.

Para as locações durante a pandemia, a advogada especialista em contratos e mediação ainda orienta inserir uma cláusula que permita a rescisão do contrato. “Se o contrato ficou previsto para janeiro, mas na cidade onde a pessoa que alugou não está podendo entrar ou sair, é bom colocar no contrato uma cláusula prevendo que, em função das questões sanitárias da covid-19, o contrato possa ser rescindido sem ônus para as partes”, conclui Lizandra.

Pandemia aumenta procura por casas em locais de praia
Segundo a Airbnb, serviço de reservas de casas e apartamentos online, a pandemia fez aumentar a procura por locais de praia, e também de campo. “Locais com menor fluxo de pessoas, como casas de campo e em cidades menores de praia, ganharam a preferência dos hóspedes, longe de multidões ou alta rotatividade. No Brasil, desde maio, observamos no Airbnb um aumento da procura por casas inteiras no campo e em cidades menores de praia, a até 300 km dos centros urbanos, para ir de carro com a família, sem abrir mão do isolamento”, informa a empresa.

A Airbnb também disse que a higiene e limpeza ganharam relevância na decisão dos viajantes para a estadia. A plataforma reduziu ainda o número de hóspedes máximo permitido para 16, “para evitar aglomerações e contribuir para estadias responsáveis”. Além disso, a empresa dá orientações de boas práticas para quem for alugar, como o uso de máscara e prática do distanciamento social entre anfitriões e hóspedes. O perfil dos locatários são, em maioria, segundo a Airbnb, “famílias em busca de um refúgio fora da cidade grande, mais perto da natureza, e, ao mesmo tempo, com boa infraestrutura (como conexão à internet, etc), para conciliar férias com a família e trabalho em home-office", completa.

Vale do Capão e Praia do Forte são os destinos mais acolhedores da Bahia
Praia do Forte, no Litoral Norte, e Vale do Capão, na Chapada Diamantina, centro da Bahia, foram os destinos mais acolhedores do estado em 2020. As outras cidades baianas que compõem o ranking são Caraíva, distrito da cidade de Porto Seguro, no Centro-Sul baiano, Imbassaí e Morro de São Paulo. Os dados são do prêmio anual Traveller Review Awards, da empresa Booking.com, site de reservas de acomodações, enviados com exclusividade ao CORREIO. A premiação reconhece as propriedades parceiras que oferecem os melhores serviços e foram avaliadas com as melhores notas pelos viajantes.

Com relação ao tipo de acomodação favorito dos viajantes brasileiros, apartamentos lideram o ranking, sendo também a categoria mais premiada globalmente. A lista nacional segue com as pousadas, casas de temporada, hotéis e hospedagem domiciliar. Inclusive, uma pesquisa da Booking.com, realizada em julho de 2020 em 28 mercados e que envolveu mais de 20 mil entrevistados, revelou que 43% dos viajantes brasileiros os quais buscam destinos locais preferem ficar em casas de temporada ou apartamentos, em vez de hotéis. Em 2019, 60% dos respondentes optaram por hotéis. A empresa disse que não pode divulgar números e/ou variações de reservas por pertencer à Booking Holdings, que é listada na bolsa de valores.

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