Quarta, 06 Novembro 2024 | Login

Ainda não está tudo liberado, mas os protocolos sanitários da pandemia não pediam que tantos lugares estivessem desocupados numa missa tão importante. Foi o povo que resolveu não aparecer mesmo nesta quarta-feira (13), às 8h30, no Santuário Santa Dulce dos Pobres, para a celebração dos dois anos de canonização da primeira santa católica nascida no Brasil.

Em 2020, quando a pandemia estava mais severa e ainda não existia vacinação, apenas 228 fiéis participaram dessa mesma celebração, que teve a presença de três padres e do maestro José Maurício Moreira, 50 anos, o protagonista do segundo milagre de Santa Dulce oficialmente reconhecido pelo Vaticano. Houve quem tivesse que aguardar o fim da missa do lado de fora da igreja, para só assim visitar o santuário, por causa da lotação do espaço.

Já agora, numa missa com as mesmas característivas festivas, um segurança até fazia o controle da entrada das pessoas no santuário e media a temperatura dos fiéis, mas ele não seria necessário. "A expectativa é que as missas de agora de tarde sejam mais lotadas. Talvez por ser dia de semana e um dia depois do feriado o que tenha afastado as pessoas", lamentou um funcionário das Obras Sociais Irmã Dulce (Osid), que preferiu não ser identificado.

Para o frei João Paulo, o único padre que esteve presente nessa missa das 8h30, a lotação da igreja não era problema. "Estamos aqui para render graças, pois Deus nos presenteou em 2019 com essa canonização. Afinal, como passaríamos tudo o que vivemos em 2020 sem a presença de Santa Dulce?", questiona o padre, fazendo referência ao fato de que a canonização no Vaticano ocorreu pouco mais de cinco meses antes do início da pandemia de covid-19.

O frei também recordou que essa doença já vitimou mais de 600 mil pessoas em todo o Brasil, mas também que foi alcançado a marca de 100 milhões de brasileiros imunizados com as duas doses ou dose única da vacina. "Não poderia ser diferente. Ela que sempre acreditou na ciência, que sempre apoiou o trabalho hospitalar, da saúde pública, nos deu esse presente", disse, durante a homilia da Missa. É que as Osid foram uns dos locais que teve teste para a produção da vacina da Pfizer, usada em larga escala em todo território nacional.

Programação
Além das Missas que ocorreram pela manhã, o Santuário Santa Dulce dos Pobres, na Avenida Dendezeiros do Bonfim, vai ter Missas às 12h e 16h. Haverá também a pré-estreia do documentário “A Luz na Escuridão”, que conta a história do milagre que canonizou Irmã Dulce, nesta quinta-feira (14), às 19h.

Para participar da sessão, deve-se retirar o ingresso na secretaria do Santuário, entre os dias 07 a 13 de outubro, mediante a troca de 1kg de alimento não perecível. A aquisição do ticket pode ser feita de segunda a sexta-feira, das 7h às 13h e das 14h às 18h. Todo alimento arrecadado será utilizado na produção de quentinhas que serão distribuídas à população em situação de rua.
O documentário é produzido pela Mandacaru Filmes e dirigido por Toni Couto.

Além do diretor da obra, a pré-estreia contará com a presença do miraculado José Mauricio; da superintendente das Obras Sociais Irmã Dulce (OSID), Maria Rita Pontes; de profissionais da instituição; e de devotos e demais admiradores da vida e obra de Santa Dulce dos Pobres. O documentário foi contemplado pelo Edital de Arranjos Regionais do Fundo Setorial para o Audiovisual (FSA), através da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (SECULT-BA), na chamada pública realizada em 2016.

 

Publicado em Bahia