Literatur chega a Itacaré na Costa do Cacau
Nomes como Rogério Medrado, Matheus Peleteiro da Rocha, Amós Heber dos Santos, Rodrigo França, Val Benvindo, Gabriel Nascimento, Ludmila Singa, Roger Ferreira, Rick Trindade, Satta e a Chef Manu Nascimento estarão em Itacaré, desta quinta-feira (20) até sábado (22) na 2ª edição do Circuito Literário da Bahia, o Literatur.
Nestes dias estão programadas mesas como Por Que Ler Contemporâneos?, Fora Da Caixa, Pautando a Ancestralidade na Contemporaneidade, Narrativas de Vivências Diárias e Viagens para Além Daquelas que os Livros Proporcionam. Assim como na primeira edição, toda a programação será gratuita.
O evento também contará com rodas de conversas, apresentações musicais e teatrais, recitais e contação de histórias sobre diferentes temas. As riquezas naturais, turísticas e culturais da região, assim como seus costumes, artistas, sua gastronomia serão pontuados. Esta edição também contará com a participação de educadores da região e atividades com estudantes de escolas públicas.
Além de literatura, o evento traz as encantadoras ruas de Itacaré atrações musicais. Músicos locais dividem o palco com atrações como o samba da Sambaiana, nesta quinta-feira, dia 20, a voz forte de Clariana na sexta-feira, dia 21 e o reggae de Lutte no sábado, dia 22.
De acordo com os curadores, o escritor Edgard Abbehusen e a jornalista Camilla França, a ideia é ter debates que unam a difusão da identidade cultural do estado com o despertar do leitor a descoberta de novos locais a serem conhecidos por meio da experiência literária e turística.
O evento itinerante visa fomentar a importância da literatura para a propagação da cultura e do turismo de diferentes destinos no estado. A ideia é casar a leitura com as diversas opções turísticas da Bahia, a partir da escrita, vivências, experiências ou obras. Tudo isso com o olhar de personalidades baianas indicadas.
O Literatur foi lançado em maio deste ano e na sua primeira edição já reuniu nomes como Eliane Alves, Aldri Anunciação, Carla Akotirene, Jackson Costa, entre outros. O projeto é uma iniciativa da Mais Ações Integradas e conta com o patrocínio Estado da Bahia e apoio da Prefeitura de Itacaré.
Prefeitura de Itacaré determina retomada do uso obrigatório de máscaras
A Prefeitura de Itacaré anunciou a retomada da exigência do uso de máscaras de proteção cobrindo nariz e boca, para conter o avanço da covid-19 e de outras doenças respiratórias no município. A medida começou a valer na última segunda-feira (11). O decreto com as novas regras foi publicado no Diário Oficial do Município. De acordo com comunicado da prefeitura, a medida tem como objetivo zelar pela garantia do bem-estar e conservação da saúde pública dos seus munícipes devendo, quando necessário, adotar medidas, ainda que restritivas, que objetivem a diminuição dos riscos à saúde.
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, a retomada da obrigatoriedade do uso de máscaras levou em consideração o aumento significativo de casos positivos de covid no município de acordo com o último boletim epidemiológico constando 71 casos ativos, sendo dois internamentos. O decreto prevê o uso obrigatório de máscaras em unidades de saúde como: hospitais, clínicas públicas e privadas (incluindo odontológicas), Unidades de Pronto Atendimentos (UPAs), Unidades Básicas de Saúde (UBS), laboratórios e farmácias.
Também passa a ser obrigatório o uso de máscaras em estabelecimentos públicos e privados onde se prestam atendimento ao público, especialmente, pelos respectivos funcionários, servidores e colaboradores como: rodoviária, comércio em geral, rede hoteleira e estabelecimentos turísticos; transportes públicos e privados incluindo-se ônibus, taxis, vans, transportes alternativos, mototaxi, lanchas; igrejas e templos religiosos; creches, escolas e estabelecimentos de ensino.
No decreto também ficou recomendado o uso de máscara em ambiente externo com aglomeração de pessoas como eventos, shows e casamentos. E que nos estabelecimentos públicos e privados deve ser disponibilizado, de forma obrigatória, álcool 70% para as pessoas que frequentarem o local. Quem desobedecer a determinação está sujeito a penas dos crimes previstos nos art. 268 – Infração de medida sanitária preventiva e art. 330 – Desobediência, ambos do Código Penal Brasileiro. A pessoa que estiver apresentando sintomas gripais e quem teve contato com pessoas sintomáticas ou com confirmação da doença deve procurar a unidade de saúde mais próxima.
Soldado morto na Barra discutia com os colegas por divergências de opinião
Um garotão de farda. Assim foi definido por amigos e colegas da Polícia Militar o soldado Wesley Soares, morto no domingo, 28, no Farol da Barra após ter tido um possível surto psicótico, quando bloqueou a região por quatro horas e disparou tiros de fuzil . Wesley passou mais de três horas negociando com o Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), mas acabou morto ao atirar contra os policiais, segundo afirma o comando-geral da Polícia Militar. O PM foi atingido em pelo menos três regiões do corpo, incluíndo tórax e abdômen.
Colegas que trabalharam com o soldado afirmaram, nesta segunda-feira, 29, que, nos 13 anos na PM, Wesley sempre foi prestativo, brincalhão, sorridente e cumpridor de suas obrigações na 72ª CIMP (Itacaré). No entanto, nos últimos dias, estava nervoso, e o motivo, ainda segundo os mesmos colegas, seriam divergências políticas. O policial não concordava em fazer cumprir o fechamento do comércio, medida adotada para combater o avanço da pandemia.
“Ele era contra o fechamento do comércio, mas nunca deixou de cumprir as ordens. Fazia, mas sempre dizia que não estava correto, que o comerciante tinha que trabalhar”, contou ao CORREIO um policial da 72ª CIPM, que pediu para não ser identificado. Por telefone, o colega disse ainda que Wesley era calmo, mas que já há algum tempo discutia quando algum colega não compartilhava das opiniões dele.
O comportamento de Wesley no domingo deixou os colegas espantados. O soldado, antes de ser morto pelo Bope por volta das 18h30, invadiu o gramado em frente ao Farol, por volta de 14h20, desceu do veículo e começou a dar tiros para cima. “Nunca imaginávamos que ele fosse reagir dessa forma. Nunca apresentou surto no trabalho, não tomava remédio controlado, não usava drogas, não bebia. Era um cara da geração saúde. Nunca sequer levou advertência”, disse o colega.
Wesley trabalhou nas companhias de Itamaraju e Paulo Afonso. “Conheci ele lá em Paulo Afonso e depois vim para a unidade de Itacaré. Como a companhia é grande, a gente se encontrava nos plantões extras. E em todas as vezes, ele sempre demonstrou tranquilidade. A última vez que o vi, foi há dois meses e ele estava bem, sorrindo como sempre. Era um menino bom”, declarou outro PM da 72ª CIMP, que também optou pelo sigilo.
Família e amigos
Os parentes de Wesley estiveram nesta segunda-feira, 29, pela manhã no Instituto Médico Legal Nina Rodrigues (IMLNR) para a liberação do corpo. Eles estavam na companhia de advogados e prepostos da PM e da Associação dos Policiais e Bombeiros do Estado da Bahia (Aspra), mas não quiseram falar com a imprensa. O corpo do soldado foi liberado para a cidade de Itabuna, onde o ele residia, e foi sepultado ontem mesmo.
Uma vizinha de Wesley, que também pediu para não ser identificada, disse que era amiga do solado desde a infância. “Era um bom filho, amigo, irmão, gente do bem, muito positivo, muito doce”, acrescentou ela, que se mostrou chocada com a morte do amigo. “Está todo mundo em estado de choque, ainda mais porque ele foi criado na igreja pelos pais”, disse.
Perguntada se percebeu alguma mudança em Wesley nos últimos anos, a amiga respondeu que o que espanta é justamente ninguém ter percebido nada. “Nunca soubemos que ele agrediu alguém, que abusou do poder da farda”, afirmou.
Já a amiga Joseane Torres Santana, 28 anos, disse que Wesley dizia estar passando por problemas na corporação. “Ele dizia que estava se sentindo oprimido, mas não entrava nos detalhes”.
A amiga disse ainda ter se colocado à disposição do rapaz para o escutar e o aconselhou a buscar ajuda profissional. “Meu pai é policial militar aposentado e já precisou de tratamento psiquiátrico. Ele até disse para Wesley procurar ajuda psicológica fora da PM, pois senão ele só iria se prejudicar”,disse.
PM se diz surpresa
O governador Rui Costa (PT) publicou, também nesta segunda-feira, 29, um vídeo em suas redes sociais lamentando a morte do soldado Wesley. Rui disse ‘lamentar profundamente’ o desfecho da operação que tentava controlar o agente em aparente “descontrole emocional”.
“Quero lamentar profundamente o fato ocorrido neste domingo e ao mesmo tempo manifestar meus sentimentos à família do policial envolvido. Também quero estender minha solidariedade a todos os policiais que participaram da operação e colocaram suas vidas em risco”, afirmou Rui, que também criticou a "politização" da morte do PM.
A Polícia Militar afirmou que ainda não sabe o que motivou o possível ‘surto psicótico’ do soldado Wesley Soares. Em entrevista coletiva, o comandante da PM, coronel Paulo Coutinho, afirmou que não há conhecimento de nenhum fato que pudesse ter motivado a situação no Farol da Barra. "Estamos todos surpresos e atônitos com o que aconteceu", afirmou o comandante.
Ainda de acordo com ele, Wesley morava com a irmã em Itabuna e tinha terminado um relacionamento amoroso há três meses, mas de forma amigável. O PM tinha um comportamento exemplar e não havia apresentado problemas psiquicos antes. O coronel ainda acrescentou que estava em contato com a família do policial desde o início das negociações, e que ele mandou um helicóptero trazer as duas irmãs de Wesley para Salvador, ainda no domingo, para ajudar a convencer o PM a se entregar, mas que não houve tempo. Quando a aeronave estava pousando o tiroteio acontecia no Farol da Barra.
O comandante contou que uma das estratégias era tentar vencer o soldado pelo cansaço, mas que isso não foi possível porque ele atacou os militares que tentavam a negociação. Os primeiros tiros foram dados em regiões de imobilização, como pernas e braços, mas que o PM continou atirando mesmo depois de cair no chão. Sobre a ação do Bope, o comandante-geral explicou que não tinha como prever o que poderia ter acontecido caso os policiais não tivessem reagido aos disparos feitos por Wesley contra eles.