Ludhmila Hajjar recusa convite de Bolsonaro para vaga de Pazuello
A médica Ludhmila Rajjar disse ao blog de Andréia Sadi, nesta segunda-feira (15) que não aceitou o convite para assumir o Ministério da Saúde.
“Não aceitei”, disse a médica em mensagem de texto.
Ludhmila, que se encontrou com Bolsonaro no domingo (14) em Brasília, voltará ainda nesta segunda para São Paulo.
Deputados do Centrão, grupo de partidos da base aliada do governo na Câmara, têm pressionado pela saída do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. A atuação do ministro é criticada em razão do agravamento da crise sanitária no país causada pela pandemia de Covid-19.
Na quarta-feira (10), mesmo dia em que o Brasil atingiu número recorde de mortes em 24 horas, com 2.349 vidas perdidas, o ministro divulgou um vídeo em que reduzia novamente a previsão de doses de vacinas a serem entregues em março. No mesmo vídeo, afirmou que o sistema de saúde brasileiro "não colapsou, nem vai colapsar" (veja no vídeo abaixo).
O nome de Ludhmila Hajjar encontrava respaldo entre parlamentares – entre eles, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que é uma das principais lideranças do Centrão.
No domingo, Lira disse numa rede social que o enfrentamento da pandemia “exige competência técnica” e “capacidade de diálogo político” e que enxerga essas qualidades em Ludhmila. A médica é supervisora da área de Cardio-Oncologia do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e coordenadora de cardiologia do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo.
Bolsonaro também foi aconselhado a trocar Pazuello diante da volta do ex-presidente Lula ao cenário eleitoral. E ouviu de ministros do STF e da cúpula do Congresso defesa do nome da médica.
No entanto, após a revelação pelo blog de que ela era a principal cotada, a médica passou a ser alvo de ataques das redes bolsonaristas. Ela defende isolamento social e já disse que não existe tratamento precoce contra a Covid, por exemplo. Ou seja: vai na contramão do negacionismo do governo.