Sexta, 01 Novembro 2024 | Login

A humanidade produz anualmente cerca de 460 milhões de toneladas de resíduos plásticos e, sem medidas urgentes, o número poderá triplicar até 2060, segundo levantamento do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. A projeção é alarmante, e questionar como o problema pode ser resolvido é quase que uma resposta imediata, já que a matéria-prima é uma das maiores causas da poluição ambiental, mas também está presente na maioria dos nossos hábitos diários.

A engenheira ambiental Rosemary Mascarenhas, que integra o quando funcional da Empresa de Limpeza Urbana em Salvador (Limpurb), alerta que “a redução de resíduos é um esforço coletivo e, por isso, cada pequena ação já faz a diferença”. Então, nada de achar que “só eu fazendo não terá efeito algum”.

No Brasil, somente em 2022, a geração de resíduos plásticos chegou a 13,7 milhões de toneladas, cerca de 64 quilos por pessoa, conforme a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe). O ciclo de decomposição do plástico no planeta pode variar entre 20 e 600 anos.

Clichê ou não, dizer que a mudança começa por você é, sem dúvida, uma das respostas certas para a pergunta. Sabe o copinho descartável do cafezinho que você eventualmente toma ao longo do dia, o canudinho do suco, as sacolinhas que você traz do supermercado com as compras do mês, as dezenas de embalagens de cosméticos? Tudo isso pode ser evitado ou ganhar novos usos. Por isso, neste Dia Mundial do Meio Ambiente, o CORREIO traz uma lista ações simples que podem ajudar a reduzir o impacto ambiental causado pelo descarte de resíduos plásticos.

Como podemos contribuir:

Prefira produtos e embalagens recicláveis e/ou reutilizáveis; uma boa pedida é adotar xampu e condicionador em barra, por exemplo;

Fuja dos saquinhos do supermercado. Use sacolas retornáveis de tecido tipo lona para ser mais durável;

Tenha sempre à mão uma garrafa d’água e/ou copo reutilizável para ir recarregando sempre que precisar;

No trabalho, ‘adote’ um copo e/ou xícara fixa para a água, o café ou o chá;

Privilegie a aquisição de produtos cujas embalagens sejam feitas de vidro, papel e papelão. Produtos que podem ser reabastecidos com refil de embalagens recicláveis também é uma boa opção; várias marcas de cosméticos, por exemplo, já vendem seus produtos com esse propósito;

No caso de pessoas que menstruam, busque opções aos absorventes descartáveis, a exemplo de coletores ou calcinhas absorventes;

Se tiver condições substitua as fraldas descartáveis por fraldas de pano ou aquelas feitas de fibra de bambu que são de longa duração para serem usadas na ‘calça enxuta’;

Se o consumo de plástico for inevitável e não houve possibilidade de reutilização, faça o descarte correto. Em Salvador, os locais adequados podem ser consultados na página oficial da Limpurb;

Garrafas pet, por exemplo, podem se transformar numa hortinha suspensa muito legal num lugar da área de serviço que bata sol;

Por falar em plantas, que tal utilizar as cascas de frutas/ verduras/ovos e pó de café para fazer adubo natural? Basta juntar num pote na geladeira e, num caco grande, ir colocando e cobrindo com uma camada de terra e folhas para não atrair insetos; quando encher o vasilhame, deixe passar algumas semanas e verifique se a textura está uniforme. Se estiver, está na hora de usar;

Num país em que tanta gente passa fome, tente não desperdiçar comida. Só coloque no prato o que aguentar comer e reaproveite as sobras para novas preparações;

Por fim, tão importante quanto reduzir o uso de plásticos é tentar reduzir também o uso de água e energia. Procure aproveitar água da lavagem de roupas para lavar o chão, por exemplo.

 

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A ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), requisitou ao ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, que preste informações em até 48 horas sobre a revogação de regras de proteção a áreas de manguezais e restingas, determinada pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), presidido por Salles. A solicitação foi feita em uma ação do Partido dos Trabalhadores que pede a suspensão da resolução do Conama.

O despacho, proferido na quarta-feira, 30, destaca a urgência e relevância da questão. Rosa também pediu pareceres da Procuradoria-Geral da República (PGR) e da Advocacia-Geral da União (AGU), antes de decidir se concederá ou não a liminar pedida pelo PT.

"Diante da urgência qualificadora da tutela provisória requerida e da relevância do problema jurídico-constitucional posto, requisitem-se informações prévias ao Ministro de Estado do Meio Ambiente, a serem prestadas no prazo de 48 horas. Dê-se ainda vista ao Advogado-Geral da União e ao Procurador-Geral da República, no mesmo prazo", diz um trecho do documento.

Como o Estadão mostrou, a revogação dessas regras abre espaço para especulação imobiliária nas faixas de vegetação das praias e ocupação de áreas de mangues para produção de camarão. A resolução do Conama vem em um momento em que o conselho está controlado majoritariamente por ministérios e membros do governo federal.

Além da derrubada das resoluções sobre manguezais e restingas, o conselho também extinguiu uma terceira medida que exigia o licenciamento ambiental para projetos de irrigação. Outra mudança aprovada foi a permissão para queima de materiais de embalagens e restos de agrotóxicos em fornos industriais, substituindo as regras que determinavam o devido descarte ambiental do material. O conselho tem caráter consultivo e deliberativo sobre questões ambientais.

"Os riscos que tal situação traz ao meio ambiente são inúmeros, não sendo exagero destacar que o ser humano destrói em segundos aquilo que a natureza demora séculos para construir. A questão é urgente. A ausência normativa protetiva poderá ocasionar na atuação imediata de diversas destruições ao meio ambiente, sem qualquer espécie de sanção ou meio de desincentivo", escreveu na o PT na ação, assinada pelo advogado Eugênio Aragão, pelo senador Jacques Wagner (PT-BA) e pelo deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP).

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