Com mais uma final, Brasil tem recorde de medalhas em Olimpíadas
A vitória do Brasil diante da Coreia do Sul pela semifinal do vôlei feminino foi histórica. Com o resultado, o País bateu em Tóquio-2020 o recorde de medalhas em uma edição dos Jogos Olímpicos. A marca anterior havia sido conquistada na Olimpíada do Rio de Janeiro, em 2016, com 19 pódios.
Nos Jogos de Tóquio, o Time Brasil já colocou 16 medalhas no peito (quatro ouros, quatro pratas e oito bronzes) e tem mais quatro pódios garantidos. São duas finais no boxe, com Bia Ferreira e Hebert Souza, o futebol masculino, que decide o ouro diante da Espanha, e, claro, o vôlei feminino contra os Estados Unidos.
Esse número ainda pode aumentar, já que o hipismo brasileiro está na final por equipes dos saltos, e Isaquias Queiroz tem boas chances de conquistar uma medalha na canoa individual, prova de 1.000m. Ele é um dos favoritos e já garantiu a prata nos Jogos Olímpicos do Rio-2016.
Até o momento, o Brasil conquistou ouro com o surfista Italo Ferreira - primeiro campeão olímpico da modalidade -, a ginasta Rebeca Andrade, no salto, a dupla Martine Grael e Kahena Kunze - bicampeãs olímpicas na classe 49erFX da vela-, e Ana Marcela Cunha, na maratona aquática.
No individual geral, a atleta da ginástica artística Rebeca Andrade também conquistou a prata, assim como os skatistas Kelvin Hoefler, Pedro Barros e Rayssa Leal.
O bronze veio com os nadadores Fernando Scheffer e Bruno Fratus, os judocas Daniel Cargnin e Mayra Aguiar, Alison dos Santos e Thiago Braz no atletismo, a dupla de tenistas Laura Pigossi e Luisa Stefani e no boxe com Abner Teixeira.
Tóquio bate novo recorde de casos diários de covid em meio às Olimpíadas
Em meio às Olimpíadas, a capital do Japão e sede dos Jogos, Tóquio, registrou pelo terceiro dia consecutivo um novo recorde de casos de covid-19 em um só dia desde o início da pandemia. Nesta quinta-feira, 29, foram 3.865 pessoas infectadas com o novo coronavírus em últimas 24 horas. Na quarta-feira, 28, foram 3.177 pessoas diagnosticadas com a doença.
"Nunca experimentamos um aumento nas infecções dessa magnitude", disse o chefe de gabinete do governo, Katsunobu Kato, conforme noticiou a Associated Press. Novos casos não dispararam apenas em Tóquio, mas em todo o país, observou ele.
O Japão manteve seus números de casos e mortes abaixo de muitos outros países, mas sua média de sete dias está subindo e é de 28 por 100 mil pessoas em todo o país e 88/100 mil em Tóquio, de acordo com o Ministério da Saúde.
Diante do aumento de casos no mundo, impulsionados pela disseminação da variante Delta, identificada pela primeira vez na Índia, a China montou estações para aumentar os testes de trabalhadores em portos chineses, depois de uma onda de casos. As 171 novas infecções da variante são modestas em comparação com a Índia e alguns outros países, mas as contaminações rastreadas até o Aeroporto Internacional de Nanjing se espalharam para pelo menos dez cidades.
Segundo a Associated Press, os primeiros casos ocorreram entre funcionários e pessoas que passaram pelo aeroporto de Nanjing, que atende 30 milhões de passageiros por ano. Autoridades citadas pela mídia chinesa dizem que os funcionários do aeroporto podem ter sido infectados pelo manuseio impróprio do lixo, mas não disseram como o vírus pode ter chegado lá.
No combate ao vírus, o executivo da AstraZeneca, Ruud Dobber, afirmou, à Reuters, que a empresa farmacêutica está explorando novas opções para o futuro de sua vacina contra a covid-19. Segundo o executivo, a companhia terá melhor previsão sobre as mudanças no final de 2021.
Enquanto isso, a fábrica da Emergent BioSolutions recebeu aval do departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos (FDA, na sigla em inglês) para retomar a produção da vacina da Janssen. "Estamos orgulhosos de retomar a produção de lotes de vacinas covid-19", disse Robert Kramer, presidente-executivo da Emergent, em comunicado.
Resumo das Olimpíadas: futebol salva em manhã de derrotas e eliminações brasileiras
Dias de luta, dias de glória... A frase é boa para falar sobre os recentes resultados brasileiros nas Olimpíadas de Tóquio. Depois de uma manhã de terça com duas medalhas e vitórias importantes, o Brasil teve derrotas e eliminações nesta quarta. Só quem salvou foi o futebol masculino que, com a vitória sobre a Arábia Saudita, garantiu passagem para as quartas de final.
Entre as tristezas, o revés do vôlei masculino para o Comitê Olímpico Russo. Jogo em que já era esperada dificuldade, sabíamos que seria duro, diga-se de passagem, mas em se tratando dos nossos atuais campeões olímpicos, a expectativa é sempre de vitória. Também tivemos derrotas do handebol masculino e eliminações nas duplas mistas de tênis (com direito a provocação de Djokovic), tênis de mesa e natação.
Seleção nas quartas do futebol
Assim como a seleção feminina, a masculina segue para o mata-mata das Olimpíadas. Liderados por Richarlison, que marcou dois gols, o Brasil venceu a Arábia Saudita por 3 a 1 e passou para as quartas de final, onde enfrentará o Egito. O atacante se isolou na artilharia das Olimpíadas de Tóquio 2020, com cinco gols.
Nos outros resultados da rodada do futebol, dois rivais históricos ficaram pelo caminho e estão fora da disputa por medalhas. A Alemanha empatou com a Costa do Marfim, amargando terceiro lugar no grupo do Brasil. E a Argentina empatou com a Espanha e também deu adeus às Olimpíadas.
Desclassificações que renderam provocações dos jogadores brasileiros. Primeiro com um tchauzinho aos hermanitos em foto postada por Douglas Luiz. Depois, com uma cutucada de Richarlison nos alemães.
Rússia atropela Brasil no vôlei masculino
O vôlei masculino brasileiro sofreu sua primeira derrota em Tóquio. E foi justamente para um antigo calo no sapato, a Rússia - que joga sob o nome Comitê Olímpico Russo por causa do escândalo de doping no esporte do país.
Foi rápido e fácil: os atuais campeões olímpicos caíram em 3 sets a 0, parciais 25/22, 25/20 e 25/20. Mesmo resultado da queda para os mesmos adversários na Liga das Nações. Só que lá, a classificação às finais já estava encaminhada.
Nas Olimpíadas, a situação é diferente. O Brasil soma duas vitórias e cinco pontos na chave B e está em terceiro lugar no grupo, atrás dos Estados Unidos e da Rússia, que lidera com folga, invicta.
O Brasil volta à quadra nesta quinta-feira, às 23h05 (horário de Brasília). Para que a classificação às quartas não se torne um drama, precisa vencer os Estados Unidos. E na última rodada da fase, ainda encara a França. Os quatro melhores de cada grupo passam.
Brasileiros ficam longe do pódio na ginástica
A final do individual geral de ginástica foi disputada na manhã desta quarta e os brasileiros acabaram longe do pódio. Caio Souza começou bem e poderia entrar para o top 10 pela primeira vez, mas uma queda no solo e outra no cavalo com alças derrubou o ginasta para a 17ª posição, somando 81,532 pontos. Diogo Soares, de apenas 19 anos, acabou na 20ª posição em sua primeira final olímpica, com 81,198 pontos.
Daiki Hashimoto manteve a tradição japonesa na prova e faturou o ouro no individual geral, somando 88,465 pontos. A prata ficou com o chinês Xiao Ruoteng, campeão mundial em 2017, que somou 88,065. Atual campeão mundial, o russo Nikita Nagornyy completou o pódio, com 88,031 pontos.
Derrota sofrida de Calderano
Uma das derrotas que os brasileiros mais lamentaram nesta manhã de quarta foi do mesatenista Hugo Calderano. Ele já havia feito história ao se classificar pelas quartas de final - superando o melhor desempenho da história do país na modalidade (oitavas de final com o próprio Hugo em 2016 e de Hugo Hoyama em 1996).
Contra o alemão Dimitrij Ovtcharov, Calderano chegou a abrir 2 a 0 e 8/4 no terceiro set, mas acabou levando a virada. No quinto set, houve um momento icônico, em que o brasileiro abriu 7 a 1, mas acabou levando a virada - o que rendeu memes nas redes sociais com a famigerada derrota do futebol em 2014.
Hugo Calderano segue em Tóquio para a disputa da competição por equipes. A partir de domingo, ao lado de Gustavo Tsuboi e Victor Ishiy joga a competição na qual o país é cabeça-de-chave número 6. A estreia é contra a Sérvia.
Eliminação brasileira com provocação de Djokovic
E o espírito olímpico? Segundo o tenista Marcelo Melo, faltou um pouco a Novak Djokovic na vitória da dupla mista da sérvia sobre a brasileira, nesta quarta pela manhã. Djokovic e Nina Stojanovic venceram Melo e Luisa Stefani por 2 sets a 0, parciais de 6/3 e 6/4, eliminando os brasileiros.
O número 1 do mundo festejou bastante cada ponto durante todo o jogo. Algumas vezes, vibrava e gritava em direção à delegação brasileira que acompanhava o duelo. A postura não agradou Melo, que também foi acertado por um smash do sérvio nas costas.
- Não vou criar polêmica, mas quem viu o jogo entende o que eu quero dizer nas entrelinhas e outras coisas também. Tem certas coisas que eu não consegui entender para que. Estamos nas Olimpíadas, não fizemos nada, uma vez quase acertou a Luisa. Para mim tem que ter certos limites, mas não vou criar polêmica.
O sérvio se mostrou surpreso ao ser questionado em coletiva, mas evitou estender o assunto logo após soltar uma risada irônica.
- Melo disse que eu tentei provocá-lo? Sério? Não tenho nada a dizer sobre isso - disse o número 1 do mundo.
Quarta ingrata na natação
A manhã de quarta-feira foi ingrata para os brasileiros da natação. Vinícius Lanza e Caio Pumputis, nos 200m medley, e Larissa Oliveira, nos 100m livre, fizeram tempos fora dos 16 melhores em suas respectivas provas eliminatórias e ficam de fora das semifinais individuais.
O mesmo aconteceu com o revezamento 4x200m livre feminino. Aline Rodrigues, Larissa Oliveira, Naná Almeida e Gabi Roncatto fizeram o quinto tempo de sua bateria, com 7m59s50. Marca que também não foi suficiente para ficar entre as oito melhores que foram à final.
Jejum de vitórias no handebol
O Brasil está em situação delicada no handebol masculino após acumular sua terceira derrota em três jogos em Tóquio. Depois de perder para Noruega e França, agora a equipe caiu para a Espanha por 35 a 25 e permanece em quinto lugar no Grupo A da competição.
Mas há esperanças. A seleção ainda tem duas partidas pela frente no torneio olímpico. Primeiro, o time enfrenta a Argentina na quinta-feira, às 21h, e depois encerra a participação na fase de grupos diante da Alemanha no sábado, às 7h30h (horários de Brasília). Os quatro primeiros de cada grupo avançam às quartas de final.
Resumo das Olimpíadas: triunfos das mulheres no vôlei e no futebol
Depois das medalhas de Ítalo Ferreira no surfe e Fernando Scheffer na natação de madrugada, as emoções das Olimpíadas continuaram na manhã desta terça-feira no Brasil. As mulheres do futebol passaram pela Zâmbia e estão classificadas para as quartas de final, quando encaram o Canadá. No vôlei feminino, vitória mais suada que o esperado contra a República Dominicana.
Na natação, na vela e no tênis de mesa, os brasileiros avançaram nas fases classificatórias e são esperança de medalha ainda esta noite e nos próximos dias. Na ginástica, Simone Biles foi retirada da competição por equipes antes do fim e os Estados Unidos ficaram com a prata, atrás do Comitê Olímpico Russo. Confira tudo que rolou em Tóquio.
Marta e companhia conhecem adversárias nas quartas
Com várias reservas em campo, a seleção brasileira feminina venceu Zâmbia por 1 a 0, em Saitama, e terminou a fase de grupos em segundo lugar no Grupo F. Andressa Alves marcou, de falta, o gol da partida. O Brasil terminou com os mesmos sete pontos da Holanda, que goleou a China por 8 a 2 e ficou em primeiro pelo saldo de gols. Na próxima sexta-feira, a seleção brasileira vai enfrentar o Canadá, em Miyagi, pelas quartas de final.
Vôlei feminino vence no sufoco
O Brasil bateu a República Dominicana por 3 sets a 2 e continua invicto após dois jogos no vôlei feminino. O placar de 15 a 12 no quinto set dá a ideia do tamanho da batalha na Arena Ariake. Fernanda Garay deu mais um show, com 26 pontos, e ofereceu a vitória de presente para Carol Gattaz, aniversariante do dia. A jogadora completa 40 anos.
Natação garante mais duas finais
Depois da medalha de bronze de Fernando Scheffer, a natação conquistou vaga em mais duas finais. O quarteto formado por Luiz Altamir, Fernando Scheffer, Murilo Sartori e Breno Correia ficou em oitavo lugar nas eliminatórias e se garantiu na decisão do revezamento 4x200m livre. Nos 800m livre, Guilherme Costa ficou em segundo em sua bateria e garantiu raia na briga por medalhas com o quinto melhor tempo geral. O revezamento volta a nadar esta noite. Costa retorna à piscina na quarta-feira.
Calderano nas quartas do tênis de mesa
O Brasil fez história mais uma vez no tênis de mesa. Depois de dois mesa-tenistas nas oitavas pela primeira vez em Olimpíadas, foi a vez de Hugo Calderano conseguir uma classificação inédita para as quartas de final ao bater o sul-coreano Jang Woojin, número 12 do ranking.
Bons resultados também na vela
Uma das esperanças de medalha para o Brasil, Martine Grael e Kahena Kunze tiveram um bom primeiro dia na vela classe 49er FX feminino. A dupla brasileira começou mal, com uma 15ª colocação na primeira regata, mas se recuperou nas duas seguintes. Terminou em quinto na segunda regata e venceu a terceira e última do dia. Com os resultados, Martina e Kahena estão na terceira colocação geral.
Representante brasileiro na classe Laser masculina, Robert Scheidt fez duas boas regatas das três disputadas nesta terça. Em um dia recheado de paralisações e atraso nas provas, o experiente velejador ficou em terceiro na primeira regata do dia e em quinto na sexta e última. Na quinta regata, o paulista terminou em 17º mas a pior colocação é descartada no ranking geral.
Com os resultados, Scheidt subiu para a terceira colocação na tabela e está atrás apenas de Pavlos Kontides, do Chipre, e Matt Wearn, da Austrália. O brasileiro tem ainda mais quatro regatas pela frente para buscar a sexta medalha olímpica para o país.
Jorge Zarif teve bom início da primeira regata da vela Finn, mas desacelerou após a metade do percurso e caiu para a sétima colocação. O brasileiro chegou a liderar a prova até a quarta marca, porém perdeu o posto na reta final e caiu algumas posições. Velejador paulista ainda tem mais nove regatas pela frente para subir na classificação geral.
Na estreia da classe 49er, Marco Grael e Gabriel Borges disputaram apenas uma regata, porque as outras duas, que deveriam ter acontecido nesta terça-feira, foram adiadas. Eles terminaram na oitava colocação.
Ágatha e Duda perdem no vôlei de praia
A dupla Ágatha e Duda não conseguiu encaixar seu jogo e acabou derrotada pela dupla chinesa Wang/Xia por 2 sets a 0 (parciais de 21 a 18 e 21 a 14). O resultado leva as chinesas à liderança do grupo C, com duas vitórias e 4 pontos.
A situação da chave só será definida na última rodada, mas as brasileiras - que venceram na estreia - podem terminar ainda na segunda colocação em caso de vitória sobre a dupla canadense Bansley/Brandie. O jogo está marcado para as 9h (de Brasília) da próxima quinta-feira.
Simone Biles é retirada da prova por equipes
A estrela Simone Biles viveu um drama no Centro de Ginástica Ariake nesta terça-feira. Maior nome das Olimpíadas de Tóquio, a americana cometeu uma falha no salto, seu primeiro aparelho na final por equipes, e foi retirada dos outros aparelhos. Na reserva, ela torceu muito, mas viu as companheiras serem superadas pelas russas, encerrando uma hegemonia de mais de dez anos. Os Estados Unidos e Simone faturaram a prata. A Grã-Bretanha completou o pódio.
Com direito a samba, Ketleyn e Bruninho são porta-bandeira e mestre-sala na Olimpíada
Os atletas Bruninho e Ketleyn representaram o Brasil na abertura dos Jogos Olímpicos de Tóquio na manhã desta sexta-feira (23). Como porta-bandeira e mestre-sala, a dupla desfilou com a bandeira brasileira e muita irreverência - de chinelo de dedo, os dois chegaram a arriscar passos de samba.
Por conta da pandemia de covid-19, o Time Brasil levou somente quatro representantes para a abertura. Além dos dois atletas, estavam presentes também dois membros do Comitê Olímpico Brasileiro (COB).
"Felicidade muito grande representar cada um dos envolvidos. Finalmente esse dia chegou. É uma honra muito grande representar todos os que contribuíram para o judô ser o que é. É uma conquista do esporte brasileiro, e enfrentamos muitas dificuldades. É muito bom estar aqui, agora, para representar a construção dessa jornada", disse a judoca Ketlyen à Globo antes do início do desfile.
Bruninho, capitão da seleção de vôlei, também enalteceu a importância do momento. "A maior honra de qualquer atleta. Estou representando toda a geração do vôlei, o nosso Time Brasil, todos os brasileiros. É uma honra representar a equipe e ainda mais carregar a bandeira", disse.
Esse ano, o Comitê Olímpico Internacional pediu que os países escolhessem um homem e uma mulher para atuar no desfile. Por muitos anos, esse papel foi apenas de homens - o Brasil só teve uma mulher pela primeira vez em Sydney 2020, quando Sandra Pires, do vôlei de praia, foi escolhida.
Brasil dá show e goleia a China na estreia dos Jogos Olímpicos
Um recado direto para as próximas adversárias. A Seleção Brasileira feminina de futebol estreou nesta quarta-feira (21) nos Jogos Olímpicos de Tóquio e não deu chance para a China. Vitória espetacular por 5x0, com gols marcados por Marta (duas vezes), Debinha, Andressa Alves e Bia Zaneratto. Com a goleada, o Brasil ganha tranquilidade para encarar a Holanda na próxima rodada, sábado, às 8h, novamente na cidade de Miyagi, no Japão.
A técnica Pia Sundhage escalou um time ofensivo e, logo de cara, aprontou uma surpresa. Na lateral direita, Bruna Benites ganhou a vaga. O restante da equipe, no entanto, teve as peças esperadas, com um quarteto de frente formado por Duda, Marta, Bia Zaneratto e Debinha.
Apesar do início de primeiro tempo estudado, com as chinesas tentando impor a velocidade, principalmente com uma marcação apertada, o Brasil conseguiu escapar da marcação e abriu o placar logo aos oito minutos de bola rolando. Bia Zaneratto, atenta, roubou a bola e cruzou na medida para Debinha. A camisa 9 mandou de cabeça no travessão. No rebote, Bia limpou a jogada para Marta, que chegou batendo com força para balançar a rede.
Foi o 11º gol da camisa 10 em Jogos Olímpicos, se igualando a canadense Sinclair no ranking de artilheiras. Cristiane, que lidera a lista com 14 gols, não foi convocada para os Jogos de Tóquio.
O gol deu o alívio que as mulheres brasileiras precisavam para acalmar os ânimos das adversárias. Por isso, o segundo tento não demorou a aparecer e contou novamente com uma boa jogada de Bia Zaneratto. Ela escapou pelo lado direito e bateu forte. A goleira Peng Shimeng não conseguiu segurar e Debinha apareceu no rebote para ampliar, aos 21 minutos.
Logo no minuto seguinte, Andressinha por muito pouco não fez o terceiro. De fora da área, ela bateu colocado e procurou o ângulo esquerdo da goleira. A bola passou perto. Outra que também chegou perto foi a zagueira Érika, que tirou tinta da trave.
A China, acuada, só teve uma boa oportunidade nos 45 minutos iniciais. Miao Siwen arriscou de fora da área e a goleira Bárbara, de mão trocada, pulou para fazer uma linda defesa. Estava de bom tamanho no primeiro tempo.
Mais gols brasileiros
Após a chuveirada, a China voltou com mais vontade. Antes mesmo do intervalo, a técnica tirou a volante Wang Yan e optou pela entrada da atacante Wurigumula. Demorou um pouco, mas a substituição deu resultado.
Em somente seis minutos, foram dois lances de perigo. No primeiro, Wang Shanshan foi lançada na entrada da área e Bárbara precisou ser veloz para interceptar. Depois, a camisa 11 apareceu mais uma vez e acertou a trave. No rebote, Miao Siwen mandou por cima do gol.
Pia, com isso, reagiu. Andressa Alves entrou no lugar de Duda. No lance seguinte, o gol quase saiu. Debinha, uma das melhores em campo, recebeu na entrada da grande área e chutou no alto. A goleira Peng Shimeng espalmou e a bola ainda bateu no travessão. Na sobra, Debinha arriscou, mas a zaga chinesa conseguiu mandar para escanteio.
O jogo ficou lá e cá. E em uma falha de posicionamento da defesa brasileira, as chinesas quase diminuíram o placar. Por sorte, Bárbara espalmou o chute e a bola bateu na trave esquerda.
Aos 26 minutos da etapa final, Formiga deixou o campo para a entrada de Júlia Bianchi. A baiana, em sua sétima Olimpíada, chegou ao jogo de número 30 na competição. Ela está desde a estreia da modalidade, em Atlanta-1996.
Dois minutinhos depois, o Brasil decretou a vitória. Marta cruzou do lado direito para Bia Zaneratto, que tentou o chute e acabou sendo desarmada. A redonda, no entanto, caiu novamente nos pés de marta, que observou o canto aberto e mandou direto para a meta, marcando o segundo dela na partida e o 12º em Olimpíadas.
Ainda tinha tempo para mais. Andressa Alves, sempre ligada, deu um toque na frente e foi tocada pela defensora Wang Xiaoxue. A árbitra, em cima do lance, marcou pênalti. A própria Andressa foi para a cobrança, bateu forte no cantinho e fez o quarto gol brasileiro no confronto.
Já aos 43 minutos, Debinha, com sua velocidade característica, recuperou a bola e partiu pelo lado esquerdo. Ela cruzou rasteiro e Bia Zaneratto desviou de primeira para fechar o show em 5x0.
Ficha técnica: Brasil 5x0 China (Jogos Olímpicos de Tóquio) - Grupo F - 1ª rodada
Brasil: Bárbara, Bruna Benites, Érika, Rafaelle e Tamires; Formiga (Júlia Bianchi), Andressinha, Duda (Andressa Alves) e Marta (Ludmila); Bia Zaneratto e Debinha. Técnica: Pia Sundhage
China: Peng Shimeng, Luo Guiping, Wang Xiaoxue, Li Qintong e Li Mengwen; Wang Yan (Wurigumula), Yang Lina, Miao Siwen (Liu Jing), Wang Shuang e Zhang Xin; Wang Shanshan. Técnica: Jia Xiuquan
Local: Estádio de Miyagi, no Japão
Gols: Marta, aos 8, e Debinha, aos 21 minutos do 1º tempo; Marta, aos 28, Andressa Alves, aos 36, e Bia Zaneratto, aos 43 minutos do 2º tempo
Árbitra: Kateryna Monzul (Ucrânia)
Japão veta público em Tóquio nos Jogos Olímpicos após avanço da covid-19
O governo do Japão anunciou que Tóquio não receberá torcedores durante os eventos dos Jogos Olímpicos-2020. A decisão, entretanto, não é válida para outras províncias japonesas, que também receberão alguns outros eventos da Olimpíada. Neste caso, cada sede irá decidir se terá espectadores ou não. A decisão ocorre devido ao aumento no número de casos de infectados pela covid-19, especialmente pela nova variante Delta (indiana). A reunião teve a presença de membros do COI e do Comitê Organizador dos Jogos.
O anúncio foi feito na manhã desta quinta-feira por Tamayo Marukawa, ministra responsável pela organização do evento. A medida ocorre horas após a decisão do governo japonês de adotar o estado de emergência na capital do país durante toda a competição.
A Olimpíada ocorrerá de 23 de julho a 8 de agosto, e o estado de emergência estará em vigor até o dia 22 do próximo mês. Os japoneses estão preocupados com o avanço da doença e lentidão da vacinação no país. Atletas brasileiros já chegaram ao Japão.
Nos últimos dias, a cidade de Tóquio registrou um aumento do número de infectados pelo novo coronavírus, o que levou o primeiro-ministro, Yoshihide Suga, a tomar a decisão pelo estado de emergência. Porém, segundo ele, as medidas poderão ser revistas e, eventualmente flexibilizadas caso o sistema de saúde japonês apresente melhorias e caso a vacinação em massa da população japonesa apresente resultados promissores. Entretanto, para evitar que novos casos surjam, foi tomada a decisão de vetar a presença de público nas arenas. Apenas delegações e pessoal credenciado está autorizado.
A abertura da Olímpiada-2020 está marcada para o dia 23 deste mês. Porém, já haverão eventos esportivos antes desta data. A seleção brasileira feminina, por exemplo, entra em campo dia 21 diante da China, em duelo válido pelo Grupo F do futebol feminino. A modalidade de beisebol também terá partidas realizadas antes da tradicional cerimônia de abertura.
Associação de médicos japoneses pede cancelamento de Tóquio-2020
Uma associação japonesa de médicos pediu nesta terça-feira (18) o cancelamento dos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, adiados em um ano por causa da pandemia do novo coronavírus. Esta é mais uma entidade de classe do Japão que afirma que o evento esportivo pode agravar a situação sanitária já precária no país, atualmente afetado pela quarta onda de infecções da covid-19.
"Pensamos que cancelar um evento que tem o potencial de aumentar o número de infecções e de mortes é uma boa decisão", relatou em um comunicado oficial a associação, que tem quase seis mil integrantes.
Ao destacar que reservar leitos de hospital para os atletas não corresponderia à Carta Olímpica, a associação apela com veemência ao governo japonês, à cidade de Tóquio e ao Comitê Organizador dos Jogos de Tóquio-2020 que solicitem o cancelamento do evento ao Comitê Olímpico Internacional (COI).
Na semana passada, um sindicato de médicos que trabalham em hospitais do Japão considerou "impossível" organizar os Jogos Olímpicos com total segurança "no momento em que as pessoas no mundo inteiro lutam contra o novo coronavírus".
A 66 dias do evento, previsto para acontecer de 23 de julho a 8 de agosto, a população japonesa defende em sua maioria um novo adiamento ou o cancelamento, de acordo com todas as pesquisas. Mas o Comitê Organizador insiste que medidas de combate ao vírus muito rígidas e a proibição de torcedores procedentes do exterior permitirão que os Jogos Olímpicos aconteçam "com total segurança".
Além disso, os organizadores de Tóquio-2020 anunciaram nesta terça-feira que receberam 395 candidaturas de médicos do esporte e voluntários para ajudar, o dobro da estimativa inicial. Confirmaram também que no mês de abril solicitou os serviços de 500 enfermeiros japoneses para o evento, uma iniciativa que recebeu muitas críticas no Japão.
Relativamente menos afetado pela pandemia em comparação com outros países, com 11.500 mortes oficialmente registradas, o Japão sofre, no entanto, com um aumento de casos de covid-19, o que obrigou na semana passada o governo a ampliar o estado de emergência imposto em parte do país até o próximo dia 31.
O governo também é criticado pela lentidão de seu programa de vacinação, quando apenas pouco mais de 1% da população recebeu as duas doses do imunizante da Pfizer/BioNTech, a única autorizada até o momento no país.
Atletas passarão por testes diários de covid-19 em Tóquio-2020
Em uma reunião por videoconferência com o alemão Thomas Bach, presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), nesta quarta-feira (28), o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020 divulgou a segunda versão do livro de regras do evento, chamado de Playbook, que é um código de conduta com diretrizes a serem seguidas antes, durante e após a competição.
Entre as novas medidas estão a confirmação de testes diários nos atletas e em todos os envolvidos diretamente durante todo o período de disputa, além da proibição do uso de transporte público para evitar o contato com residentes no país.
A primeira versão do livro de regras, publicada em fevereiro deste ano, foi revisada e atualizada nesta quarta-feira diante do surgimento de novas cepas do novo coronavírus e da evolução da pandemia da covid-19 no Japão. Até os Jogos Olímpicos, de 23 de julho a 8 de agosto, novas regras poderão ser incorporadas ou atualizadas.
Entre as principais medidas anunciadas estão: todos os participantes devem fazer dois testes covid-19 antes do voo para o Japão; em princípio, os atletas e todos aqueles em proximidade com os atletas serão testados diariamente para minimizar o risco de casos positivos não detectados que podem transmitir o vírus.
As datas e horários serão definidos de acordo com a programação dos eventos esportivos; todos os outros participantes dos Jogos serão testados diariamente por três dias após sua chegada. Após os primeiros três dias e ao longo de sua estada, serão testados regularmente, com base na natureza operacional de sua função e nível de contato com os atletas.
Também nesta quarta-feira (28), a organização dos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020 resolveu adiar para junho a decisão sobre a presença ou não de torcedores locais para assistir aos eventos esportivos devido às incertezas ligadas a pandemia de covid-19. Os organizadores buscam alternativas para viabilizar a presença de espectadores, considerando que a presença de público estrangeiro já foi proibida.
O Japão entrou na semana passada em um novo estado de emergência por conta do avanço da covid-19 no país, com aumento de casos e mortes. O "lockdown" decretado na última sexta-feira impõe que as atividades esportivas aconteçam de portas fechadas, sem torcida.
Inicialmente, a fase emergencial está prevista para durar até o dia 11 de maio, em Tóquio e nos distritos de Osaka, Kyoto e Hyogo. A decisão permitirá que as autoridades solicitem o encerramento temporário de restaurantes, de bares e de centros comerciais com uma área superior a mil metros quadrados, de acordo com um plano elaborado pelo governo.
A 100 dias da abertura, Tóquio-2020 ainda tem muitas dúvidas
Depois de serem adiados em um ano por causa da pandemia do novo coronavírus, os preparativos para os Jogos Olímpicos de Tóquio entram em sua reta final faltando apenas 100 dias para a cerimônia de abertura. Devido à covid-19, os japoneses tiveram de fazer várias mudanças no planejamento inicial para evitar a disseminação da doença. As arenas estão prontas, mas a organização não foi concluída e várias perguntas continuam sem respostas.
Após meses de especulação, os organizadores decidiram em março que apenas os torcedores japoneses ou estrangeiros que moram no país terão permissão para assistir in loco aos eventos olímpicos na tentativa de controlar o novo coronavírus. Ainda não está definida a quantidade de torcedores que poderão acompanhar cada competição. Não é intenção das autoridades ter ginásios lotados. A cerimônia de abertura será no dia 23 de julho.
O governo japonês esperava atrair milhares de turistas durante os Jogos. Mas as autoridades concluíram que receber torcedores do exterior não seria possível, principalmente depois da detecção de variantes mais contagiosas do vírus em muitos países, entre eles o Brasil. Esta é a primeira edição dos Jogos em que é proibida a entrada de visitantes estrangeiros.
Os organizadores terão de reembolsar cerca de 600 mil ingressos vendidos ao público do exterior. Pesquisas apontam que boa parte dos japoneses se opõe à realização dos Jogos neste ano. O temor é de que a Olimpíada possa provocar um agravamento da pandemia. A aceitação ao evento melhorou um pouco depois que foi vetada a entrada de estrangeiros.
Ainda não foi anunciada qual medida será tomada em relação aos familiares dos atletas não japoneses. A tendência, no entanto, é de que eles sejam classificados como torcedores de outros países e, assim, também sejam proibidos de entrar no Japão durante os Jogos.
O COI (Comitê Olímpico Internacional) também decidiu cortar drasticamente o número de credenciais para as comitivas de autoridades convidadas. Assim, as delegações terão de ser enxutas, com menos assessores do que o habitual.
O presidente Jair Bolsonaro foi convidado para participar da cerimônia de abertura, mas, por causa da pandemia, não se sabe ainda se ele estará no Japão em julho.
A questão da vacinação contra a covid-19 é outro ponto que tem gerado controvérsia. O COI está pedindo aos atletas que tomem a vacina contra a covid-19, se possível. Mas os imunizantes não são um requisito para participar da Olimpíada.
Alguns países, como Israel, já admitiram que vão mandar competidores vacinados. Com o andamento da vacinação em muitos países, há a possibilidade de delegações inteiras serem vacinadas até a viagem. Os EUA, por exemplo, estão muito adiantados nesse processo. Mesmo os atletas vacinados terão de seguir os protocolos dos demais competidores durante a estadia em Tóquio.
O Japão começou a dar suas primeiras vacinas contra a covid-19 em fevereiro. As autoridades sanitárias reconhecem que, até a Olimpíada, grande parte da população local ainda não estará imunizada.
O Comitê Olímpico Norte-Coreano, por exemplo, informou que não participará dos Jogos de Tóquio. A Coreia do Norte é o primeiro país a anunciar que não enviará atletas ao Japão por causa da pandemia.
No mês passado, o Comitê Olímpico Chinês se ofereceu para colocar à disposição vacinas para todos os atletas que forem a Tóquio, e o COI se comprometeu a cobrir os custos. O COI, inclusive, vai pagar por duas doses extras da vacina que poderão ser dadas para a população de cada país, de acordo com suas necessidades.
O COB (Comitê Olímpico do Brasil) admitiu surpresa com o anúncio do COI e garante que sua intenção é respeitar o plano nacional de vacinação no País. O governo do Japão já anunciou que não participará do programa de vacinação patrocinado pelo COI.
Além da pandemia, outro desafio do comitê organizador é usar os Jogos para aumentar a representação feminina na sociedade japonesa. O ex-presidente do órgão Yoshiro Mori renunciou ao cargo em fevereiro após dizer que as mulheres falam demais nas reuniões. A nova presidente, Seiko Hashimoto, assumiu com a meta de aumentar a igualdade de gênero na diretoria executiva e usar o órgão como exemplo nacional.
"O mundo está assistindo e o comitê tem de agir rapidamente em relação à igualdade de gênero, diversidade e inclusão, para que isso leve a uma reforma governamental e social. Vejo como uma oportunidade de mudar o preconceito inconsciente e mudar a mentalidade de toda a nação", disse Seiko Hashimoto.
Vagas
O adiamento levantou vários pontos de interrogação com relação à classificação dos atletas. A Olimpíada vai reunir mais de 11 mil competidores de mais de 200 países. O COB estima que a delegação brasileira deverá ter entre 270 e 300 atletas. No momento, o Brasil tem 200 vagas garantidas. Para efeito de comparação, cerca de 600 atletas dos EUA, a maior potência olímpica do planeta, devem se classificar para os Jogos.
Muitas seletivas foram adiadas ou canceladas em meio à pandemia. A classificação de vários atletas permanece indefinida depois que a Federação Internacional de Natação anunciou a suspensão da Copa do Mundo - Pré-Olímpico de Saltos Ornamentais, o Pré-Olímpico de Nado Artístico e a seletiva de maratona aquática Todos os eventos seriam realizados no Japão e tiveram de ser adiados.
Eventos-teste dos Jogos também têm sido cancelados. Uma competição de polo aquático, por exemplo, não foi realizada porque árbitros não foram autorizados a entrar no Japão.