Governo envia PL para modificar lei orçamentária e assegurar reajuste de 9% aos servidores
O governo federal enviou ao Congresso projeto de lei (PL) para viabilizar o reajuste de 9% que será concedido aos servidores federais a partir de maio, conforme acordo assinado com representantes sindicais na semana passada. Mensagem presidencial publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta sexta-feira, 31, indica que o PL se trata de uma modificação no Anexo V da Lei Orçamentária de 2023 (LOA 2023).
"Essa alteração é necessária para a concessão do reajuste salarial linear de 9% a todos os servidores públicos federais, em cumprimento às exigências da Lei de Responsabilidade Fiscal, e para não alterar a dotação orçamentária total já prevista na LOA para o reajuste dos servidores, que é de R$ 11,2 bilhões", diz o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos.
O acordo entre governo e sindicatos também contempla aumento de 43,6% no auxílio-alimentação da categoria, que passará de R$ 458 para R$ 658.
O ministério explica que esse aumento será possível pelo remanejamento de despesa de pessoal carimbada para benefícios, o que já foi previsto no último Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias, divulgado pela pasta na quarta-feira, 22.
Uma portaria publicada também no Diário Oficial formaliza que o novo valor do benefício será de R$ 658, "com efeitos financeiros a partir de 1º de maio de 2023".
Presidente do PL, Valdemar diz que havia propostas de decreto golpista 'na casa de todo mundo'
Presidente do PL, Valdemar Costa Neto saiu em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que tem sido acusado de conivência com os atos golpistas de 8 de janeiro. O líder minimizou a minuta golpista encontrada na casa do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, e afirmou que propostas semelhantes circularam no entorno do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Segundo Valdemar Costa Neto, ele mesmo recebeu sugestões que apresentavam alternativas para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Valdemar disse que o ex-presidente, mesmo cobrado pela própria base, “não quis fazer nada fora da lei”. A declaração foi dada durante entrevista ao jornal O Globo.
“Ele nunca falou nesses assuntos comigo [sobre contestar a eleição]. Um dia eu falei: ‘Tudo que temos que fazer tem que ser dentro da lei’. Ele falou: ‘Tem que ser dentro das quatro linhas da Constituição’. Nunca comentei, mas recebi várias propostas, que vinham pelos Correios, que recebi em evento político”, disse Valdemar.
“Tinha gente que colocava [o papel] no meu bolso, dizendo que era como tirar o Lula do governo. Advogados me mandavam como fazer utilizando o artigo 142, mas tudo fora da lei. Tive o cuidado de triturar. Vi que não tinha condições, e o Bolsonaro não quis fazer nada fora da lei”.
“A pressão em cima dele foi uma barbaridade. Como o pessoal acha que ele é muito valente, meio alterado, meio louco, achava que ele podia dar o golpe. Ele não fez isso porque não viu maneira de fazer”, contou.
E concluiu: “Agora, vão prendê-lo por causa disso? Aquela proposta que tinha na casa do ministro da Justiça, isso tinha na casa de todo mundo. Muita gente chegou para mim agora e falou: ‘Pô, você sabe que eu tinha um papel parecido com aquele lá em casa. Imagina se pegam’”.