Após testes em baianos, Pfizer não quer vender vacina para o estado, diz secretário
O secretário de Saúde da Bahia, Fábio Vilas-Boas, usou seu Twitter para reclamar publicamente da fabricante de vacinas contra covid-19 Pfizer. Segundo ele, a empresa está se recusando a vender o imunizante ao estado.
Fábio lembrou que a vacina foi testada em 1.500 voluntários baianos e que havia conversas, em 2020, para a Bahia comprar doses.
"A Pfizer usou a boa fé de 1.500 voluntários baianos e agora recusa-se a vender a vacina para a Bahia. Em 2020 reuniram-se oficialmente com o governador Rui Costa para vender a vacina e a partir dali no preparamos. Apoiamos o centro de pesquisas da OSID (Irmã Dulce), investimos na montagem de uma rede de ultracongeladores e, agora, nos informam que venderam tudo pra outros países", relata.
Na cobrança o secretário também tuitou mensagens e inglês, sempre marcando o perfil oficial da empresa e mencionando Carlos Murillo, presidente da Pfizer Brasil.
Voluntários no escuro
Nesta quarta-feira (20), o CORREIO publicou uma matéria mostrando que os baianos participantes dos estudos envolvendo as vacinas da Oxford e Pfizer ainda estão sem saber se foram imunizados ou não. A dúvida acontece porque apenas metade dos voluntários receberam a vacina, enquanto outra parte recebeu um placebo.
Quando os laboratórios começaram a recrutar pessoas para testar seus imunizantes em desenvolvimento, uma das promessas é que os voluntários que receberam placebo seriam vacinados tão logo a substância em questão estivesse liberada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
A Pfizer ainda não foi aprovada no Brasil, mas muitos voluntários não sabem se podem – ou devem – tomar a Coronavac.
Já nesta quinta-feira, a Pfizer anunciou que todos os brasileiros que participaram do estudo serão vacinados ainda neste mês. Os baianos precisam buscar a Osid para receberem o imunizante.