Mais de 17 mil pessoas ficaram desabrigadas no RS após chuvas
Mais de 17 mil gaúchos precisaram deixar suas casas por consequência das fortes chuvas que afetaram o Rio Grande do Sul desde a última quarta-feira. O balanço foi divulgado pela Defesa Civil do estado, na noite de segunda-feira, 20. Desde o dia 15 de novembro, 13,2 mil moradores estão desalojados, enquanto 3,7 mil ficaram desabrigados em 158 municípios. Este foi o segundo evento extremo no estado em três meses.
A Defesa Civil gaúcha revelou também que foram registrados vendavais, enxurradas, inundações, soterramentos e uma microexplosão após intensa atuação de uma corrente de vento. As fortes chuvas foram responsáveis pela morte de quatro pessoas. Outras 63 ficaram feridas.
Nesta segunda-feira, o número de vítimas atingidas pelos temporais subiu de 194 mil para 227 mil. Também foram registrados 41 bloqueios totais ou parciais em rodovias estaduais, por consequência de erosões no asfalto, deslizamentos de terra e inundações.
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB) sobrevoou áreas atingidas para avaliar impactos e amparar as vítimas. Ele também se reuniu com lideranças das cidades de São Sebastião do Caí, Santa Tereza, Roca Sales, Muçum e Encantado, que estão entre as mais afetadas pelos temporais.
Leite afirmou que serão disponibilizados R$ 400 mil para os municípios em situação de emergência e R$ 600 mil para aqueles que estão em situação de calamidade pública.
"É difícil ter palavra de conforto diante desse segundo abalo, mas estaremos juntos fazendo o nosso melhor para a recuperação das nossas comunidades. Somos seres humanos e, portanto, haverá momento de choro e desesperança. Mas terá de ser muito breve, para somarmos forças pela reconstrução", disse Leite.
MTE assina pacto com entidades contra trabalho escravo no Rio Grande do Sul
O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, assinou nesta quarta-feira (24), em Porto Alegre, um pacto para adoção de boas práticas trabalhistas no intuito de erradicar o trabalho análogo à escravidão na vitivinicultura do Estado.
O pacto foi firmado com a Federação das Cooperativas Vinícolas do Rio Grande do Sul (Fecovinho), a Federação dos Trabalhadores Assalariados e Assalariadas Rurais do Rio Grande do Sul (Fetar/RS), o Ministério Público do Trabalho (MPT) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT).
O pacto ocorre após a fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego ter encontrado situações de trabalho análogo à escravidão no setor da produção de vinho, especialmente por empresas terceirizadas nas épocas de safra e de poda, tendo resgatado 296 trabalhadores somente este ano.
O Rio Grande do Sul ocupa o segundo lugar no país onde a prática ilegal teve mais trabalhadores resgatados em 2023, ficando atrás apenas de Goiás, que teve 372 resgates. No Brasil, somente nos primeiros quatro meses do ano, já foram resgatados 1201 trabalhadores de trabalho análogo à escravidão.
“É inadmissível falarmos em trabalho análogo à escravidão no Brasil. O pacto é um esforço, não só do governo e das empresas, mas deve ser um esforço de toda sociedade para erradicarmos essa prática tão perversa. Fere a todos e principalmente a imagem do país perante a comunidade internacional. É preciso dizer basta, não queremos trabalho análogo à escravidão. Precisamos de um novo padrão de comportamento da sociedade brasileira”, ressaltou o ministro.
Antes da assinatura do pacto, o ministro Luiz Marinho teve um encontro com o presidente da Assembleia Legislativa do RS, Vilmar Zanchin, juntamente com os deputados estaduais Matheus Gomes (Psol-RS) e Laura Sito (PT/RS) para entrega do relatório final da Operação Serra Gaúcha, que avalia as condições de funcionamento do sistema estadual de combate ao trabalho degradante no Estado e propõe medidas para erradicação do trabalho análogo à escravidão e promoção do trabalho decente no setor de vinicultura do Estado.