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O Ministério da Saúde anunciou uma ampliação em 30% dos valores destinados a custeio do Serviço Móvel de Urgência (Samu 192). O percentual representa, segundo a pasta, um incremento de R$ 396 milhões por ano nos repasses.

“Com o reajuste, o total destinado ao serviço passará de R$ 1,3 bilhão para R$ 1,7 bilhão por ano. O aumento busca minimizar a sobrecarga nos municípios e também é uma forma de incentivar a universalização do Samu 192, que desde 2013 não recebia atualização nos valores de custeio”, informou, em nota, o ministério.

De acordo com a pasta, um novo processo licitatório será concluído ainda este ano visando a ampliação da frota. O investimento previsto é de R$ 842 milhões para aquisição de 1.886 novos veículos, sendo que 1.633 unidades serão distribuídas para renovação de frota; 185 terão como destino novas unidades de Suporte Básico (USB); e 68 veículos servirão às novas unidades de Suporte Avançado (USA).

“O atual contrato para fornecimento de veículos ainda possui 239 novas unidades a serem entregues este ano. Os veículos serão usados para renovar a frota do Samu 192 referente aos anos de 2015 e 2016”, informou o ministério.

Os novos veículos serão distribuídas em 16 estados:
- 47 unidades para o estado da Bahia;
- 47 unidades para o estado de Minas Gerais;
- 33 unidades para o estado do Ceará;
- 29 unidades para o estado da Paraíba;
- 20 unidades para o estado de São Paulo;
- 15 unidades para o estado do Paraná;
- 12 unidades para o estado de Goiás;
- 12 unidades para o estado do Piauí;
- 8 unidades para o estado do Rio Grande do Sul;
- 5 unidades para o estado de Santa Catarina;
- 3 unidades para o estado de Roraima;
- 2 unidades para o estado do Maranhão;
- 2 unidades para o estado do Pará;
- 2 unidades para o estado do Rio de Janeiro;
- 1 unidade para o estado de Pernambuco;
- 1 unidade para o estado de Tocantins.

Publicado em Saúde

A central telefônica do SAMU 192 informou que já teve os atendimentos restabelecidos no início da tarde desta quarta-feira (28). O serviço estava fora do ar após o rompimento dos cabos de fibra ótica da empresa de telefonia que presta serviços ao município.

 

Por conta da suspensão, quem precisou acionar o Samu fez chamado pelo número 190, da Polícia Militar. O número do Fala Salvador, 156, também pôde ser utilizado para atendimento das ocorrências enquanto o número central do Samu não havia sido reativado.

A central telefônica do SAMU 192 informou que já teve os atendimentos restabelecidos no início da tarde desta quarta-feira (28). O serviço estava fora do ar após o rompimento dos cabos de fibra ótica da empresa de telefonia que presta serviços ao município.

Por conta da suspensão, quem precisou acionar o Samu fez chamado pelo número 190, da Polícia Militar. O número do Fala Salvador, 156, também pôde ser utilizado para atendimento das ocorrências enquanto o número central do Samu não havia sido reativado.
 

Publicado em Bahia

Um recorde quem vem sendo batido nas últimas semanas tem deixados as autoridades sanitárias preocupadas em Salvador: o número de pacientes na fila de regulação está 4 vezes maior do que na primeira onda da pandemia. No domingo (14), as equipes conseguiram regular 103 pacientes com covid-19 das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) para hospitais. Um número nunca visto desde que a pandemia começou, em março de 2020. Porém, nesta segunda (15), outras 137 pessoas amanheceram na fila aguardando por uma transferência. Mais um recorde.

Nesta segunda, durante a apresentação da Operação Chuva, o prefeito Bruno Reis comentou o cenário. “Nós regulamos, nas últimas 24h, 103 pacientes e, mesmo assim, amanhecemos com 137 pacientes aguardando regulação. Estamos falando de 240 pessoas. Esse é o recorde de toda a história da pandemia em Salvador. No ano passado, no pior momento da crise, esses números somados não passavam de 65 pessoas. Nós estamos em 240. Isso é quatro vezes mais”, afirmou Bruno Reis.

A maior demanda é por leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Dos 137 pacientes aguardando por regulação, 77 deles são pessoas adultas e três crianças à espera de uma UTI. Outros 53 adultos e quatro crianças precisam de uma acomodação na enfermaria. Os números surpreenderam até quem está habituado com o sistema.

Bruno Reis citou que a prefeitura tem 28 estruturas para atendimento a pacientes com covid-19, e voltou a afirmar que a abertura de novos leitos é o que tem evitado que o sistema de saúde entre em colapso, mas que a prefeitura está no limite e precisa contar com o apoio da população.

“Só abrir leitos não vai resolver o problema. É como se estivéssemos em uma tempestade tentando conter o alagamento com baldes, não será suficiente. Só vamos conseguir conter o avanço da pandemia se a gente conseguir parar de transmitir o vírus. Se as pessoas que estão com covid ficarem em casa não vão passar para ninguém, e quem está sem covid ficar em casa não terá o risco de contrair a doença”, disse.

Escalada
Os números estão crescendo desde o início de março. No primeiro dia eram 90 pacientes aguardando regulação nas UPAs. No dia seguiram, eram96 pessoas. No terceiro dia, 107 pacientes, e no quarto dia 117. Na quinta-feira (11), o número alcançou 129 pessoas, e se repetiu no dia seguinte. O secretário municipal de Saúde, Léo Prates, contou que o município tem adotado algumas estratégias para tentar evitar o caos.

“Estamos trabalhando com três manobras. Uma é a regulação dos próprios pacientes com coronavírus. A segunda, é o giro interno dentro das unidades. Tenho duas unidades que são problema em termo de pressão, as UPAs de Pirajá e dos Barris, então, seria retirar [a demanda] delas e passar para outras. A terceira manobra que estamos utilizando é tentarmos regular mais pacientes de UTI geral para possibilitar que a UPA fique vazia”, afirmou o secretário.

Ele citou outras duas manobras. Primeiro, a decisão de transformar quatro Unidades de Saúde Básica (UBS) em espaços para atendimento de pacientes com covid com quadro de saúde de menor gravidade. Isso aconteceu nas UBSs de Pirajá e Itapuã, que já estão em funcionamento, e do Imbuí e IAPI, que começaram a operar nesta segunda (15).

A segunda estratégia é deixar nove ambulâncias com equipes preparadas, quatro em Pirajá e cinco na UPA dos Barris, pra garantir leito de passagem, em caso de superlotação das unidades, até que surja uma vaga.

Publicado em Saúde

Em média, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Salvador recebe mil chamadas diárias. São 16 atendentes divididos em dois turnos de 12 horas para fazer a triagem das ligações, transferir para um médico e, se necessário, enviar uma equipe de atendimento. Toda essa correria funcionaria melhor se não fosse os cerca de 100 trotes recebidos por dia.

Apenas uma mulher foi responsável por 20 mil trotes feitos em três meses, em 2019. A informação é do médico e coordenador de Urgência e Emergência de Salvador, Ivan Paiva. Na época, ele participou de uma reunião com essa mulher, identificada apenas como Darci, e sua advogada. “Ela se comprometeu a não ligar mas voltou a fazer, principalmente, agora, na pandemia”, disse Ivan, que pretende encaminhar um documento relatando a situação para o Ministério Público da Bahia para averiguar se há a possibilidade de bloquear o número.

“O problema é que a gente tem que atender, não tem jeito. Nunca sabemos o que pode ser, até porque houve uma situação real em que ela precisou mesmo ser atendida. Então, a saída é registrar. Nosso sistema não tem uma forma automática de notificação”, relata Paiva. Ele calcula que Darci já tenha feito cerca de 40 mil ligações nesses três anos que passa trote para o Samu. “Ela utiliza o pseudônimo de ‘Yéssica’ e, às vezes, mais de um número telefônico. Nós suspeitamos que seja um problema mental dela, mas que acaba afetando a saúde mental dos nossos profissionais”, diz.

Insuportável
“É insuportável, faz a gente perder a paciência com as pessoas”, relata a atendente Luciana Magarão, que diz preferir atender um dia todo de ocorrências do que receber um trote. “Isso estressa muito”, completa. Enquanto Luciana conversava com o CORREIO por telefone, a equipe do Samu recebeu mais uma ligação de Darci. A reportagem tentou contato com ela, mas não obteve retorno.

Segundo Ivan Paiva, Darci aparenta ter por volta de 40 anos, é cuidadora de idosa e vive na região de Sete de Abril. “A gente descobriu, pois ela já ligou do telefone fixo da casa da idosa onde trabalhava. A advogada que a representa é filha dessa idosa”, disse.

De acordo com os atendentes, por conta da pandemia, houve aumento na quantidade de chamadas recebidas pelo Samu, o que aumentou o trabalho do grupo. Entre março e setembro desse ano, 200 mil chamadas foram realizadas. Mesmo com essa alta demanda, Darci continua fazendo ligações para a equipe. “Ela diz que somos os amigos dela. Não é um trote dizendo que está morrendo, algo convencional. É como se fizéssemos parte da vida dela. Ela liga pra nos dizer que vai tomar café, por exemplo. Se desligarmos, logo aparece outra chamada”, disse a atendente Elenice Ramos.

A equipe desenvolveu algumas estratégias para lidar com essa pessoa. “Quando a gente tem uma mesa livre, às vezes, a gente prende com a chamada dela. Ela passa horas no telefone e fica ouvindo nosso trabalho, quieta. Então, ela dorme e a gente escuta o ronco. Só nessa hora que a gente desliga e libera a mesa”, relata Luciana.

Das 200 mil chamadas recebidas pelo Samu durante a pandemia, 20 mil foram trotes. O número é alto, mas inferior ao que se obteve no mesmo período do ano passado, com 40 mil trotes - número que foi influenciado pelo período em que Darci ligou mais intensamente para a equipe. “Outros números também surgiram, como o 155 do Tele Coronavírus, que pode ter absorvido alguns trotes. O nosso volume de atendimentos também aumentou e isso dificultou os que queriam passar trotes, pois tinham que esperar mais na linha. Vamos esperar a pandemia passar para ver se essa tendência de queda permanece”, disse Paiva.

Trotes
Os atendentes do Samu classificam os trotes que recebem em três tipos: o de crianças que desejam brincar, de pessoas com prováveis problemas mentais e de adultos que inventam uma história que poderia ser verdadeira. Esse terceiro tipo é o pior, pois quando não identificado como trote, resulta no deslocamento de uma equipe de atendimento móvel para o local informado. “É muito frustrante quando chegamos no local e não achamos nada. Se vira rotina, começa a atrapalhar o andamento psicológico”, avalia o médico Rafael Marcelino, 30.

A atendente Elenice Ramos destaca ainda um outro tipo de trote que tem recebido, principalmente, durante a madrugada: de assédio sexual. “São tarados que ligam e começam a falar coisas inapropriadas”, lamenta. Marilene Cavalcante, 47, percebe que na pandemia aumentou a quantidade de pessoas que alegaram estar com falta de ar: “Só quando a equipe chega no local que percebe outro quadro de saúde e não o apontado”. No entanto, o médico Rafael Marcelino destaca que esse procedimento não é considerado trote: “Pode ser que ele esteja num estado de estresse psicológico que dê essa sensação de falta de ar.

Na linha de frente do combate à covid-19, os profissionais do Samu são responsáveis por realizar atendimentos de pessoas que estão em casa e precisam de suporte médico. Com mais gente em casa e hospitais sobrecarregados, a equipe viu aumentar o número de óbitos que ocorreram em residências. Segundo Ivan Paiva, de maio a julho de 2019, o Samu registrou 192 óbitos em casa ou na ambulância. Nesse mesmo período de 2020, houve um salto para 779, um aumento de mais de 300%.

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