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A Comissão de Educação do Senado aprovou um projeto de lei que cria o feriado de Santa Dulce dos Pobres, em homenagem a Irmã Dulce, que seria comemorado no dia 13 de março. O projeto é do senador Angelo Coronel (PSD-BA). A proposta ainda precisa ser analisada na Câmara dos Deputados e, caso aprovada, da sanção presidencial para entrar em vigor.

Irmã Dulce foi canonizada em outubro de 2019 e é a primeira santa genuinamente brasileira. Conhecida como "Anjo Bom da Bahia", Santa Dulce dos Pobres tem o dia 13 de agosto como data oficial de celebração.

13 de março, data proposta para o feriado, é quando ela morreu. O relator do projeto, senador Flávio Arns (Podemos-PA), ressaltou que esse dia já é tradicionalmente voltado à lembrança de Irmã Dulce na Bahia.

Trajetória da santa
Nascida em 1914 em Salvador, Maria Rita de Sousa Brito Lopes Pontes, que ficou conhecida como "anjo bom da Bahia", enfrentou as rígidas regras de enclausuramento da Igreja Católica para prestar assistência a comunidades pobres de Salvador, trabalho que realizou até a morte, em 1992.

Ingressou na vida religiosa como noviça na Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição, em São Cristóvão (SE). Em Salvador, passou a se dedicar a ações sociais. Em 1959, ocupou um galinheiro ao lado do Convento Santo Antônio e improvisou uma enfermaria para cuidar de doentes. Foi o embrião das Obras Sociais Irmã Dulce, que atualmente atende uma média de 3,5 milhões de pessoas por ano.

Milagre

Irmã Dulce teve dois milagres reconhecidos pelo Vaticano. Em 2001, orações em seu nome teriam feito parar a hemorragia de uma mulher de Sergipe que morreu durante 18 horas após dar à luz o seu segundo filho. Em 2014, o maestro baiano José Maurício Moreira voltou a enxergar após 14 anos de cegueira.

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Ainda não está tudo liberado, mas os protocolos sanitários da pandemia não pediam que tantos lugares estivessem desocupados numa missa tão importante. Foi o povo que resolveu não aparecer mesmo nesta quarta-feira (13), às 8h30, no Santuário Santa Dulce dos Pobres, para a celebração dos dois anos de canonização da primeira santa católica nascida no Brasil.

Em 2020, quando a pandemia estava mais severa e ainda não existia vacinação, apenas 228 fiéis participaram dessa mesma celebração, que teve a presença de três padres e do maestro José Maurício Moreira, 50 anos, o protagonista do segundo milagre de Santa Dulce oficialmente reconhecido pelo Vaticano. Houve quem tivesse que aguardar o fim da missa do lado de fora da igreja, para só assim visitar o santuário, por causa da lotação do espaço.

Já agora, numa missa com as mesmas característivas festivas, um segurança até fazia o controle da entrada das pessoas no santuário e media a temperatura dos fiéis, mas ele não seria necessário. "A expectativa é que as missas de agora de tarde sejam mais lotadas. Talvez por ser dia de semana e um dia depois do feriado o que tenha afastado as pessoas", lamentou um funcionário das Obras Sociais Irmã Dulce (Osid), que preferiu não ser identificado.

Para o frei João Paulo, o único padre que esteve presente nessa missa das 8h30, a lotação da igreja não era problema. "Estamos aqui para render graças, pois Deus nos presenteou em 2019 com essa canonização. Afinal, como passaríamos tudo o que vivemos em 2020 sem a presença de Santa Dulce?", questiona o padre, fazendo referência ao fato de que a canonização no Vaticano ocorreu pouco mais de cinco meses antes do início da pandemia de covid-19.

O frei também recordou que essa doença já vitimou mais de 600 mil pessoas em todo o Brasil, mas também que foi alcançado a marca de 100 milhões de brasileiros imunizados com as duas doses ou dose única da vacina. "Não poderia ser diferente. Ela que sempre acreditou na ciência, que sempre apoiou o trabalho hospitalar, da saúde pública, nos deu esse presente", disse, durante a homilia da Missa. É que as Osid foram uns dos locais que teve teste para a produção da vacina da Pfizer, usada em larga escala em todo território nacional.

Programação
Além das Missas que ocorreram pela manhã, o Santuário Santa Dulce dos Pobres, na Avenida Dendezeiros do Bonfim, vai ter Missas às 12h e 16h. Haverá também a pré-estreia do documentário “A Luz na Escuridão”, que conta a história do milagre que canonizou Irmã Dulce, nesta quinta-feira (14), às 19h.

Para participar da sessão, deve-se retirar o ingresso na secretaria do Santuário, entre os dias 07 a 13 de outubro, mediante a troca de 1kg de alimento não perecível. A aquisição do ticket pode ser feita de segunda a sexta-feira, das 7h às 13h e das 14h às 18h. Todo alimento arrecadado será utilizado na produção de quentinhas que serão distribuídas à população em situação de rua.
O documentário é produzido pela Mandacaru Filmes e dirigido por Toni Couto.

Além do diretor da obra, a pré-estreia contará com a presença do miraculado José Mauricio; da superintendente das Obras Sociais Irmã Dulce (OSID), Maria Rita Pontes; de profissionais da instituição; e de devotos e demais admiradores da vida e obra de Santa Dulce dos Pobres. O documentário foi contemplado pelo Edital de Arranjos Regionais do Fundo Setorial para o Audiovisual (FSA), através da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (SECULT-BA), na chamada pública realizada em 2016.

 

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