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Na Bahia, nas últimas 24 horas, foram registrados 390 casos de Covid-19 (taxa de crescimento de +0,03%), 308 recuperados (+0,02%) e mais 2 óbitos. Dos 1.548.151 casos confirmados desde o início da pandemia, 1.517.635 já são considerados recuperados, 592 encontram-se ativos e 29.924 tiveram óbito confirmado.

O boletim epidemiológico desta sexta-feira (27) contabiliza ainda 1.880.003 casos descartados e 334.482 em investigação. Estes dados representam notificações oficiais compiladas pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica em Saúde da Bahia (Divep-BA), em conjunto com as vigilâncias municipais e as bases de dados do Ministério da Saúde até às 17 horas desta sexta.

Na Bahia, 63.404 profissionais da saúde foram confirmados para Covid-19. Para acessar o boletim completo, clique aqui ou acesse o Business Intelligence.

Vacinação

Até o momento temos 11.613.334 pessoas vacinadas com a primeira dose, 10.683.788 com a segunda dose ou dose única, 5.851.867 com a dose de reforço e 212.072 com o segundo reforço. Do público de 5 a 11 anos, 937.152 crianças já foram imunizadas com a primeira dose e 476.398 já tomaram também a segunda dose.

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O Ministério da Saúde da Argentina investiga o primeiro caso suspeito de varíola do macaco (monkeypox) registrado no país. O comunicado foi feito no último fim de semana. Por meio de nota, a autoridade governamental disse que um morador da província de Buenos Aires entrou em contato com o serviço de saúde com sintomas "compatíveis com o da varíola do macaco". O paciente apresentou pequenas feridas em distintas partes do corpo e febre. A pessoa infectada acabou de retornar de viagem à Espanha, onde ocorreu um pequeno surto da doença.

Por conta da proximidade entre Argentina e Brasil, países da América do Sul que fazem fronteira, especialistas brasileiros estão atentos para uma possível chegada do vírus ao território nacional, embora nenhuma medida efetiva de contenção tenha sido tomada. O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) constituiu uma Câmara Técnica Temporária, nomeada de CâmaraPox MCTI, para monitorar os registros e o avanço do vírus pelo mundo. Já o Ministério da Saúde (MS) acompanha o caso suspeito de um brasileiro que está na Alemanha.

Na Bahia, a Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) garantiu que não há casos suspeitos. Questionada sobre o monitoramento ou adoção de algum protocolo especial de monitoramento e prevenção, o órgão não respondeu. Mas deu orientações de como os baianos residentes ou viajantes para países com registros podem escapar do contágio:

"Devem evitar o contato com animais doentes (vivos ou mortos) que possam abrigar o vírus da varíola do macaco (roedores, marsupiais e primatas); abster-se de comer ou manusear caça selvagem; higienizar as mãos com água e sabão ou álcool em gel; evitar a exposição ao vírus e evitar contato com pessoas infectadas; além de não usar objetos de pessoas contaminadas e com lesões na pele", respondeu a Sesab, em nota.

A infectologista baiana Clarissa Cerqueira acredita que o registro de um caso na Argentina deve alertar as autoridades sanitárias brasileiras e torna ainda mais provável a chegada da varíola de macacos ao país.

"Com certeza já é uma situação de alerta. Na Europa já era, porque é um vírus mais contido na África. Agora, chegando na América do Sul, com um mundo globalizado, contatos frequentes e todo mundo viajando, a chance de chegar aqui é grande", diz.

A médica ainda ressalta que o ideal seria ter protocolos para conter o vírus, mas, como os casos ainda estão no começo, é um momento de observação para as autoridades sanitárias.

Brasil em atenção

Desde a semana passada, especialistas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) que formam a comissão do MCTI entregaram informes técnicos relativos à monkeypox, detalhando quais são os meios de contágio e o que já se sabe sobre os registros em outros países.

Já o MS solicitou maiores informações à Organização Mundial da Saúde (OMS) e também enfatizou a não letalidade da doença.

"A varíola do macaco é doença viral endêmica no continente africano e que, até o momento, não há notificação de óbitos entre os casos detectados em países não endêmicos”, disse a pasta, por meio de nota.

Pelo mundo

O infectado por monkeypox na Argentina se encontra em um bom estado de saúde e em isolamento, recebendo tratamento para os sintomas, disseram nesta segunda-feira (23), as autoridades portenhas de vigilância sanitária.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou que espera identificar mais casos da doença à medida que países onde a ela normalmente não é encontrada aumentem a vigilância. Até sábado (21), 94 casos haviam sido confirmados e 28 suspeitas foram relatadas em 15 países que não são endêmicos para o vírus.
Na última sexta (20), a OMS convocou uma reunião de emergência para discutir o avanço do vírus na Europa.

Os casos confirmados já chegam a 37 em Portugal, após 14 pessoas terem a doença detectada nas últimas horas. As autoridades de saúde não descartam um aumento porque aguardam resultados de outras amostras. O número de casos confirmados no país disparou desde a quarta-feira (18), quando a Direção Geral de Saúde (DGS) de Portugal comunicou os primeiros cinco doentes.

A Inglaterra já tem 20 casos confirmados, de acordo com a última atualização de sexta-feira (20). A Agência de Segurança de Saúde do Reino Unido disse que o risco para a população britânica permanece baixo, e que pessoas com contato próximo aos casos confirmados devem se isolar por 21 dias.

O que é

A varíola do macaco é causada por um orthopoxvirus. É uma doença rara, transmissível por contato com animais e pessoas infectadas ou materiais contaminados. O vírus foi detectado pela primeira vez na República Democrática do Congo, em 1970, e se multiplicou em países da África Ocidental e Central.

Os sintomas incluem febre, dor de cabeça e erupções cutâneas que começam no rosto e se espalham pelo corpo.

De acordo com autoridades de saúde espanholas, a doença não é particularmente infecciosa entre as pessoas, e a maioria dos infectados recupera-se em algumas semanas, embora casos graves tenham sido relatados.

Dengue com catapora

A infectologista Clarissa Cerqueira explica que a varíola do macaco parece uma mistura de catapora com dengue, porque os sintomas incluem febre, dores de cabeça e no corpo e a sensação de fraqueza típicas da dengue, com as erupções na pele que lembram a catapora. A doença, ainda segundo a especialista, é da mesma família da antiga e conhecida varíola, que foi erradicada e tinha uma taxa de letalidade que a tornava perigosa no passado.

"Clinicamente, não tem muita diferença. São parecidas por serem de um vírus da mesma família. Uma das grandes diferenças é a mortalidade. A varíola erradicada é mais grave que a de macaco, que tem a maioria dos casos como assintomáticos”.

Uma das medidas preventivas para conter a varíola do macaco é a vacinação com o imunizante usando para a antiga varíola até 1973. Porém, quem já se vacinou antes, precisaria repetir a dose em um cenário ideal, segundo Clarissa Cerqueira.

"Como a vacina é de vírus vivo atenuado, em geral uma dose é suficiente para proteger para o resto da vida. Mas o ideal seria que todo mundo tomasse porque se passou muito tempo e, em situações de surto, pode ser que precise vacinar todo mundo. Eu diria que a gente deveria priorizar os não vacinados, mas também disponibilizar para aqueles que tomaram a vacina antes", completa.

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O aumento no número de casos e mortes de covid-19 e a queda no ritmo de vacinação estão levando municípios a retomarem a atenção com a pandemia. Muitos estão recomendando a volta do uso de máscara em locais fechados, como Londrina (PR), Petrópolis (RJ) e Poços de Caldas (MG), enquanto outros, como Belo Horizonte, cogitam retomar a obrigatoriedade da proteção individual.

O Brasil registrou 115 novas mortes pela covid na quinta-feira, 19. A média móvel de vítimas, que elimina distorções entre dias úteis e fim de semana, está em 113. O índice permanece acima de 100 pelo sexto dia consecutivo.


Em Belo Horizonte, duas escolas particulares anunciaram na quinta-feira a suspensão temporária das aulas presenciais em algumas turmas após confirmação de casos de covid-19. São elas os colégios Santo Agostinho e Sagrado Coração de Jesus, ambos na região centro-sul da capital mineira. As atividades seguirão em formato online nas duas turmas de cada instituição até que se completem os dias necessários para o retorno seguro de todos os estudantes.

Segundo protocolo da Prefeitura de BH, caso ao menos 10% dos alunos de uma mesma turma testem positivo, as atividades presenciais precisam ser suspensas por 10 dias corridos. Na quarta-feira, 18, a prefeitura divulgou comunicado alertando para a possibilidade de voltar a exigir máscara em locais fechados, apenas 20 dias após seu uso ter sido declarado opcional. O motivo é o aumento do número de casos na cidade.

O último boletim da cidade, divulgado dia 17 de maio, mostra aumento de 18% nos novos casos do novo coronavírus em sete dias. A incidência por 100 mil habitantes subiu de 38,3 para 45,1 no último domingo, 15.

O médico infectologista Unaí Tupinambás, integrante do extinto Comitê de Enfrentamento à Covid-19 de Belo Horizonte, diz que a liberação do uso de máscaras pela prefeitura foi precoce. "A gente que está na linha de frente percebeu que não era hora de abrir mão de máscara. Nossa proposta era manter a obrigatoriedade em locais fechados. Houve uma pressa de abolir tudo, as pessoas estavam cansadas, mas o que ocorria em outros países indicava que ainda não era hora de relaxar", afirmou o médico ao Estadão.


Ele defende que, neste momento em que as temperaturas caem, as novas variantes do coronavírus avançam e a vacinação de crianças e adolescentes está muito abaixo do ideal, as prefeituras de Belo Horizonte e de outras cidades repensem a forma atual de enfrentamento da covid-19. "Os testes diminuíram, o número de casos está subnotificado e vacinação de crianças está em ritmo lento", alerta. "Tudo conspira para piorar a situação", afirma Tupinambás.

A Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, informou que, "caso seja necessário e com base em dados epidemiológicos e evidências científicas, medidas serão prontamente adotadas, inclusive com revisão dos protocolos sanitários e retorno da obrigatoriedade das máscaras". Mas que, no momento, não há indicação de alteração nas medidas implantadas.

No Rio Grande do Sul, o governo emitiu na quarta-feira avisos para todas as 21 regiões do Estado em razão do aumento de casos de covid-19. Segundo o Grupo de Trabalho da Saúde, a incidência de casos quase dobrou, passando de 113,7 a cada 100 mil habitantes para 223,2 entre 7 e 17 de maio. O aviso é o primeiro nível do Sistema de Monitoramento do Estado. Depois, cada região precisa adotar planos de ação contra a pandemia. Há nove semanas, não havia nenhuma emissão de aviso no Rio Grande do Sul

Cobertura vacinal em ritmo lento
Divulgada na quinta-feira, 19, a nova edição do Boletim do Observatório Covid-19 Fiocruz reforça a preocupação com a estagnação do crescimento da cobertura vacinal na população adulta, além da desaceleração da curva de cobertura da terceira dose. A análise aponta que, na população acima de 25 anos, a cobertura no território nacional para o esquema vacinal completo é de 80%.


No entanto, em relação às faixas etárias, os dados mostram que a terceira dose nos grupos mais jovens segue abaixo da média considerada satisfatória. Nas crianças entre 5 e 11 anos, 60% tomaram a primeira dose e apenas 32% estão com esquema vacinal completo. Em relação à terceira dose, nas faixas etárias acima de 65 anos, a cobertura está acima de 80%. A quarta dose dos imunizantes foi aplicada em 17% da população com mais de 80 anos

"O cenário atual ainda é motivo de preocupação. A ocorrência de internações tem sido consistentemente maior entre idosos, quando comparados aos adultos. Além disso, o surgimento de novas variantes, que podem escapar da imunidade produzida pelas vacinas existentes, constitui uma preocupação permanente", alertam os pesquisadores.

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Reagentes necessários para realizar exames de RT-PCR para detecção simultânea de zika, dengue e chikungunya estão em falta parcialmente por conta da guerra na Ucrânia, informou nesta segunda-feira (16) a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab).

A vigilância das arboviroses é feita pelo Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen), além de 12 laboratórios municipais de referência, usando os reagentes fornecidos pela Coordenação Geral dos Laboratórios de Saúde Pública (CGLAB), do Ministério da Saúde. A quantidade de reagentes fornecidos não tem seguido o que está sendo solicitado, diz a Sesab.

O Lacen foi informado de maneira não oficial que o desabastecimento acontece por conta do lockdown em parte da Ásia, onde a matéria-prima dos insumos é produzida, assim como a guerra na Ucrânia, que compromete o transporte das importações mundialmente.

Até a regularização do fornecimento dos insumos, ou até a conclusão dos processos de compra, inaugurados pela Lacen na semana passada, as ações de vigilância laboratorial ficarão comprometidas na Bahia, diz a Sesab. A pasta iniciou processo para comprar todos os itens em quantidade crítica para manter estoques.

Atualmente, a Bahia tem nos estoques cerca de 6 kits com 96 testes de dengue cada, 6 kits com anticorpos IgM do vírus chikungunya, sem previsão para nova remessa, antígeno NS1 da dengue - sem restrição de insumos, além de cerca de 400 testes multiplex para detecção de dengue, zika e chikungunya. Além disso, o estado tem cerca de 500 reações para detecção de cada um dos vírus nos protocolos in house para RT-PCR single, mas não tem enzimas master mix em estoque, o que não permite a realização do teste.

O Ministério da Saúde foi procurado para falar sobre o desabastecimento denunciado pela Sesab e a resposta da pasta será incluída assim que for recebida.

Publicado em Saúde

Após mais da metade do período de campanha, em Salvador, apenas 4,8% do público-alvo para a vacinação contra o sarampo receberam o imunizante, o que corresponde a 10.144 das crianças de 6 meses a menores de 5 anos. Os baixos números acontecem em todo o estado. De acordo com a Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab), apenas 11,7% das crianças baianas foram imunizadas na campanha nacional que teve início no dia 4 de abril e vai até 3 de junho. A baixa adesão, somada ao surgimento de casos suspeitos da doença, vem preocupando autoridades.

Após um surto de sarampo em 2019, a Bahia não registra casos da doença desde 2020. Mas, em 2022, até agora, já são 52 casos suspeitos. Desses, 27 foram descartados e 25 seguem em investigação. O sarampo é extremamente contagioso e chega a ser seis vezes mais transmissível que a covid-19. A doença pode levar à óbito, principalmente, crianças com menos de 5 anos. Em 2022, já há casos confirmados da doença ao menos em São Paulo e no Amapá.

A técnica de vigilância epidemiológica da Sesab, Adriana Dourado, alerta para a queda da cobertura vacinal no estado. Segundo ela, em 2019, o percentual foi de 84,75%; em 2020, de 78,48% e, em 2021, o percentual caiu para 62,31%. Até agora, em 2022, a taxa está em 17,45%.

“São números muito baixos, o ideal era ao menos 95%. Isso preocupa porque, com níveis baixos, a partir do momento da entrada do vírus no território, fatalmente vamos conviver com um surto”, coloca.

A secretaria de Salvador também fez um alerta em relação à baixa cobertura vacinal contra o sarampo. Na capital, em 2019, a cobertura ficou em 71, 92%. No ano seguinte, em 68, 20%. Em 2021, uma queda acentuada para 24,11%. Com a campanha nacional em 2022, iniciada no dia 4 de abril, não somente a vacinação de crianças teve baixa adesão na capital.

Os profissionais de saúde de até 59 anos também podem se vacinar, mas, por enquanto, apenas 23.153 deles se vacinaram, o que corresponde a 16,24%. Na Bahia, o percentual de vacinação dos profissionais de saúde na campanha está em 21,05%, representando 78.815 pessoas. Vale ressaltar que, para as crianças, a vacinação está sendo aplicada como um reforço, ou seja, mesmo aqueles que já se vacinaram devem ir aos postos novamente.

De acordo com a coordenadora de imunização da Secretaria Municipal da Saúde, Doiane Lemos, a vacinação é a melhor forma de se proteger contra a doença. A gestora convoca pais e responsáveis a comparecerem aos postos de saúde para atualizar a situação vacinal das crianças.

“Uma cobertura vacinal favorável é de suma importância para quebrar a cadeia de transmissão e evitar que o vírus circule em nossa cidade. Infelizmente, ainda temos uma adesão muito baixa à estratégia e isso nos preocupa ainda mais. É necessário que pais e responsáveis levem as crianças até os postos de saúde para regularizar a situação vacinal dos pequenos”, explicou.

Os casos em investigação

Os 25 casos de sarampo em investigação na Bahia estão distribuídos entre os municípios de Lauro de Freitas, Camaçari, Água Fria, Ipiaú, Alagoinhas, Aporá, Barreiras, Caculé, Castro Alves, Correntina, Ibotirama, Irecê, Taperoá e Vera Cruz. Segundo a Sesab, os casos estão sendo monitorados e, a partir de uma confirmação, o estado entrará em nível 1 de alerta de acordo com o Plano de Contingência do Sarampo.

Em Vitória da Conquista, há três casos em investigação. Ao todo, já são 14 suspeitos no município, sendo 11 descartados. A vigilância epidemiológica do município emitiu um alerta para as unidades de saúde e tem reforçado a recomendação para que os profissionais de saúde e a população estejam em total alerta para qualquer caso suspeito de doença exantemática febril, relacionadas à erupções na pele.

“Estamos aguardando o resultado dos outros três. Já fizemos o inquérito de bloqueio vacinal no território, ou seja, vacinamos as pessoas que tiveram contato com os suspeitos”, diz Ana Maria Ferraz, diretora de Vigilância em Saúde do município. O órgão atribui o aumento à retomada do convívio escolar e à baixa vacinação contra a doença. Em 2021, a cobertura vacinal contra a doença no município foi de 63,29%. Neste ano, a cobertura está em 10,71%.

Os três casos estão em investigação em Vitória da Conquista ainda não entraram para o somatório total de 52 casos do estado feito pela Sesab. De acordo com a secretaria, os três devem ser adicionados ao sistema ainda esta semana, assim como casos de outros municípios que foram identificados durante a mobilização e busca ativa em curso.

Em Taperoá, também há três casos em investigação com resultado de primeira amostra de sorologia reagente (positivo) para sarampo. “Para os três serão coletadas segundas amostras de sorologia para avaliar a produção de anticorpos e será processada PCR pelo Laboratório de Referência Nacional da Fiocruz, no Rio de Janeiro”, informa Adriana Dourado.

A técnica de vigilância epidemiológica da Sesab explica os casos já descartados. “Primeiro são feitos testes de sorologia e, dando positivo, o de PCR. Tivemos alguns municípios com casos suspeitos que tiveram resultados preliminares de sorologia reagentes para sarampo. Imaginamos que são de uma reação cruzada entre vírus, ou seja, quando uma pessoa está infectada com outro vírus, como o da dengue ou da síndrome mão-pé-boca, e ele dá um falso resultado reagente ao ser cruzado com o vírus do sarampo”, diz.

Será a volta do sarampo?

O Brasil implantou, em 1992, o Plano Nacional de Eliminação do Sarampo e conseguiu alcançar, em 2016, o certificado da Organização Panamericana de Saúde (Opas). Mas houve retrocesso com a reinserção da doença no país em 2018. Na Bahia, foram registrados três casos de sarampo em Ilhéus em 2018 e, em 2019, houve um surto com 80 casos em 25 municípios.

Os últimos casos de sarampo no estado foram registrados em 2020 (7 casos), assim distribuídos: Lauro de Freitas (2), Juazeiro (1), Belo Campo (1) e Paripiranga (2). Em 2021, não foram confirmados casos de sarampo no estado. Nos últimos anos, apesar do surto, de acordo com a Sesab, não foram registrados óbitos pela doença.

O que é sarampo?

De acordo com informações do Ministério da Saúde, o sarampo é uma doença altamente contagiosa causada pelo vírus chamado Morbillivirus, que pode ser muito perigosa, principalmente para as crianças menores de 5 anos, deixando sequelas ou causando óbito. A doença se dissemina pelo ar e a transmissão ocorre de uma pessoa para outra, por meio das secreções do nariz e da boca expelidas ao tossir, respirar, falar ou respirar.

“É uma doença de alta transmissibilidade e alta mortalidade, principalmente entre crianças menores de 5 anos, mas também entre jovens de 20 a 29 anos. O potencial de transmissão do vírus do sarampo é de 1 para 18, ou seja, uma pessoa infectada pode infectar outras 18 pessoas. Numa comparação com a covid-19, por exemplo, a infecção é de 1 para 3”, destaca Adriana Dourado.

Para as crianças, algumas das possíveis complicações são: pneumonia (cerca de 1 a cada 20 crianças com sarampo), otite média aguda (1 em 10 crianças com sarampo e pode resultar em perda auditiva permanente), encefalite aguda (1 em cada 1.000 crianças podem desenvolver essa complicação e 10% destas podem morrer) e morte (entre 1 e 3 a cada 1.000 crianças doentes).

As complicações também podem ocorrer em adultos. A pneumonia é a principal delas. Outro alerta é para as gestantes: mulheres em idade fértil (10 a 49 anos) não vacinadas antes da gravidez podem apresentar parto prematuro e o bebê pode nascer com baixo peso. É importante se vacinar antes da gestação, pois a vacina é contraindicada durante a gestação.

A única proteção eficaz contra o sarampo é a vacinação, para interromper a cadeia de transmissão do vírus e erradicar a doença. Os tipos de vacina são: Dupla viral - Protege do vírus do sarampo e da rubéola. Pode ser utilizada para o bloqueio vacinal em situação de surto; Tríplice viral - Protege do vírus do sarampo, caxumba e rubéola; Tetra viral - Protege do vírus do sarampo, caxumba, rubéola e varicela (catapora).

Segundo a técnica de vigilância epidemiológica da Sesab, as crianças recebem a primeira dose com 1 ano e a segunda aos 15 meses. “O ideal é que as pessoas até 29 anos tenham duas doses. Dos 30 aos 59, devem ter ao menos uma dose. Quanto aos idosos, é preciso que cada caso seja avaliado por um médico”, diz. Vale ressaltar que, se a pessoa não recebeu a dose na infância, pode e deve procurar um posto de saúde. Quem já teve sarampo e não se vacinou também deve se vacinar.

Sintomas:

Febre acompanhada de tosse
Irritação nos olhos
Nariz escorrendo ou entupido
Mal-estar intenso
Manchas vermelhas no rosto e atrás das orelhas que, em seguida, se espalham pelo corpo (aparecem em torno de 3 a 5 dias)

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Sociedades médicas brasileiras esperam que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decida ainda este ano manter proibida a importação e venda de cigarros eletrônicos no Brasil. Em 2009, a agência publicou resolução proibindo os chamados Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEFs), que agora passam por processo de discussão e atualização de informações técnicas.

A Anvisa está na fase da Tomada Pública de Subsídios, aberta a receber informações técnicas a respeito dos cigarros eletrônicos. “Esperamos que até o fim do ano tenhamos essa decisão. Mas o nosso papel agora é entregar à Anvisa todas as evidências científicas comprovando os malefícios do cigarro eletrônico”, disse Ricardo Meirelles, da Associação Médica Brasileira (AMB).

A AMB, o Conselho Federal de Medicina (CFM) e entidades médicas, como a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), têm se unido em torno da proibição do comércio dos cigarros eletrônicos. Essas entidades alertaram a Anvisa sobre os prejuízos desse aparelho e têm lutado contra a informação falsa dos fabricantes, que afirmam que o cigarro eletrônico é alternativa mais saudável ao cigarro convencional.

“Vários estudos comprovam que os Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEFs) causam danos à saúde. Eles podem causar irritação brônquica, inflamação em quem tem doença pulmonar obstrutiva crônica (Dpoc). Essas pessoas não podem usar o cigarro eletrônico de maneira nenhuma”, afirmou Meirelles.

Aristóteles Alencar, da Sociedade Brasileira de Cardiologia, explicou que esses aparelhos produzem partículas ultrafinas. Essas partículas conseguem ultrapassar a barreira dos alvéolos do pulmão e caem na corrente sanguínea, provocando inflamação. “Quando essa inflamação ocorre no endotélio, que é a camada que reveste internamente o vaso, pode dar início a eventos cardiovasculares agudos, como o infarto e a síndrome coronariana aguda, a angina do peito”.

Esse tipo de cigarro, chamado de vapers pelos fabricantes, na intenção de desassociar à figura do cigarro, contém uma série de substâncias nocivas e cancerígenas. Eles trazem, em sua composição, substâncias como nicotina, propilenoglicol e glicerol, ambos irritantes crônicos; acetona, etilenoglicol, formaldeído, entre outros produtos cancerígenas e metais pesados (níquel, chumbo, cádmio, ferro, sódio e alumínio). Para atrair consumidores, são incluídos aditivos e aromatizantes como tabaco, mentol, chocolate, café e álcool.

“O efeito protetor que se atribuía ao cigarro eletrônico não existe. Em países que liberaram esses produtos há crescente aumento de doenças cardiovasculares na população abaixo de 50 anos”, disse Alencar. “Diferente do cigarro convencional, que demora às vezes 20 ou 30 anos para manifestar doença no usuário, o cigarro eletrônico tem mostrado essa agressividade em menos tempo”, completou.

Outra substância perigosa encontrada em muitos desses cigarros é o tetrahidrocarbinol, ou THC. “É a substância que leva à dependência do usuário da maconha”, explicou Meirelles. Segundo ele, os DEFs também podem conter óleo de haxixe e outras drogas ilícitas.

Jovens e propaganda
Adolescentes são alvos das fabricantes de cigarros eletrônicos. O design dos aparelhos e as essências oferecidas são pistas de que, apesar de indicarem o produto apenas a adultos, buscam chamar a atenção de jovens. A adoção de sabores mais infantis, a aplicação de cores na fumaça e até mesmo o design de alguns modelos não são atraentes ao público adulto.

“A estratégia do sabor, por exemplo. Por mais que digam que não é um produto para criança, eu não conheço um adulto que use o sabor algodão-doce. Ele é bem caracterizado com essa ideia da juventude”, afirmou Sabrina Presman, da Associação Brasileira de Estudo de Álcool e Outras Drogas (Abead).

Ela também cita a semelhança do aparelho com itens de uso diário de um estudante, como canetas ou pen drives. “O próprio formato do cigarro eletrônico se confunde com as coisas do jovem. Ele é mais moderno e muitos pais não conseguem identificar o que é caneta, o que é lápis e o que é cigarro”.

Paulo César Corrêa, coordenador da comissão de tabagismo da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), destacou que esses produtos são apresentados com slogans que tratam o cigarro convencional como ultrapassado e nocivo. A ideia é afastar essa má publicidade dos cigarros eletrônicos. Segundo ele, existem evidências de que há três vezes mais chances de pessoas que nunca fumaram passarem a fumar regularmente cigarros convencionais depois de usarem esses aparelhos.

Corrêa também alertou sobre a estratégia da indústria de cigarros eletrônicos em vender uma informação de que esse tipo de produto é menos nocivo que o cigarro convencional e que, portanto, trocar para os cigarros eletrônicos seria uma alternativa mais saudável. Ele, no entanto, alerta: cigarros eletrônicos não são apenas feitos de vapor e água.

“Ainda que não tenhamos a descrição completa dos riscos epidemiológicos, as evidências já existentes permitem dizer que o produto é extremamente perigoso e danoso à saúde individual e à saúde pública”.

Cigarro eletrônico
Os cigarros eletrônicos são aparelhos alimentados por bateria de lítio e um cartucho ou refil, que armazena o líquido. Esse aparelho tem um atomizador, que aquece e vaporiza a nicotina. O aparelho traz ainda um sensor, que é acionado no momento da tragada e ativa a bateria e a luz de led. Mas nem todos os cigarros eletrônicos vêm com luz de led.

A temperatura de vaporização da resistência é de 350°C. Nos cigarros convencionais, essa temperatura chega a 850°C. Ao serem aquecidos, os DEFs liberam um vapor líquido parecido com o cigarro convencional.

Os cigarros eletrônicos estão em sua quarta geração, onde é encontrada concentração maior de substâncias tóxicas. Existem ainda os cigarros de tabaco aquecido. São dispositivos eletrônicos para aquecer um bastão ou uma cápsula de tabaco comprimido a uma temperatura de 330°C. Dessa forma, produzem um aerossol inalável.

“Esses aparelhos expõem o usuário a emissões tóxicas, muitas das quais causam câncer”, explicou Cláudio Maierovitch, da Associação Brasileira de Saúde Coletiva.

Outro tipo de DEF se parece com um pen drive. São os sais de nicotina (nicotina + ácido benzóico). Esse tipo de cigarro provoca menos irritação no usuário, facilitando a inalação de nicotina. E, assim, provoca maior dependência. Os usuários desse aparelho têm pouca resposta ao tratamento convencional da dependência da nicotina. “Usar um dispositivo desse com 3% a 5% de nicotina equivale a fumar de dez a 15 cigarros por dia. Dispositivos com 7% de nicotina equivalem a mais de 20 cigarros por dia, cerca de um maço de cigarros”, disse Meirelles.

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Uma pesquisa inédita do Instituto de Química de São Carlos (IQSC) da Universidade de São Paulo (USP) aponta que o consumo excessivo de pipoca de micro-ondas que tenha diacetil, composto responsável por dar o aroma e o gosto amanteigado, pode causar Alzheimer.

Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores avaliaram cérebros de ratos que consumiram o composto por 90 dias seguidos.

Após esse período, os cientistas do instituto identificaram moléculas associadas ao Alzheimer no cérebro dos animais, além de outras alterações que reforçam a tese de que o consumo regular e em altas concentrações do diacetil pode gerar danos cerebrais.

“Nós observamos que realmente existe a tendência do diacetil causar danos ao cérebro. De 48 proteínas cerebrais que avaliamos após a exposição dos animais ao produto, 46 sofreram algum tipo de desregulação ou modificação em sua estrutura por conta do consumo prolongado do composto. Nós identificamos o aumento da concentração de proteínas beta-amiloides, que normalmente são encontradas em pacientes com Alzheimer. Além disso, outras alterações verificadas no cérebro dos ratos podem estar relacionadas ao surgimento de demência e câncer”, afirmou o doutorando do IQSC Lucas Ximenes, autor da pesquisa.

Segundo o pesquisador, o diacetil afetou tanto os cérebros de ratos machos quanto os de fêmeas, sendo que algumas regiões do órgão foram mais comprometidas, como o hipotálamo.

O estudo é inédito, segundo Ximenes. "Até então, não se sabia exatamente quais os possíveis efeitos e modificações que o composto poderia gerar no cérebro de organismos vivos, existem poucos estudos nesse sentido. Além disso, alguns trabalhos utilizam quantidades absurdas do composto, até 50 vezes maiores que a que é utilizada nos produtos. O que nós fizemos foi utilizar concentrações de diacetil mais próximas do que seria um consumo diário normal”, afirmou.

Os cérebros dos ratos foram avaliados com a ajuda de dois equipamentos. Um deles, chamado espectrômetro de massas, faz a leitura e gera mapas de calor dos órgãos, formando uma espécie de impressão digital dos cérebros. Com isso, é possível observar como e em quais regiões certas proteínas e o diacetil estão distribuídos.

Em uma segunda etapa, outro aparelho, chamado cromatógrafo, ajudou a determinar se essas proteínas sofreram alterações, como o aumento de sua concentração ou alguma mudança estrutural preocupante.

Os testes foram realizados com um total de 12 ratos, sendo que metade foi o grupo controle (que tomou placebo) e a outra metade ingeriu o diacetil. Agora, os pesquisadores do IQSC pretendem realizar novos testes com um número maior de animais.

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Começa nesta segunda-feira (4) a Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe. A meta do Ministério da Saúde é imunizar cerca de 76,5 milhões de pessoas até o dia 3 de junho, data prevista para encerramento da campanha.

Segundo a pasta, 80 milhões de doses da vacina Influenza trivalente, produzidas pelo Instituto Butantan e eficaz contra as cepas H1N1, H3N2 e tipo B, estarão disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS).

Etapas
Para evitar surtos da doença, que pode sobrecarregar os serviços de saúde e até levar à morte, a pasta alerta para a importância da vacinação dos grupos prioritários.

A campanha nacional ocorrerá em duas etapas. Na primeira, de hoje a 2 de maio, serão vacinados idosos com 60 anos ou mais e trabalhadores da saúde. A segunda, que vai de 3 de maio a 3 de junho, tem como público-alvo crianças de 6 meses até 4 anos, 11 meses e 29 dias; gestantes e puérperas; povos indígenas; professores; pessoas com comorbidades; pessoas com deficiência permanente; membros de forças de segurança e salvamento e das Forças Armadas; caminhoneiros e trabalhadores de transporte coletivo rodoviário de passageiros urbano e de longo curso; trabalhadores portuários; funcionários do sistema prisional; adolescentes e jovens de 12 a 21 anos de idade sob medida socioeducativa e pessoas privadas de liberdade.

No caso das crianças de 6 meses a menores de 5 anos que já receberam ao menos uma dose da vacina influenza ao longo da vida, deve-se considerar o esquema vacinal com apenas uma dose em 2022. Para as crianças que serão vacinadas pela primeira vez, a orientação é agendar a segunda aplicação da vacina contra gripe para 30 dias após a primeira dose.

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O Ministério da Saúde decidiu nesta sexta-feira, 1º de abril, incorporar no Sistema Único de Saúde (SUS) o primeiro remédio de eficácia comprovada para o tratamento de casos graves de covid-19. A inclusão havia sido recomendada pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) esta semana. Estudos realizados em vários países, entre eles o Brasil, mostraram que o baricitinibe reduz em 38% a mortalidade de pacientes hospitalizados.

O Olumiant, nome comercial do medicamento, é produzido pela Eli Lilly. Já é usado em mais de 70 países, entre eles o Brasil. É aplicado no tratamento de artrite reumatoide e dermatite atópica

Em setembro do ano passado, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou seu uso no tratamento de pacientes adultos de covid-19. São casos de internados que precisam de oxigênio por máscara, cateter nasal, alto fluxo ou ventilação não invasiva. Outros 15 países já fazem esse uso do remédio. Trata-se de um imunomodulador. Atua no sistema imunológico reforçando as defesas e bloqueando vias inflamatórias.

"O Olumiant é um medicamento já disponível no SUS para a indicação de artrite reumatóide, portanto já temos entregas acontecendo para o governo", lembrou o diretor de assuntos corporativos e regulatórios da Lilly, Orlando Silva. "O governo já tem estoque disponível para atender imediatamente os pacientes em ambas as indicações."

A eficácia da droga no tratamento da covid foi testada em dois estudos clínicos internacionais. Esses trabalhos envolveram mais de 2,5 mil pacientes em vários países, inclusive no Brasil. No País, foram testados 366 pacientes em dezoito centros clínicos em cinco estados. A dose recomendada é um comprimido de 4mg ao dia, por 14 dias. O custo é de cerca de R$ 3 mil pelo tratamento completo. Segundo o fabricante, em todo o mundo, cerca de 740 mil pessoas já foram tratadas com o remédio.

"Na covid, o aumento da gravidade da doença pode estar associado a um estado hiperinflamatório", explicou a gerente médica da farmacêutica, Camila Tostes. "Estudos realizados mostraram que, através da inibição das proteínas JAK1 e JAK2, o remédio reduziu a "tempestade de citocinas" associada às complicações desta infecção.

Além disso, o medicamento tem um papel na inibição das proteínas das células hospedeiras que auxiliam na reprodução viral, reduzindo a capacidade das células infectadas de produzir mais vírus."

Segundo relatório técnico da Conitec, os pontos favoráveis à incorporação foram os desfechos positivos nos estudos. Os trabalhos mostraram redução da mortalidade em pacientes hospitalizados. Houve ainda avaliações econômicas e análises de impacto orçamentário. Elas sugeriram que o medicamento é sustentável para o SUS. E mostraram que não há outras opções de tratamento disponíveis.

"É um remédio muito bom para casos graves de covid, a um custo plausível", afirmou a pneumologista Margareth Dalcolmo, da Fiocruz. "É um excelente imunomodulador."

O ministério ainda não informou sobre expectativas de compra do produto para distribuição na rede pública.

Na última quarta-feira, 30, a Anvisa aprovou também o uso emergencial do Paxlovid. É uma droga indicada para o tratamento de casos mais leves de covid-19.

O remédio, fabricado pela Pfizer, reduz em 89% o risco de internação e morte por covid. Já é usado nos Estados Unidos e em alguns países da Europa.

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O Ministério da Saúde afirmou nesta quarta-feira (30) que não pretende decretar o "fim da pandemia" de Covid-19 no Brasil nos próximos dias. A declaração vai contra a expectativa declarada pelo presidente Jair Bolsonaro, que citou em evento na Bahia que havia estudos para que isso ocorresse até 31 de março.

Em evento em Brasília, representantes da pasta esclareceram que não está na competência do ministério decretar o fim da pandemia, mas sim estipular a validade do decreto que instituiu "emergência sanitária nacional" por causa da Covid-19, em fevereiro de 2020.

Segundo a Lei 13.979/2020, que trata de medidas de enfrentamento da pandemia, um "ato do Ministro de Estado da Saúde disporá sobre a duração da situação de emergência de saúde pública" sobre o qual trata a legislação.

Para decretar o fim da emergência pública, segundo Queiroga, é preciso que ao menos três fatores estejam contemplados (entenda mais abaixo). Além disso, o ministro disse que Bolsonaro pediu "prudência", na análise da questão. A declaração de pandemia foi feita em 11 de março de 2020 pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Depois disso, países regulamentaram leis para determinar como seria o enfrentamento à doença.

Três pontos
Segundo Queiroga, para determinar o fim de emergência em saúde pública, é preciso fazer análises. Ele citou três pontos:

Cenário epidemiológico
Estrutura do sistema hospitalar
Ter à disposição determinados medicamentos que podem ter ação eficaz no combate à Covid-19 na sua fase inicial

"Precisamos analisar o cenário epidemiológico que, felizmente, cada dia ruma para um controle maior, com queda de casos sustentada na última quinzena, queda de óbitos. A segunda condição é a estrutura do nosso sistema hospitalar, sobretudo das UTIs. O terceiro ponto é ter determinados medicamentos que podem ter ação eficaz no combate à Covid-19 na sua fase inicial para impedir que essa doença evolua para a forma grave", explicou o ministro.

O fim da Emergência em Saúde Pública, no entanto, impacta em mais de cem medidas e portarias, que deixarão de valer com o fim da pandemia.

"Eu tenho a caneta, mas tenho que usar de maneira apropriada. O presidente pediu prudência. Não pode ser interrompida nenhuma politica pública que seja importante e fundamental ao combate da Covid-19", completou Queiroga.

De pandemia para endemia
Endemia é o status de doenças recorrentes, típicas, que se manifestam com frequência em uma determinada região, mas para a qual a população e os serviços de saúde já estão preparados.

Nas últimas semanas, o ministro da Saúde chegou a falar sobre o rebaixamento de pandemia para endemia, assim como o presidente Jair Bolsonaro. Em 16 de março, Bolsonaro afirmou que pretendia alterar, até 31 de março, o status da Covid-19 no Brasil.

"A tendência do Queiroga, que é autoridade nesta questão, tem conversado na Câmara de Deputados, parlamentares, também o Supremo, que é o órgão federal. A ideia é que até o dia 31, é a ideia dele, passar de pandemia para endemia e vocês vão ficar livres da máscara em definitivo", disse Bolsonaro.

Em 18 de março, Queiroga disse em Belo Horizonte que a pandemia deveria ser rebaixada para endemia até o início de abril.

"Estamos bem próximos de fazer isso, né? O presidente tem uma expectativa que isso aconteça agora no final de março, começo de abril. Precisamos ver a questão epidemiológica. O presidente Bolsonaro dá a nós, do Ministério da Saúde, autonomia muito grande para nós trabalharmos e os resultados destas políticas estão aí", disse Queiroga.

Desde março de 2020 a Organização Mundial de Saúde classifica como pandemia o cenário da Covid-19 no mundo. Em janeiro deste ano, o chefe da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, emitiu alerta aos líderes mundiais de que a pandemia de Covid-19 "não está nem perto do fim".

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