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O WhatsApp anunciou nesta quarta-feira (13) o lançamento global do recurso Canais, que permite que pessoas e empresas enviem mensagens para um número ilimitado de usuários em um "grupo", algo semelhante ao que o Telegram já oferece.

Com a novidade, o WhatsApp se torna também um canal de transmissão de informações em massa. A empresa afirma que o acesso à funcionalidade estará disponível para todos os usuários "nas próximas semanas".

Como funciona?
Os Canais vão aparecer em uma aba separada: "Atualizações", que, antes, se chamava "Status" (veja abaixo). Ali, além dos stories, será possível encontrar os Canais novos, mais ativos e os mais populares.

Quem pode ter um Canal
Em um primeiro momento, só estarão disponíveis Canais de parceiros selecionados e verificados, incluindo o g1.

"Em breve", todo mundo poderá criar seus "Canais", afirmou Guilherme Horn, chefe do WhatsApp para mercados estratégicos.
"Pessoas físicas e empresas poderão ter Canais sem limitação de participantes. Em outros países, nós já temos grupos com milhões de pessoas", disse Horn ao g1.

Sem criptografia de ponta a ponta
Diferente do Telegram, a ferramenta não permite comentários, apenas reações com emojis aos conteúdos enviados.

E, ao contrário das mensagens trocadas entre conta individuais e grupos, os Canais não são protegidos com a criptografia de ponta a ponta por padrão.

Horn disse ao g1 que o WhatsApp fará acompanhamento e moderação dos conteúdos que serão enviados.

"Estamos preparados para coibir qualquer tema ilegal. Temos uma equipe no Brasil e será um trabalho parecido com o que é feito no Instagram e no Facebook", afirmou o executivo.

Ele também explicou que os criadores não terão nenhuma informação dos participantes. Nem mesmo os contatos em comum poderão ver quais amigos e familiares estão em um canal.

E o 'WhatsApp Comunidades'?
Os Canais lançados hoje são diferentes do WhatsApp Comunidades, que foi oficializado no Brasil no início deste ano.

O objetivo do Comunidades é reunir vários grupos do WhatsApp sob um mesmo guarda-chuva. Assim, o recurso permite adicionar até 50 grupos em uma comunidade, suportando até cinco mil pessoas.

"No caso do Comunidades, são grupos diferentes para interação. Existe uma a interação ali. Nos Canais, é um broadcast (transmissão). Uma pessoa só comunicando e várias recebendo, então é uma distribuição diferente de conteúdo", diz o chefe do WhatsApp para mercados estratégicos.

Fonte: G1

 

Publicado em Tecnologia

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), multou o aplicativo de mensagens Telegram em R$ 1,2 milhão por descumprir a ordem para bloquear a conta do deputado bolsonarista eleito Nikolas Ferreira (PL-MG). Moraes mandou suspender o perfil do parlamentar e de outras personalidades em uma investigação sobre atos antidemocráticos, mas o aplicativo manteve a conta ativa e pediu a reconsideração da ordem.

Na avaliação do ministro do STF, ao descumprir a decisão, o aplicativo colaborou indiretamente com "manifestações criminosas".

"O descumprimento doloso pelos provedores implicados indica, de forma objetiva, a concordância com a continuidade do cometimento dos crimes em apuração, e a negativa ao atendimento da ordem judicial, verdadeira colaboração indireta para a continuidade da atividade criminosa, por meio de mecanismo fraudulento", diz o ministro no despacho.

A decisão afirma ainda que "não há qualquer justificativa" para a plataforma ter mantido o perfil no ar. O ministro também diz que o Telegram "questiona, de forma direta, a autoridade" da ordem judicial. "Como qualquer entidade privada que exerça sua atividade econômica no território nacional, a rede social Telegram deve respeitar e cumprir, de forma efetiva, comandos diretos emitidos pelo Poder Judiciário relativos a fatos ocorridos ou com seus efeitos perenes dentro do território nacional".

'Censura'

Ao Estadão, Nikolas Ferreira disse que não teve acesso ao processo e que não sabe qual foi a motivação de Moraes. Ele afirmou ver a decisão como uma forma de censura. "É proibido falar no Brasil", disse. "Discordo da posição do ministro, concordo com a posição do Telegram de que isso é uma censura", afirmou.

O parlamentar também classificou a multa imposta por Moraes ao Telegram como "deplorável". "É multa para quem toma uma decisão diferente da dele. Realmente é um estado de exceção que a gente está vivendo", afirmou. "Um parlamentar, com a votação expressiva que eu tive, não pode se comunicar por meio das redes", disse.

Em 2022, Nikolas Ferreira foi o candidato a deputado eleito com a maior quantidade de votos do País - 1,47 milhão. É o terceiro deputado mais votado da história da Câmara.

'Desproporcional'

O Telegram chamou a decisão de "desproporcional" e, ao pedir a reconsideração da ordem de suspensão da conta do parlamentar eleito, sugeriu que o ministro enviasse as publicações supostamente criminosas para que fossem pontualmente bloqueadas

Não é a primeira vez que a plataforma entra na mira da Suprema Corte. No ano passado, após ignorar sucessivas citações judiciais, o Telegram chegou a ficar sob ameaça de perder o direito de operar no Brasil, porque não tinha um representante legal no País e por não colaborar com as medidas de combate à desinformação na eleição.

Procurado, o advogado Alan Campos Elias Thomaz, sócio do escritório que defende o Telegram no Brasil, afirmou que não comenta processos envolvendo clientes.

Publicado em Justiça