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O preço dos litros da gasolina e do diesel vendidos pela Petrobras às distribuidoras vão ficar menores a partir de quarta-feira (7). De acordo com a estatal, o preço médio de venda da gasolina A para as distribuidoras passará de R$ 3,28 para R$ 3,08 por litro, uma redução de R$ 0,20 por litro, ou 6,1%.

No caso do diesel A, o preço médio de venda do litro passará de R$ 4,89 para R$ 4,49, uma redução de R$ 0,40 por litro, ou 8,2%.

O preço do diesel havia sido alterado pela última vez em 20 de setembro, quando o custo do litro foi reduzido de R$ 5,19 para R$ 4,89. Já o valor do litro da gasolina estava inalterado desde 2 de setembro, quando o preço havia caído de R$ 3,53 para R$ 3,28.

Considerando a mistura obrigatória de 90% de diesel A e 10% de biodiesel a parcela da Petrobras no preço ao consumidor será, em média, R$ 4,04 a cada litro vendido na bomba. Já no caso da gasolina, considerando a mistura obrigatória de 73% de gasolina A e 27% de etanol anidro, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor será, em média, R$ 2,25 a cada litro vendido na bomba.

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A Petrobras anunciou nesta terça-feira (19) a primeira redução no valor da gasolina neste ano de 2022. A partir desta quarta-feira (20), o combustível vendido às distribuidoras passará de R$ 4,06 para R$ 3,86 por litro. A redução do preço da gasolina será de R$ 0,20 por litro, ou -4,93%. Os demais combustíveis não terão redução de valor.

Com a redução, o valor de venda passa a ser o mesmo de maio deste ano, anterior ao último aumento, quando a alta de 5,18% por litro elevou o preço para R$ 4,06.

A Petrobras afirma que, considerando a mistura obrigatória de 73% de gasolina A e 27% de etanol anidro para a composição da gasolina comercializada nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor passará de R$ 2,96, em média, para R$ 2,81 a cada litro vendido na bomba.

O valor da venda dos combustíveis às refinarias é apenas um dos fatores que determinam o preço final ao consumidor.

Segundo a petroleira, a redução "acompanha a evolução dos preços internacionais de referência, que se estabilizaram em patamar inferior para a gasolina, e é coerente com a prática de preços da Petrobras, que busca o equilíbrio dos seus preços com o mercado global, mas sem o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações internacionais e da taxa de câmbio".

Desde que foi instaurada a política de paridade de preços internacionais (PPI), em 2016, a Petrobras tenta parear o preço da gasolina na refinaria com o preço internacional. Ou seja, os reajustes são resultado das oscilações dos preços do petróleo e do câmbio.

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O terror que é parar um veículo em um posto não para de ganhar cenas mais tensas para quem é da Bahia. Isso porque os combustíveis tiveram mais um reajuste no estado. A Acelen, que administra a Refinaria de Mataripe, anunciou, ontem um aumento nos preços do diesel S10 (11,3%), diesel S500 (11,4%) e da gasolina (6,7%). De acordo com um levantamento do Sindicato dos Revendedores de Combustíveis do Estado da Bahia (Sindicombustíveis Bahia), esse é o nono reajuste feito pela empresa. Com isso, em quatro meses, a gasolina registra uma alta de 27% e o diesel de 64%, muito acima da inflação oficial do país que, até março, acumulava uma alta de 3,20%.

Em nota, a Acelen disse que os reajustes "seguem critérios de mercado que levam em consideração variáveis como custo do petróleo, que é adquirido a preços internacionais, dólar e frete". A reportagem procurou a empresa para obter detalhes sobre os aumentos e os valores disponibilizados pelas distribuidoras, mas não obteve retorno. Secretário executivo do Sindicombustíveis Bahia, Marcelo Travassos afirma que os aumentos já têm impacto nas vias e afeta a competitividade de quem comercializa combustível no estado.

"As consequências dos constantes aumentos são a redução do consumo e a queda nas vendas, principalmente, nos postos de rodovias, que já sentem uma queda de mais de 50% em suas vendas. E isso se dá também pela dificuldade da Bahia em concorrer com estados, a exemplo de Pernambuco, onde as refinarias são geridas pela Petrobras, que pratica preços mais baixos", diz Travassos.

As declarações do secretário corroboram com os dados apresentados pela Petrobras, que alega ter feito apenas dois reajustes nos preços dos combustíveis esse ano. Em janeiro, o preço comercializado por litro da empresa para as distribuidoras na gasolina saiu de R$ 3,09 para R$ 3,25 e, em março, aumentou de R$ 3,25 para R$ 3,86. Nos mesmos meses, o diesel subiu de R$ 3,34 para R$ 3,61 e de R$ 3,61 para R$ 4,51.

A reportagem procurou a Acelen para obter detalhes sobre os aumentos da empresa e os valores disponibilizados pelas distribuidoras, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria.

Aumento na bomba

O que aumenta na refinaria tem sido repassado pelos postos ao consumidor. Segundo dados da plataforma Preço da Hora, que registra o valor médio de mais de 500 mil produtos de todos os municípios da Bahia, o litro de gasolina que, em média, saía a R$ 6,88 em janeiro, custa R$ 7,58 em maio nos postos do estado. Já o diesel, que tinha o valor médio do litro em R$ 5,81, sai a R$ 7,44 para quem quer abastecer com o combustível. Para se ter ideia dos aumento, ainda de acordo com dados da Preço da Hora, em maio de 2021 o litro da gasolina e do diesel custava, respectivamente, R$ 5,71 e R$ 4,56.

São números que indicam um aumento acumulado de 10,17% de janeiro a maio na gasolina e 28,06% no mesmo período no diesel, segundo o economista Edísio Freire. Ele afirma que o crescimento do combustível está acima da inflação oficial, mas ressalta que tem um motivo para isso. “O que define o aumento não é só a inflação. Ela reflete já que, no instante em que os custos internos aumentam, as distribuidoras e postos precisam aumentar os preços, mas o principal [fator] é o preço mundial do petróleo e o câmbio”, explica.

O aumento da bomba, no entanto, não é um problema para quem abastece ou para os que precisam pagar passagens mais caras ou viagens por aplicativo mais custosas. É que a alta no combustível faz com que os custos cresçam em todos os setores da economia. "Combustível é energia. Se você imaginar que indústrias usam o diesel em geradores, que toda logística do transporte rodoviário também usa, o aumento combustível vai impactar diretamente na mesa do trabalhador, nos produtos finais. [...] Toda cadeia acaba sofrendo. Algumas, não de imediato. Mas, à medida que o combustível sobe, o repasse de valor chega ao consumidor", diz.

Uso limitado

Os altos custos têm feito os baianos limitarem as saídas com veículos. Exemplo disso é o autônomo Anderson Farias, 28 anos, que mora em Feira de Santana e passava o fim de semana em Salvador duas vezes por mês. Agora, só aparece na capital em datas comemorativas.

"Eu tinha esse costume de ir frequentemente pra Salvador. Só que com esse preço da gasolina ficou completamente inviável e tive que dar uma diminuída. Todo mês eu estava lá, no geral com duas visitas mensais. Hoje, fico meses sem ir. Aí deixo para aparecer em feriados como o da páscoa. Agora mesmo, só vou em junho", conta.

Matheus de Carvalho, 24, é analista de produção e costumava usar sempre o carro para as atividades do dia a dia. Neste ano, passou a limitar ao máximo as saídas da garagem para não ter que arcar com tantas despesas na hora de abastecer.

"Por conta do preço dos combustíveis, tenho evitado ao máximo sair de carro. Trabalho em casa e isso me ajuda muito a evitar custos maiores. Para as outras coisas, tento avaliar ao máximo se vale a pena gastar gasolina para fazê-las ao invés de buscar outras alternativas. Se tem como fazer sem o carro, eu faço", garante ele.

Outra que também limita o uso de carro é a jornalista Lara Silva, 23. Ela conta que o gasto com gasolina praticamente dobrou de um ano para cá. “Os R$ 100 que eu abastecia e ficava no tanque mais de uma semana, agora dura, geralmente, uns quatro dias. No máximo, em cinco dias tenho que abastecer de novo. Assim, cada saída é calculada por quilômetro, não tem jeito”, afirma.

Para não dizer que tudo é problema na vida do consumidor, o gás (GLP) da Acelen apresentou uma redução de 10%. Em abril, na Petrobras, o preço médio do kg de GLP tinha caído de R$ 4,48 para R$ 4,23.

Duas casas decimais

Já no próximo sábado (7), todos os postos deixarão de exibir preços em três casas decimais e terão que apresentar os valores apenas com duas. Uma mudança que foi definida em novembro de 2021 pela Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP) para facilitar a vida de quem compra combustível na hora de pagar.

De acordo com a ANP, a alteração não vai mudar os preços finais para o consumidor porque não traz custos relevantes a quem está vendendo e nem restrições aos preços praticados, apesar de arredondar valores para cima, segundo o Instituto de Defesa do Consumidor (Idec).

Preço médio dos combustíveis nos postos da Bahia por mês em 2022 com base nos dados da Preço da Hora:

Gasolina comum

Janeiro: 6,88
Fevereiro: 6,95
Março: 7,51
Abril: 7,37
Maio: 7,58

Maio de 2021: 5,71

Diesel

Janeiro: 5,81
Fevereiro: 5,95
Março: 6,77
Abril: 6,93
Maio: 7,44

Maio de 2021: 4,56

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A pouco mais de sete meses das eleições, a escalada do preço do petróleo se tornou problema central para o presidente Jair Bolsonaro. A ameaça de que a commodity faça a inflação disparar, após um 2021 em que os consumidores já viram seu poder de compra diminuir, fez o governo colocar propostas na mesa consideradas, por grande parte dos analistas, populistas e contraproducentes.

Apesar de contrários às medidas sugeridas pelo governo, economistas concordam que o preço do petróleo ameaça a inflação e a atividade em um ano em que a economia já enfrenta desafios. Do lado da inflação, a desvalorização do dólar (que começou o ano valendo R$ 5,57 e fechou a semana em R$ 5,24) ameniza a alta do petróleo. Mas a expectativa é de que, com a proximidade das eleições, esse efeito seja anulado - e a inflação suba ainda mais.

"Vemos um cenário de incertezas à frente. O câmbio pode ficar entre R$ 5,50 e R$ 5,60 quando o mercado precificar que o próximo governo vai ter dificuldade fiscal. Aí, com o petróleo tateando os US$ 100, haverá mais um elemento de pressão. Com isso, provavelmente, vamos ver a Petrobras subindo o preço do combustível", diz Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados

A economista-chefe do Banco Inter, Rafaela Vitória, destaca que, apesar da alta do petróleo, a inflação não deve repetir em 2022 uma trajetória como a do ano passado, quando alcançou 10%. "Mesmo que o petróleo se aproxime de US$ 100, o impacto será menor se comparado ao da alta do barril de US$ 40 para US$ 80", diz. A economista, porém, reconhece que, para o consumidor, cujo poder de compra já se deteriorou em 2021, o efeito é considerável.

Produção
Para Rodolfo Margato, economista da XP, a consequência do petróleo nas alturas será mais sentida na atividade econômica. Além de a alta na cotação reduzir o consumo - dado que a população terá uma renda disponível para compras menor -, prejudicará cadeias produtivas. "O custo de produção da indústria, principalmente logístico, vai aumentar. Em muitos casos, não será possível repassar ao consumidor. As empresas reduzirão margens e investimentos", diz.

Para tentar aliviar a situação, o governo e o Congresso propõem reduzir impostos sobre combustíveis, dar auxílio-diesel a caminhoneiros, subsidiar o transporte público e aumentar o vale-gás para famílias de baixa renda. Dependendo do que for aprovado, o impacto fiscal dessas medidas pode chegar a R$ 100 bilhões, valor superior ao orçamento do Auxílio Brasil, que é de R$ 89 bilhões.

"Vamos abrir mão de uma arrecadação expressiva sem a mínima garantia de que vai ter um efeito para o consumidor, porque o preço é determinado pelo câmbio e pelo petróleo", diz Alessandra Ribeiro, sócia da Tendências Consultoria.

Alessandra destaca que a proposta deteriora a situação fiscal, o que desvaloriza a moeda. Com o real mais fraco, a gasolina fica mais cara na bomba, e a inflação, mais pressionada. Segundo cálculos da economista, a população já tem pago a conta de medidas que enfraquecem as contas públicas. "Se o real estivesse alinhado aos fundamentos, o preço da gasolina em 2021 teria sido, em média, 76 centavos mais barato", diz.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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A Petrobras não promoveu nenhum reajuste no preço dos combustíveis durante todo o mês de novembro. Apesar disso, a gasolina está pesando ainda mais no bolso dos consumidores baianos. Nos postos de Salvador, o litro do produto já está sendo vendida por até R$ 7,30. O motivo para esta alta, segundo os representantes do setor, é o risco de desabastecimento provocado por a Petrobras não conseguir atender todos os pedidos feitos pelas distribuidoras para o fornecimento de combustíveis.

Para lidar com o problema, de acordo com Walter Tannus, presidente do Sindicato dos Revendedores de Combustíveis do Estado (Sindicombustíveis), as distribuidoras estão tendo que importar gasolina mais cara e o preço é passado para os postos, que decidem se repassam ou não o valor a mais para o consumidor. “É uma decisão empresarial. Alguns seguram o preço até quando podem e outros precisam repassar”, explica.

De fato, de acordo com o aplicativo Preço da Hora, na tarde dessa terça-feira (30), ainda haviam 17 postos de combustíveis na Região Metropolitana de Salvador (RMS) vendendo gasolina pelo preço anterior ou até abaixo. A maioria, no entanto, já tinha atualizado os valores para, em média, R$ 6,93.

“As distribuidoras importam combustíveis e, segundo elas, o produto chega mais caro do que é o da Petrobras. Quando chega no final do mês, a situação se agrava, pois o estoque está baixo e eles precisam acelerar a importação. Aí o preço só aumenta”, relata Tannus.

Sadi Leite, diretor executivo do Sindicato das Distribuidoras de Combustíveis do Estado da Bahia (Sindicom), reforça essa justificativa. “A Petrobras informou para as distribuidoras que não ia conseguir ofertar a quantidade de pedidos e, realmente, o mercado tá tendo que se valer da importação. Hoje, a gasolina importada é de R$ 0,10 a R$ 0,20 mais cara, no geral”, afirma.

Somado esse custo extra com impostos que incidem sobre a importação, o preço da gasolina é ainda mais encarecido, o que justificaria o valor de R$ 7,30 no litro encontrado na segunda. A situação é tão séria que alguns representantes das distribuidoras chegaram a alertar para o perigo de acontecer desabastecimento de combustíveis.

A Federação Nacional das Distribuidoras de Combustíveis, Gás Natural e Bicombustíveis (Brasilcom) chegou a divulgar uma nota alertando do perigo.

“As reduções promovidas pela Petrobras, em alguns casos chegando a mais de 50% do volume solicitado para compra, colocam o país em situação de potencial desabastecimento, haja vista a impossibilidade de compensar essas reduções de fornecimento por meio de contratos de importação, considerando a diferença atual entre os preços do mercado internacional, que estão em patamares bem superiores aos praticados no Brasil”, disse.

Sadi Leite é mais cauteloso e afirma não haver risco de desabastecimento. “Não existe nenhuma possibilidade, em parte por causa da importação e em outra porque a Petrobras vai ter que se virar para atender, pelo menos, os clientes que tem contrato. Ela não vai deixar faltar produto”, confia.

FUP diz que quase 500 mil barris de derivado de petróleo são importados por dia para o Brasil
Deyvid Bacelar, coordenador geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), também considera que o aumento no preço dos combustíveis é por conta da busca pelo mercado internacional. “Nós temos denunciado há algum tempo esse problema, que é gerado pelo aumento na capacidade ociosa das refinarias no Brasil. Atualmente, temos uma média de 67% de utilização da nossa capacidade de produção. Se não usa o restante, cresce a dependência de importação”, diz.

Segundo Bacelar, quase 500 mil barris de derivado de petróleo são importados por dia para o Brasil, o que encarece os preços dos combustíveis em todo o território nacional, não apenas na Bahia. “Nós defendemos que as refinarias voltem a operar com quase 100% da sua capacidade, como era em 2014. O Brasil decidiu por essa política que torna a população, as distribuidoras e os postos reféns dos importadores”, aponta.

Os especialistas ouvidos pela reportagem consideram que esse problema é compartilhado com os outros combustíveis, como o diesel e o gás natural. Ambos, porém, não arriscam em dizer que a tendência de alta, por esse motivo, vai se manter em 2022.

“Vai depender muito da postura de Petrobras ou do preço internacional. É algo imprevisível. A gente espera que o peço do petróleo baixe e o dólar também”, afirma Walter Tannus.

Segundo a Petrobras, essa incapacidade de abastecimento completo não está relacionada com algum problema de produção da empresa e sim com o crescimento do pedido das distribuidoras, o que aumentou por causa da pandemia. “A gente não esperava um crescimento tão grande. Na Bahia, estamos com um volume de vendas próximo ao de 2014, quando atingimos a nossa melhor média. O diesel tem sido bem demandado por causa dos caminhões que estão rodando para todos os lados nessa retomada”, considera Leite.

Até o momento, em 2021, a Petrobras realizou 15 reajustes no preço da gasolina, sendo 11 aumentos e quatro reduções. No total, o valor do combustível vendido nas refinarias teve crescimento de 74%. Já o diesel teve 12 reajustes, sendo nove aumentos e três reduções que totalizaram um crescimento no preço de 65%. O último reajuste aconteceu no dia 26 de outubro e levou a gasolina a custa R$ 3,19 e o diesel R$ 3,34. Confira a lista de todos os reajustes feito pela empresa:

Gasolina
19 de janeiro – R$ 1,98
26 de janeiro - R$ 2,08
8 de fevereiro – R$ 2,25
18 de fevereiro – R$ 2,48
1º de março - R$ 2,60
9 de março - R$ 2,84
20 de março - R$ 2,69
25 de março - R$ 2,59
16 de abril – R$ 2,64
1º de maio – R$ 2,59
12 de junho – R$ 2,53
6 de julho – R$ 2,69
12 de agosto – R$ 2,78
8 de outubro – R$ 2,98
26 de outubro – R$ 3,19

Diesel:
26 de janeiro - R$ 2,12
8 de fevereiro – R$ 2,24
18 de fevereiro – R$ 2,58
1º de março - R$ 2,71
9 de março - R$ 2,86
25 de março - R$ 2,75
9 de abril – R$ 2,66
16 de abril – R$ 2,76
1º de maio – R$ 2,71
6 de julho – R$ 2,81
28 de setembro – R$ 3,06
26 de outubro – R$ 3,34

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O preço do litro da gasolina no País subiu 2,47% em setembro na comparação com agosto, chegando a um valor médio no País de R$ 6,309. Após um ano e quatro meses de altas consecutivas, o valor do combustível acumula um aumento de 57,33% desde maio do ano passado, dois meses após o começo da pandemia, quando o preço médio era de R$ 4,01, segundo levantamento da ValeCard, empresa especializada em soluções de gestão de frotas.

Obtidos por meio do registro das transações realizadas entre os dias 1º e 30 de setembro com o cartão de abastecimento da ValeCard em cerca de 25 mil estabelecimentos credenciados, os dados mostram que Rio Grande do Norte (5,33%) e Piauí (4,66%) registraram as maiores altas entre setembro e agosto.

As menores variações positivas ocorreram na Bahia (0,89%) e no Ceará (0,9%). Apenas no Amapá o preço da gasolina caiu no período (redução de 6,78%).

Entre as capitais, o valor médio do combustível foi de R$ 6,264. Rio de Janeiro (R$ 6,673) e Teresina (R$ 6,664) foram as que apresentaram maiores preços em setembro.

Já os menores valores médios foram encontrados em Macapá (R$ 5,737) e Curitiba (R$ 5,838).

Etanol não é vantajoso em nenhum Estado

O preço médio do etanol no País no mês de setembro foi de R$ 4,713. Apesar da sequência de altas da gasolina, o combustível derivado do petróleo ainda segue sendo o mais vantajoso para se abastecer o veículo em todo o País.

O método utilizado nesta análise, descontando fatores como autonomias individuais de cada veículo, é de que, para compensar completar o tanque com etanol, o valor do litro deve ser inferior a 70% do preço da gasolina.

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Já virou rotina para os motoristas em 2021: abrir o jornal e se deparar com a notícia do aumento no preço dos combustíveis. O último reajuste, oitavo deste ano, foi anunciado nessa segunda-feira (5), fazendo o preço da gasolina nas refinarias atingir R$ 2,69, e o do óleo diesel, R$ 2,81, refletindo crescimentos médios de R$ 0,16 (6,3%) e R$ 0,10 (3,7%) por litro, respectivamente. 

O impacto já é sentido nos postos de Salvador, que chegam a cobrar R$ 6,09 no litro da gasolina comum e R$ 6,19 na aditivada. Neste mesmo período do ano passado, a média da gasolina em Salvador era de R$ 4,14, de acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). 

O aumento de R$ 2 em um ano provocou mudanças no comportamento dos motoristas baianos. Encher o tanque virou artigo de luxo e já há quem prefira deixar o veículo em casa para usar meios de transporte alternativos e mais baratos.

O assessor de investimentos João Victor Moreira, 28, optou por assumir sozinho, no ano passado, os gastos de um carro que dividia com o pai. O veículo, que era “beberrão”, logo começou a pesar no orçamento do jovem, que viu ali uma oportunidade de transformar o prejuízo em lucro.

Valendo-se da alta no mercado de usados, ele conseguiu vender o veículo e aplicar o dinheiro em um investimento. João passou a andar apenas com aplicativos e quando viajava, alugava um carro. Somando a economia com combustível e todos os outros custos de um carro próprio, como impostos, manutenção e seguro, ele teve um impacto positivo de R$ 400 em sua conta mensalmente.

“No meu planejamento financeiro mensal, eu percebia que o carro representava boa parte de meu faturamento, principalmente porque ele bebia muito. Quando levava em consideração seguro, IPVA, estacionamento, manutenção, eu praticamente trabalhava para manter o carro. Vi que estava sendo um luxo injustificável. Então vendi e me comprometi a ficar 1 mês sem carro pra ver se eu me adaptava, e super me adaptei. Hoje minha receita mensal tem uma folga muito maior. Não fico tão preocupado com o carro depreciando e o capital da venda eu transformei em um ativo, uma vez que está me rendendo juros em aplicações financeiras”, detalha o investidor.

Quem depende lamenta

Enquanto motoristas procuram maneiras de suavizar o impacto no bolso, quem trabalha diretamente com os carros só vê o prejuízo aumentar. É o caso do taxista Sérgio Eduardo, que opta por usar a gasolina ao invés do GNV.

Em 2019, ele gastava em média R$ 1200 por mês com combustível. Em 2021, o valor já chega a R$ 2500, mesmo com uma demanda por corridas reduzida por conta da concorrência com os aplicativos. Sérgio ainda encontra outro problema, a falta de reajuste no taxímetro, congelado há 5 anos.

“Hoje numa corrida de R$ 10, R$ 6 vai para combustível, com R$ 4 de lucro, que no final fica 2 por causa dos outros custos do carro, como manutenção e impostos. Para a gente arrumar um dinheirinho tem que se matar de trabalhar. Esses aumentos estão deixando nossa profissão inviável. O preço está totalmente exagerado, sem controle”, revela o taxista, que já pensou diversas vezes em largar a profissão.

Por que a gasolina aumentou tanto

Desde 2019, a Petrobras passou a adotar no Brasil uma política de preços internacional. Ou seja: ela vende no país o combustível pelo mesmo preço praticado em todo o mundo. Desta forma, a gasolina passa a ter uma volatilidade maior, além de sofrer um impacto direto com o câmbio, visto que ela é vendida em dólar.

Nesta terça-feira (6), o valor do barril de petróleo WIT atingiu seu maior valor em 7 anos, cotado a US$ 76,98. Esta alta somada ao valor do dólar, que ultrapassa R$ 5, são as grandes causadoras do preço elevado nos combustíveis.

“Além disso tudo tem os custos do transporte do combustível e a margem de lucro dos postos e distribuidoras. Também tem o fator fiscal, visto que a Bahia paga um dos maiores ICMS para combustíveis do Brasil. E quem acaba pagando toda essa conta na gasolina, diesel e gás de cozinha, infelizmente, é o consumidor final”, detalha Edísio Freire, especialista em finanças e colunista do CORREIO.

Valor da gasolina na Bahia nos últimos meses

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) faz um balanço mensal com os preços dos combustíveis em postos da Bahia. No caso da gasolina comum, há dados até maio deste ano. Veja a variação desde março de 2020:

Março de 2020: R$4,46

Abril de 2020: R$4,06

Maio de 2020: R$3,81

Junho de 2020: R$3,96

Julho de 2020: R$4,14

Agosto: R$4,23

Setembro: Não consta

Outubro: R$4,35

Novembro: R$4,40

Dezembro de 2020: R$4,48

Janeiro de 2021: R$4,62

Fevereiro de 2021:  R$4,95

Março de 2021: 5,65

Abril de 2021: 5,40

Maio 2021: 5,76

 

Onde encontrar gasolina mais barata em Salvador *

Posto Zeus, Acupe de Brotas: R$ 5,70

Posto Narandiba, Narandiba: R$ 5,81

Posto Alameda da Barra, Barra: R$ 5,81

Posto do Cristo, Ondina: R$ 5,81

Posto Pelicano, Cabula: R$ 5,83

Posto Ponto Alto, Águas Claras: R$ 5,83

Posto Sul América, Caminho de Areia: R$ 5,85

Posto Trevo, Fazenda Grande do Retiro: R$ 5,85

Posto Novo Horizonte, Paralela: R$ 5,85

Posto São Rafael, São Marcos: R$ 5,85

*Lista feita com base no aplicativo "Preço da Hora", do Governo da Bahia. Os valores são referentes ao dia 6 de julho.

Dicas de como economizar combustível

Aceleração: Controle a emoção e pise devagar no acelerador. Acelere de forma gradual, sem exigir muito do motor. 

Freio: Não deixe para frear o veículo com força já em cima do sinal de trânsito. 

Escolha direito: Antes de realizar a compra. Todos os veículos vêm com uma marca do Inmetro informando o consumo dele. Escolha o mais econômico.

Diminua o peso: Quanto mais pesado o carro, mais combustível ele gasta. Dê uma geral em seu veículo e tire da mala ítens não essenciais para a sua viagem.

Marchas: A troca de marcha faz muita diferença no consumo, por isso não estique as marchas sem necessidade. Um carro a 40 km/h não pode estar em 5ª marcha, ou chegar a 100 km/h em segunda marcha.

Abastecimento: Só abasteça em postos confiáveis e conhecidos. Os carros rendem a mesma coisa que com a gasolina comum e a aditivada - a diferença está apenas na limpeza que a segunda faz no motor.   

Ar-condicionado: Muito se fala que o ar-condicionado aumenta o consumo. No passado realmente isso acontecia, mas os compressores modernos já não exigem tanto esforço do motor. As janelas fechadas melhoram a aerodinâmica e, consequentemente, o consumo cai. 

Revisões: Faça revisões e manutenções preventivas e verifique, em especial, o estado das velas e o funcionamento da injeção eletrônica. O alinhamento das rodas é fundamental para a aerodinâmica do carro. Automóvel alinhado economiza combustível.

Pneus: Pneus murchos ou com a calibragem errada influenciam diretamente no consumo. A calibragem deve ser feita no máximo a cada 15 dias, seguindo as orientações das montadoras para pressão. Os pneus podem ser responsáveis por até 20% do consumo de combustível.

 

Já virou rotina para os motoristas em 2021: abrir o jornal e se deparar com a notícia do aumento no preço dos combustíveis. O último reajuste, oitavo deste ano, foi anunciado nessa segunda-feira (5), fazendo o preço da gasolina nas refinarias atingir R$ 2,69, e o do óleo diesel, R$ 2,81, refletindo crescimentos médios de R$ 0,16 (6,3%) e R$ 0,10 (3,7%) por litro, respectivamente. 

O impacto já é sentido nos postos de Salvador, que chegam a cobrar R$ 6,09 no litro da gasolina comum e R$ 6,19 na aditivada. Neste mesmo período do ano passado, a média da gasolina em Salvador era de R$ 4,14, de acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). 

O aumento de R$ 2 em um ano provocou mudanças no comportamento dos motoristas baianos. Encher o tanque virou artigo de luxo e já há quem prefira deixar o veículo em casa para usar meios de transporte alternativos e mais baratos.

O assessor de investimentos João Victor Moreira, 28, optou por assumir sozinho, no ano passado, os gastos de um carro que dividia com o pai. O veículo, que era “beberrão”, logo começou a pesar no orçamento do jovem, que viu ali uma oportunidade de transformar o prejuízo em lucro.

Valendo-se da alta no mercado de usados, ele conseguiu vender o veículo e aplicar o dinheiro em um investimento. João passou a andar apenas com aplicativos e quando viajava, alugava um carro. Somando a economia com combustível e todos os outros custos de um carro próprio, como impostos, manutenção e seguro, ele teve um impacto positivo de R$ 400 em sua conta mensalmente.

“No meu planejamento financeiro mensal, eu percebia que o carro representava boa parte de meu faturamento, principalmente porque ele bebia muito. Quando levava em consideração seguro, IPVA, estacionamento, manutenção, eu praticamente trabalhava para manter o carro. Vi que estava sendo um luxo injustificável. Então vendi e me comprometi a ficar 1 mês sem carro pra ver se eu me adaptava, e super me adaptei. Hoje minha receita mensal tem uma folga muito maior. Não fico tão preocupado com o carro depreciando e o capital da venda eu transformei em um ativo, uma vez que está me rendendo juros em aplicações financeiras”, detalha o investidor.

Quem depende lamenta
Enquanto motoristas procuram maneiras de suavizar o impacto no bolso, quem trabalha diretamente com os carros só vê o prejuízo aumentar. É o caso do taxista Sérgio Eduardo, que opta por usar a gasolina ao invés do GNV.

Posto na Barra, em Salvador (Foto: Arisson Marinho/ CORREIO)

Em 2019, ele gastava em média R$ 1200 por mês com combustível. Em 2021, o valor já chega a R$ 2500, mesmo com uma demanda por corridas reduzida por conta da concorrência com os aplicativos. Sérgio ainda encontra outro problema, a falta de reajuste no taxímetro, congelado há 5 anos.

“Hoje numa corrida de R$ 10, R$ 6 vai para combustível, com R$ 4 de lucro, que no final fica 2 por causa dos outros custos do carro, como manutenção e impostos. Para a gente arrumar um dinheirinho tem que se matar de trabalhar. Esses aumentos estão deixando nossa profissão inviável. O preço está totalmente exagerado, sem controle”, revela o taxista, que já pensou diversas vezes em largar a profissão.

Por que a gasolina aumentou tanto
Desde 2019, a Petrobras passou a adotar no Brasil uma política de preços internacional. Ou seja: ela vende no país o combustível pelo mesmo preço praticado em todo o mundo. Desta forma, a gasolina passa a ter uma volatilidade maior, além de sofrer um impacto direto com o câmbio, visto que ela é vendida em dólar.

Nesta terça-feira (6), o valor do barril de petróleo WIT atingiu seu maior valor em 7 anos, cotado a US$ 76,98. Esta alta somada ao valor do dólar, que ultrapassa R$ 5, são as grandes causadoras do preço elevado nos combustíveis.

“Além disso tudo tem os custos do transporte do combustível e a margem de lucro dos postos e distribuidoras. Também tem o fator fiscal, visto que a Bahia paga um dos maiores ICMS para combustíveis do Brasil. E quem acaba pagando toda essa conta na gasolina, diesel e gás de cozinha, infelizmente, é o consumidor final”, detalha Edísio Freire, especialista em finanças e colunista do CORREIO.

Valor da gasolina na Bahia nos últimos meses
A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) faz um balanço mensal com os preços dos combustíveis em postos da Bahia. No caso da gasolina comum, há dados até maio deste ano. Veja a variação desde março de 2020:

  • Março de 2020: R$4,46
  • Abril de 2020: R$4,06
  • Maio de 2020: R$3,81
  • Junho de 2020: R$3,96
  • Julho de 2020: R$4,14
  • Agosto: R$4,23
  • Setembro: Não consta
  • Outubro: R$4,35
  • Novembro: R$4,40
  • Dezembro de 2020: R$4,48
  • Janeiro de 2021: R$4,62
  • Fevereiro de 2021:  R$4,95
  • Março de 2021: 5,65
  • Abril de 2021: 5,40
  • Maio 2021: 5,76

Onde encontrar gasolina mais barata em Salvador *

  1. Posto Zeus, Acupe de Brotas: R$ 5,70
  2. Posto Narandiba, Narandiba: R$ 5,81
  3. Posto Alameda da Barra, Barra: R$ 5,81
  4. Posto do Cristo, Ondina: R$ 5,81
  5. Posto Pelicano, Cabula: R$ 5,83
  6. Posto Ponto Alto, Águas Claras: R$ 5,83
  7. Posto Sul América, Caminho de Areia: R$ 5,85
  8. Posto Trevo, Fazenda Grande do Retiro: R$ 5,85
  9. Posto Novo Horizonte, Paralela: R$ 5,85
  10. Posto São Rafael, São Marcos: R$ 5,85

*Lista feita com base no aplicativo "Preço da Hora", do Governo da Bahia. Os valores são referentes ao dia 6 de julho.

Dicas de como economizar combustível
O colunista do CORREIO Antônio Meira Jr., especialista em carros, separou algumas dicas para ajudar a economizar no combustível. Confira?

Aceleração: Controle a emoção e pise devagar no acelerador. Acelere de forma gradual, sem exigir muito do motor. 

Freio: Não deixe para frear o veículo com força já em cima do sinal de trânsito. 

Escolha direito: Antes de realizar a compra. Todos os veículos vêm com uma marca do Inmetro informando o consumo dele. Escolha o mais econômico.

Diminua o peso: Quanto mais pesado o carro, mais combustível ele gasta. Dê uma geral em seu veículo e tire da mala ítens não essenciais para a sua viagem.

Marchas: A troca de marcha faz muita diferença no consumo, por isso não estique as marchas sem necessidade. Um carro a 40 km/h não pode estar em 5ª marcha, ou chegar a 100 km/h em segunda marcha.

Abastecimento: Só abasteça em postos confiáveis e conhecidos. Os carros rendem a mesma coisa que com a gasolina comum e a aditivada - a diferença está apenas na limpeza que a segunda faz no motor.   

Ar-condicionado: Muito se fala que o ar-condicionado aumenta o consumo. No passado realmente isso acontecia, mas os compressores modernos já não exigem tanto esforço do motor. As janelas fechadas melhoram a aerodinâmica e, consequentemente, o consumo cai. 

Revisões: Faça revisões e manutenções preventivas e verifique, em especial, o estado das velas e o funcionamento da injeção eletrônica. O alinhamento das rodas é fundamental para a aerodinâmica do carro. Automóvel alinhado economiza combustível.

Pneus: Pneus murchos ou com a calibragem errada influenciam diretamente no consumo. A calibragem deve ser feita no máximo a cada 15 dias, seguindo as orientações das montadoras para pressão. Os pneus podem ser responsáveis por até 20% do consumo de combustível.

 

Publicado em Bahia

A Petrobras informou nesta segunda-feira (5) que vai aumentar o preço dos combustíveis a partir de amanhã. Esse é o primeiro reajuste já na gestão do general Joaquim Silva e Luna à frente da estatal.

Agora, os preços médios de venda da gasolina e diesel da Petrobras para distribuidoras passarão a ser de R$ 2,69 e 2,81 por litro. Com isso, o reajuste médio é de 6,3% e de 3,7% respectivamente.

O preço de venda do gás liquefeito de petróleo (GLP) para distribuidoras também foi reajustado, passando para R$ 3,60 por quilo - aumento médio de 5,8%.

"Importante reforçar o posicionamento da Petrobras que busca evitar o repasse imediato para os preços internos da volatilidade externa causada por eventos conjunturais", diz nota divulgada pela empresa, destacando que a Petrobras segue "buscando o equilíbrio com o mercado internacional", e que os preços "acompanham as variações do valor dos produtos e da taxa de câmbio".

Em junho, a Petrobras havia reduzido em 2% o preço da gasolina, mas manteve o do diesel igual.

Os reajustes nem sempre são repassados pelas refinarias aos consumidores finais.

O general Silva e Luna assumiu a Petrobras em abril, depois de várias críticas do presidente Jair Bolsonaro à polícia de preços de Roberto Castello Branco, que comandava a estatal até então.

Publicado em Brasil

A Petrobras anunciou nesta quarta-feira (24) uma redução de R$ 0,11 nos preços do litro da gasolina e do óleo diesel em suas refinarias. A partir de quinta-feira (25), o preço médio do litro da gasolina passará a custar R$ 2,59, uma queda de 4%.

Já o litro do diesel teve uma redução de 3,8% e passará a custar, a partir de amanhã, R$ 2,75, segundo informações divulgadas pela empresa.

A nota divulgada pela Petrobras reforça que a companhia baseia os preços dos combustíveis em variações no mercado internacional e na taxa de câmbio. O preço para o consumidor final, no entanto, ainda sofre o acréscimo de impostos, da mistura obrigatória de etanol e das margens das distribuidoras e postos de combustíveis.

Publicado em Economia

Em poucos mais de 60 dias, o consumidor soteropolitano viu os preços médios da gasolina aumentarem 17,48%. Para entender o impacto disso na vida das pessoas, basta lembrar no início de janeiro, R$ 100 eram suficientes para o condutor de um veículo com um consumo médio de 10 quilômetros (km) por litro rodar 214 km. Hoje, quem chega em um posto de combustíveis com a mesma nota da garoupa, roda 181 km, levando-se em conta o preço médio de R$ 5,519. Mas sem esquecer que em alguns postos o produto já é encontrado a R$ 5,99 o litro.

Entender o cenário que levou a gasolina aos atuais patamares de preço é bem mais simples que encontrar uma solução para o problema. O produto é fornecido no Brasil quase que totalmente por uma mesma empresa: a Petrobras. A estatal estabeleceu como critério para cobrança os preços no mercado internacional, mais os seus custos com o transporte. No mercado internacional, os preços do petróleo estão nas alturas, fato que se repete no caso do dólar, moeda base nas negociações.

Depois que deixa as refinarias da Petrobras, incidem tributos federais e estaduais, além das margens das empresas que fazem a distribuição e a revenda para o consumidor final.

Em meio a um cenário desconfortável para a população sobram acusações. Há quem culpe a política de preços adotadas pela Petrobras, principal produtora nacional, outros direcionam as acusações para a tributação federal e estadual que incide sobre os produtos e sobra também para as empresas que atuam nas etapas intermediárias de distribuição e vendas dos produtos. Fato é que a gasolina está tão cara que o bordão “fique em casa” ganha ares de regra para a sobrevivência financeira também.

Embora a expectativa para a inflação neste ano seja para um aumento de 3,53% no custo de vida, a alta nos preços dos combustíveis e dos alimentos deve se refletir numa alta acima de 6% entre os junho de 2020 e maio de 2021, o que deve contribuir para o mal-estar da população com relação à dinâmica de preços esse ano.

Na última quinta-feira (dia 11), o Sindicombustíves Bahia, entidade sindical que representa os postos de revenda no estado, divulgou uma nota para informar que o governo do estado aumentou por três vezes este mês o preço de referência para a cobrança do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), alcançando um aumento acumulado de 36% desde 1º de fevereiro. A Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz) explicou que não fez qualquer alteração na alíquota, que permanece em 28%, e apenas elevou o valor usado para calcular a cobrança proporcionalmente aos aumentos.

O presidente do Sindicombustíveis Bahia, Walter Tannus Freitas, ressaltou em nota que os três reajustes da carga tributária foram aplicados em curto espaço de tempo e pede uma revisão da política tributária sobre os combustíveis no estado. “Estamos vivendo em uma pandemia e uma grave crise econômica. Com todos esses aumentos, todos saem perdendo”, acredita.

“As alegações do sindicato não procedem no que toca ao valor de referência para a cobrança do ICMS de combustíveis, já que este meramente adequa a cobrança do imposto aos valores reais de mercado. As alíquotas do ICMS para os combustíveis continuam as mesmas na Bahia nos últimos anos”, respondeu a Sefaz em nota.

Nacionalmente o clima é o mesmo. Nas discussões sobre o preço do diesel, que segue a mesma lógica de variações da gasolina, o presidente Jair Bolsonaro culpou os governadores por não reduzirem as alíquotas de ICMS nos estados. A resposta é que as alíquotas são fixas e os valores cobrados variam de acordo com os preços estabelecidos pela Petrobras, estatal federal.

Política de preços
Em 14 de outubro de 2016, a Petrobras, apresentou ao mercado uma nova política de preços: a Política de paridade de preços de importação (PPI). “ A diretoria executiva definiu que não praticaremos preços abaixo desta paridade internacional”, informou a empresa em nota. As mudanças ocorreriam “pelo menos uma vez por mês”.

Naquela época, os derivados do petróleo importados já tinham uma expressiva participação no mercado nacional, com uma média de 14%, chegando a 28% no caso da gasolina. A parte final da equação dos preços foi apresentada pela Petrobras no último parágrafo de seu comunicado: “Como a lei brasileira garante liberdade de preços no mercado de combustíveis e derivados, as revisões feitas pela Petrobras nas refinarias podem ou não se refletir no preço final ao consumidor. Isso dependerá de repasses feitos por outros integrantes da cadeia de petróleo, especialmente distribuidoras e postos de combustíveis”.

Em 2018, a petroleira brasileira chegou a vender combustível no mercado doméstico abaixo da paridade internacional e precisou responder por isso no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Mas o que havia de errado? A Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) sugeriu que a empresa estatal estava usando preços predatórios para eliminar os importadores do mercado – única alternativa dos consumidores.

Foi a partir de um Termo de Compromisso de Cessação (TCC) que a empresa de comprometeu a vender refinarias, incentivando a entrada de concorrentes no mercado.

Recentemente, a empresa lançou um hotsite para esclarecer dúvidas a respeito da sua atuação no mercado e repete as mesmas explicações para a sua atuação apresentadas lá em 2016. “Os preços são livres nos postos e somos apenas um dos agentes na produção e na comercialização da gasolina no Brasil”, responde em nota a empresa, questionada sobre a sua participação na definição dos preços dos combustíveis.

A Petrobras defende que os derivados de petróleo são commodities e têm seus preços atrelados aos mercados internacionais, cujas cotações variam diariamente. “É importante acompanharmos o mercado para que possamos competir de forma eficiente no mercado brasileiro com os nossos concorrentes, principalmente os importadores, cujos preços podem variar diariamente”, justifica.

Crítica
O economista Uallace Moreira, do Centro de Economia Política do Petróleo (Ceppetro), acredita que o país chegou a este cenário por conta do avanço de uma visão de mais focada no mercado financeiro. “A PPI e as privatizações anunciadas são medidas que atendem interesses do mercado financeiro, mas em um momento como o atual nos deixa reféns dos preços praticados no exterior e acaba encarecendo produtos fundamentais, como a gasolina, o diesel e o gás de cozinha”, enumera.

Moreira acredita que desonerações, como a que foi concedida por dois meses pelo governo federal para o diesel, são apenas paliativos. “O Brasil precisa ampliar a sua estrutura de refino para atender às demandas de mercado e historicamente a única grande empresa que fez isso foi a Petrobras”, lembra. “Investimentos em refino interno iriam permitir que a empresa administre melhor as variações internacionais, para não transferir por completo essas variações para o mercado interno”, acredita.

Ele acredita que o cenário atual, de alta do petróleo e do dólar em relação ao real deve levar o governo a aumentar a taxa básica de juros da economia, a Selic, para atrair dólar. Entretanto, acredita que se trate de outra solução apenas no curto prazo. “O ideal é fortalecer cadeia produtiva”, defende. “A gasolina chegou a R$ 8,5 no Acre”, lembra.

Dependência
O economista Gustavo Pessoti, vice-presidente do Conselho Regional de Economia na Bahia (Corecon-Ba) explica que os efeitos das altas nos preços dos combustíveis vão além do desconforto e o aperto no orçamento dos motoristas. “Desde os anos 50 do século passado, definiu-se que o principal modal de transporte no Brasil, de forma equivocada, priorizou uma integração pelas rodovias”, destaca. Ele lembra que isso causa desde problemas de competitividade para o setor produtivo até o aperto nas contas domésticas.

Pessoti lembra que a pesquisa Contas Nacionais registra que 61% de todas as movimentações de mercadorias realizadas no país em 2019 foram feitas com transporte rodoviário. Na Bahia, complementa, o número chega a 83%. “A elevação dos combustíveis eleva os custos de frete dos transportes, que é essencialmente feito por rodovias e isso é repassado para os preços das mercadorias”, explica. “Alta de combustíveis tem um efeito nefasto para a economia porque aumenta o risco de inflação elevada e isso é tudo o que nós não precisamos neste momento”, avisa.

O economista destaca quatro fatores para explicar a alta de preços dos combustíveis. Ele lembra que só este ano, o barril do petróleo já registrou uma alta de 8%. “Sobem os preços do barril, o primeiro reflexo é esta elevação, explica.

O segundo aspecto, lembra, é uma relação de oferta e demanda. Mesmo com a pandemia, há uma movimentação de cargas rodoviárias e isto pressiona os preços. “Com o trabalho remoto e o isolamento, há necessidade de ativação maior do transporte de carga. A escala do aumento da demanda tem sido crescente”, diz.

Um terceiro fator apontado é a quantidade de petróleo importado pela Petrobras. “Numa estratégia de protelar o esgotamento de suas fontes próprias, a Petrobras importa parte do petróleo que refina. É uma estratégia de uma companhia que tem capital aberto e que está buscando sua valorização”, destaca.

O quarto fator, destaca o economista, seria o aumento de margem em outras etapas da cadeia. “Você tem aumentos nas refinarias, mas existe um aumento nas margens das distribuidoras também”, credita.

Segundo Gustavo Pessoti, apesar de ser elevada, a carga tributária não explica o aumento nos preços. “É um percentual alto, que chega a quase 40%, mas é algo que sempre foi assim. O que mudou recentemente foram os preços internacionais, este aumento de demanda e também de margem em muitos casos”, diz.


Como é formado o preço da gasolina

Preço da gasolina comum nas refinarias 28,3%

Tributos estaduais (ICMS) 12,2%

Tributos Federais (Pis/Pasep, Cofins e Cide) 15,9%

Preço do etanol anidro 29,0%

Margem bruta de revenda 3,0%

Custo de transporte e margem de distribuição 11,6%

Fonte: Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP)

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