Orla da Barra será palco de festival dedicado à música instrumental
O Réveillon já passou, mas a programação gratuita para celebrar o Ano-Novo segue em Salvador. Hoje, a partir das 18h, na Barra, começa o Festival Salvador Jazz, evento promovido pela prefeitura e totalmente dedicado à música instrumental. As atrações do primeiro dia são o bandolinista carioca Hamilton de Holanda, o guitarrista mineiro Toninho Horta e os grupos baianos Garagem e o I.F.Á. Afrobeat.
“É importante quebrar paradigmas. A ideia é sair da história da música cantada e partir para mostrar a diversidade de Salvador”, afirma o curador do Salvador Jazz e diretor comercial da Orkestra Rumpilezz, Alex Pinto, 38 anos.
“Adoro Salvador, é um lugar que tenho um carinho muito grande. Conseguir inserir esse tipo de música no dia a dia das pessoas é uma iniciativa fantástica. Fico orgulhoso”, elogia o bandolinista Hamilton de Holanda, 38. Em sua apresentação, Hamilton aposta em músicas inéditas, releituras e “muita improvisação”. Ele estará acompanhado por André Vasconcelos (contrabaixo) e Thiago da Serrinha (percussão).
Em seguida, a atração é o guitarrista Toninho Horta. Internacionalmente reconhecido, Horta mostra clássicos extraídos de seus 26 discos. “Acho ótimo trazer uma música diferente para o Farol, acostumado com trios elétricos. A cidade precisa de eventos que tragam diversidade”, diz Rowney Scott, 50, que integra o Garagem, primeira atração do dia. Por fim, o público confere o afrobeat da banda I.F.Á.
Amanhã, também às 19h, a festa reúne o violonista gaúcho Yamandu Costa, o multi-instrumentista alagoano Hermeto Pascoal, o pianista mineiro Wagner Tiso e a Sanbone Pagode Orquestra, representante da Bahia.
“Acho maravilhoso. A gente fica numa felicidade total de reunir essa turma toda. Nessa coisa que a gente ama fazer. É muito bom começar o ano dessa forma”, diz Yamandu, 34, que se apresenta com o violão 7 cordas e comanda um trio de violões e acordeom formado por Arthur Bonilla, Guto Wirtti e Samuel Costa.
Outra atração do sábado é Hermeto Pascoal, que vem acompanhado de banda e da mulher, a cantora Aline Morena, e criará o repertório na hora, com participação do público. Para encerrar o segundo dia do Salvador Jazz, a Sanbone Pagode Orquestra mostra seu pagode com arranjo sinfônico, com regência do maestro Hugo Sanbone.
Instrumental
Domingo, último dia do evento, as atrações são Ed Motta, Orkestra Rumpilezz e Núcleo de Orquestras Juvenis e Infantis da Bahia (Neojiba). No show Ed Motta Instrumental, o cantor usa seu marcante timbre como uma espécie de instrumento, que o acompanha no teclado.
“Ed Motta participou do nosso disco, temos uma ligação muito próxima. Vamos fazer uma surpresa juntos na noite”, entrega o maestro Letieres Leite, 55, que também se apresenta, na sequência, com a Orkestra Rumpilezz.
O grupo de metais e percussão do Neojiba completa a noite de despedida. Composições de Shostakovich (1906-1975), Moraes Moreira e Gonzagão (1912-1989) estão no repertório do programa, regido pelo maestro Helder Passinho Jr.
Outros palcos
Além dos shows principais, a programação do Festival conta com 32 artistas de música, teatro e dança, que se apresentam em três palcos menores, das 14h às 18h. Mas quem quiser chegar mais cedo poderá curtir performances na rua, a partir das 10h.
O secretário de Desenvolvimento, Turismo e Cultura Guiherme Bellintani considera que o festival tem perfil complementar aos outros produtos do Réveillon 2015. “Apesar de consagrados, são artistas menos comerciais, menos conhecidos do grande público. É um festival quase independente”, afirma Bellintani, que vê grandes possibilidade de manter o projeto nos próximos anos. “Se der certo, vamos manter, sim. Tem tudo pra virar um projeto autônomo”, diz.