Startup baiana cria “máscara para ar-condicionado” que bloqueia a circulação do coronavírus
Desde o início da pandemia, a ferramenta mais acessível na prevenção da Covid-19 tem sido a máscara facial de proteção, que atua como uma barreira física que evita o contato com pequenas gotículas que contêm o vírus e são expelidas por pessoas infectadas. E foi justamente nos primeiros meses de 2020 que o empresário Loyola Neto teve a ideia de criar uma máscara para aparelhos de ar-condicionado que ajudaria a filtrar a circulação do vírus em ambientes fechados, aumentando a segurança dentro da própria empresa de confecção de uniformes.
Muito mais do que um item aliado na missão de proteger os seus próprios funcionários, Loyola acabou montando uma nova startup, a SalvAr, e criando um produto que agora vem sendo adotado por grandes empresas e instituições em Salvador e também pelo Brasil, a exemplo das Obras Sociais Irmã Dulce e o Sebrae de Brasília. “Desenvolvemos o filtro biocida e anticovid pelo Senai Cimatec com apoio da EMBRAPII (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial), que foi certificado por laboratórios, e depois registramos como patente de invenção”, explica.
“O filtro inativa até 99,999% de vírus, incluindo o novo coronavírus e retém até 70% de fungos e bactérias existentes em ambientes fechados e climatizados, além de ser uma solução que combate não só a Covid-19, mas diversos problemas de doenças respiratórias como: gripes, rinite, sinusite, alergias, pneumonites e infecções fúngicas”_Loyola Neto, empresário
Atualmente, os modelos de ar-condicionado disponíveis no mercado possuem diferentes tipos de filtros, mas que atuam apenas como barreira mecânica à poeira ou partículas maiores suspensas no ar. Já o filtro produzido pela SalvAr faz com que o ar que entra no aparelho passe por uma barreira filtrante composta por íons de prata, retendo e inativando nanopartículas com tamanhos dos agentes infecciosos virais e bacterianos, evitando que estes retornem ao ambiente fechado.
De acordo com o gerente executivo de Tecnologia e Inovação do Cimatec, Flavio Marinho, que junto à SalvAr desenvolveu o protótipo do filtro biocida, o resultado desse projeto foi fruto de uma parceria que não poderia ter acontecido em momento mais oportuno. “Loyola já era uma pessoa que sempre acompanhava o Cimatec tentando identificar oportunidades para empreender e, naquele momento, nós tínhamos decidido nos posicionar enquanto instituição como um ator no combate à pandemia. Do conjunto de inciativas que desenvolvemos, essa foi uma das que deu grandes frutos”, afirma.
Após passar por um amplo período de testes no Cimatec, o filtro foi aprimorado dentro da Startup SalvAr, ganhou destaque nas redes sociais do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, além de ser finalista do VII Prêmio de Inovação do Grupo Fleury e uma das três startups vencedoras do Acelera+ Bahia, programa realizado pelo Sebrae em parceria com a Rede+. Em pouco mais de um ano, o filtro chegou aos aparelhos de ar condicionado de instituições como Obras Sociais Irmã Dulce, Bahia Gás, Fecomércio, Parque Social, GAAC e escolas da rede privada. Mais recentemente foi instalado na sede do Sebrae nacional, em Brasília, e está em negociação para expandir para as outras unidades estaduais.
“Em meio a tanta dor e tantas mortes, esse foi o nosso saldo positivo, pois criamos um produto de importante contribuição para a sociedade”, aponta Flávio Marinho, gerente executivo de Tecnologia e Inovação do Cimatec, Flavio Marinho
Além de empresas e residências, o equipamento de proteção também já foi testado em climatizadores de automóveis e tem potencial de proteção especialmente para veículos de transporte coletivo, como ônibus e metrôs. “Em todo esse processo, tivemos cases muito bons, no quais a taxa de contaminação por Covid em empresas foi reduzida ou mesmo zerada após o uso do filtro. Além de vidas, conseguimos desenvolver um produto que também tem salvado muitos negócios”, conclui Loyola Neto.