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Bahia com Tudo

Bahia com Tudo

A presidente Dilma Rousseff anunciou na última sexta-feira, 10, a criação de uma parceria com o Facebook para ampliar o acesso a Internet gratuito para populações de baixa renda e em áreas remotas do Brasil. Depois de um encontro de uma hora, solicitado pelo fundador do Facebook, a presidente anunciou, junto com Mark Zuckerberg, a implantação de um projeto em que a gigante da internet entrará com a infraestrutura física e o governo, com o conteúdo.

A ideia do projeto Internet.org é que o acesso seja feito via celular, de forma gratuita - como o Facebook já faz a sua rede social por algumas operadoras - e o governo definirá o conteúdo que poderá ser acesso dessa forma. De acordo com a presidente, saúde e educação serão as áreas prioritárias.

"Estamos aqui para anunciar uma parceria entre o Facebook e o governo brasileiro para assegurar que as tecnologias que garantem acesso aos serviços de Internet, de educação, saúde, a todos os produtos que a Internet pode tornar disponíveis na rede, possam ser acessados do Brasil", afirmou Dilma em uma declaração à imprensa com Zuckerberg logo depois do encontro.

O Facebook já tem um projeto piloto em Heliópolis, São Paulo, que servirá de teste para a formatação de um projeto que será anunciado oficialmente em junho. A ideia é que seja ampliada futuramente para áreas remotas do País, mas o acesso deve ser limitado a alguns conteúdos, possivelmente de cunho social.

"Estamos muito felizes com essa parceria. A conectividade tem sido um foco importante do nosso projeto Internet.org. A internet é uma peça muito importante de infraestrutura para as pessoas no mundo moderno", disse Zuckerberg.

“A criança estava desesperada quando foi salva. Ela chorava muito”. Esse é o relato de Victor Gabriel Pineda, auxiliar administrativo de 31 anos, que estava no BRT em que Jheniffer Florêncio, de 6 anos, ficou pendurada pelo braço com o corpo para fora de um ônibus em movimento, por volta das 18h30m de quinta-feira, entre as estações Maré e Fundão. O motorista, Cláudio Hamilton, afirmou nesta sexta-feira, em depoimento na 21ª DP (Bonsucesso), que não viu ninguém pelo retrovisor e, por isso, não atendeu aos apelos para parar o veículo. A menina sofreu um arranhão no braço. Mas o susto foi enorme.
— Pedimos para caramba para ele parar o ônibus, e ele não parou de jeito nenhum — reclamou a testemunha.
Jheniffer ia descer na estação Maré. Segundo a família, o motorista fechou a porta, e ela ficou presa pelo braço. A avó, Marli Florêncio, conta que conseguiu agarrar a criança pelo braço com a ajuda de outros passageiros.
— Minha mãe diz que ela pedia para não deixar ela morrer — conta Jéssica, mãe da criança, que estava no trabalho na hora do acidente.
O motorista, ainda segundo relatos da avó da criança e de Victor Gabriel, abriu a porta momentos antes de chegar à estação Fundão. O trajeto, percorrido pela equipe de reportagem do EXTRA, é de 1.200 metros e dura cerca de três minutos com dois sinais de trânsito — a tia de Jheniffer, Michele Florêncio, conta que o motorista ainda furou um deles. Cláudio não quis falar na saída da delegacia.
Cláudio Hamilton foi demitido na sexta, segundo o Consórcio BRT, por justa causa, e vai responder por lesão corporal culposa, quando não há intenção de ferir. No depoimento, ele afirmou que foi hostilizado por jovens que queriam descer fora do ponto, antes da estação Maré. Como as ofensas começaram do lado de fora do veículo, ele fechou as portas e saiu. Victor confirma a história.
Em nota, a Polícia Civil afirmou que “as imagens das câmeras de segurança estão sendo aguardadas para análise”. Jheniffer passou por um exame no Instituto Médico Legal, mas a investigação só divulgará o resultado se o delegado achar “relevante”.

Alterações no tráfego da Av. Paulo VI começaram em 2013. Via sentido orla só é permitida para ônibus

Em quatro dias, a Superintendência de Trânsito e Transporte do Salvador (Transalvador) notificou 769 condutores por trafegarem na faixa exclusiva para ônibus na avenida Paulo VI, na Pituba. Em média, 192 motoristas foram multados por dia.
A operação com fiscalização eletrônica ocorreu entre os últimos dias 23 e 26 de março, por meio de radar estático. Antes, a ação era realizada apenas por agentes de trânsito do órgão. Apesar de a operação continuar, estes são os dados mais recentes da Transalvador.
Mesmo com a sinalização informando que a faixa da avenida no sentido orla é apenas para ônibus, é muito comum encontrar veículos particulares trafegando na via. Na última sexta-feira, A TARDE foi ao local e constatou que os motoristas ignoram a determinação.
Além de utilizarem a faixa, muitos acabam prejudicando os usuários de transporte coletivo. Em horários de pico, como algumas ruas transversais à avenida Paulo VI costumam ficar congestionadas, os condutores que desejam acessá-las não conseguem e, consequentemente, impedem a passagem dos ônibus.
"Acho errado, afinal as mudanças deram resultado, o trânsito da [avenida] Paulo VI melhorou", opinou o estudante Alex Brito, 22. Apesar de condenar a imprudência, ele utilizou a faixa na última sexta-feira e admite, ainda, que usa em outros momentos.
"Às vezes estou com pressa e o trânsito está 'pesado' e não tem jeito, passo pela faixa exclusiva mesmo. Mas fico atento ao movimento de ônibus, se for pequeno, passo por ela", justifica ele.
Segundo o superintendente da Transalvador, Fabrizzio Muller, avaliações do órgão já haviam detectado a imprudência de condutores que trafegam pela região. No ano passado, 4.424 notificações foram realizadas por agentes no local.
"A gente tem notado que as pessoas têm descumprido a cada dia mais, mesmo mantendo os agentes em determinados horários de maior circulação. Estamos mantendo o radar praticamente todos os dias", pontua o superintendente.
O condutor flagrado é autuado por tráfego irregular. A multa para a infração, considerada de natureza leve pelo Código de Trânsito Brasileiro, é de R$ 53,21, acrescentando três pontos na carteira nacional de habilitação (CNH).
Intensificação
Morador da Pituba, o autônomo Antônio Rabelo, 40, concorda com a intensificação da fiscalização. Ele diz nunca ter usado a via exclusiva. "Se foi comprovado que é melhor para o trânsito, então as pessoas devem cumprir a lei. Se todo mundo quiser priorizar o seu desejo no lugar do bem do trânsito, vira uma baderna".
Muller destaca que a instalação do radar estava prevista desde a implantação da faixa. "Recebemos poucas reclamações. Os moradores dão uma volta maior, mas conseguem fazer os trajetos em menos tempo, porque os longos congestionamentos acabaram", frisa.

A BorghiLowe é uma das maiores agências de publicidade do Brasil. Ela ocupa a quarta colocação em ranking que leva em conta o investimento publicitário dos anunciantes atendidos por cada agência. De acordo com a pesquisa, que foi divulgada pelo Ibope em dezembro, os clientes da BorghiLowe movimentaram R$ 3,2 bilhões em 2014.

Entre as principais contas da empresa, estão Caixa Econômica Federal, Petrobras Distribuidora, BNDES, Unilever, Subway e Fast Shop. Além do faturamento alto, a agência também é premiada: ano passado, três de suas campanhas ficaram em terceiro lugar no Festival de Cannes, o mais conhecido do mundo no setor.

Sediada em São Paulo e com escritórios no Rio de Janeiro e em Brasília, a BorghiLowe tem, hoje, mais de cem funcionários. O presidente do grupo, José Henrique Borghi, entrou no último mês na lista dos 20 publicitários mais influentes da revista “GQ Brasil”.

Ricardo Hoffmann, que foi preso preventivamente ontem pela Polícia Federal, ocupou os cargos de vice-presidente e diretor geral do escritório de Brasília da BorghiLowe até o fim do ano passado. Em dezembro, a Receita Federal fez os primeiros pedidos de informação sobre contratos da agência com o governo.

Hoffmann construiu sua carreira profissional em Brasília, onde trabalha desde 1994. A capital federal é considerada o segundo maior mercado publicitário do Brasil, atrás de São Paulo. A posição se deve, principalmente, às verbas do governo federal.

Sob seu comando, o escritório de Brasília da agência chegou a ter 50 funcionários. Em entrevista publicada pela revista “Propaganda”, em novembro de 2012, Hoffmann chegou a falar sobre as ligações entre a política e a corrupção na capital federal. Ele disse que os resultados que obteve no mercado publicitário de Brasília se devem ao trabalho “planejado, focado e dedicado”, e não às relações políticas.

REGRAS PARA BÔNUS DE VOLUME

Na entrevista, ele disse: “De um modo simplista e até reducionista, as pessoas dizem que em Brasília tudo é política. Na verdade, dizem pior, que tudo é sacanagem. (...) Eu penso diferente, e consegui convencer meus pares de que vale a pena acreditar na competência”.

Após trabalhar em outras agências grandes, como DM9 e Newcomm, Hoffmann foi contratado pela BorghiLowe em 2006.

Não existem regras para o pagamento de bônus entre agências de publicidade e produtoras, como aconteceu no caso investigado pela 11ª fase da Operação Lava-Jato, segundo o Conselho Executivo das Normas-Padrão (Cenp). A entidade é formada por representantes do próprio mercado e regula as práticas comerciais no meio publicitário do Brasil.

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As normas do Cenp estabelecem apenas critérios que devem ser observados nos bônus que são pagos pelos veículos de comunicação, como redes de TV, rádio e jornais, para as agências de publicidade. Essa pratica dá incentivos às agências que compram mais espaços de propaganda.

Pelas regulamentações do Cenp, o veículo deve fazer o pagamento diretamente à agência com emissão de nota fiscal. Não é permitido o pagamento para um terceira empresa, como aconteceu no caso da BorghiLowe e das produtoras. “Os planos de incentivo às agências mantidos por veículos não contemplarão anunciantes”, diz a norma do Cenp.

Um executivo do mercado publicitário disse à reportagem Jornal que o pagamento de bônus entre produtoras e agências é incomum e desperta suspeitas.

O mundo da política na Bahia é muito pequeno. Todo mundo conhece todo mundo. Atual secretária do ex-deputado federal Luiz Argolo (SD-BA), Élia Santos da Hora foi presa na manha desta sexta-feira (10) com o chefe, em Salvador, como parte da 11ª fase da Operação Lava Jato.

Apesar de ter sido divulgado pela Polícia Federal que Élia é secretária de Luiz Argolo, atualmente sem mandato, ela foi nomeada em 2013 como assessora parlamentar do então deputado estadual pelo PP, Mário Negromonte Junior. A nomeação de Élia foi publicada no Diário Oficial no dia 9 de abril de 2013, com o símbolo SP-22, cujo salário é de R$ 8 mil.

Negromonte Junior é filho do atual conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), Mário Negromonte, denunciado pelo Ministério Público Federal ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) como beneficiados do esquema de propina envolvendo a Petrobras. O Bocão News tentou falar com Negromonte Jr., mas ele não atendeu as ligações e nem as retornou.

Segundo investigações da Policia Federal, Mário Negromonte e Luiz Argolo receberam dinheiro quando faziam parte do Partido Progressista. Ambos não estão mais na legenda.

Argolo foi para o Solidariedade e Negromonte teve que se desfiliar para ser nomeado conselheiro do TCM.

Investigações da Polícia Federal dão conta de que Argolo recebeu do doleiro Alberto Youssef R$ 1,2 milhão. Na decisão do juiz Sergio Moro que determinou a prisão de Argolo, ele cita a sociedade entre o ex-deputado e o doleiro na empresa Malga Engenhara como determinante para a prisão do ex-deputado.

A Defesa Civil (Codesal) registrou em Salvador entre quarta-feira (8) e a última quinta-feira (9), 60 solicitações de emergência. Entre os registros estão alagamento de área (2), alagamento de imóvel (3), ameaça de desabamento (13), desabamento de imóvel (1), ameaça de desabamento de muro (2), desabamento de muro (2), avaliação de imóvel alagado (2), árvore caída (2), galho de árvore caído (1), desabamento parcial (7), deslizamento de terra (16), orientação técnica (1), infiltração (1) e pista rompida (1).

Nem as fortes chuvas que caem sobre Salvador e devem se estender até terça vão atrapalhar a festa deste fim de semana. Este é o clima que toma conta de rubro-negros e tricolores.
A um passo de trazerem a final da Copa do Nordeste para a capital baiana, Bahia e Vitória têm, cada um, dois desafios pela frente. E o êxito no primeiro tende a impulsionar o sucesso no segundo.
O desafio a ser impulsionado é dentro de campo. O Esquadrão e o Leão, após empatarem em  0 a 0 com Sport e Ceará, respectivamente, jogam em casa a  volta da semifinal com a necessidade de vencer.
Novo 0 a 0 leva a decisão para os pênaltis. Já a igualdade por outro placar classifica a equipe visitante pelo critério do maior número de gols marcados fora de casa. O Bahia joga domingo, na Fonte Nova, às 16h. O Vitória, neste sábado, 11, no Barradão, às 16h20.
O desafio que dará o impulso, por sua vez, está fora das quatro linhas. É o das torcidas, que almejam encher o estádio para empurrar suas equipes.
A galera do Bahia já está fazendo a sua parte. Às 18h de quinta-feira, 9, cerca de 16 mil ingressos já haviam sido vendidos. São 40 mil disponíveis, mil deles reservados para portadores de necessidades especiais (o restante da capacidade máxima da Fonte Nova fica restrito a camarotes e ingressos corporativos). O objetivo é superar os 23.218 pagantes do 1 a 0 sobre o paraibano Campinense na partida de volta das quartas de final.
Os rubro-negros ainda estão devendo. Por isso, sentem-se ainda mais desafiados. Em 2015, a única vez em que colocaram mais de 10 mil pessoas no Barradão foi com as 13.679 do Ba-Vi de 1º de março, pelo Baianão (apenas 3,5 mil lugares no estádio estavam reservados ao Bahia).
Até a quinta, em parte atrapalhadas pelas chuvas e  difícil acesso ao estádio do Leão, as vendas passaram por pouco dos 100 bilhetes. Nada que tire a motivação rubro-negra.
"Culturalmente o torcedor do Vitória compra ingresso em cima da hora. São comportamentos distintos entre as torcidas.  E ainda estamos preparando novos estímulos para os rubro-negros comparecerem neste sábado ao Barradão. Tenho certeza que eles vão responder. Nossa expectativa é de até 25 mil pessoas no estádio", comenta o gerente de marketing do clube, Anderson Nunes.
Ele ainda lembra que existem 5,1 mil sócios do Sou Mais Vitória, programa que garante ao associado a entrada nos jogos com mando do Leão.
Euforia tricolor
O Esquadrão vive um momento eufórico.  Na internet e nas redes sociais, circula a campanha institucional do clube com o título "Agora é com a gente. Vamos lotar a Fonte 'Nossa'". Para empurrar ainda mais a torcida, os ingressos estão sendo vendidos até este sexta, 10, a preços promocionais, a partir de R$ 20 a inteira (R$ 10 a meia). Sábado e domingo, 12, a inteira mais barata passa a R$ 30.
Empolgado e diante dos 22 mil torcedores que foram assistir ao 0 a 0 na Ilha do Retiro, em Recife, o goleiro Douglas Pires declarou: "A torcida do Sport fez uma festa bonita, mas a nossa é maior, mais festiva e vai fazer uma festa ainda melhor no domingo. Levamos a decisão para a Fonte Nova pela torcida do Bahia e para a torcida do Bahia. Quero convidar todos para lotar a Arena e, se Deus quiser, festejar a nossa classificação".
O técnico do Leão, Claudinei Oliveira, comentou: "Nosso torcedor andou preocupado porque o Vitória foi eliminado  nos últimos anos em goleadas para o Ceará. Agora, ele tem que saber que o confronto está aberto. A gente pede que ele compareça e nos incentive, a exemplo do que fizeram os cearenses no jogo de ida".
Confira os pontos de vendas e preços

Ingressos para ver o Esquadrão
Pontos de venda
- Arena Fonte Nova
- Internet: site da Arena
- Ticketmix nos Shoppings da Bahia,  Paralela e Salvador
- Loja 5988 em Caminho de Areia
Preços até sexta
- Super Norte:  R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia)
- Norte, Oeste e Leste Superior: R$ 30 e R$ 15
- Leste: R$ 44 e R$ 22
- Especial Oeste:
R$ 50 e R$ 25
- Lounge: R$ 120
Entradas para apoiar o Leão
Pontos de venda  
-  Lojas do Leão no Center Lapa e no Shopping Capemi
- Estação Rubro-Negra no Shopping Paralela
- Planeta Vitória no Shopping  Bela Vista
- Leão da Barra no Shopping Barra
- Barradão
Preços  
- Arquibancada:  R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia)
- Cadeira:  R$ 80 (inteira) e R$ 40 (meia)

O vereador e presidente do Solidariedade em Salvador, Geraldo Júnior, afirma que prisão do ex-deputado federal Luiz Argolo não atinge a imagem do partido. O ex-parlamentar foi detido pela Polícia Federal na 12ª fase da Operação Lava Jato na manhã dessa sexta-feira (10) por envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras.

“Não há nada nem ninguém que possa desabonar a conduta dos parlamentares do partido”, defendeu o vereador em conversa com a reportagem do Jornal.

“Ele terá a oportunidade de se defender, fez isso no campo do legislativo, fará no Judiciário agora porque perdeu foro privilegiado”, lembrou o dirigente do Solidariedade.

Uma jovem de apenas 15 anos foi morta por uma bala perdida na noite desta quinta-feira, no bairro Gardênia Azul, na região de Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio. Segundo informações da Polícia Militar, traficantes de facções rivais trocaram tiros na Avenida Isabel Domingues, na região conhecida como Jardim Clarice. Crislaine Suênia da Silva voltava de bicicleta de um treino de muay thai quando foi atingida por uma bala perdida.

O corpo da garota foi encontrado na Avenida Canal do Anil, com marca de disparo nas costas. Ainda de acordo com a PM, dois carros com perfurações de tiros foram localizados perto de onde a menina estava. O comandante do 18º BPM (Jacarepaguá), coronel Rogério Figueiredo, informou que não havia operações no local no momento em que Crislaine foi baleada.
O caso foi registrado na Divisão de Homicídios (DH). Procurada, a assessoria de imprensa da Polícia Civil ainda não se pronunciou sobre o andamento das investigações.

Crislaine estudava na Escola municipal Octavio Frias de Oliveira, no bairro do Anil, também em Jacarepaguá, e morava com a família na Gardênia Azul. A irmã da jovem usou seu perfil no Facebook para fazer um desabafo sobre a morte da garota: “Meu amor, agora você é minha estrela favorita. Eu te amo mais que tudo. Irmãs por acaso e amigas por opção...”. Já o pai publicou uma mensagem de luto junto a uma montagem com fotos da filha.
Moradores da Gardênia Azul estão marcando uma manifestação para as 13h desta sexta-feira. O protesto é contra a violência na região.

Considerada a maior especialista em Shakespeare do Brasil, ela estava internada desde o dia 23 de março
A crítica teatral Barbara Heliodora, considerada a maior especialista em Shakespeare do Brasil, morreu na manhã desta sexta-feira. Ela estava internada no Hospital Samaritano, na Zona Sul do Rio, desde o dia 23 de março. Em novembro, recebeu alta do mesmo hospital após passar mais de uma semana internada com suspeita de pneumonia. Barbara Heliodora deixa três filhas, de dois casamentos, e quatro netos.
Uma espécie de tensão silenciosa se instalava quando ela chegava ao teatro, como se Anunciasse: Barbara Heliodora, a grande dama da crítica teatral brasileira, chegou. Era fácil distingui-la. Trazia os belos cabelos brancos sempre bem penteados, os óculos generosos bem equilibrados sobre o nariz afilado, a postura ereta. Parecia uma senhora sorridente inglesa, daquelas que observam com prazer e rigor o chá servido em finas xícaras de porcelana. A alusão à Inglaterra não é gratuita. Barbara Heliodora estava entre as maiores especialistas (e tradutoras) na obra do mais celebrado dos autores ingleses, William Shakespeare. O país acaba de perder a inteligência arguta, o humor ferino e a sinceridade dolorosa deBarbara Heliodora, que marcou sucessivas gerações com suas críticas afiadas — publicadas de 1986 a 2014 no Segundo Caderno do GLOBO.

Seu estilo inconfundível, sem papas na língua, a tornou o nome mais temido da crítica artística contemporânea, o que lhe rendeu algumas brigas e outras tantas polêmicas públicas. Entre as mais virulentas, está a contenda com o diretor Gerald Thomas, que chegou a proibir sua presença em seus espetáculos. Ulisses Cruz, em 1996, barrou-a à porta do teatro, na estreia de sua montagem de “A dama do mar”, de Ibsen. Mas nem frases como “meu pobre Shakespeare sofre mais um triste golpe nessa bobajada insana”, ou “é um crime lesa-Molière; se houve direção, ela é um desastre” expressam o máximo de seu desagrado: “Às vezes é um verdadeiro horror, muito pior do que escrevo nos textos. Como é que não percebem que estão apresentando tamanha porcaria?”.

O diretor Henrique Tavares criou, inspirado em sua figura, “Barbara não lhe adora”(1999), comédia que extraía graça da figura do crítico famoso e rigoroso. “A crítica condescendente é um engano”, costumava dizer Barbara.

Diretores e atores do teatro carioca sabem bem disso. E, concordando ou não com suas análises, ninguém ficava indiferente ou deixava de dar valor à atenção e ao cuidado da análise da veterana especialista — fosse à qualidade da iluminação ou aos detalhes do cenário. Nos últimos anos, mesmo com idade avançada, e já debilitada pelas sucessivas pneumonias que acabaram por vencê-la, Barbara mantinha uma rotina profissional impressionante, assistindo de quinta a domingo a espetáculos para todos os gostos e de todos os níveis: de iniciantes a consagrados nomes da cena teatral.

SHAKESPEARE E FLUMINENSE, PAIXÕES DESDE A INFÂNCIA

Nascida no Rio de Janeiro em 29 de agosto de 1923, Heliodora Carneiro de Mendonça ganhou o primeiro nome pelo qual ficou conhecida após ser batizada. Filha de Marcos Carneiro de Mendonça, historiador e goleiro-galã do primeiro time do Fluminense e da seleção brasileira, e da poeta Anna Amélia de Queiroz, herdou do pai a paixão pelo futebol e pelo time das Laranjeiras, e da mãe o amor por Shakespeare — foi ela que, lhe deu, quando tinha 12 anos, uma edição completas das obras do bardo, em inglês.

Uma das mais importantes e respeitadas pesquisadoras do teatro brasileiro, Barbara Heliodora iniciou a carreira profissional como crítica de teatro em 1958, no jornal “Tribuna da Imprensa”. No ano seguinte já assinava uma coluna especializada em artes cênicas no “Jornal do Brasil”, onde suas rigorosas e bem fundamentadas análises passaram a exercer considerável influência na cena teatral carioca e na modernização da crítica especializada.

Integrante e uma das líderes do Círculo Independente de Críticos Teatrais, Barbara atuou como crítica até 1964, quando se afastou do “Jornal do Brasil” para assumir a direção do Serviço Nacional de Teatro (SNT), cargo que exerceu até 1967. Daí em diante, dedicou-se integralmente ao ensino. Como professora do Conservatório Nacional de Teatro e também do Centro de Letras e Artes da UniRio, lecionou História do Teatro, entre outras disciplinas, até a sua aposentadoria, em 1985.

Apesar de afirmar que nunca nutriu verdadeiro desejo em se tornar atriz — “o ator tem que ter um grande prazer em pisar no palco. E eu não tenho” —, em 1948 ela assumiu o papel da Rainha Gertrudes, em “Hamlet”, mas teve de ser substituída ao saber que estava grávida da filha Patrícia. Barbara foi substituída por ninguém menos que Cacilda Becker. Dez anos mais tarde, ela voltaria a atuar em peças do Tablado, espaço de referência idealizado e dirigido por Maria Clara Machado.

Nos anos 1970, ela deu uma guinada na sua carreira como teórica, tendo seus primeiros livros publicados. O primeiro deles, “Algumas reflexões sobre o teatro brasileiro” (1972). Em 1975, como acadêmica da USP, defendeu a tese de doutorado “A expressão dramática do homem político em Shakespeare”, publicado posteriormente em livro.

Ao aprofundar seus estudos sobre Shakespeare, Barbara se tornou referência internacional sobre o mais importante autor da dramaturgia universal, tendo representado o país em eventos internacionais e publicado ensaios em publicações conceituadas, como o Shakespeare Survey, na Inglaterra. O repertório intelectual acumulado sobre o autor a transformou, pouco a pouco, numa das principais tradutoras da obra de Shakespeare, tendo assinado a versão brasileira para clássicos como “A comédia dos erros”, “Sonho de uma noite de verão”, “O mercador de Veneza”, “Noite de Reis”, “Romeu e Julieta”, “César e Cleópatra” e “Rei Lear”.
TRADUTORA DE OBRAS FUNDAMENTAIS

Suas muitas conferências sobre o assunto foram reunidas no livro “Falando de Shakespeare”(1997). Anos mais tarde, Barbaralançou outro volume dedicado ao bardo, a coletânea de ensaios “Reflexões shakespearianas” (2004). Em 2000, a convite da Academia Brasileira de Letras (ABL), Barbara escreveu “Martins Pena, uma introdução”, sobre um dos pais da dramaturgia brasileira.

Tradutora de obras teóricas fundamentais da História do Teatro, como “O teatro do absurdo”, “A anatomia do drama” e “Brecht: dos males o menor”, todos de Martin Esslin, além de “Shakespeare”, de Germaine Greer, Barbara voltou ao exercício da crítica teatral em 1986, na revista “Visão”, e logo depois se estabeleceu como a principal crítica teatral do jornal GLOBO, cargo que exerceu ininterruptamente até janeiro de 2014, quando anunciou a sua aposentadoria e foi substituída pelo colega de profissão Macksen Luiz.

Mas ao deixar a crítica teatral, ela não interrompeu seus trabalhos. Continuou a receber em casa alunos de seu grupo de estudo sobre Shakespeare e a escrever e a publicar livros. Em 2013 publicou “A história do teatro no Rio de Janeiro” e “Caminhos do teatro ocidental”; em 2014, teve fôlego para lançar “Shakespeare: o que as peças contam — Tudo o que você precisa saber para descobrir e amar a obra do maior dramaturgo de todos os tempos”.

Como diretora teatral, Barbara assinou montagens como “Comédia de todo mundo”, de Eudnyr Fraga. Em 1999, ela assinou o texto e a direção do espetáculo “Um homem chamado Shakespeare”, e também dirigiu “A Rússia de Tchekov”.