Quinta, 31 Outubro 2024 | Login

Um membro da AQAP, uma ramificação da Al-Qaeda no Iêmen disse que o grupo dirigiu o ataque contra a revista satírica francesa Charlie Hebdo em Paris “como vingança pela honra” do profeta islâmico Maomé. Em uma declaração em inglês feita à Associated Press nesta sexta-feira, ele disse que “a liderança da AQAP dirigiu as operações e que escolheram o alvo com cuidado”.

De acordo com ele, o ataque foi compatível com as advertências do último líder da Al-Qaeda, Osama Bin Laden ao Ocidente sobre “as consequências da persistência da blasfêmia contra santidades muçulmanas”. Ele disse que o grupo adiou a sua declaração de responsabilidade por “razões de segurança”. O membro da AQAP falou sob condição de anonimato devido às regras do grupo.
O presidente François Hollande agradeceu o trabalho das forças de segurança francesas e convocou o povo a se manter forte na luta contra o terror, que ainda não acabou.

“Eu os convoco à vigilância, à unidade e à mobilização”, disse em um breve pronunciamento nacional após a polícia cercar e matar os dois atiradores que participaram do atentado à revista Charlie Hebdo, na quarta-feira, e também o sequestrador que manteve reféns em um supermercado de Paris, nesta sexta-feira.

“Nós somos um povo livre que não cede a nenhuma pressão, que não tem medo”, afirmou Hollande em seu discurso. “Devemos mostrar a nossa determinação para lutar contra tudo o que pode nos dividir, contra o racismo e o antissemitismo”, disse.
O presidente prometeu reforçar a segurança em lugares públicos e também condenou a ação do atirador que matou quatro pessoas e manteve outras reféns em um supermercado de Paris. “Estes fanáticos não tem nada a ver com a religião muçulmana”, disse.

Hollande anunciou que irá participar do grande ato de domingo, em Paris. Ele será acompanhado de chefes de estado de outros países, como Angela Merkel, chanceler da Alemanha, e os primeiros-ministros David Cameron, do Reino Unido, Matteo Renzi, da Itália, Charles Michel, da Bélgica e Mariano Rajoy, da Espanha.
Ele também conclamou os franceses a “se levantarem no domingo para serem os porta-vozes de valores do pluralismo e da liberdade e democracia”. “Sairemos deste teste mais fortes”, disse.

Os dois suspeitos pelo atentato ao jornal Charlie Hebdo foram mortos em um confronto com a polícia francesa nesta sexta-feira (9) em uma gráfica de Dammartin-en-Goële, na França. Em operação conjunta, também foi morto o atirador Amedy Coulibaly, 32, que mantinha cinco pessoas reféns em um mercado em Paris.

Na gráfica estavam os irmãos Said, 34, e Chérif Kouachi, 32, suspeitos de terem matado jornalistas, cartunistas e policiais no ataque ao "Charlie Hebdo" na quarta-feira (7). Eles mantinham uma pessoa refém, que saiu ilesa.

O ataque ao supermercado judeu em Porta de Vincennes, no leste de Paris, aconteceu minutos após a invasão na gráfica onde os irmãos suspeitos de terem participado do massacre de Charlie Hebdo mantinham um refém. A polícia francesa confirmou que há quatros mortos, incluindo atirador Amedy Coulibaly. Segundo a imprensa francesa, quatro reféns foram mortos.

Publicado em Mundo