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A cidade de Amargosa passou na frente no estado da Bahia e foi a primeira a assinar o acordo de compra e venda da vacina contra a covid-19 que está sendo desenvolvida pelo Instituto Butantan. A informação foi anunciada pela prefeitura em suas redes sociais.

"Assinamos o acordo de compra e venda com o Instituto Butantan e garantimos a aquisição de 12.188 doses da vacina contra a Covid-19", diz a nota divulgada. A previsão é de que as doses sejam entregues ainda em janeiro.

Segundo a prefeitura, terão prioridade na imunização idosos, profissionais de saúde e pessoas com doenças crônicas.

Em entrevista à TV Bahia, o prefeito Júlio Pinheiro explicou que fez o pedido de acordo assim que o Supremo Tribunal Federal (STF) permitiu que estados e municípios adquirissem imunizantes autorizados em outros países caso a Anvisa não se manifestasse em 72 horas após a solicitação de registro.

"Formalizamos o nsoso interesse e o Instituto nos respondeu encaminhando o memorando para o acordo de intenção dessas vacinas. A previsão é de que a entrega de uma parte das doses aconteça em janeiro, outra em fevereiro e a maior parte seja distribuída até maio", explicou o prefeito.

Apesar do acordo, a Coronavac, vacina desenvolvida pelo Butantan em parceria com a chinesa Sinovac, ainda não foi registrada no Brasil. A previsão é de que o instituto apresente os resultados e faça a solicitação de registro ainda hoje.

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De acordo com informações do laboratório, os tremores ocorreram à 0h41 e 0h50. A magnitude do segundo tremor foi calculada em 1.9 e foi sentido pela população do distrito. Moradora da localidade, a professora Duceni Santos Ferreira, 36 anos, contou que o primeiro evento teve um estrondo muito alto e o segundo foi um tremor acompanhado de estrondo.

"A casa tremeu toda, o telhado ficou parecendo que ia cair por cima da gente. Estamos sem saber o que podemos fazer porque falam que a gente tem que sair de casa com segurança, protegido. Mas se a gente sai de casa, a gente vai para onde? As ruas aqui são estreitas e com muita fiação, os postes são um perto do outro. A gente vai correr para onde? É complicado demais e cada dia que passa a gente vai ficando mais assustado, a gente não dorme mais, estamos vivendo um desespero", relatou.

O último terremoto no local ocorreu entre os dias 27 e 28 de outubro. Desde a instalação dos medidores de intensidade, nenhum evento de magnitude superior a 1.5 ocorria na região.

Equipamentos de medição de tremores foram instalados na área em setembro depois que um terremoto de magnitude 4,6 atingiu a localidade no dia 30 de agosto, deixando casas destruídas. O tremor foi o maior evento sismográfico já registrado na Bahia. As ocorrências fizeram os municípios de São Miguel das Matas e Amargosa decretarem situação de emergência.

Diante da intensa atividade sísmica que vem ocorrendo na região, a UFRN em parceria com a Defesa Civil da Bahia (Sudec) realizou no dia 22 de outubro uma palestra para explicar sobre estes eventos para as comunidades do Corta Mão e do município de São Miguel das Matas. Segundo o laboratório, a palestra teve como objetivo orientar, tranquilizar e informar a população das localidades mais afetadas pelos tremores de terra recentes.

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Registrados desde o último sábado (29), os tremores de terra deixaram seis famílias desabrigadas em São Miguel das Matas e outra em Amargosa. Os moradores podem receber aluguel social das prefeituras até conseguirem reconstruir ou reabitar suas casas. Das afetadas, apenas uma família de São Miguel das Matas optou por ficar na casa de parentes e não receber o auxílio da prefeitura. As cidades decretaram situação de emergência após a ocorrência de terremotos nos municípios.

Em Amargosa, a situação de emergência foi decretada nessa quinta-feira (3) vigorando por um período de 90 dias. De acordo com o prefeito Júlio Pinheiro, 15 residências são monitoradas pela gestão para verificar se haverá a progressão das rachaduras causadas pelo tremor de terra com a continuidade dos sismos.

“O decreto é um protocolo para que a adoção de medidas de socorro e recuperação das casas possa ser feita sem cumprir certas formalidades”, explicou o gestor. Uma igreja e duas escolas também foram afetadas pelos terremotos.

Localizada na comunidade do Feto, no distrito de Corta-mão, no município de Amargosa, a casa da família de Rosimare Santos, 37 anos, caiu parcialmente no último domingo (30) e deverá ser demolida. Por enquanto, os moradores estão com parentes enquanto esperam a disponibilidade de uma residência pra alugar na zona rural da cidade.

“Minha casa vai ter que ser construída do zero. Por enquanto, estamos na casa do meu pai porque a prefeitura disse que tínhamos que sair de casa, eles estão procurando um aluguel social para me dar o suporte. Mas, por enquanto, vou ficar aqui”, contou.

O decreto de situação de emergência no município de São Miguel das Matas foi assinado na segunda-feira (31). No documento, a prefeitura cita os danos causados pelos recorrentes tremores de terra nas regiões de Tabuleiro da Boa Vista, Pedreira, Prensa, Riachão, Gendiba, Cabeça do Boi e na sede do município.

De acordo com o prefeito José Renato Curvelo, a gestão já identificou cinco casas destruídas pelo terremoto e mais de 50 com rachaduras causadas pelos tremores. Boa parte dos estragos ocorreu na zona rural, que é mais próxima do epicentro, em Amargosa.

“Além das casas, também apareceram rachaduras em uma escola e uma igreja. Algumas casas avaliadas podem ter que acabar sendo demolidas”, afirmou.

Morador de São Miguel das Matas, Elielson Lopes, 48, teve que deixar o lugar onde mora, no domingo, após o grande tremor. Durante o evento sísmico, a sua esposa foi atingida por uma telha e se machucou. Agora, ele espera receber o auxílio-aluguel da prefeitura.

“Estou em uma casa de aluguel, prometeram me ajudar e até agora nada. Minha casa foi toda detonada, só aproveita a madeira. O tremor do domingo foi horrível”, contou Elielson.

Ambas as cidades buscam recursos junto ao estado e ao governo federal para reconstruir e reformar os imóveis afetados pelos terremotos. As duas prefeituras acompanham a evolução dos tremores, dão suporte para as famílias que estão amedrontadas e orientam a atuação em caso de novos abalos sísmicos.

Segundo o superintendente da Defesa Civil da Bahia (Sudec), Paulo Sérgio Luz, os municípios de Amargosa e São Miguel das Matas foram mesmo os mais afetados. Em conjunto com a prefeitura, os agentes do órgão ainda realizam o levantamento do número de desabrigados e de imóveis danificados na região.

Desde o último sábado (29) até esta quinta (3), a Rede Sismográfica Brasileira registrou 23 tremores de terra na região de Amargosa. O maior evento foi registrado no domingo e teve magnitude de 4.6 na escala Richter.

Cidades vizinhas
Em Mutuípe, nenhuma casa chegou a desabar em decorrência do terremoto, afirma o prefeito Rodrigo Maicon de Santana Andrade, conhecido como Digão: “Não registramos nenhum dano grande, apenas rachaduras em algumas casas”.

O último tremor relatado pelos moradores da cidade ocorreu na terça (1), contou Digão, que diz acompanhar a situação em conjunto com um comitê montado pela prefeitura. “Na terça, apenas a zona rural sentiu o tremor”, disse.

Os tremores também não causaram grandes impactos estruturais em Elísio Medrado. Segundo o vice-prefeito, Williams Panfile, apenas algumas casas ficaram rachadas, especialmente, em algumas comunidades da zona rural. Uma creche também apresenta rachaduras. “Não ocorreu nada que prejudicasse a estrutura, apenas pequenas rachaduras”, garantiu.

A cidade ainda registra tremores, mas nada como o que ocorreu no domingo. Devido à redução na intensidade dos sismos, o vice-prefeito afirma que a população está mais tranquila: “No primeiro momento, houve uma situação de medo pelo desconhecido, mas agora não existe mais o pânico”.

Mesmo com a redução da intensidade dos tremores, a prefeitura de Mutuípe continua a fazer vistorias no município, informou Panfile.

Sismógrafos
Com a ocorrência de tremores na região, nove sismógrafos serão instalados em uma rede que cobrirá os municípios de Amargosa, Mutuípe, São Miguel das Matas, Elísio Medrado, Brejões, Laje e Ubaíra. Os equipamentos começarão a ser instalados nesta sexta-feira (4) por uma equipe de sismólogos e pesquisadores do Laboratório Sismológico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (LABSIS/UFRN), que integra a Rede Sismográfica Brasileira (RSBR).

A previsão é que os sismógrafos estejam funcionando até o dia 13 de setembro. O trabalho será acompanhado por uma equipe da Defesa Civil do Estado da Bahia. Os aparelhos são usados para detectar os movimentos do solo, inclusive, os gerados pelas ondas sísmicas.

O professor titular do Departamento de geofísica da UFRN e coordenador do Labsis, Aderson Farias, explica que os equipamentos permitirão uma maior precisão na detecção dos tremores de terra.

“A Rede Sismográfica Brasileira tem cerca de 100 estações na rede permanente, o que é pouco para o Brasil. Quando se quer estudar com detalhe como a sismicidade está evoluindo em um local e como a falha está se comportando, a maneira mais apropriada de fazer isso é instalando uma rede local com um maior poder de resolução. É preciso aumentar o poder de percepção e localizar a extensão da falha, com isso, é possível indicar melhor a evolução da falha e orientar de alguma forma o trabalho da Defesa Civil”, explicou.

A instalação dos equipamentos é financiada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Fonte: Correio

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