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Os soteropolitanos devem encarar a incerteza com relação à greve geral de ônibus até a próxima terça-feira (16). Isto porque, os rodoviários só pretendem bater o martelo após o resultado da mediação com representantes dos empresários e a Superintendência de Trânsito e Emprego (STE), marcada para este dia. Até lá, o serviço segue normal e o CORREIO te ajuda a entender o desenrolar da história.

Desde quinta-feira (11), a categoria está em estado de greve. A decisão foi tomada no mesmo dia, após duas assembleias gerais. A medida é um alerta para os governantes, e indica que a qualquer momento os rodoviários podem deflagrar uma greve. Antes, no entanto, alguns trâmites precisam ser cumpridos: Após a deliberação, é publicado um edital que viabiliza a instauração da greve geral após 72 horas.

De acordo com o Sindicato dos Rodoviários, o serviço de ônibus do transporte público da capital baiana não vai ser paralisado pelo menos até terça-feira (16). Ainda segundo Fábio Primo, presidente em exercício do sindicato, a medição com os representantes dos empresários e a Superintendência de Trânsito e Emprego (STE) está marcada para acontecer às 10h.

O objetivo da classe é demandar um aumento de 10% no salário e no ticket de alimentação, compensação das horas extras, fim da dupla jornada - quando o motorista dirige e ainda cobra - e manutenção da função de cobrador em todas as linhas e horários.

Procurados pela reportagem para saber se há possibilidades reais de atender as demandas da categoria, representantes dos empresários responderam que preferem se pronunciar apenas após a deliberação de terça-feira (16).

Prefeitura acompanha de perto

A Prefeitura de Salvador, por meio da Secretaria Municipal de Mobilidade (Semob), informou que tem acompanhado as negociações entre os rodoviários e as concessionárias para que as partes cheguem o quanto antes a uma definição para evitar que ocorra a suspensão do serviço de transporte na cidade.

Ainda segundo a Semob, mesmo que seja decretada a greve da categoria, não haverá paralisação das atividades pelo período de 72 horas após o anúncio. A pasta também disse que tem colocado esforços para evitar que haja ainda mais prejuízo à população.

Como começou

Tudo começou no dia 4 de maio, quando os rodoviários paralisaram o serviço pontualmente. Na ocasião, os trabalhadores atrasaram a saída dos ônibus de quatro garagens por quatro horas. Os veículos costumam sair às 4h da manhã, mas saíram às 8h.

Eles eram das seguintes garagens: Plataforma G1 (antiga Praia Grande, no Subúrbio), OT Trans G1 (antiga São Cristóvão, em Porto Seco Pirajá), CSN Iguatemi (antiga BTU) e uma do Subsistema de Transporte Especial Complementar (Stec), localizado no bairro do Retiro.

Três dias depois, a capital baiana amanheceu sem ônibus urbanos. Desta vez, a suspensão das atividades da categoria durou 24 horas. Por causa disso a Semob montou um esquema com os coletivos do transporte complementar, conhecidos como "amarelinhos". Ao todo, 215 veículos circularam em operação especial.

Até que, no dia 11 de maio, os rodoviários de Salvador aprovaram o estado de greve, após duas assembleias gerais.

Publicado em Bahia