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Em razão da pandemia de covid-19, os Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) estão diplomando os candidatos eleitos este ano em cerimônias virtuais ou com restrição ao público. O prazo para diplomação termina na sexta-feira (18) e cada tribunal escolheu a data e a forma que melhor se ajusta às realidades locais.

Em situações normais, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e os TREs realizam eventos públicos para essa fase do pleito. A diplomação encerra o processo eleitoral e habilita o eleito a tomar posse no seu respectivo cargo. Todos os candidatos vitoriosos e suplentes, até a terceira colocação, podem emitir o diploma de forma online diretamente no site do TRE de cada estado. Na impossibilidade técnica, ele pode ser retirado no cartório eleitoral da zona do candidato. Nesse caso, o TSE recomenda que o atendimento seja agendado.

Eleições
No caso das eleições presidenciais, é o TSE que faz a diplomação. Para os eleitos aos demais cargos federais, estaduais e distritais, assim como para os suplentes, a entrega do diploma fica a cargo dos TREs. Nas eleições municipais, a competência é das juntas eleitorais, em geral, com a participação dos tribunais regionais.

De acordo com o Código Eleitoral, no diploma figuram o nome do candidato, a indicação da legenda sob a qual concorreu, o cargo para o qual foi eleito ou a sua classificação como suplente e, facultativamente, outros dados a critério do juiz ou do tribunal.

A expedição dos diplomas ocorre nas 48 horas após o julgamento das contas do candidato eleito. Segundo o TSE, não são diplomados o eleito do sexo masculino que não provar quitação com o serviço militar obrigatório e o candidato vitorioso cujo registro de candidatura tenha sido indeferido, mesmo que ainda esteja sob apreciação judicial.

Além disso, enquanto o TSE não decidir sobre eventual Recurso Contra Expedição de Diploma (RCED), o diplomado poderá exercer o mandato. Esse recurso, previsto no artigo 262 do Código Eleitoral, deve ser interposto no prazo de três dias contados da diplomação. Na página do TSE é possível conferir como será a diplomação em cada estado e seus respectivos canais de divulgação.

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A Polícia Federal deflagrou nesta sexta-feira, (4), a Operação Intruder Brother, que investiga possível prática do crime de corrupção eleitoral (compra de votos), na véspera do 1º turno das eleições municipais de 2020.

Na operação, 24 policiais federais cumprem cinco mandados de busca e apreensão, todos em Rio Branco, um deles, na casa de Célio Gadelha (MDB), reeleito ao cargo de vereador da capital acriana, além de oitivas de testemunhas e investigados.

De acordo com os policiais federais um irmão de um candidato ao cargo de vereador, juntamente com um cabo eleitoral, entrou sem permissão em uma empresa de grande porte da cidade, reuniu vários funcionários e distribuiu santinhos e grande quantidade de dinheiro em troca de votos. Dentre os investigados, estão também funcionários que receberam dinheiro.

“É crime solicitar ou receber, para si ou para outrem, dinheiro, dádiva, ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto, ainda que a oferta não seja aceita”, ressaltou a PF em nota. As penas podem chegar a quatro anos de reclusão. Ainda segundo a PF, o nome da operação – Intruder Brother- faz referência ao modus operandi da prática criminosa, na qual o irmão do candidato invadiu uma empresa de grande porte, reuniu os funcionários, pediu voto e distribuiu santinhos e dinheiro.

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Apenas duas das 417 cidades da Bahia escolheram seus prefeitos em segundo turno. Em ambas deu reeleição. Na segunda maior cidade do estado, Feira de Santana, Colbert Martins (MDB) venceu Zé Neto (PT) com 54,42% dos votos válidos. Já em Vitória da Conquista, terceiro maior município baiano, Herzem Gusmão (MDB) recebeu 54% dos votos válidos vencendo o oponente Zé Raimundo (PT).

Os dois prefeitos reeleitos também ganharam de virada. Os emedebistas finalizaram o primeiro turno atrás dos oponentes petistas, mas conseguiram mudar o cenário e se reeleger. As margens eram apertadas na primeira etapa das eleições, em Feira de Santana, a diferença foi de 3,37 pontos percentuais, com Zé Neto com 41,55% dos votos válidos e Colbert com 38,18%. A distância foi menor ainda em Vitória da Conquista. Apenas 1,74 ponto percentual separaram Zé Raimundo, que recebeu 47,63% dos votos válidos, de Herzem, com 45,89%.

Mesmo com a reeleição, nem tudo deve permanecer igual. Colbert Martins já anunciou uma reforma administrativa na prefeitura de Feira de Santana, o que deve mudar as secretarias da cidade e até a equipe. Em Conquista, o planejamento de Herzem Gusmão também é implantar uma reforma administrativa na prefeitura, um desejo que data do 1º mandato.

Confira as entrevistas com os prefeitos reeleitos:

Colbert Martins (MDB) - prefeito eleito de Feira de Santana e atual gestor da cidade

Com a reeleição, quais serão as prioridades do seu próximo mandato em Feira de Santana?

A prioridade número 1 será e continua sendo o combate à covid-19. Trabalho para que as pessoas tenham testagem maior e precocemente para identificação dos casos e também para garantir que todos os doentes possam ser isolados ou internados. Temos feito uma intervenção muito forte para recuperar o centro de Feira.

Quais são os maiores desafios que você deve enfrentar nos próximos quatro anos?

Um dos desafios é aguardar a vacina, pois Feira tem o nível mais baixo em termos de óbitos na Bahia, para uma cidade de grande porte. O vírus tem um impacto forte na economia de todo o mundo. Outro desafio é trabalhar para manter o equilíbrio econômico e fiscal com o pagamento integral dos salários em dia. Neste ano, já pagamos o 13º; investimos recursos para não ter nenhum tipo de atraso.

Apesar da reeleição, você pretende fazer alguma mudança na estrutura da sua gestão?

Pretendo fazer uma reforma administrativa para readequar a gestão à nova realidade. Criaremos a Secretaria da Mulher, um espaço ocupado por mulheres. Atualmente, as secretarias englobam temas que não são afins. Temos pastas muito amplas que precisam ser redimensionadas.

Há algo que você queira fazer diferente no próximo mandato?
Pretendemos inovar com o uso de internet para as pessoas não precisarem ir até a prefeitura, vamos distribuir medicamentos diretamente, investir na telemedicina. Vamos criar as prefeituras-bairro e prefeitura-distrito no modelo que existe em Salvador para descentralizar as ações de manutenção.

 

Herzem Gusmão - prefeito eleito de Vitória da Conquista e atual gestor da cidade

Com a reeleição, quais serão as prioridades do seu próximo mandato em Vitória da Conquista?
Nossas prioridades são continuar trabalhando em prol da educação, saúde e planejando e organizando a cidade com seus planos. Vamos continuar trabalhando para erradicar a escola que não ensina. Com o projeto Educar pra Valer, com a Fundação Lemann, conseguirmos elevar o IDEB de Conquista, inclusive, pagamos 14º para os profissionais da educação que atuam nas unidades de ensino que atingiram a meta. Também vamos expandir a atenção básica. Já aderimos ao programa Saúde na Hora, do Governo Federal, e vamos continuar implantando novas unidades do programa. A meta ainda é zerar a fila para procedimentos de pequeno porte em 2021. Trabalhamos com base em planos para um crescimento ordenado.

Apesar da reeleição, você pretende fazer alguma mudança na estrutura da sua gestão?
A reforma administrativa está pronta e será encaminhada para a Câmara logo nos primeiros meses do próximo mandato. O texto vai fazer mudanças leves [na administração] acabando com as improvisações. A reforma é necessária para modernizar a máquina da administração e é pilotada pela Fundação Dom Cabral, que é uma das melhores da América Latina. Não tivemos como fazer isso no primeiro mandato, mas a reforma está pronta e pode sofrer apenas pequenos ajustes pois é muito atual.

Quais são os maiores desafios que você deve enfrentar nos próximos quatro anos?
Existem vários desafios, entre eles o de continuar a organizar a cidade, acabar com a escola que não ensina, avançar com a atenção básica. Temos muita fé em Deus e na equipe que nós temos, que fez um trabalho extraordinário em 4 anos.

Há algo que você queira fazer diferente no próximo mandato?
A reforma administrativa está pronta e será encaminhada para a Câmara logo nos primeiros meses do próximo mandato. O texto, que é muito atual, vai fazer mudanças leves na administração, acabando com as improvisações. A reforma é necessária para modernizar a máquina da administração e é pilotada pela Fundação Dom Cabral, uma das melhores da América Latina. Não tivemos como fazer isso no primeiro mandato. Vamos seguir no mesmo caminho, estamos fazendo tudo de forma planejada. Imaginamos governar 8 anos, não quatro. A cidade estava tão desorganizada que ficamos quase 2 anos organizando a casa.

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As eleições 2020 marcaram a estagnação do número de mulheres eleitas para comandar prefeituras de capitais no Brasil Pela terceira eleição municipal seguida, apenas uma mulher ganhou. Neste ano, somente Cinthia Ribeiro (PSDB), de Palmas (TO), foi escolhida entre as capitais. Ela assumiu o cargo em 2018 após a renúncia de Carlos Amastha (PSB) e foi reeleita neste ano.

Cinco candidatas tinham chance de aumentar o número de mulheres à frente de prefeituras de capitais nas disputas de 2º turno deste domingo, 29, mas todas foram derrotadas. As que mais chegaram mais perto foram Cristiane Lopes (PP), derrotada em Porto Velho (RO) com 45,55% dos votos válidos por Hildon Chaves (PSDB), que teve 54,45%; e Manuela D'Ávila (PCdoB), derrotada em Porto Alegre (RS) por Sebastião Melo (MDB) por 54,63% a 45,37%.

Também foram derrotadas neste domingo Marília Arraes (PT) em Recife (PE), Delegada Danielle (Cidadania) em Aracaju (SE) e Socorro Neri (PSB) em Rio Branco (AC). João Campos (PSB), Edvaldo Nogueira (PDT) e Tião Bocalom (PP) foram os vencedores nessas cidades, respectivamente.

Em Macapá, onde a eleição foi postergada para dezembro por causa dos problemas no fornecimento de energia elétrica, Patrícia Ferraz (Podemos) aparece em segundo lugar na pesquisa Ibope divulgada em 11 de novembro, atrás de Josiel (DEM), com 26%, e apenas um ponto porcentual acima de Dr. Furlan (Cidadania).

Em 2012, Teresa Surita (MDB) foi eleita prefeita de Boa Vista (RR), a única mulher escolhida para comandar uma capital no País Quatro anos depois, repetiu o feito em sua reeleição.

Levantamento da agência de dados Fiquem Sabendo divulgado no mês passado mostrou que apenas sete mulheres foram eleitas prefeitas de capitais brasileiras nos últimos 20 anos. Agora, oito. A presença feminina não passa de 8% no comando de capitais desde 2000, quando cinco mulheres foram eleitas. Em 2004 e em 2008, foram duas.

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Segunda vitória na prefeitura de Vitória da Conquista, contra o mesmo adversário. Parece que um raio cai, sim, no mesmo lugar. Herzem Gusmão (MDB) foi reeleito como gestor conquistense com 54% dos votos válidos.

É o segundo triunfo consecutivo diante do adversário petista, Zé Raimundo, que ficou com 46%. Desta vez, o pleito foi mais apertado para o prefeito. Em 2016, Gusmão venceu nos dois turnos. Este ano, a virada aconteceu apenas no segundo turno. Zé Raimundo obteve uma votação melhor no dia 15 de novembro, com 47%, contra 45% do atual vencedor.

A reeleição é a consolidação do crescimento de Herzem Gusmão como figura pública de Conquista. Antes destas duas eleições vitoriosas, o político chegou a disputar as eleições municipais de 2008 e 2012, sem sucesso. Perdeu, nas duas oportunidades, para o também petista Guilherme Menezes.

O crescimento no segundo turno se deu graças as alianças conquistadas. Ele recebeu o apoio do candidato derrotado no primeiro turno, Cabo Herling (PSL). ACM Neto (DEM), atual prefeito de Salvador, também se aliou à campanha, assim como o candidato eleito na capital, Bruno Reis (DEM).

“Com as bênçãos e os votos de vocês, Vitória da Conquista continuará crescendo! Muito obrigado a cada um de vocês, pela campanha limpa, pelo apoio, pelas orações. Vamos seguir retribuindo com o nosso trabalho”, escreveu o prefeito reeleito em uma rede social.

Em seguida, do seu comitê, falou pela primeira vez após a segunda vitória nas urnas. E de virada. “A cidade julgou o nosso trabalho iniciado em 2017, foi a aprovação da nossa gestão. Irma [Lemos], que indicou a filha como vice, preparou Sheila [Lemos] para esse momento e estou muito feliz. Eu sei que Sheila vai ajudar muito”, disse Herzem.

Filho de Conquista, Herzem Gusmão nasceu no dia 2 de junho de 1948. É formado em jornalismo e direito, mas ganhou destaque na cidade como radialista. Chegou a ser deputado estadual suplente, em 2015. “Daremos continuidade no que pensamos e planejamos para o segundo mandato. Portanto, muito obrigado a todos da cidade que acreditaram, votaram, e também à zona rural. Faremos um governo para todos, até porque nem todos poderiam ter votado em mim e em Sheila. Vamos firmes para transformar essa nossa cidade”, completou.

 

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O Facebook anunciou nesta segunda-feira (23) que removeu mais de 140 mil publicações que violavam as políticas contra interferência eleitoral no primeiro turno das eleições municipais, tanto na plataforma quanto no Instagram. Na avaliação da empresa, as publicações continham informações que poderiam desencorajar as pessoas ao voto.

De acordo com informações do G1, o Facebook anunciou ainda que no período eleitoral também foram rejeitadas 250 mil submissões de anúncios sobre política ou eleições que não tinham o rótulo “Propaganda Eleitoral” ou “Pago por”. No Brasil, qualquer pessoa ou organização que queira impulsionar conteúdos desse tipo precisa passar por um processo de autorização, com confirmação de sua identidade e residência no Brasil.

A empresa detentora do WhatsApp divulgou ainda que 3 milhões de pessoas acessaram um aviso fixado no topo do feed de notícias convidando os eleitores a se prepararem para o primeiro turno, com detalhes sobre protocolos sanitários para o dia da votação no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

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A partir de 2021, as cadeiras da Câmara Municipal de Salvador serão ocupadas por 43 vereadores e vereadoras. A escolha aconteceu no pleito do último dia 15 de novembro, quando também foi eleito o prefeito Bruno Reis (DEM). Vinte e seis destes nomes já são figuras conhecidas, pois disputaram outras eleições na capital e ocupam vagas no legislativo há mais de um mandato. Outras 17 caras, no entanto, são novas no pedaço, quase todas sem histórico de participação em corridas eleitorais.

Entre as novatas na legislatura municipal, por exemplo, estão a neta do político baiano e guerrilheiro Carlos Marighella, Maria Marighella (PT) e Cris Correia, do PSDB. Já entre os estreantes, o líder comunitário “Gordinho da Favela” (PSL) marca presença, junto com Augusto Vanconcelos, do PCdoB.

Os outros 15 nomes escolhidos pela população de Salvador pela primeira vez para representar suas demandas junto à administração municipal trazem a diversidade como característica, seja de partidos e espectro político (direita, esquerda, centro), de gênero, origem socioeconômica e orientação sexual.

Uma novidade na Câmara é a eleição, pela primeira vez na história da capital, de uma candidata que representa o mandato coletivo de três nomes: Laina Crisóstomo, Cleide Coutinho e Gleide Davis, ou, as ‘Pretas por Salvador’.

Entre os eleitos, tem quem já ocupou cargo público, mas nunca disputou mandato eletivo. É o caso do engenheiro ambiental André Fraga, ex-secretário de Sustentabilidade, Inovação e Resiliência (Secis) de Salvador.

Para o cientista político, Jorge Almeida, a eleição deste ano trouxe renovação significativa para o Poder Legislativo municipal. “Uma renovação de mais de um terço considero uma grande mudança. E ela aconteceu na base do governo municipal e na base do governo estadual. E até mesmo no Psol, que não apoia nenhum dos dois”, explica.

Ainda é cedo para determinar o futuro dos novatos, mas Almeida avalia que a disposição das bases deve se manter. “A tendência, pelos partidos que foram eleitos, é que eles mantenham a posição de agir em bloco, especialmente com relação à base do governo municipal. Devem seguir a posição que o partido já teve na Câmara. E o mesmo vale para a oposição, que não teve uma prática de oposição no mandato anterior”, diz.

O CORREIO conversou com sete das 17 pessoas eleitas pela primeira vez para a Câmara Municipal para entender quem são os novatos e novatas que Salvador elegeu e como foi, para essa turma, colocar nas ruas uma candidatura política pela primeira vez, em um contexto de pandemia do novo coronavírus, em que se exigiu o isolamento social. Confira:

Tem gente nova na Câmara:

Pretas por Salvador (PSOL): Laina Crisóstomo, Cleide Coutinho e Gleide Davis
Quantos votos recebeu: 3.635 votos (Fonte: TSE)
Quanto custou a candidatura: R$112,5 mil (Fonte: TSE)
O que defende: Diversidade

O coletivo Pretas por Salvador, do PSOL, é composto por três vereadoras: Laina Crisóstomo, Cleide Coutinho e Gleide Davis. É a primeira vez na história da cidade que existe uma candidatura coletiva, formato já adotado em Pernambuco, nas eleições majoritárias de 2018. Na época, cinco mulheres – reunidas no coletivo ‘Juntas’ - foram eleitas e, atualmente, compartilham um mandato na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). Juridicamente, o registro de candidatura para a vaga na Câmara de Salvador no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-BA) foi feito em nome de Laina, mas Cleide e Gleide também integram o mandato.

Laina é advogada e fundadora da 'Tamo Juntas', uma Organização Não Governamental (ONG) que presta assessoria multidisciplinar para mulheres em situação de violência em várias regiões do Brasil. A advogada é a primeira vereadora a se autodeclarar lésbica e candomblecista na Câmara da capital.

A ideia do mandato coletivo, segundo Laina, é trazer diversidade. “Nessa eleição era mais interessante sair em uma candidatura coletiva, com partilha de espaço de poder”, afirma a advogada. Ela e Gleide são de religião de matriz africana e Cleide é evangélica. Laina já foi candidata a deputada federal nas eleições de 2018 e obteve 13.855 votos. Ela nasceu e foi criada no bairro de Brotas, em Salvador. Já Gleide é estudante de serviço social pela UFBA.

André Fraga (PV)
Quantos votos recebeu: 5.621 votos (Fonte: TSE)
Quanto custou a candidatura: R$ 191,5 mil (Fonte: TSE)
O que defende: Sustentabilidade

Único eleito pelo Partido Verde (PV), André Fraga tem 37 anos, é engenheiro ambiental e carrega a experiência de já ter sido secretário municipal de Sustentabilidade, Inovação e Resiliência (Secis). Carioca de nascença, Fraga é morador de Salvador há quase 20 anos e passou boa parte da vida no bairro de Stella Maris. Veio para cá morar com o pai, se envolveu com o movimento de direitos dos estudantes e chegou a ser vice-presidente da União dos Estudantes da Bahia (UEB), além de presidente da Executiva Nacional dos Estudantes de Engenharia Ambiental (Eneea). Aos 16 anos, já era filiado ao PV.

“Precisamos de alguém que levante essa bandeira da pauta ambiental, da sustentabilidade. A gente está vendo o que está acontecendo no planeta e fomos convocados a apresentar nossas ideias para a cidade”, conta o vereador eleito, que também foi o único do Renova BR a conquistar um mandato.

Pós-graduado em Gerenciamento de Projetos e agora doutorando em Medicina pela USP, Fraga se prepara para estudar qual o impacto que áreas verdes urbanas têm ou não na vida das pessoas.


Cris Correia (PSDB)
Quantos votos recebeu: 7.166 votos (Fonte: TSE)
Quanto custou a candidatura: R$ 169 mil (Fonte: TSE)
O que defende: Educação e empoderamento da mulher

A jornalista Cris Correia trabalha nos bastidores da política há 16 anos. “Tive uma informação de uma amiga que estava fazendo processo seletivo na área de comunicação, passei e fui selecionada, assim entrei na política”, lembra. Com 46 anos e com uma filha de 11, Cris Correia fez sua carreira no telejornalismo, passando por emissoras como TVE Bahia e Band. “Quando escolhi fazer jornalismo, escolhi muito porque no jornalismo eu poderia fazer denúncias, poderia dar voz e vez. Minha escolha foi muito pautada nessa direção”, revela.

Nascida em Pernambués, Cris conta que começou a fazer cursos de comunicação em comunidades e depois de ajudar algumas famílias, percebeu que como vereadora poderia fazer muito mais. “Comecei a perceber que naquele projeto consegui alcançar 30, 40 famílias e, através da política, poderia ampliar a alcançar muito mais”, diz.

Segundo ela, seu projeto nasceu quando assumiu a presidência do partido, em abril do ano passado. “A gente queria dar uma renovada no partido, depois veio essa ideia desse projeto de vereadora de Salvador”, conta. Para isso, em março do ano passado, ela começou a percorrer a cidade para entender os problemas e demandas da população. “Visitei muitos bairros. Minha campanha foi muito pulverizada, uma estratégia até por conta das circunstâncias. Deu muito trabalho, mas acho que foi mais prazeroso”, avalia.

Maria Marighella (PT)
Quantos votos recebeu: 4.837 votos (Fonte: TSE)
Quanto custou a candidatura: R$ 43,8 mil (Fonte: TSE)
O que defende: Cultura

Atriz, diretora de espetáculos e mãe de dois meninos, Maria Mariguella tem 44 anos e uma trajetória de dedicação à cultura. Neta do político baiano Carlos Mariguella, conhecido inimigo da ditadura, ela tem a política no sangue, embora não tenha conhecido o avô, assassinado pelos militares no fim da década de 1960. Filha do ex-deputado comunista Carlos Augusto, a eleita conta que nasceu no meio do regime ditatorial no país e, nas suas memórias mais remotas, está o momento em que seu pai foi libertado da prisão depois de ter sido detido numa operação a mando do coronel Brilhante Ustra. Por causa disso, só conheceu o próprio pai quando já tinha dois anos. “Essas memórias estão totalmente vinculadas à minha formação como pessoa”, diz.

Foi no teatro que ela encontrou espaço para o ativismo político na defesa da democracia e promoção de direitos. Moradora do bairro Jardim Bahiano, Maria já foi coordenadora da Funarte e hoje é assessora especial da Secretaria de Cultura da Bahia (Secult-BA).

"Queremos um espaço para o debate da política de cultura na cidade. Estamos cansados de ser os últimos orçamentos e essa eleição mostra isso. Entendo a cultura como um motor de produção de direitos. Salvador não é uma cidade industrial, rural e vejo que a cultura pode ser um grande motor do desenvolvimento”, defende ela.

George o Gordinho da Favela (PSL)
Quantos votos recebeu: 4.822 votos (Fonte: TSE)
Quanto custou a candidatura: R$ 14,1 mil (Fonte: TSE)
O que defende: Comunidades carentes e profissionais da limpeza urbana

George Carlos Reis Pereira, ou George - o Gordinho da Favela -, tem 48 anos e trabalhava como coordenador de operações de limpeza urbana antes de ser eleito para ocupar uma das 43 cadeiras da Câmara Municipal de Salvador pelos próximos quatro anos. Além disso, segundo ele, também atuava na área social há pelo menos 15 anos. “A gente presta um serviço social, ajuda com sopões, com cursos profissionalizantes. Traz os jovens, mães de família para tomar cursos de manicure, barbeiro, na área de elétrica, etc.”, conta.

O vereador eleito nasceu no bairro de São Caetano e é lá, no “mesmo apartamento 101”, que mora até hoje. E, segundo ele, foi com o apoio da comunidade que conseguiu prosseguir com a sua campanha. “O partido não me ajudou em nada. O recurso foi de doações de amigos. O pessoal me chamava até de pidão, eu ligava pra um, ligava pra outro. Assim foi a nossa campanha”, recorda.

George se filiou de última hora. Ele era filiado ao Partido Popular Socialista (PPS), hoje Cidadania, e depois tentou filiação no Partido da Mobilização Nacional (PNM). “O PNM não me aceitou, decidi ir pro PSL no último dia possível”, diz.

A alcunha de Gordinho da Favela ele conta que veio do seu biotipo. Entre os projetos, ele pretende conseguir a criação do Clube dos Garis, um local para lazer dos profissionais do setor, além de atendimento psicológico e nutricional. “Vamos cadastrar esses profissionais de limpeza urbana para que eles tenham acesso a isso”, explica.

Sandro Bahiense (Patriota)
Quantos votos recebeu: 6.798 votos (Fonte: TSE)
Quanto custou a candidatura: R$ 8 mil (Fonte: TSE)
O que defende: Paz nas comunidades periféricas

Com um histórico de pelo menos oito anos de atuação comunitária, Sandro é o organizador da Caminhada da Paz, manifestação que pede o fim da violência nos bairros periféricos. Criado na Rua do Céu, no bairro da Liberdade, ele tem 48 anos e já havia tentado entrar na política no último pleito de 2016, quando conseguiu cerca de 4 mil votos. Filho de pai eletricista e mãe dona de casa, Sandro começou a trabalhar desde muito cedo para ajudar a sustentar as contas de casa após a separação dos seus pais. O primeiro emprego de carteira assinada foi aos 16 anos, como auxiliar na fábrica de papel Lua Nova.

No ano seguinte, foi aprovado no concurso dos Fuzileiros Navais do Brasil e mais tarde entrou para a carreira de segurança. Ao presenciar a perda de muitos amigos e jovens do bairro para a violência policial e do tráfico de drogas, decidiu criar as caminhadas para protestar contra a recorrência de mortes. Diagnosticado com câncer neste ano, mesmo assim não desistiu da campanha e finalmente garantiu uma vaga no legislativo.

“Quero fazer diferente, a voz dos menos favorecidos realmente vai ser representada. Quero trazer para eles a esperança que perderam. A minha forma de trabalhar será tentando brigar para trazer escolas de qualificação, recursos para associações, para manter o jovem na prática da educação. A ferida da Bahia está na violência e eu quero trazer a esperança do esporte, da mão de obra”, diz ele.

Augusto Vasconcelos (PCdoB)
Quantos votos recebeu: 6.041 votos (Fonte: TSE)
Quanto custou a candidatura: R$ 68,4 mil (Fonte: TSE)
O que defende: Emprego, educação e esporte

Augusto Vasconcelos, 39 anos, tem uma longa trajetória nos movimentos sociais. Em 1998, com 16 anos, começou a se envolver com o movimento estudantil e pouco depois se tornou vice-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE). “Fiz parte da geração que conquistou o Fundeb [Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica], o Fies [Financiamento de Financiamento Estudantil], o ProUne [Programa Universidade Para Todos], as cotas na universidade e a ampliação do acesso ao ensino superior”, diz

Em 2004, já formado como advogado, Augusto passou em um concurso da Caixa Econômica Federal e começou a se envolver com o movimento sindical. Em 2014, foi eleito presidente do Sindicato dos Bancários da Bahia. Além disso, é professor há 14 anos.

Segundo ele, o desafio de propor uma candidatura foi feito por integrantes do movimento sindical e do movimento estudantil. “Eles sinalizaram a importância de uma candidatura pelos trabalhadores e pela juventude. Não sou um candidato de mim mesmo, foi uma decisão coletiva. Essa não é uma candidatura artificial e sim fruto de uma construção de vários movimentos sociais”, afirma.

Ele lembra que a campanha não foi fácil, por conta de dificuldades financeiras. “Não tivemos apoio de grandes grupos empresariais, porque somos oriundos dos movimentos sociais. Mas, ao mesmo tempo, foi uma campanha militante, baseada no debate de ideias e na construção de propostas inovadoras para Salvador”, avalia. Na Câmara, sua atenção vai se voltar, especialmente, para três pautas: trabalho, com geração de emprego e qualificação profissional, educação e esporte. Além disso, ele vai estar atento a pautas como saúde, mobilidade urbana e sustentabilidade.

Roberta Caires (Patriota)
Quantos votos recebeu: 7.090 votos (Fonte: TSE)
Quanto custou a candidatura: R$ 75 mil (Fonte: TSE)
O que defende: Retomada econômica pós-pandemia, liderança das mulheres, área social, consumidores, empregabilidade do jovem.

Roberta Caires, 37 anos, é cidadã soteropolitana, graduada em Administração e Direito. Em Salvador, foi Diretora Municipal de Defesa do Consumidor (Codecon), presidente do Mulher Democratas Bahia e presidente da Fundação Cidade Mãe. Iniciou sua carreira política ainda jovem estudante, aos 15 anos, em Porto Seguro, atuando junto a lideranças comunitárias, em bairros populares, com projetos e serviços prestados em favor da redução das desigualdades sociais. Fez parte do movimento estudantil no interior baiano, que a credenciou como forte liderança e, mais tarde, como candidata a prefeita de Porto Seguro. Foi também secretária da Prefeitura Municipal da cidade.

Sua atuação de destaque na política e na gestão pública de Salvador e seu interesse e envolvimento com o ativismo social a credenciaram para disputar e conquistar uma vaga no legislativo municipal. "Sou depositária de expectativas e assumi compromissos para Salvador ser ainda melhor. Meu propósito é de compartilhar meu mandato com as pessoas, porque eu vi de perto o pleito de cada um e sei do que Salvador mais precisa", diz.

Roberta foi a responsável por educar, profissionalizar e tirar das ruas mais de 16 mil crianças e jovens em situação de vulnerabilidade social. Também promoveu o maior programa educativo gratuito de Defesa do Consumidor que a capital baiana já viu, capacitando centenas de fornecedores e consumidores de comércios populares e de pequenos e grandes shoppings a respeito do Código de Defesa do Consumidor. Às mulheres soteropolitanas, Roberta reservou um capítulo especial de sua vida, criando o Move Mulher, um movimento de expansão política e desenvolvimento feminino. Assim, levou educação, cultura e debate político, tratou de temas específicos femininos e formou politicamente mulheres de bairros de Salvador, no Subúrbio, em Cajazeiras e Castelo Branco, instruindo mulheres sobre seu papel de líderes de seus negócios, comunidades, família e de suas próprias vidas.

Os outros candidatos eleitos pela primeira vez

Emerson Penalva (Podemos)
Quantos votos recebeu: 9.129 votos (Fonte: TSE)
Quanto custou a candidatura: R$ 96,3 mil (Fonte: TSE)

Julio Cesar dos Santos (Republicanos)
Quantos votos recebeu: 8.810 votos (Fonte: TSE)
Quanto custou a candidatura: R$ 30 mil (Fonte: TSE)

Debora Santana (Avante)
Quantos votos recebeu: 7.586 votos (Fonte: TSE)
Quanto custou a candidatura: R$ 95,6 mil (Fonte: TSE)

Daniel Alves (PSDB)
Quantos votos recebeu: 5.647 votos (Fonte: TSE)
Quanto custou a candidatura: R$ 102,9 mil (Fonte: TSE)

Anderson Ninho (PDT)
Quantos votos recebeu: 5.289 votos (Fonte: TSE)
Quanto custou a candidatura: R$ 25,2 mil (Fonte: TSE)

Tiago Ferreira (PT)
Quantos votos recebeu: 4.610 votos (Fonte: TSE)
Quanto custou a candidatura: R$ 32,6 mil (Fonte: TSE)

Irmão Lázaro (PL)
Quantos votos recebeu: 4.273 votos (Fonte: TSE)
Quanto custou a candidatura: R$ 340 mil (Fonte: TSE)

Dr. Jose Antonio (PTB)
Quantos votos recebeu: 4.192 votos (Fonte: TSE)
Quanto custou a candidatura: R$ 24,5 mil (Fonte: TSE)

Marcelo Maia (PMN)
Quantos votos recebeu: 3.460 votos (Fonte: TSE)
Quanto custou a candidatura: R$ 4,5 mil (Fonte: TSE)

 

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Terça, 17 Novembro 2020 16:15

DEM, PSD e PP ganham força para 2022

Dos 415 municípios baianos que já têm prefeitos eleitos, 321 ou 77% do total serão governados, a partir de 1º de janeiro, por seis partidos. O ranking é liderado pelo PSD, que conquistou 107 prefeituras este ano - 21 a mais que em relação a 2016. Logo depois, aparecem o PP, que passou de 56 cidades para 92, e o Democratas (DEM) que ganhou cinco novas prefeituras e comandará 39 municípios que concentram cerca de 30% da população do estado. Nacionalmente, o crescimento da legenda, presidida pelo prefeito de Salvador ACM Neto, também foi expressivo: na eleição de anteontem, o DEM elegeu 459 prefeitos em todo o país, 76% a mais em relação a 2016.

O Democratas é o partido que mais vai governar pessoas na Bahia a partir de janeiro. As cidades com prefeitos da legenda somam cerca de 4,47 milhões de pessoas. Só em Salvador, cujo prefeito eleito é Bruno Reis, são quase 2,9 milhões. O partido seguirá governando municípios populosos e com peso econômico, como Camaçari e Barreiras, e conquistou cidades importantes a exemplo de Teixeira de Freitas, Eunápolis, Guanambi e Senhor do Bonfim.

A legenda também fez parte de coligações que elegeram prefeitos em municípios estratégicos, como Jânio Natal, (PL), em Porto Seguro, João Gualberto (PSDB), em Mata de São João, Rodrigo Hagge (MDB), em Itapetinga, Genival (PSDB), em Santo Antônio de Jesus, dentre outros.

O Democratas teve, ainda, o maior número de votos para prefeitos em toda a Bahia, com cerca de 1,5 milhão, de acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), superando o PSD, com em torno de 1,4 milhão, e o PT, com 1,1 milhão. Para o deputado federal Paulo Azi, presidente estadual da legenda, o resultado é muito expressivo e aponta para um desejo de mudança no estado.

“Nós tivemos prefeitos reeleitos com uma margem muito elevada e outros que foram eleitos com uma vantagem muito alta sobre aliados do PT na Bahia. Então, há um sentimento de que as pessoas estão buscando uma mudança para um padrão de gestão de ponta como tem sido com o Democratas, tendo como exemplo a administração do prefeito ACM Neto, por oito vezes consecutivas considerada a melhor do país”, diz.

Paulo Azi destaca, ainda, que o Democratas se preparou para as eleições e apresentou quadros qualificados para a gestão pública.

Surpresas
Já o PSD, dos senadores Otto Alencar e Angelo Coronel, vai governar em torno de 2,5 milhões de pessoas, o que equivale a cerca de 17% da população baiana. O PP, por sua vez, vai administrar municípios que somam 2 milhões de habitantes, o que equivale a 14% da população do estado.

O senador Otto Alencar disse que esperava um desempenho melhor do PSD, se referindo a cidades que estavam no comando do partido e foram conquistadas por outra legenda. “Nós tivemos surpresas, pois em eleições que considerávamos ganha houve uma reversão nas últimas horas. Esse foi o caso de Campo Formoso, Santa Luz e Riachão do Jacuípe. Mas isso faz parte da vida pública”.

Em nota, o presidente estadual do PP da Bahia, o vice-governador e secretário de desenvolvimento econômico João Leão, comemorou o resultado do partido. "Nós ficamos muito felizes e tenho certeza que vamos ajudar bastante a Bahia com todos esses prefeitos que elegemos", disse .

O PT perdeu o comando de seis cidades e, em 2021, governará 33 prefeituras. Já o PSB ganhou nove municípios e estará no comando de 30 cidades. O PL passou de 19 prefeituras para 20. Já o MDB, que em 2016 conquistou 48 prefeituras, ficou com apenas 12 cidades este ano. Outros 13 partidos comandam um total de 82 cidades restantes. Em nota, o PT estadual destacou que a Bahia foi o estado que mais elegeu prefeitos do PT no país.

No caso das duas cidades baianas que ainda não decidiram seu próximo prefeito - Vitória da Conquista e Feira de Santana - os eleitores vão ter que decidir entre políticos do PT e do MDB. O segundo turno acontece no dia 29 .

Efeito político
Para o cientista político Claudio André, professor da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), ainda é cedo para afirmar o efeito desses números para as eleições de 2022. “Não é possível cravar o que acontecerá na próxima eleição. Mas na minha avaliação, há quatro partidos que saem fortalecidos, que são o PSD, o PP, o DEM e o PT, tanto pela quantidade de prefeituras conquistadas, como pela quantidade de votos obtidos”.

André entende que há um equilíbrio entre esses quatro partidos políticos e que a presença do PSD e PP são alternativas que geram uma terceira via entre a tradicional polarização entre PT e DEM. “O Democratas ganhou em 39 cidades, sendo seis destas uma das 20 maiores cidades da Bahia. Ou seja, o DEM recebeu uma votação expressiva e quando a gente analisa a população atingida, a legenda lidera".

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Imagine uma cidade pequena no interior em que a eleição para prefeito está sendo decida por apenas seis eleitores. Esse poderia até ser um conto de ficção, mas essa cidade existe, se chama Sebastião Laranjeira e fica no Centro-Sul da Bahia. No domingo (15), a eleição que escolheu o próximo comandante do município foi decidida por inacreditáveis seis votos. E ela não foi a única a ter uma disputa tão apertada. Outros 11 prefeitos baianos conquistaram o cargo com menos de 100 votos.

Sebastião Laranjeira é uma cidade pacata, como muitos municípios do interior, mas que em tempos de eleição se transforma. Esse ano havia apenas dois candidatos concorrendo à Prefeitura, o ginecologista e mastologista Pedro Malheiros (PSB) e a farmacêutica bioquímica e ex-prefeita Luciana Muniz (PL), mas a disputa foi tão apertada que a população precisou esperar até o último minuto para saber quem tinha vencido.

Pedro ganhou, com 2.268 votos, mas o que impressionou foi que Luciana teve 2.262 confirmações nas urnas. A diferença foi de apenas seis votos. Outros 143 eleitores votaram nulo e 37 escolheram votar em branco.

A Justiça Eleitoral proíbe segundo turno para municípios com menos de 200 mil habitantes, por isso, na maioria das cidades do interior a contagem para a vitória é feita voto a voto. Nas redes sociais, o prefeito eleito comemorou a vitória, mas não comentou o placar.

“Nosso povo votou pela mudança, pelo desejo de um novo futuro, a nossa vitória é de cada um que acreditou no nosso projeto para fazermos uma Sebastião Laranjeiras para todos! Vamos agora, trabalhar com responsabilidade, seriedade e muita dedicação ao nosso povo. Obrigado Sebastião Laranjeiras!”, escreveu Pedro Malheiros.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), a população da cidade é de cerca de 11,5 mil habitantes, mas nem todos estão aptos para votar. Pelos comentários feitos nas redes sociais dos dois candidatos é possível perceber que a cidade estava bastante polarizada.

A estudante Juliana Conceição, 28 anos, vota no Recôncavo e contou que disputas eleitorais nas cidades de interior são bastante acirradas. Quanto menor o município, mais frequentes são os embates.

“Isso dá até briga na família. As pessoas ficam sem se falar. Como o número de eleitores é pequeno, cada voto faz diferença, por isso, os candidatos fazem de tudo para convencer cada pessoa. Eles sabem que um voto perdido pode ser também a perda da eleição”, contou.

Em Santa Terezinha, no Centro-Norte, Agnaldo Andrade (PSD) levou a disputa com apenas 23 votos a mais que os 3.409 de Zé de Zila (PP). Em Mulungu do Morro, que fica na mesma região de Santa Terezinha, 31 eleitores decidiram o resultado a favor de Edimario Boaventura (PSD). Já em Itaju do Colônia, no Sul do estado, 44 votos a mais foi o suficiente para fazer de Djalma (PSD) o novo prefeito.

Essa é uma realidade bem distante dos grandes centros urbanos, como Salvador, onde a diferença entre o primeiro e o segundo colocado foi de mais de 500 mil votos. O motorista Antônio França, 35 anos, contou que no interior, assim como na capital, os candidatos lançam mão de todos os artifícios, como carros de som, passeatas, e camisetas, e fazem até visitas à casa dos eleitores.

Ele acredita que em cidades pequenas a proximidade e a interação entre os políticos e o povo são maiores, o que provoca mais paixão. Pare ele no interior as questões política são diversas vezes levadas para o lado pessoal.

“A gente veste mesmo a camisa do candidato. Quando a gente acredita nas ideias dele, defendemos onde a gente estiver. Isso deixa tudo mais animado porque fica um candidato tentando convencer o eleitor do outro a mudar de lado, mas nas famílias, às vezes, dá briga. Lá em casa, então...”, brincou.

Confira as cidades da Bahia em que a disputa foi decidida por menos de 100 eleitores:

Sebastião Laranjeiras – Pedro Malheiros (PSB) – 06 votos de diferença;

Santa Terezinha –Agnaldo Andrade (PSD) – 23 votos de diferença;

Mulungu do Morro – Edimario Boaventura (PSD) – 31 votos de diferença;

Itaju do Colônia – Djalma (PSD) – 44 votos de diferença;

Várzea do Poço – Carneiro (PCdoB) – 48 votos de diferença;

Santa Cruz da Vitória – Professor Maurício (PSDB) – 51 votos de diferença;

Mirangaba – Dirceu Ribeiro (PSD) – 53 votos de diferença;

Jucuruçu – Lili (PSDB) – 57 votos de diferença;

Jaguaquara – Edione (PP) – 58 votos de diferença;

Santanópolis – Vitor do Posto (PP) – 76 votos de diferença;

Macaúbas – Aloísio (DEM) – 82 votos de diferença;

Santo Amaro – Alessandra Gomes (PSD) – 100 votos de diferença;

Confira outros placares apertados:

Jaborandi – Dr. Marcos (PSDB) – 102 votos de diferença;

Cravolância – Ivete (PSD) - 110 votos de diferença;

Cafarnaum – Sueli Novais (PL) – 117 votos de diferença;

Mucuri – Robertinho (DEM) – 117 votos de diferença;

Pé de Serra – Edgar Miranda (PSD) – 129 votos de diferença;

Lafaiete Coutinho – João Vei (PP) – 130 votos de diferença;

Catolândia - Giovanni (PSDB) – 137 votos de diferença;

Lagoa Real – Pedro Cardoso (MDB) – 138 votos de diferença;

Ibirapitanga – Jonilson de Boró (PSD) – 144 votos de diferença;

Jandaraí – Adilson Leite (Avante) – 146 votos de diferença;

Utinga – Joyuson Vieira (PSB) – 145 votos de diferença;

Tanque Novo – Dr. Ricardo (PP) – 152 votos de diferença;

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Após as eleições municipais que ocorreram ontem (15), a Empresa de Limpeza Urbana de Salvador (Limpurb) recolheu 150,62 toneladas de resíduos das ruas da cidade. Esse número representa um aumento de 20,5 % em relação ao pleito municipal de 2016, quando foram recolhidas 125 toneladas.

A operação especial contou com o apoio de 2.258 agentes de limpeza, sendo 1.474 de varrição, 121 de coleta e 663 que atuaram nas equipes especiais. Além disso, foram disponibilizados 69 equipamentos como caminhões, compactadores e caçambas.

O trabalho teve início às 6h de domingo e continuou durante a manhã desta segunda-feira (16). "A operação ocorreu dentro da normalidade e grande parte do êxito desse trabalho deve-se aos esforços dos nossos agentes de limpeza, que se empenharam a fim de garantir um ambiente limpo para a população. Devido à leveza do material, os panfletos e santinhos são facilmente espalhados pela ação do vento. Por isso, será necessária a continuidade da limpeza nos próximos dias", afirmou o presidente da LIMPURB, Leonardo Oliveira.

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