Sem cobrança adicional de energia, bandeira verde continua em agosto
A bandeira tarifária de energia no mês de agosto vai continuar verde, o que significa que não haverá cobrança adicional nas contas de energia elétrica dos consumidores brasileiros. De acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a decisão foi tomada em função das condições favoráveis de geração de energia no país. A bandeira está no patamar verde desde abril do ano passado e a expectativa da Aneel é que esse cenário seja mantido até o final de 2023.
A bandeira verde, válida para todos os consumidores do Sistema Interligado Nacional (SIN), reflete a melhoria dos níveis dos reservatórios das hidrelétricas. O SIN é a malha de linhas de transmissão que leva energia elétrica das usinas aos consumidores. Criado em 2015, o mecanismo das bandeiras tarifárias tem o objetivo de dar transparência ao custo real da energia elétrica. As cores das bandeiras (verde, amarela ou vermelha) indicam se a energia custará mais ou menos em função das condições de geração de eletricidade.
Reajuste anual eleva conta de luz na Bahia e em mais 13 estados
A conta de luz ficou mais cara para alguns brasileiros por conta do reajuste anual das tarifas das concessionárias de energia elétrica. De acordo com um levantamento do UOL, de janeiro a 6 de julho de 2021 a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) atualizou valores cobrados por 31 distribuidoras em 14 estados.
Alagoas, Bahia, Ceará, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, São Paulo, Sergipe, e Tocantins foram os estados brasileiros que registraram atualizações. O aumento médio repassado aos consumidores vai de 1,28% a 15,29%. As demais empresas que atuam no Brasil terão os preços revisados até dezembro.
De acordo com a Coelba (Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia), para os clientes baianos o percentual médio do reajuste tarifário anunciado pela Aneel foi de 5,00%. Para a baixa tensão, que inclui os clientes residenciais, o efeito médio será de 4,85. A variação percebida pelos clientes atendidos em alta tensão, como indústrias e comércio de médio e grande porte, será de 5,38%.
As maiores altas foram feitas pelas companhias Ceripa (15,29%), em São Paulo, e Cocel (10,64%), no Paraná.
A percepção integral pelos consumidores ocorrerá em agosto, quando se completa todo o período de leitura após a aplicação tarifária.
Segundo a Aneel, os principais motivos para a atualização das tarifas em 2021 foram os custos com encargos setoriais; despesas de transporte, aquisição e distribuição de energia; créditos de PIS/Cofins; efeitos do IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado); e empréstimos da Conta-Covid (financiamento criado na pandemia).
De acordo com um levantamento feito pelo ‘Poder360’, com base em dados da Aneel, o preço da tarifa de energia residencial no Brasil passou de R$ 300 por megawatt-hora em 2013 para R$ 602 em 2021. Subiu 100,6%. Os valores foram corrigidos pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) do período.
Imetame pretende ampliar sua unidade para produzir energia elétrica em Camaçari
O grupo capixaba Imetame, deve investir até R$ 285 milhões na ampliação da Usina Imetame Termelétrica, no município de baiano de Camaçari. A unidade que vai produzir energia elétrica, através do gás, pretende manter os 24 empregos diretos e 60 indiretos, além de promover a geração de outros 17 postos de trabalho. A expansão consiste na instalação de nova unidade UTE Prosperidade II, que tem 37 megawatt (MW) e UTE Prosperidade III de 50MW. Somadas à capacidade instalada atual de 28 MW a termelétrica totaliza 115MW. O protocolo de intenções foi assinado pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE), na quinta-feira (26).
"No começo de novembro, a Imetame Energia, empresa do grupo, responsável pela operação de toda parte de extração, tratamento e escoamento do gás, assinou protocolo de intenções conosco. A energia será produzida através do gás extraído, no qual é removido do sub-solo por método de elevação, que passa por um processo de tratamento para retirada de líquidos. O gás tratado na superfície é enviado via tubulação para Usina Termelétrica, servindo de insumo para geração de energia", explica o vice-governador João Leão, secretário de Desenvolvimento Econômico.
"A ampliação do campo de gás e da futura implantação da usina termelétrica, de forma macro, garante maior segurança ao sistema energético com mais disponibilidade de energia. E de forma local, dá oportunidade a pequenos negócios de desenvolvimento, bem como circulação e distribuição de riqueza, transformando oportunidade em prosperidade, evidenciando o município e o Estado como área produtora de gás e geradora de energia em âmbito nacional", destaca o diretor Operacional da Imetame, Giuliano Favalessa.
Sem energia elétrica, Amapá vira zona de guerra
Sem energia elétrica, moradores de cidades do Amapá enfrentam borrachudos e bombas de efeito moral. Uma onda de revoltas pelo apagão, que entrou ontem no 6.º dia, ocorre nas periferias. O governo federal disse no domingo, 8, que 76% da energia foi restabelecida, com um sistema de rodízio. Moradores, porém, dizem que o serviço não voltou em vários pontos de Macapá e do entorno. Na noite de sábado e na madrugada de domingo, um protesto no bairro Remédios II, na cidade de Santana, a 20 quilômetros da capital, foi reprimido pela tropa de choque do Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar. Os agentes dispersaram a manifestação, que bloqueou com fogo e pneus uma das vias de acesso à cidade, de 120 mil habitantes.
Protestos de moradores pela falta de uma solução para a interrupção da rede elétrica e de água, que depende de bombas, acontecem desde a última terça-feira em pontos diferentes do Estado, incluindo a capital. Uma subestação de energia pegou fogo na terça, o que deu origem ao apagão.
A cúpula da polícia amapaense deu aval ao uso do Choque contra os atos, que não têm lideranças definidas. Nos dias anteriores, houve manifestações menos tensas em São José, Pedrinhas e Muca. Todos são bairros de população de baixa renda na região sul de Macapá.
Em Santana, moradores reclamavam da expectativa frustrada de restabelecimento temporário nos bairros situados a partir da Rua Cláudio Lúcia Monteiro, na entrada do município, via onde funciona o Fórum de Santana. A promessa era a de que teriam energia durante seis horas do sábado. Em menos de 60 minutos, o fornecimento caiu.
A mesma oscilação foi registrada em outros pontos da cidade. É uma realidade que contrasta com a aparência de normalização que o governo federal procura demonstrar. Nas comunidades, a escuridão completa potencializa o medo da violência.
A queixa mais comum nas ruas dos bairros é sobre a impossibilidade de usar ventiladores e ar-condicionado. Com isso, os carapanãs, mosquitos borrachudos da Amazônia, aproveitam as janelas abertas para tornar as noites quentes desagradáveis.
Os moradores não têm informações sobre os critérios do rodízio para escolha dos bairros que serão religados, nem sobre os períodos em que a energia estará disponível nas tomadas. "Estamos reivindicando porque não aguentamos mais. Não sabemos mais o que fazer. Estamos sem luz, sem internet, sem comunicação Isso não é justo. Para uns tem (energia), para outros não tem", disse a dona de casa Marta Lúcia Moraes, de 47.
O relógio marcava 22h50 de sábado quando manifestantes cercaram a equipe de reportagem do Estadão. Homens e mulheres, jovens e adultos, do Remédios II, se atropelavam, em desabafos. Não tem comunicação, dizia um. Não tem energia para refrigerar a carne cara, reclamava outro. Não tem água para tomar banho. Não tem água para limpar privadas. "A gente não pode se calar. Não podemos aceitar isso que estão querendo impor. Temos de ir para a rua manifestar, atrás dos nossos direitos. Nossos alimentos estão acabando, estragando", esbravejou Juliana de Jesus, de 28 anos.
Embate
Quatro jovens apareceram com rostos cobertos por camisas. À equipe de reportagem, disseram que PMs haviam ameaçado prendê-los arbitrariamente, mas sem dar detalhes. "Reportagem? Pode colar, na humildade. Queremos respostas, não queremos quebrar nada", disse um deles. A tropa de choque chegou sem fazer barulho. Sob comando de um tenente, partiu para cima do grupo com a munição de efeito moral. Manifestantes revidaram arremessando paus e pedras.
Ao progredirem em direção às barricadas, recomendaram à reportagem cautela no cruzamento com ruas transversais: a população local costuma ter espingardas e, protegidos pelo escuro, poderiam radicalizar. O acirramento se estendeu por mais uma hora. Não houve registros de feridos até o início do dia. Policiais confidenciaram preocupação com a escala das revoltas, caso a situação não volte ao normal em breve. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.