Band Bahia também é investigada por suspeita de 'Golpe do Pix'
Uma outra emissora de TV da Bahia é alvo de investigação por suspeita de praticar o "Golpe do Pix". O escândalo da Record TV foi o primeiro a estourar, no mês passado, e agora uma situação similar é apurada na Band Bahia.
A Polícia Civil informou que o Departamento de Crimes Contra o Patrimônio recebeu uma denúncia referente a um golpe envolvendo doações via PIX, em um programa de TV e está analisando a veracidade do caso. O caso não envolveria pessoas do núcleo de jornalismo da emissora. Não foram informados mais detalhes, por se tratar de uma apuração preliminar.
O CORREIO entrou em contato com a assessoria de imprensa da Band Bahia, que informou que não vai comentar o caso.
Caso Record
No início do ano, estourou o caso envolvendo a Record TV. O repórter Marcelo Castro e um produtor do Balanço Geral foram demitidos por suspeita de participação no esquema.
Nesta quarta-feira (3), Castro foi até a delegacia que investiga a suposta fraude para pedir informações sobre o caso. Ele, mais uma vez, negou participação no esquema.
"Apesar de não ter sido intimado, eu respeito a Polícia Civil e o trabalho do delegado Charles Leão por isso compareci a delegacia hoje ao lado do meu advogado Marcos Rodrigues para buscar informações e prestar esclarecimentos. Eu ainda não fui ouvido, mas estou a disposição", disse ele.
Marcelo também desabafou sobre os ataques que tem sofrido nas redes sociais e nas ruas. "Tem o trabalho de investigação e quem pode falar algo é a Polícia Civil. Não fulano ou ciclano, pessoas querendo aparecer", afirmou.
Investigado em 'Golpe do Pix da Record', Marcelo Castro vai a delegacia: 'Estou a disposição'
O repórter Marcelo Castro, um dos investigados pela Polícia Civil no 'Golpe do Pix da Record', foi até a Delegacia de Estelionato e Outras Fraudes (Dreof), no Centro de Salvador, nesta quarta-feira (3). Ele foi por vontade própria, sem convocação policial.
Na porta da delegacia, após o encontro com as autoridades, ele gravou um vídeo falando que ainda não prestou depoimento sobre o caso.
"Apesar de não ter sido intimido, eu respeito a Polícia Civil e o trabalho do delegado Charles Leão por isso compareci a delegacia hoje ao lado do meu advogado Marcos Rodrigues para buscar informações e prestar esclarecimentos. Eu ainda não fui ouvido, mas estou a disposição", disse ele.
No vídeo, Marcelo também desabafou sobre os ataques que tem sofrido nas redes sociais e nas ruas. "Tem o trabalho de investigação e quem pode falar algo é a Polícia Civil. Não fulano ou ciclano, pessoas querendo aparecer", afirmou.
Marcelo também escreveu uma citação bíblica na legenda do vídeo, que foi postado no Instagram. "Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam."
Marcos Rodrigues, advogado do repórter, também falou brevemente sobre o caso e a ida a delegacia nesta quarta. "Ja vim aqui [na Dreof] várias vezes. Sempre respeitando a dinâmica e metodologia do delegado. Hoje marcelo pediu para vir. Ele sofre ameaças, represálias e fake news. Achei conveniente trazê-lo à delegacia, mas a autoridade não quis fazer a ouvida. Apenas disse que em um prazo de 15 dias o convocaria", revelou.
Marcelo estava de férias em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, quando o caso explodiu na mídia. Ele foi demitido da emissora assim que retornou ao trabalho.
José Eduardo desabafa sobre 'Golpe do Pix' na Record: 'Eu que descobri'
O caso do 'Golpe do Pix da RecordTV Itapoan' tinha como palco o programa Balanço Geral, onde apareciam pessoas necessitadas em busca de ajuda financeira. Apresentador da atração, José Eduardo voltou a desabafar e revelou ser o responsável pela descoberta do esquema.
“O mundo desabou na minha cabeça. Foi exatamente o que eu senti. Porque eu que descobri a situação, através do empresário do Talisca. E na hora ele me explicou, eu dizia: 'não é possível, não são essas pessoas'. Fiquei três dias sem dormir, tentando acreditar que aquilo era um pesadelo, que era uma mentira”, contou em entrevista ao podcast BahiaCast.
Record investiga desvio de doações por jornalistas
Zé, como é conhecido, disse que sua primeira atitude foi procurar a direção da empresa para delatar o caso. Segundo ele, dois funcionários da emissora seriam os envolvidos na atividade criminosa.
"É um fato que me choca... São pessoas que eram de total confiança. Até hoje se você me perguntar o porquê eu vou dizer: a explicação é inexplicável! São pessoas bem empregadas, com total confiança dentro da empresa, com uma carreira monstruosa pela frente, com possibilidade de ir a São Paulo. Que eu apostava as fichas e a televisão também”, lamenta.
O nome dos envolvidos não foi divulgado pelo apresentador e nem pela emissora. A Polícia Civil, responsável pela investigação do caso, também não revelou as identidades dos investigados. José Eduardo explicou o motivo do silêncio.
“Muitas pessoas me cobram, mas eu não posso falar por ordem judicial, a pedido do delegado, da direção da empresa porque os trâmites têm que ser fechados. Então, ninguém pode falar. O que posso dizer é que o mundo está desabando e eu estou segurando. Que acabe o mais rápido possível e que o mundo volte a ser o que a gente idealizou, dos sonhos, da ajuda, de tantas mil pessoas que nossa equipe ajudou e vai continuar ajudando, independentemente da ilegalidade, da irregularidade e ganância de outras pessoas”, afirmou.
Golpe do Pix: servidora viu saldo bancário sair de R$ 65 mil para R$ 0,58
De uma hora para a outra, a servidora pública Viviane Honorato, de 30 anos, viu os R$ 65 mil que tinha juntado evaporarem de sua conta. A moradora de Luziânia, no entorno do Distrito Federal, foi vítima do que está sendo chamado de "Golpe do Pix".
Ao G1, a mulher explica que se cadastrou no serviço de pagamentos bancários há menos de um mês e não imagina como o seu saldo foi parar em apenas R$ 0,58.
“A gente fica apreensiva, não sabe como eles estão fazendo esses golpes, eu estava com planos de comprar uma casa e preciso ser ressarcida”, disse a mulher ao G1.
Viviane só percebeu a falta do dinheiro no dia 18 de maio. Ao olhar o extrato, ela encontrou mais de 13 transações com nomes de pessoas diferentes e desconhecidas, entre transferências e boletos.
A servidora imediatamente ligou para a ouvidoria do banco e tem repetido o ritual uma vez por dia para saber onde foram parar suas economias. A instituição alega que o caso segue sendo analisado.
Em nota, o Banco Pan informou que está em contato com Viviane para prestar todos esclarecimentos necessários e solucionar o caso. A instituição, no entanto, não falou sobre como o golpe foi realizado nem forneceu informações sobre a investigação.
Golpe do Pix cresce em Goiás
Já são diversas as denúncias do "Golpe do Pix" no território goiano. O método de pagamento entrou no gosto dos estelionatários por conta da facilidade de realizar transações.
Somente em Rio Verde, no sudoeste goiano, a Polícia Civil afirma ter registrado sete denúncias de moradores que caíram no golpe entre os dias 11 e 21 de maio. Ao todo, o prejuízo passou de 100 mil.