Mudança tributária eleva ICMS do gás de cozinha em 37,7%
Representante das principais distribuidoras de GLP do país, o Sindigás emitiu um alerta para possíveis aumentos no custo do gás de cozinha a partir de maio, com a adoção do sistema monofásico do ICMS. Essa é uma daquelas querelas tributárias que podem causar impacto direto na vida de todo mundo. Em tese, a mudança deve simplificar a cobrança do tributo, entretanto o sindicato emitiu uma nota alertando que há, inclusive, a possibilidade de aumento de 11,9% na mordida.
O valor médio cobrado no Brasil é de R$ 14,60 e deve passar para R$ 16,34. Entretanto, a alta deve chegar a 84,5% no caso do Mato Grosso do Sul. Aqui na Bahia, o cálculo é de um aumento de 37,7%, estima o Sindigás – diferença entre os R$ 11,87 cobrados atualmente e os R$ 16,34 previstos. Em apenas quatro estados, o efeito da mudança deverá ser o de redução na tributação: Acre, Rio Grande do Norte, Minas Gerais e Santa Catarina. Isso porque cobravam valores acima dos R$ 16,34 e agora terão que reduzir a incidência.
Ação vende gás de cozinha a R$ 50 em Salvador nesta sexta
Uma ação do Sindipetro Bahia vai vender um botijão de gás de cozinha a R$ 50 em Salvador e em outras cidades do interior da Bahia. A ação é uma comemoração aos 68 anos da Petrobrás e tem como objetivo discutir a atual politica de preços da estatal, que está levando aos sucessivos aumentos nos preços da gasolina, diesel e gás de cozinha.
Nesta sexta (1), a ação acontece em Salvador, a partir das 7h, no bairro do Cabula, onde serão vendidos 100 botijões de gás pelo valor de R$ 50,00, às primeiras pessoas que chegarem à Rua Gilberto Bastos, na comunidade do arenoso (próximo à escola Caminho do Aprender e ao Hospital Roberto Santos).
“A ação, além de ter um viés solidário devido à situação da maior parte da população brasileira, que sofre com o desemprego, a disparada da inflação e os altos preços dos alimentos e gás de cozinha, tem também o objetivo de denunciar a política de Preço de Paridade e Importação (PPI), adotada pela atual gestão da Petrobrás e que é responsável pelos aumentos constantes nos preços dos derivados de petróleo”, explica o Diretor de Comunicação do Sindipetro Bahia, Radiovaldo Costa.
O PPI leva em conta o preço do barril de petróleo, o do dólar e os custos de importação, o que na pratica significa dizer que a Petrobrás produz em real, mas vende os seus produtos ao consumidor em dólar.
De janeiro a agosto desse ano a gestão da Petrobras subiu 51% a gasolina e 40% o gás de cozinha e o diesel, provocando um efeito cascata que vem sendo sentido pelo consumidor, que está pagando quase R$ 7,00 pelo litro da gasolina e mais de R$ 100,00 pelo botijão do gás de cozinha.
“Ao contrário do que o governo Bolsonaro vem dizendo, o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) não é o culpado pelo aumento dos produtos derivados de petróleo. “Esta é uma grande mentira que vem sendo contada. A culpa pelos altos preços do gás de cozinha, da gasolina e diesel é do governo federal que insiste em manter a política do PPI na Petrobrás”, afirma Radiovaldo.
Petrobras anuncia novos preços para gasolina, diesel e gás de cozinha
Em linha com a alta do preço do petróleo no mercado internacional, a Petrobras anunciou nesta segunda-feira, 8, mais um aumento para seus produtos, que vigoram a partir da terça-feira, 9, nas refinarias da empresa. O diesel vai subir R$ 0,13 por litro, para R$ 2,24 por litro; a gasolina passará a custar R$ 2,25 por litro, refletindo aumento médio de R$ 0,17 por litro, e o gás de cozinha terá aumento de médio de R$ 0,14 por kg (equivalente a R$ 1,81 por 13kg).
O petróleo tipo Brent opera em alta nesta segunda-feira, chegando a tocar os US$ 60 o barril, dando prosseguimento ao otimismo da semana passada, diante de perspectivas de melhora da economia com a reabertura de alguns mercados e estímulos do governo norte-americano.
"Importante ressaltar que os valores praticados nas refinarias pela Petrobras são diferentes dos percebidos pelo consumidor final no varejo. Até chegar ao consumidor, são acrescidos tributos federais e estaduais, custos para aquisição e mistura obrigatória de biocombustíveis pelas distribuidoras, no caso da gasolina e do diesel, além dos custos e margens das companhias distribuidoras e dos revendedores de combustíveis", informou a Petrobras, estatal que está sob pressão diante da necessidade de aumentar seus produtos ao mesmo tempo em que existe ameaça de greve dos caminhoneiros pela alta do diesel.
Na sexta-feira, o presidente Jair Bolsonaro acenou com a possibilidade de mudar a forma de cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) pelos Estados para amenizar a alta dos combustíveis, que também tem sido motivo de aumento de inflação, levando o mercado a prever uma possível alta na taxa de juros.