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Depois de anunciar que vai interromper sua carreira, o influenciador Iran Santana, mais conhecido como Luva de Pedreiro, ainda tem uma dívida altíssima com o ex-empresário, Allan Jesus. No processo, o baiano terá de depositar valores mensais até que atinjam os R$ 5,2 milhões de multa rescisória pelo rompimento de contrato.

De acordo com informações do UOL Esportes, Luva recebeu, em julho e agosto deste ano, cerca de R$ 257 mil, realizando os repasses mensais que correspondem a 30% dos ganhos. O valor de R$ 103 mil, remetidos pelo próprio Allan, foi enviado após trabalhos com a Amazon Prime. Outra parte foi do "salário" pago pelo atual empresário, Falcão.

Além da Amazon, Luva também teve contrato com a Pepsi e, com o gestor atual, Falcão, o influenciador fechou com a Adidas por 18 meses, conseguindo gravar comerciais. No vídeo, em que alega que deixará a vida de influenciador, Luva comentou que vai cumprir todos os compromissos já programados pelas empresas.

A ação corre na Justiça e o ex-empresário sugeriu R$ 20 milhões como indenização, mas foi reduzido em processo que corre no Rio de Janeiro.

Publicado em Famosos

Ex-empresário do Iran de Santana Alves, conhecido como Luva de Pedreiro, Allan Jesus pediu R$ 20 milhões ao influenciador para encerrar a disputa jurídica atual. O valor consta em uma troca de e-mails obtida pelo UOL Esporte, que mostra o trecho de uma negociação entre os advogados dos dois lados em busca de um acordo - até agora frustrado.

Atualmente com aproximadamente 30 milhões de seguidores nas redes sociais, Iran tenta formalizar o rompimento com o empresário do qual se tornou sócio sem precisar pagar a multa rescisória de R$ 5,2 milhões. O valor está previsto no contrato firmado em 25 de fevereiro. O processo envolvendo os dois tramita na Justiça do Rio.

O pedido de R$ 20 milhões veio como contraproposta à oferta inicial do lado de Iran. Os advogados do influenciador de 20 anos confirmaram esse valor à reportagem e afirmaram que recusaram a oferta "imediatamente". O caminho que os representantes do jovem querem fazer é livrá-lo da multa, mas mantendo o pagamento do percentual de Allan em trabalhos fechados na gestão do empresário.

Os termos foram rejeitados por Allan, que então sugeriu o pagamento dos R$ 20 milhões como condição para um acordo. Na conversa entre as partes, o advogado do empresário abre a possibilidade de parcelamento desse montante nos próximos meses, considerando recebíveis nos contratos que Luva vier a fechar. O influencer passou a ser representado pela empresa de Falcão, ex-jogador de futsal.

Iran veio a público nas últimas semanas citando promessas não cumpridas, falta de liberdade e alegações de que não tinha noção exata do teor do documento assinado com Allan há cerca de cinco meses. A principal tese dos seus representantes na busca pelo rompimento do acordo sem pagamento a multa é o argumento de que o jovem influenciador, sem assessoria jurídica na época, era incapaz de compreender o contrato.

"Eu sei lá, nem li, não sabia de nada, não sei, eu não sei muito ler não esse negócio. Sou meio fraco", disse o Cara da Luva, em entrevista à TV Globo.

Allan, por outro lado, alega que seu ex-cliente sabe ler e que fez também a leitura das cláusulas antes da assinatura.

"Iran não poderia ter assinado o contrato sem a orientação de um advogado. Ele não tem capacidade técnica para entender os direitos e deveres estabelecidos pelo contato", disse o advogado Plínio Lemos Jorge, que representa o influenciador.

Contratos milionários: Allan receberia dinheiro na conta da própria empresa
Desde que se uniram, Allan Jesus e Luva de Pedreiro assinaram pelo menos três contratos publicitários que totalizam uma receita de R$ 1,78 milhão, segundo documentos obtidos pelo UOL. O influenciador firmou com Amazon, Pepsi e o TikTok.

Desse montante, R$ 1,52 milhão seria depositado na conta da empresa de Allan, a ASJ Consultoria, da qual Iran não é sócio. O valor designado para a conta conjunta aberta após a formalização da empresa de que a ASJ, Iran e o influencer Victor Mello fazem parte é de R$ 268 mil.

O contrato mais representativo dessa leva negociada por Allan Jesus é o da Amazon. O Luva de Pedreiro é garoto-propaganda do acordo com a Globo/Premiere que levou o futebol à plataforma de streaming. O pagamento é de R$ 1,5 milhão.

Com a Pepsi, o acerto foi de US$ 50 mil (convertidos para R$ 268 mil). Iran participou da divulgação da final da Liga dos Campeões, ao lado da cantora Camila Cabello. É o único contrato cujo destino do dinheiro, segundo o documento, é a conta conjunta entre o influenciador e o empresário. O acordo com a Pepsi ainda levou o influenciador ao Marrocos, em uma viagem pós-briga com Allan e já sob o assessoria da empresa de Falcão. O contrato do TikTok é bem menor, rendeu R$ 20 mil. Allan já tinha dado sua versão para o uso da conta da própria empresa, neste caso:

"Como ainda não tínhamos a empresa, eu precisei emitir nota fiscal e o valor foi depositado na conta da ASJ", explicou ele, em vídeos publicados nas redes sociais, referindo-se ao dinheiro do TikTok e sem citar, no entanto, o valor da Amazon.

Discussão na Justiça terá audiência de conciliação
O UOL também teve acesso ao contrato entre Luva de Pedreiro e Allan Jesus. Em uma das cláusulas, é dito que "não haverá por parte da representante", no caso, Allan, "qualquer tipo de investimento e/ou aporte na carreira ou na divulgação da representada", isto é, Iran. Ao mesmo tempo, há outro trecho do contrato no qual Luva "se compromete a fazer frente a todas as despesas diversas e imediatas que são necessárias para o regular desenvolvimento do projeto, conforme solicitação de Allan".

O empresário, no entanto, diz que investiu cerca de R$ 200 mil desde que iniciou a parceria em fevereiro e adiantou valores a Iran para gastos em geral, como a compra de roupas e celulares.

No processo que tramita na Justiça do Rio, Allan é o réu, já que a iniciativa de romper o contrato é do Luva de Pedreiro. Há uma audiência de conciliação marcada para o dia 26 de julho.

"Para audiência nós esperamos que haja um acordo, para que as partes possam seguir trabalhando em suas carreiras", disse o advogado que representa Iran, Plínio Lemos Jorge.

O outro lado
Desde o dia 20 de junho, o UOL Esporte tenta conversar com o empresário Allan Jesus, mas não obtém respostas. No último dia 11 de julho, ele sinalizou que faria uma ligação à reportagem, porém até a data de publicação desta matéria, não deu sequência ao contato.

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