Chocolates da Páscoa custam até três vezes mais do que as barras
Ainda que pequenos, os ovos de Páscoa nos supermercados estão com preços que assustam. Chocolates de formato oval, de quase 200g, estão custando, em média, R$ 50, conforme pesquisa feita pela reportagem nos mercados de Salvador e no aplicativo Preço da Hora Bahia. Apesar do mesmo sabor e marca, os ovos chegam a custar três vezes mais caro do que chocolates comercializados em barra (peso proporcional).
O ovo Galak de 185g, por exemplo, custa R$ 47,99. O mesmo chocolate em barra de 80 g sai por R$ 6,89.
A dona de casa Naiara Matias, 35 anos, entende que são produtos diferentes, mas não concorda que os valores sejam tão distintos. “Muito caro, né? Vou levar para o meu filho só porque não tem jeito. Sei que, pela cultura que se criou, fica mais caro mesmo. Porém, o sabor é igual ao da barra, não deveria ser tão mais caro”, reclama.
Mesmo com os preços nas alturas, o CEO do Chocolat Festival/ Origem Week, Marco Lessa, explica que 30% do chocolate consumido anualmente sai no período da Páscoa. E não é para menos. De acordo com a própria Chocolat Festival, cada baiano consome 2 quilos de chocolate por ano.
“A Bahia é um grande consumidor, está entre os oito maiores consumidores do país até pelo quantitativo de população. Em uma pesquisa de anos atrás, não me lembro exatamente o ano, Salvador estava entre as três capitais que mais compram chocolate”, afirmou.
Ainda que a demanda seja enorme, não há desconto nos mercados. Enquanto a barra de Alpino 90g vale R$ 7,99, o ovo de 196g da mesma marca e sabor chega a ser vendido por R$ 43,99. Já a barra de 45g do Kit Kat Dark sai por R$ 2,99 enquanto o ovo da mesma marca de 227g custa R$ 39,99.
Os valores surpreenderam o estudante Dener Valverde, 25, quando ele fez a comparação. “Tá difícil, viu? Os valores estão estrondosos. Vi um ovo de 400g por R$ 60 e corri para ver a barrinha de 120g, que estava R$ 9. A barra também está cara, mas o ovo sai por um valor muito acima do normal. E quando vem brinquedo? Pode jogar para R$ 100”, diz.
Para quem, assim como Dener, não pode pagar tão caro, mas ainda quer optar pelo ovo tradicional, a melhor opção é ir aos atacados (confira alguns preços na tabela abaixo). No Atakarejo, por exemplo, ao invés de R$ 47,99, dá para encontrar o ovo Galak 180g de R$ 29,99, segundo o Preço da Hora. No caso do Alpino 196g também há queda: sai de R$ 43,39 para os mesmos R$ 29,00 do branco. Já o Dark Meio Amargo da Kit Kat de 227g sai de R$ 46,99 no Hiper Ideal para R$ 36,99 nas Americanas. São valores que podem mudar a depender da unidade e promoção.
O estudante João Carlos Carvalho, 27, tem o costume de procurar justamente essas promoções e presentear a namorada toda Páscoa com os chocolates. Neste ano, a tradição deve ser mantida, mas a forma do presente é que mudará. De acordo com ele, é impraticável comprar ovos de Páscoa, então, serão as barras mesmo.
"Um tamanho legal você não encontra por menos de R$ 60, tá muito caro. A gente sempre faz uma troca, um dá chocolate para o outro. Dessa vez, vai continuar tendo, mas vai ser com as barras mesmo. Compensa muito mais porque eu posso até comprar três ou quatro de diferentes sabores. O que vale é o afeto", afirma o estudante.
Educador financeiro, Raphael Carneiro afirma que a opção de João faz sentido para quem quer economizar sem perder o costume de fazer um gesto carinhoso na data. Além disso, especificamente para quem tem criança em casa, é possível explorar um outro caminho. “Se os ovos da Páscoa são necessários e não pode trocar por algo diferente, vale, por exemplo, fazer em casa e com a criança, montando do jeito que preferir”, orienta.
Ele destaca ainda o fato de poder 'customizar' os chocolates ao gosto de quem vai comê-los. "Dá para comprar os materiais e ingredientes para deixar com a cara de quem gosta. Você presenteia de uma forma ainda mais especial, adaptada a quem está recebendo", fala ele. Entre as opções, dá para fazer ovo com brigadeiro de colher e opções mais trabalhadas.
Auge das vendas
Quem atua com a produção dos ovos de Páscoa mais trabalhados, também chamados de ‘gourmet’, vê a produção aumentar no período. Luana Rodrigues, da Doces da Lua, trabalha com confeitaria ao longo do ano, mas é na época dos ovos de chocolate que ela recebe centenas de encomendas.
“Trabalho com confeitaria o ano todo, fazendo bolos e doces. Na Páscoa, as vendas crescem em torno de 300%. Apesar de ser um período muito cansativo e que necessita de bastante programação, é o período em que tenho maior rendimento”, explica ela, que, em breve, estará encerrando as encomendas, pois já está atingindo a capacidade de produção. “Até o momento, foram quase 400 produtos vendidos”, diz.
Guilherme Dietze, economista da Fecomércio-BA, explica o sucesso de vendas afirmando que há um público que sempre demanda o chocolate mais personalizado. Por isso, as vendas sempre são positivas para as empresas menores.
Para mercados e lojas que trabalham especificamente com chocolate, a máxima se repete. “Os pequenos e microempreendedores que fazem esses ovos mais trabalhados e personalizados têm um perfil de cliente consolidado. Não é a massa que compra, mas há um mercado. É o grande momento do ano para eles, assim como para mercados e lojas que trabalham com esse produto”, afirma.
No link a seguir, o leitor poderá conferir opções de compra de ovos artesanais sugeridas pelos leitores do CORREIO.
Para Ingrid Nascimento, da Ingrid Cookies, a situação é bem parecida com a de Luana. Neste ano, a maioria do estoque da empreendedora já tem dono e destino definidos.
“Os planejamentos e a procura pelos melhores produtos são feitos ano após ano para receber e satisfazer muitos clientes. Já estamos aceitando encomendas para os nosso ovos trufados com cookies e temos disponível para vendas ainda cerca de 20% do nosso estoque preparado para esse período de Semana Santa”, conta.
Ingrid começou a trabalhar com produtos de páscoa em 2019 porque é praticamente impossível está no ramo da confeitaria e não produzir ovos para o período. Segundo ela, as vendas para esta época são muito lucrativas, competindo diretamente com o Natal.
"As vendas crescem em 80% agora. Sem dúvidas é uma época muito lucrativa", fala.
Veja a tabela de preço de ovos e barras:
Chocolate Galak/Nestlé
Barra de 80g: R$ 6,89
Ovo de 185g no Hiper Ideal/Bom Preço: R$ 47,99
Ovo de 185g no Atakarejo: R$ 29,99
Chocolate Alpino/Nestlé
Barra de 90g: R$ 7,99
Ovo de 196g no Hiper Ideal/Bom Preço: R$ 43,39
Ovo de 196g no Atakarejo: R$ 29,99
Chocolate Dark/Kit Kat
Barra de 45g: R$ 2,99
Ovo de 227g no Hiper Ideal/Bom Preço: R$ 46,99
Ovo de 227g na Americanas : R$ 36,99
*Preços sujeitos a alterações
Fiocruz lança cartilha com recomendações para prevenção da covid na Páscoa
A Páscoa acontece no domingo (4) e a orientação da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) é para que a população fique em casa, passando a data apenas com as pessoas com as quais já estão convivendo no dia a dia. A fundação divulgou uma cartilha com orientações, mas lembrou que não há medida totalmente capaz de impedir a transmissão da covid-19.
Para quem pensa em fazer encontros no período, a Fiocruz atualizou a cartilha, que foi inicialmente criada para falar das celebrações do fim de ano. Clique aqui para baixar: https://www.correio24horas.com.br/fileadmin/user_upload/correio24horas/2021/04/01/_cartilha_cuidados-covid_pascoa_2.pdf
Segundo o serviço de monitoramento da Fiocruz, o Brasil passa pelo "maior colapso sanitário e hospitalar da história". O país teve em março o pior mês desde que a pandemia começou, com 66 mil mortes registradas.
Dicas da cartilha
As orientações foram feitas para quem vai celebrar a Páscoa em casa ou em outro local, se expnodo a diferentes níveis de contágios.
As indicações são para usar máscara sempre que não estiver comendo ou bebendo, ter uma máscara reserva pronta, caso a primeira fique suja e seja necessário trocar; evitar aglomerações, mantendo pelo menos 2m de distância das pessoas; dar preferência a locais abertos ou bem ventilados, evitando uso do ar-condicionado; lavar a mão frequentemente e não compartilhar os objetos e talheres da refeição.
A Fiocruz recomenda que evitem ir a encontros pessoas que estejamcom sintomas de covid ou tenham sido diagnosticadas com a doença; que ainda está no período de 14 dias desde que teve os primeiros sintomas, mesmo sem ter feito teste; aguarda resultado de um teste para saber se tem covid; teve contato com alguém com a doença nas últimas duas semanas.
Também foi orientado que não vão aos encontros quem faz parte dos grupos de risco para casos graves da doença - portadores de doenças crônicas, como diabetes e hipertensão, asma, doença pulmonar obstrutiva crônica, doença renal crônica em estágio avançado, imunodepressão provocada pelo tratamento de doenças autoimunes, como lúpus ou câncer; pessoas acima de 60 anos de idade, fumantes, gestantes, mulheres em resguardo e crianças menores de 5 anos.
A Páscoa acontece no domingo (4) e a orientação da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) é para que a população fique em casa, passando a data apenas com as pessoas com as quais já estão convivendo no dia a dia. A fundação divulgou uma cartilha com orientações, mas lembrou que não há medida totalmente capaz de impedir a transmissão da covid-19.
Para quem pensa em fazer encontros no período, a Fiocruz atualizou a cartilha, que foi inicialmente criada para falar das celebrações do fim de ano. Clique aqui para baixar.
Segundo o serviço de monitoramento da Fiocruz, o Brasil passa pelo "maior colapso sanitário e hospitalar da história". O país teve em março o pior mês desde que a pandemia começou, com 66 mil mortes registradas.
Dicas da cartilha
As orientações foram feitas para quem vai celebrar a Páscoa em casa ou em outro local, se expnodo a diferentes níveis de contágios.
As indicações são para usar máscara sempre que não estiver comendo ou bebendo, ter uma máscara reserva pronta, caso a primeira fique suja e seja necessário trocar; evitar aglomerações, mantendo pelo menos 2m de distância das pessoas; dar preferência a locais abertos ou bem ventilados, evitando uso do ar-condicionado; lavar a mão frequentemente e não compartilhar os objetos e talheres da refeição.
A Fiocruz recomenda que evitem ir a encontros pessoas que estejamcom sintomas de covid ou tenham sido diagnosticadas com a doença; que ainda está no período de 14 dias desde que teve os primeiros sintomas, mesmo sem ter feito teste; aguarda resultado de um teste para saber se tem covid; teve contato com alguém com a doença nas últimas duas semanas.
Também foi orientado que não vão aos encontros quem faz parte dos grupos de risco para casos graves da doença - portadores de doenças crônicas, como diabetes e hipertensão, asma, doença pulmonar obstrutiva crônica, doença renal crônica em estágio avançado, imunodepressão provocada pelo tratamento de doenças autoimunes, como lúpus ou câncer; pessoas acima de 60 anos de idade, fumantes, gestantes, mulheres em resguardo e crianças menores de 5 anos