Urnas que serão usadas em Salvador estão lacradas e prontas para distribuição
Dois anos depois das últimas eleições, os brasileiros têm mais um encontro marcado com as urnas eletrônicas no próximo domingo (2). Os 5 mil equipamentos que serão utilizados na capital baiana já estão lacrados e prontos para serem distribuídos nas seções eleitorais no sábado (1º). Nesta terça-feira (27), os últimos preparativos foram realizados em Salvador, e as 34 mil urnas que serão espalhadas pelo resto do estado devem ficar prontas até quinta-feira (29).
Mas, afinal, no que consiste a preparação das urnas eletrônicas? É neste momento da pré-votação que ocorre a inseminação de dados e a testagem. “Nós estamos na reta final. As urnas foram inseminadas com dados dos eleitores e candidatos e também foram lacradas com os lacres produzidos pela Casa da Moeda. A partir de agora, elas podem ser direcionadas aos locais de votação que também estão sendo preparados”, explica Jaime Barreiros, analista judiciário do Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE).
Este procedimento acontece no Centro de Apoio Técnico do TRE-BA, em Salvador, e no interior é feito em cartórios eleitorais, polos de informática ou em outros locais, a depender da determinação dos juízes eleitorais. A preparação pode ser acompanhada por partidos, instituições e entidades fiscalizadoras.
Enquanto as urnas são distribuídas, alguns elementos de segurança protegem os equipamentos. Por exemplo, elas possuem um sistema que só permite que sejam utilizadas no momento programado para a votação. Além disso, em nenhum momento as urnas são conectadas a redes de comunicação externa, o que as protege de ataques hackers.
Uma novidade que será colocada em prática neste ano é a escolha de 33 urnas que passarão por uma auditoria no momento da eleição. Até 2020, apenas quatro urnas passavam por esse processo. Jaime Barreiros afirma que essa etapa é mais uma das que provam a confiabilidade do processo eleitoral brasileiro.
“No sábado, 33 urnas serão escolhidas no estado por associações que desejarem testar a confiabilidade, para passarem por uma auditoria. O processo é chamado de votação paralela, e as urnas serão trazidas para a sede do TRE em Salvador. No domingo, será feita uma votação simulada para ser demonstrado os procedimentos de votação e apuração”, explica o analista. Os equipamentos que forem retirados das suas seções eleitorais serão substituídos.
Diferentemente do que vem sendo propagado em redes sociais, as urnas eletrônicas são auditáveis e a auditoria pode ser feita em oito processos diferentes. Entre eles estão a reimpressão do boletim de urna e a verificação de assinatura digital, uma técnica criptográfica.
“As eleições são claras, auditáveis e seguras. São 26 anos de tradição e o processo é um exemplo para o mundo”, defende Jaime Barreiros.
Uso do celular
Desde as eleições de 2010, o uso de celulares dentro das cabines eleitorais é proibido. Mas neste ano, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) regulamentou o uso do aparelho eletrônico e, se antes era possível deixá-lo no bolso no momento da votação, agora o eleitor deverá entregá-lo ao mesário.
Quem for votar, no entanto, pode ficar livre para usar o celular nos espaços da sua seção eleitoral e só no momento do voto será proibido de ficar com o aparelho. Até a finalização desta reportagem, o Tribunal Regional Eleitoral não havia determinado se vai existir um local específico para o celular ser colocado ou se será entregue aos mesários.
Entre a eleição de 2018 e a deste ano, houve um incremento de 7,5% de mesários na Bahia. No domingo, serão cerca de 136 mil pessoas trabalhando nos locais de votação espalhados pelo estado.
Segundo dados disponibilizados pelo TSE, 27% dos mesários são voluntários. O número é pequeno se comparado com o estado mais populoso do Brasil, São Paulo, onde 63% se voluntariaram. Na Bahia, 69% dos mesários são mulheres e a maior parte tem entre 35 e 49 anos.