O presidente Lula (PT) disse nesta segunda-feira (7) que não aceita nenhuma interferência na democracia brasileira, após declaração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em apoio a Jair Bolsonaro (PL). O americano afirmou que o Brasil está perseguindo o ex-presidente, e criticou o tratamento dado a ele, hoje alvo do STF (Supremo Tribunal Federal) no julgamento da trama golpista.
“A defesa da democracia no Brasil é um tema que compete aos brasileiros. Somos um país soberano. Não aceitamos interferência ou tutela de quem quer que seja. Possuímos instituições sólidas e independentes. Ninguém está acima da lei. Sobretudo, os que atentam contra a liberdade e o estado de direito”, afirmou Lula em nota.
Mais cedo, a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, também rebateu a declaração de Trump e afirmou que ele está equivocado se pensa que pode interferir no Judiciário brasileiro.
“Donald Trump está muito equivocado se pensa que pode interferir no processo judicial brasileiro. O tempo em que o Brasil foi subserviente aos EUA foi o tempo de Bolsonaro, que batia continência para sua bandeira e não defendia os interesses nacionais”, escreveu ela em sua conta no X (antigo Twitter).
“Hoje ele responde pelos crimes que cometeu contra a democracia e o processo eleitoral no Brasil. Não se pode falar em perseguição quando um país soberano cumpre o devido processo legal no estado democrático de direito, que Bolsonaro e seus golpistas tentaram destruir. O presidente dos EUA deveria cuidar de seus próprios problemas, que não são poucos, e respeitar a soberania do Brasil e de nosso Judiciário”, completou Gleisi.
Na publicação feita na rede social Truth Social, Trump se comparou a Bolsonaro e apontou perseguição pelo fato do brasileiro ser um oponente político do governo brasileiro.
“Eu tenho assistido, assim como o mundo, enquanto eles não fazem nada além de persegui-lo, dia após dia, noite após noite, mês após mês, ano após ano. Ele não é culpado de nada, exceto por ter lutado pelo povo”, afirmou Trump.
Ainda na publicação, o americano afirmara que pôde conhecer Bolsonaro e o classificou como um líder forte que “realmente amava seu país”.
A mensagem de Trump ocorre em meio à pressão e expectativa de bolsonaristas para que os Estados Unidos apliquem uma sanção ao ministro Alexandre de Moraes, do STF.