Apesar de ser a maior cidade da Bahia e uma das mais populosas do Brasil, Salvador figura entre as capitais com menor acessibilidade urbana do país. Segundo os dados do Censo Demográfico 2022 sobre Características Urbanísticas do Entorno dos Domicílios, apenas 6,9% da população da capital baiana, cerca de 165,5 mil pessoas, moravam em vias com rampas para cadeirantes.
A estrutura é essencial para garantir mobilidade segura a pessoas com deficiência, como determina a Lei Federal 10.098/2000, mas segue praticamente ausente da paisagem urbana soteropolitana.
O índice é o segundo pior entre as 27 capitais brasileiras, ficando à frente apenas de Manaus (6,5%). São Luís (MA) aparece logo em seguida, com 8,8% da população morando em locais com rampas.
Entre 2010 e 2022, a presença de rampas para cadeirantes cresceu em todas as capitais brasileiras, e Salvador não ficou de fora desse avanço. O percentual na cidade quadruplicou, subindo de 1,9% para 6,9% da população beneficiada. Em números absolutos, o salto foi de 37.564 para 165.504 pessoas.
Apesar disso, Salvador teve o segundo menor avanço proporcional no país, com um aumento de apenas 5 pontos percentuais, superior apenas ao crescimento registrado em Manaus (+4,4 p.p.). O ritmo lento de implementação fez com que a capital baiana caísse quatro posições no ranking nacional, passando de 6ª pior (em 2010) para a 2ª pior (em 2022).
Bahia também registra baixos índices
Apenas 8,9% da população baiana vivia em ruas com rampas para cadeirantes em 2022, cerca de 925 mil pessoas. O percentual é o 21º entre os 27 estados, colocando a Bahia entre os piores desempenhos do país, mesmo apresentando melhora em relação a 2010, quando esse índice era de apenas 1,1%.
No cenário nacional, 15,2% da população brasileira, o equivalente a 26,5 milhões de pessoas, viviam em vias com rampas para cadeirantes em 2022. Em 2010, esse número era de 3,9%, evidenciando avanços significativos em diversos estados, mas também revelando desigualdades regionais profundas.