Lula detalha planejamento do governo para reagir a tarifaço de Trump e promete acionar OMC

Crédito da imagem: Foto de Ricardo Stuckert / PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) detalhou o plano de reação do governo federal às tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Em entrevista ao Jornal Nacional na noite desta quinta-feira (10), o petista criticou novamente a declaração do chefe de Estado norte-americano e informou que vai levar o caso à Organização Mundial do Comércio (OMC) “para saber quem está certo”.

Durante a entrevista, Lula também indicou que não irá tomar decisões precipitadas e garantiu que só usará a Lei de Reciprocidade Econômica “quando for necessário”. O presidente informou que, caso não haja solução até dia 1º de agosto, irá entrar com a legislação que deve taxar os produtos estadunidenses.

“O que que eu vou fazer na verdade? Primeiro eu não perco a calma e não tomo decisão com 39º de febre. O Brasil utilizará a Lei da Reciprocidade quando necessário e o Brasil vai tentar fazer com que a OMC tome uma posição para saber quem é que tá certo ou que tá errado. A partir daí, se não houver solução, nós vamos entrar com a reciprocidade já a partir de 1º de agosto, quando ele começa a taxar o Brasil”, disse Lula.

O presidente também defendeu o Supremo Tribunal Federal (STF), que foi criticado por Trump por fazer “caça às bruxas”. Além disso, Lula voltou a negar que a relação comercial entre Brasil e EUA tem trazido prejuízos ao país da América do Norte.

“É inaceitável que o presidente Trump mande uma carta pelo site dele dizendo que é preciso acabar com a caça às bruxas. Isso aqui tem Justiça e está sendo garantido o devido processo legal. Se alguém cometeu erro, será punido. Aqui no Brasil é assim. Nos últimos 15 anos, o déficit comercial do Brasil com os EUA é de R$ 410 bilhões. Então, por que essa taxa agora?”, questionou.

Lula classificou como “inadmissível” a tentativa de Trump de interferir na soberania do país e no funcionamento do Judiciário brasileiro. “Ele está defendendo um ex-presidente que tentou dar um golpe, preparar minha morte, a do presidente da Suprema Corte, a do vice. E não é invenção da oposição, são os próprios militares que estavam com ele que estão dizendo isso”, reforçou.