Um dos principais nomes por trás da chamada “máfia do ISS”, o ex-auditor-fiscal Arnaldo Augusto Pereira, condenado a 18 anos de prisão por corrupção, foi localizado e preso nesta quarta-feira (15) no sul da Bahia, vivendo sob nova identidade. A operação envolveu forças policiais dos estados da Bahia, São Paulo e Espírito Santo, com apoio dos Ministérios Públicos estaduais, por meio do Gaeco e do Gedec.
Condenado por integrar um esquema de corrupção que desviou mais de R$ 500 milhões dos cofres da Prefeitura de São Paulo entre os anos de 2007 e 2013, Pereira conseguiu driblar as autoridades por anos, e chegou ao extremo de forjar a própria morte para escapar da prisão.
O golpe foi tão bem arquitetado que enganou até o Superior Tribunal de Justiça (STJ), que à época declarou extinta sua punibilidade, acreditando que o réu estivesse morto.
Arnaldo Pereira já havia sido preso duas vezes anteriormente, acusado de mentir em delações premiadas. Mesmo após sua saída da Prefeitura de São Paulo, ele continuou envolvido em esquemas de corrupção e tentava manter um estilo de vida discreto, longe dos grandes centros urbanos.
O ex-fiscal foi apontado como um dos mentores da organização criminosa que cobrava propinas de construtoras e incorporadoras para reduzir o valor do Imposto Sobre Serviços (ISS), em troca da emissão de certificados e liberação de obras na capital paulista.
A prisão de Arnaldo foi resultado de meses de investigação conjunta entre os Ministérios Públicos e as Polícias Civis de três estados, o que foi fundamental para sua localização e identificação, já que ele utilizava documentos falsos e vivia em condição de clandestinidade.
Até o momento, não foram divulgados detalhes sobre a nova identidade usada por Pereira, nem se outras pessoas participaram do processo de forjar sua suposta morte. As autoridades também investigam possíveis ramificações recentes do esquema em outras regiões do país.
Ele deverá ser transferido para São Paulo nos próximos dias, onde ficará à disposição da Justiça para o cumprimento da pena.