O fotógrafo Sebastião Salgado teve a morte confirmada nesta sexta-feira (23), aos 81 anos. Conhecido como um dos fotógrafos mais importantes do Brasil e tendo reconhecimento mundial, o profissional enfrentava problemas em decorrência de uma malária.
A informação da morte do fotógrafo foi relatada a Folha. Um amigo próximo a Sebastião afirmou que o profissional adquiriu a doença em 1990.
Por meio de nota, o Instituto Terra, fundado por Salgado, lamentou a morte do fotógrafo, que deixa a esposa, Lélia Deluiz Wanick Salgado, os filhos Juliano e Rodrigo, e os netos Flávio e Nara. Leia a nota na íntegra:
“Com imenso pesar, comunicamos o falecimento de Sebastião Salgado, nosso fundador, mestre e eterno inspirador.
Sebastião foi muito mais do que um dos maiores fotógrafos de nosso tempo. Ao lado de sua companheira de vida, Lélia Deluiz Wanick Salgado, semeou esperança onde havia devastação e fez florescer a ideia de que a restauração ambiental é também um gesto profundo de amor pela humanidade. Sua lente revelou o mundo e suas contradições; sua vida, o poder da ação transformadora.
Neste momento de luto, expressamos nossa solidariedade a Lélia, a seus filhos Juliano e Rodrigo, seus netos Flávio e Nara, e a todos os familiares e amigos que compartilham conosco a dor dessa perda imensa.
Seguiremos honrando seu legado, cultivando a terra, a justiça e a beleza que ele tanto acreditou ser possível restaurar.
Nosso eterno Tião, presente!
Hoje e sempre.
Instituto Terra”
Formado em Economia pela Universidade de São Paulo (USP) e doutor na área após um curso em Paris, o mineiro de Aimorés, abandonou a carreira com os números para se dedicar à fotografia nos anos 1970.
O trabalho de Salgado ficou marcado por um olhar humanista, focando em trabalhadores, migrantes, refugiados e, mais recentemente, na natureza. Entre os destaques do fotógrafo estão os projetos ‘Trabalhadores’ de 1993, ‘Êxodos’, de 2000, ‘Gênesis’ de 2013 e o mais recente ‘Amazônia’, de 2021, uma série focada na floresta amazônica e nas populações indígenas, combinando fotografia com uma forte mensagem ambiental.
Ao longo da carreira na fotografia, Salgado fundou, junto com a esposa Lélia Wanick Salgado, o Instituto Terra em Minas Gerais, dedicado à restauração da Mata Atlântica, que já recuperou milhares de hectares de floresta degradada.