A assembleia híbrida dos professores da Universidade do Estado da Bahia (Uneb) aprovou a paralisação das atividades acadêmicas nesta quarta (10) e quinta-feira (11). A decisão tem como objetivo somar a categoria docente à mobilização nacional contra a proposta de Reforma Administrativa, que, segundo os sindicatos, ameaça o funcionamento de serviços públicos essenciais, como educação e saúde.
A paralisação está sendo organizada em nível nacional por entidades representativas do funcionalismo público federal, estadual e municipal. Na Uneb, a orientação é realizar atividades de mobilização tanto em Salvador quanto nos campi do interior.
Na capital, estão previstos seminários: na quarta (10), o debate será sobre os impactos da Reforma Administrativa no serviço público e na sociedade; já na quinta (11), o foco será em pautas internas do movimento docente, como o direito ao adicional de insalubridade, reivindicação que será levada pelos professores das universidades estaduais à próxima reunião com o Governo da Bahia, marcada para o dia 16. Nos campi do interior, os docentes promoverão atividades específicas em seus departamentos.
A proposta de Reforma Administrativa voltou à pauta neste semestre após o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmar que o tema é prioridade de sua gestão. Para discutir o assunto, ele criou um grupo de trabalho coordenado pelo deputado Pedro Paulo (PSD-RJ), com 18 parlamentares. O texto final ainda não foi divulgado.
Para a coordenadora de Comunicação da Aduneb, Kátia Barbosa, a mobilização é necessária para denunciar os riscos da proposta. Segundo ela, os argumentos de que a reforma fortaleceria áreas como saúde e educação não se sustentam.
“Existem várias questões que ameaçam diretamente as servidoras e os servidores públicos. Cito como exemplo a possibilidade de perda da estabilidade de emprego, que é fundamental para proteger o servidor de perseguições políticas e ideológicas. Ressalto também a proposta de avaliação de desempenho, que, se utilizada de maneira arbitrária ou subjetiva, servirá para justificar demissões ou fomentar o assédio moral”, afirmou uma das coordenadoras da Aduneb.