A segurança do paciente em unidades de saúde é um investimento. A afirmação foi do subsecretário da Saúde do Estado (Sesab), Paulo Barbosa, na manhã desta segunda-feira (14), na abertura da Oficina do Projeto NEGESP (Núcleo Estadual de Gestão e Estratégia da Segurança do Paciente), evento que prossegue até a terça-feira (15), no auditório da Sesab.
Conforme o subsecretário, o Sistema Público de Saúde (SUS) passou por mudanças e hoje seu orçamento é afetado por uma série de processos indenizatórios, seja por sequelas decorrentes de eventos adversos ou por falhas na segurança do paciente. “É preciso ter a cultura da segurança do paciente e essa é a grande missão da Oficina. Evento adverso é desperdício de recursos que já são escassos”, avaliou, destacando a necessidade de investir na segurança.
Destacando que a Bahia é 18º estado do país a implantar o NEGESP, a assessora técnica do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) e coordenadora da Câmara Técnica de Qualidade e Segurança do Paciente, Carla Ulhoa, afirmou que a Sesab vai construir o núcleo ” levando em conta a realidade do estado”.
ASPECTOS DIVERSOS
Presente no evento, a superintendente de Vigilância da Sesab, Rívia Barros, lembrou que há quase 20 anos a Organização Mundial da Saúde (OMS) estabelece metas para a segurança do paciente e salientou que quando se fala em segurança do paciente há que se pensar em vários aspectos, desde o motorista da ambulância até o médico.
A titular da Suvisa revelou ainda que a Sesab já possui núcleos atuando na segurança dos pacientes e que o trabalho começou nas unidades hospitalares, onde é maior o risco.Ela pontuou ainda que 80% dos problemas de saúde poderiam ser tratados na atenção básica.
Dados da OMS apontam que países em desenvolvimento têm duas vezes mais risco de eventos adversos na atenção básica. Outro dado revelado por Rívia Barros foi relacionado aos Estados Unidos, onde cerca de 89 bilhões de dólares são gastos por erros no diagnóstico, outro fator que interfere negativamente na segurança do paciente.
O superintende da Assistência Farmacêutica, Ciência e Tecnologia em Saúde, Luiz Henrique D’Utra, por sua vez, disse que a SAFTEC precisa estar envolvida com o tema e adiantou que existe o plano de implementar farmácia clínica em todos os hospitais da rede, minimizando riscos para os pacientes. “É necessário também observar que o erro médico é a 3ª causa de óbito no mundo”, concluiu.
A Oficina prossegue até a tarde de terça-feira (15), enfocando temas como o diagnóstico situacional da Secretaria para a segurança do paciente; como estruturar o Núcleo Estadual de Gestão da Segurança do Paciente, e ferramentas de gestão da qualidade. Ao final do encontro, será elaborado o Plano de Ações do NEGESP, a ser pactuado com a Sesab.