Quinta, 31 Outubro 2024 | Login

Mais escolarizados e preparados para o mercado de trabalho. Essa é a cada vez mais a realidade das pessoas negras na Bahia. Prova disso é que número de negros no ensino superior mais do que dobrou entre 2012 e 2022 no estado, saltando de 412,2 mil para 845,1 mil - um salto de 105%. O avanço em uma década, no entanto, não foi suficiente para quebrar barreiras impostas pelo racismo, que dificultam a entrada dessa população no mercado de trabalho.

As desigualdades entre os trabalhadores baianos é tema do estudo “Mercado de Trabalho para a População Negra na Bahia”, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), em parceria com as secretarias estaduais de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi) e de Emprego, Trabalho e Renda (Setre). A pesquisa inédita revela que a adoção do sistema de cotas nas universidades surtiu efeito na escolaridade de negros na Bahia.

Se em 2012 o percentual de negros no ensino superior era de 3,6%, a Lei de Cotas (12.711/2012) contribuiu para que a taxa mais do que dobrasse, atingindo 6,9% no ano passado. Apesar disso, o percentual de pessoas brancas nas universidades ainda é maior: 12%. Para Ana Georgina Dias, supervisora do Dieese na Bahia, os dados demonstram que a qualificação não é o único obstáculo para a inserção de negros no mercado de trabalho formal.

“Mesmo com os avanços, ainda existem mais negros com ensino superior e médio completo desempregados do que brancos. Isso significa que a maior política pública de geração de emprego e renda para a população negra é o combate ao racismo”, defende Ana Georgina. De acordo com o estudo, a taxa de desocupação entre os negros é de 15,5% na Bahia, contra 12,8% entre os não negros (brancos, amarelos e indígenas).

Os dados da pesquisa foram divulgados durante evento na sede do Conselho de Desenvolvimento da Comunidade Negra (CDCN), em Salvador, na manhã desta sexta-feira (10). ngela Guimarães, titular da Sepromi, que esteve presente na divulgação, comemorou a ampliação do número de univeritários negros, mas admitiu que políticas púbicas devem ser criadas para mitigar a desigualdade.

“O casamento entre políticas de acesso universal de direitos e promoção de políticas afirmativas voltadas para pessoas negras tem se mostrado eficiente, como vemos acontecer nas universidades. Precisamos dar continuidade a isso em outros setores”, falou.

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A Internacional Travessias, concessionária que administra o sistema ferry-boat anunciou, nesta quinta-feira, 9, que agora o usuário poderá pagar os bilhetes através de pix. Aos passageiros que optarem pela forma de pagamento, será disponibilizado um QR Code nos guichês de ambos os terminais, São Joaquim (em Salvador) e Bom Despacho (Itaparica).

A tarifa custa R$ 6,50 a inteira e R$ 3,30 a meia estudantil, de segunda a sexta. Nos finais de semana, passa a ser R$ 8,60 (inteira) e R$ 4,30 (meia). Já para veículos, os valores variam de R$ 58 a R$ 487. A tabela de valores completa pode ser consultada no site da Internacional Travessias.

Publicado em Bahia

Entre janeiro e 5 de novembro deste ano, o estado registrou 78 casos de feminicídio, de acordo com a Polícia Civil. O número é equivalente a 7,8 assassinatos de mulheres por mês.

No mesmo período do ano passado, foram computados 90 feminicídios, o que significa uma redução de 13,3%. Feminicídios são mortes de mulheres apenas por serem mulheres, em casos que envolvem violência doméstica e familiar, menosprezo ou discriminação à condição de mulher da vítima.

O relatório Elas Vivem, organizado pela Rede de Observatórios da Segurança em 2022, registrou que a Bahia é o estado do Nordeste com maior índice de violência contra a mulher. Larissa Neves, pesquisadora e organizadora do projeto, afirma que 75% dos feminicídios são cometidos pelos companheiros das vítimas.

“É muito importante que as mulheres conversem sobre o que sentem. Que elas tenham ali pessoas de confiança para sinalizar o que ela está passando. Elas precisam externalizar, porque muitas vezes a gente naturaliza esses ciclos da violência, justamente porque a gente não sabe que isso é violência. A gente acredita que isso faz parte da relação e acaba não falando, porque nós temos vergonha de dizer e sinalizar que estamos sendo controladas”, diz a pesquisadora.

Apenas em Salvador e Região Metropolitana, foram cinco tentativas de feminicídio com arma de fogo em 2023, das quais quatro mulheres morreram e uma ficou ferida, segundo dados do Instituto Fogo Cruzado.

Julieta Palmeira, antiga Secretária de Políticas para Mulheres e membro da União Brasileira de Mulheres, defende a necessidade de executar melhor as políticas existentes para a proteção das mulheres. “É preciso ampliar o número de delegacias especializadas, fazer valer a lei que dá celeridade às medidas protetivas e fortalecer os serviços locais de acolhimento às mulheres em situação de violência, as redes de acolhimento”, diz.

Entre janeiro e 5 de novembro deste ano, o estado registrou 78 casos de feminicídio, de acordo com a Polícia Civil. O número é equivalente a 7,8 assassinatos de mulheres por mês.

No mesmo período do ano passado, foram computados 90 feminicídios, o que significa uma redução de 13,3%. Feminicídios são mortes de mulheres apenas por serem mulheres, em casos que envolvem violência doméstica e familiar, menosprezo ou discriminação à condição de mulher da vítima.

O relatório Elas Vivem, organizado pela Rede de Observatórios da Segurança em 2022, registrou que a Bahia é o estado do Nordeste com maior índice de violência contra a mulher. Larissa Neves, pesquisadora e organizadora do projeto, afirma que 75% dos feminicídios são cometidos pelos companheiros das vítimas.

“É muito importante que as mulheres conversem sobre o que sentem. Que elas tenham ali pessoas de confiança para sinalizar o que ela está passando. Elas precisam externalizar, porque muitas vezes a gente naturaliza esses ciclos da violência, justamente porque a gente não sabe que isso é violência. A gente acredita que isso faz parte da relação e acaba não falando, porque nós temos vergonha de dizer e sinalizar que estamos sendo controladas”, diz a pesquisadora.

Apenas em Salvador e Região Metropolitana, foram cinco tentativas de feminicídio com arma de fogo em 2023, das quais quatro mulheres morreram e uma ficou ferida, segundo dados do Instituto Fogo Cruzado.

Julieta Palmeira, antiga Secretária de Políticas para Mulheres e membro da União Brasileira de Mulheres, defende a necessidade de executar melhor as políticas existentes para a proteção das mulheres. “É preciso ampliar o número de delegacias especializadas, fazer valer a lei que dá celeridade às medidas protetivas e fortalecer os serviços locais de acolhimento às mulheres em situação de violência, as redes de acolhimento”, diz.

Publicado em Polícia

A região do Subúrbio Ferroviário de Salvador ganhou mais uma unidade de ensino, que foi totalmente reconstruída pela Prefeitura para atender a 720 alunos entre o 1º e 5º ano do Ensino Fundamental. O prefeito Bruno Reis e o secretário municipal de Educação (Smed), Thiago Dantas, inauguraram nesta terça-feira (7) a nova Escola Municipal Anfilófio de Carvalho, localizada em Periperi, cuja estrutura agora conta com salas de aula climatizadas, acessibilidade e padrão sustentável. O investimento foi de R$ 8,9 milhões.

A escola mais do que dobrou a capacidade de vagas ofertadas após a obra, uma vez que as instalações anteriores abrigavam 294 alunos matriculados do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental I. A nova estrutura tem 2,3 mil m² de área construída com 12 salas de aula climatizadas, sala multiuso, auditório, sala de leitura, sala para Atendimento Educacional Especializado (AEE), entre outros espaços.

"Mais uma escola que a gente entrega em Salvador que vai atender 720 crianças do Subúrbio, daqui de Periperi. Uma escola desse porte, com salas climatizadas, com quadra poliesportiva, com toda infraestrutura, tem a capacidade de contribuir de forma decisiva para mudar o presente e o futuro dessas crianças. Essa é uma manhã emocionante, porque a gente vê o quanto as crianças estão felizes e dizendo o quanto amam a escola. Um equipamento desse porte só estimula, faz com que elas tenham a felicidade de vir estudar e melhora o aprendizado", disse Bruno Reis.

A nova Anfilófio de Carvalho traz acessibilidade completa para crianças com necessidades especiais, tem capacidade para gerar e utilizar energia de fonte solar, além de fazer a reutilização de água pluvial e ter elevador para facilitar a locomoção de pessoas com baixa mobilidade. O equipamento também conta com quadra poliesportiva coberta, parque infantil, área de recreio, cantina e outras comodidades.

Essa é a 17ª escola entregue pela atual gestão municipal como parte da estratégia de reforçar o aprendizado na rede de educação da cidade. Como lembrou o prefeito Bruno Reis, serão 50 novas escolas em Salvador até o final de 2024, fora outras 200 unidades que já foram ou estão sendo reformadas. São mais de R$ 115 milhões investidos no setor.

"No próximo ano vamos fortalecer e ampliar ainda mais a quantidade de entregas da educação. Além de melhorar a farda, vamos também reforçar o kit escolar, com uma quantidade maior de materiais. Também vamos entregar uma mochila para cada criança. Já disse aqui às mães e aos pais que não precisam comprar mochila para o ano que vem. Além disso, vamos dar dois pares de tênis para cada criança da rede municipal. Com isso, será um fardamento completo: mochila, material didático, merenda de qualidade e escolas com toda infraestrutura", afirmou o prefeito.

Avanços - Jeanderson Santos, de 12 anos, é aluno do 5º ano do Ensino Fundamental e estuda na Anfilófio de Carvalho desde os três anos. Ele contou que já gostava de frequentar a escola antes para ficar com os amigos, e agora ficará por mais tempo ainda na unidade. "Achei tudo maravilhoso, a gente precisava mesmo desse espaço porque a escola velha já estava debilitada. Então é muito bom ter uma escola nova porque tem um espaço melhor para todo mundo. Gostei muito da quadra, gosto muito de jogar bola e às vezes tenho mais vontade de ficar aqui com os colegas do que em casa", afirmou.

A autônoma Natalice Silva Brandão, de 32 anos, tem o filho Aron, de 10 anos, matriculado na escola desde os cinco anos. "Sei nem o que dizer. A melhoria para as crianças é algo maravilhoso, para os professores também. As crianças vão gostar bastante, tem muita coisa aqui que está melhor do que em escola particular. Não tenho o que falar, nem deu tempo de conhecer tudo o que fizeram. Me chamou muito a atenção as salas de aula, todas agora estão com ar-condicionado, ficou uma beleza", comentou.

Titular da Smed, Thiago Dantas destacou a ampliação de vagas em mais de 100%. "Nosso esforço de melhorar a infraestrutura da educação envolve não apenas as condições físicas das escolas, mas também a ampliação da oferta de vagas. Esse equipamento de Periperi é mais um de primeiro mundo, construído num padrão altíssimo e que vai ter durabilidade de prazo bastante longo. E, em termos de oferta de vagas, saiu da possibilidade de abrigar 300 alunos para mais de 700. A Prefeitura segue ampliando a rede. Toda reforma que é feita tem como meta também essa ampliação da oferta de vagas", disse.

Thiago disse que a ideia do município é climatizar todas as salas de aula da rede. "Esse é um compromisso do prefeito Bruno Reis. Em breve, vamos soltar uma licitação grande pensando em climatizar toda a rede, algo que tem efeito imediato. Todas as escolas que passam por um processo de climatização apresentam, de maneira automática, um crescimento em termos de ensino por conta do conforto térmico e acústico das salas de aula. Vamos pensar medidas para acelerarmos o quanto puder esse movimento", afirmou.

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O Restaurante Casa do Anilton, reconhecido por sua excelência gastronômica e serviço impecável, está animado em anunciar sua participação no evento Restaurant Week deste ano.

Durante o período do Restaurant Week, que ocorrerá de 05 de outubro a 12 de novembro, os clientes terão a oportunidade de desfrutar de uma experiência culinária única a preços especiais. O menu especialmente elaborado para o evento apresenta uma seleção cuidadosa de pratos requintados, combinando ingredientes frescos e técnicas culinárias sofisticadas.

Com um ambiente elegante e bastante acolhedor, o restaurante e Wine Bar Casa do Anilton é conhecido por oferecer uma experiência gastronômica memorável. Além da alta qualidade dos pratos, os clientes podem esperar um atendimento atencioso e uma carta de vinhos cuidadosamente selecionada para harmonizar com cada opção do menu.

"Estamos muito felizes em participar do Restaurant Week e apresentar aos nossos clientes um menu exclusivo que reflete a nossa paixão pela gastronomia. Queremos proporcionar uma experiência única, onde cada prato seja uma verdadeira celebração dos sabores", afirmou o propietário Anilton.

Durante o evento Restaurant Week, os clientes poderão desfrutar de um menu completo com preços especiais: entrada, prato principal e sobremesa por apenas R$ 54,90 no almoço e R$ 69,90 no jantar. Essa é uma oportunidade perfeita para os amantes da boa comida conhecerem o Casa do Anilton e se deliciarem com suas criações culinárias.

O restaurante também conta com um happy hour para reunir os amigos e relaxar após um dia longo de trabalho, de quarta à sexta das 17h às 19h.

Para garantir uma experiência gastronômica inesquecível, as reservas são altamente recomendadas. Os interessados podem entrar em contato com o Restaurante pelo telefone (71) 3012-5816.

Aproveite essa chance de saborear pratos excepcionais a preços acessíveis durante o Restaurant Week e no nosso happy hour. Não perca essa oportunidade de vivenciar uma verdadeira experiência gastronômica.

Para mais informações, por favor, entre em contato:
(71) 3012-5816
@casadoanilton

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O Bahia mal teve tempo para lamentar a derrota contra o Palmeiras e já tem um novo compromisso pela frente, diante do Fluminense. O tempo entre os jogos foi tão curto que os tricolores fizeram a preparação para a partida em apenas um dia. O elenco ganhou folga no domingo e trabalhou na tarde desta segunda-feira sob o comando de Rogério Ceni na Cidade Tricolor.

A boa notícia desta segunda-feira é que Cauly participou normalmente das atividades em campo. De acordo com apuração do ge, o meia está relacionado para a partida desta terça-feira, contra o Fluminense.

Por outro lado, Rogério Ceni não deve contar com Rafael Ratão e Raul Gustavo. O atacante fez atividade física especial na academia, e o zagueiro realizou tratamento na fisioterapia.

Rogério Ceni dividiu os jogadores em dois times e realizou uma atividade em campo reduzido com foco na troca de passes, desarme e ocupação de espaços. O meia Jota, do sub-20, também treinou com o elenco profissional nesta segunda-feira.

Com o retorno de Cauly, a tendência é que o Bahia seja escalado com: Marcos Felipe; Gilberto, Kanu, Gabriel Xavier [Vitor Hugo] e Camilo Cándido; Rezende, Yago Felipe e Thaciano; Cauly, Biel e Everaldo.

Bahia e Fluminense se enfrentam às 19h desta terça-feira, na Arena Fonte Nova. Saiba como garantir ingressos para a partida válida pela 31ª rodada da Série A.

Publicado em Esportes

Após 37 anos, dois filhotes de ararinha-azul (espécie Cyanopsitta spixii) nasceram no município de Curaçá, no norte da Bahia. A espécie é considerada endêmica da região, o que significa que ocorre exclusivamente na área do sertão baiano. O nascimento foi há 10 dias, mas só foi divulgado nesta segunda-feira (30) para garantir a segurança das aves.

Segundo os pesquisadores do projeto, a taxa de sobrevivência é muito baixa nas primeiras semanas após o nascimento. Por isso, especialistas que fazem parte do projeto evitaram acessar o ninho para não perturbar os animais.

Os filhotes são fruto do casal formado pelo macho "Bizé", que recebeu o nome em homenagem a um morador curaçaense, com uma fêmea liberada em dezembro. Esse casal e os filhotes recém-nascidos formaram a primeira família em vida livre.

Os filhotes são monitorados e a reprodução aconteceu em dos ninhos artificiais fixados no alto de uma caraibeira, uma das árvores preferidas das ararinhas.

"A primeira ninhada de ovos se mostrou infértil, mas a determinação do casal prevaleceu, e a segunda ninhada continha dois ovos férteis, levando ao nascimento de dois filhotes saudáveis", disse o diretor da Associação para a Conservação de Papagaios Ameaçados (ACTP) no Brasil, Cromwell Purchase.

De acordo com os pesquisadores, os pais de primeira viagem estão se saindo bem nos cuidados iniciais, o que representa mais um marco promissor para o futuro da espécie.

"Essa notícia nos enche de esperança e motiva para continuarmos firmes no trabalho fundamental de reflorestamento junto à comunidade, para que possamos proporcionar para a nova geração de ararinha-azuis alimento e moradia em seu novo lar", contou o diretor da Bluesky, Ugo Vercillo, responsável pelo projeto de reflorestamento das unidades de conservação e parceira na gestão do Centro de Reintrodução da Ararinha-azul.

As ararinhas-azuis da espécie spixi ficaram bem conhecidas após o filme "Rio". Elas chegaram a ser consideradas extintas da natureza por mais de 20 anos.

Um trabalho de reintrodução da espécie no habitat natural, feito pela ONG alemã ACTP e pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), repatriou 52 aves da espécie, há 3 anos. Todas foram recuperadas de cativeiros fora do Brasil.

Depois, passaram uma temporada em um viveiro da ONG alemã, no país europeu. E, em 2020, foram levadas para um viveiro construindo para elas, em Curaçá, na caatinga baiana, habitat natural das ararinhas.

Em 2022, as aves começaram a ser soltas na natureza gradativamente. Em junho, oito ararinhas-azuis ganharam vida livre no local. Em dezembro, mais 12 foram soltas.

Da extinção à soltura

A última ararinha-azul foi vista na zona rural da cidade há mais de 20 anos, na companhia de uma fêmea de outra espécie, a arara Maracanã, e depois sumiu.

Até hoje não se sabe ao certo o que aconteceu com a última ararinha-azul vista em Curaçá, no sertão baiano, único lugar de ocorrência da espécie em vida livre.

Os pesquisadores atribuem a extinção da espécie principalmente ao tráfico de animais e à destruição de parte do bioma da Caatinga.

Ambientalistas e pesquisadores trabalham juntos desde 2009 no projeto de reintrodução das ararinhas na natureza. Em 2012, foi criado o Plano de Ação para Conservação da Ararinha-Azul (PAN), que inclui a reintrodução dessa rara ave brasileira no território de origem.

O trabalho do plano de ação começou com o rastreamento das últimas ararinhas-azuis que existiam no mundo, todas em cativeiros. A maior parte dela, segundo os pesquisadores, foi encontrada no Catar.

Curiosidades

A Ararinha-Azul é a menor das araras (em comparação com a Arara-Azul grande e a Arara-Azul-de-Lear), tem apenas 55 cm e pesa, em média, 350g;
O nome científico Spixi dá uma pista da cor das penas dessa ave, que tem um azul mais claro, quase acinzentado;
As ararinhas-azuis podem viver por 30 anos. Elas entram em fase de reprodução aos 4 e só param aos 24;
As ararinhas são bastante barulhentas, principalmente quando ficam assustadas. As que foram soltas em Curaçá, como estavam em um cativeiro, não são muito "amigas" do homem;
Elas gostam de viver em grupo, principalmente fora do período de reprodução.
As ararinhas costumam se alimentar no início da manhã e no final da tarde;
Elas têm 14 itens alimentares, gostam muito de sementes, principalmente do pinhão e fruto de favela;
Os predadores das ararinhas são os saruês, morcegos, abelhas europeias, africanizadas, serpentes e aves de rapina, como o gavião;
As ararinhas acasalam no período reprodutivo, produzem os ovos. Em seguida, tem a incubação, que ocorre em média durante 26 dias. Os filhotes levam aproximadamente 90 dias para sair do ninho;
O período reprodutivo das ararinhas-azuis acontece normalmente entre novembro e maio, quando Curaçá registra chuva;
As ararinhas-azuis têm comportamento afetuoso e de proteção com os filhotes, enquanto eles estão nos ovos. A fêmea incuba os ovos durante a maior parte do tempo e o macho fica próximo ao ninho, de olho na família;
Os filhotes são incentivados pelos pais a caçar o próprio alimento. Com a chegada da maturidade, se tornam ainda mais independentes. As ararinhas querem que os filhos aprendam logo a deixar o ninho, porque enquanto estão no local, é o momento que mais sofrem riscos de predações;

Publicado em Bahia

A água que sai da torneira de cinco cidades baianas está contaminada. Um estudo mostrou que uma mistura de 27 tipos de agrotóxicos foi encontrada na água consumida por parte da população de 210 municípios brasileiros. Entre ele estão Bom Jesus da Lapa, Camaçari, Itabuna, Santa Maria da Vitória e São Félix do Coribe. As informações são resultado de um cruzamento de dados realizado pela Repórter Brasil a partir de informações do Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (Sisagua), do Ministério da Saúde, com testes feitos em 2022.

A maioria dos exames identificou uma concentração dentro do limite considerado seguro pelo Ministério da Saúde para cada tipo de substância isoladamente. Ou seja, a simples presença de cada agrotóxico em uma amostra não necessariamente acarreta problemas para a saúde.

No entanto, a regulação brasileira não leva em conta os riscos da interação entre os diferentes tipos de pesticidas. É justamente a mistura de substâncias o que preocupa especialistas ouvidos pela reportagem. Eles afirmam que o chamado “efeito coquetel” pode gerar consequências ainda desconhecidas ao organismo humano. As detecções ocorreram em amostras de água de diferentes redes de abastecimento dentro dos municípios.

Enquanto a União Europeia impõe um limite para a presença de diferentes substâncias na água, o risco da mistura é ignorado pela normativa do Ministério da Saúde. A pasta teve a chance de regular essa questão em 2021, quando a nova Portaria de Potabilidade da Água foi aprovada, mas tratou apenas dos limites individuais. O principal argumento é a dificuldade em calcular os efeitos causados pelas diferentes combinações de substâncias químicas na água.

“O ideal seria não detectar, ou seja, não encontrar nada”, afirma Cassiana Montagner, pesquisadora da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). “Mas quando há a detecção, ainda que em concentrações menores que o valor máximo permitido, os governos deveriam tomar ações para evitar que esses agrotóxicos apareçam por longos períodos de tempo”, complementa.

Ela destaca que o risco é maior quando o consumo é contínuo, ou seja, quando a presença das substâncias na água persiste ao longo dos meses e anos. Nesses casos, 15 dos pesticidas encontrados estão associados ao desenvolvimento de doenças crônicas como câncer, disfunções hormonais e reprodutivas.

Segundo a pesquisadora, as estações de tratamento não conseguem retirar os agrotóxicos da água na concentração encontrada no Brasil. Assim, a melhor solução é evitar a contaminação. A origem do problema é o uso excessivo e indevido dessas substâncias, que ocorre em maiores quantidades em regiões rurais, mas também no paisagismo nas cidades.

“Tudo aquilo que vem sendo colocado no ecossistema, solos e plantações, permanece nos recursos naturais e continua presente em diferentes lugares”, alerta Rafael Rioja, coordenador de consumo sustentável do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), que faz alertas constantes sobre a presença de agrotóxicos nos alimentos.

Esta não é a primeira vez que dados públicos levantam alerta sobre a presença de diversos agrotóxicos na água. Em 2019, especial feito pela Repórter Brasil, Public Eye e Agência Pública revelou que 1 em cada 4 cidades brasileiras tinham detectado todos os pesticidas na rede de abastecimento – a quantidade de municípios era substancialmente maior porque o levantamento analisou dados de 4 anos, 2014 a 2017.

‘Outro lado’ sobre agrotóxicos na água

Questionado pela Repórter Brasil, o Ministério da Saúde reconheceu que analisar os agrotóxicos na água de forma individualizada é insuficiente para determinar os riscos à saúde da população. Ressaltou, porém, que há poucos estudos que analisam os efeitos da mistura, justificando assim a ausência de valor máximo para o coquetel de substâncias na Portaria atual.

“A temática relativa à mistura de substâncias químicas integra a agenda de trabalho do Ministério da Saúde, inclusive no que se refere à definição do padrão de potabilidade”, afirmou em nota (leia a íntegra).

O órgão também garantiu que orienta as equipes de vigilância em saúde a adotarem ações preventivas mesmo nos casos em que os testes apontaram a presença de agrotóxicos dentro do limite individual para cada substância. Essa orientação, porém, não parece resultar em medidas objetivas adotadas pelos municípios ouvidos pela reportagem.

As secretarias de saúde de Campinas, São Paulo e Fortaleza, cidades onde os 27 agrotóxicos foram encontrados na água, afirmaram que apenas seguem os parâmetros fixados individualmente para cada substância, de acordo com a norma do Ministério.

A coordenadora da Vigilância em Saúde de Campinas, Cristiane Sartori, afirma que a secretaria só consegue realizar ações quando os testes apontam que o agrotóxico está acima do limite individual para aquela substância específica.

Os agrotóxicos detectados em Campinas apareceram em diferentes redes de distribuição da cidade, como condomínios, shopping e empresas. Na Sanasa, companhia que realiza a maior parte do abastecimento da cidade, não houve detecção. Já no campus da Unicamp, testes encontraram as 27 substâncias na água. Em 2022, cerca de 60 mil pessoas frequentaram o local.

A Unicamp afirmou que a mistura de substâncias é uma preocupação para a Universidade, mas também se amparou na regulamentação do Ministério da Saúde para justificar a tolerância aos 27 agrotóxicos na água. “É importante salientar que não há ações de controle previstas na legislação quando os valores dos resultados se encontram dentro dos padrões permitidos”.

Publicado em Bahia

A tradicional Feira Nacional da Agricultura (Fenagro), que acontece historicamente em Salvador, não será realizada em 2023. A decisão foi confirmada pela Secretaria Estadual de Agricultura (Seagri), que apontou “falta de tempo hábil” para organização do evento que estaria na sua 33ª edição.

“Devido a questões administrativas, estruturais do Parque de Exposições e por falta de tempo hábil para superar entraves burocráticos que se apresentaram no decorrer de 2023, a Secretaria da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura da Bahia (Seagri) comunica que não realizará a 33ª edição da Feira Nacional da Agropecuária (Fenagro)”, diz a Seagri, que é chefiada pelo ex-deputado estadual Tum.

A Pasta escreveu ainda que “reforça seu compromisso em seguir apoiando feiras e exposições agropecuárias por toda a Bahia, por entender a importância dessas iniciativas para a agropecuária e a economia de nosso estado. Nesse sentido, ainda, informa que já iniciou as tratativas para, no próximo ano, entregar uma edição da Fenagro à altura da tradição do evento”.

No início do mês de outubro, a Seagri tinha anunciado que o evento aconteceria entre os dias 23 de novembro e 3 de dezembro, com o tema “Agrobusiness”. Promovido pelo Governo da Bahia, a Fenagro, que tinha a expectativa de movimentar cerca de R$ 150 milhões em negócios, é considerada a maior feira do Norte e Nordeste, e encerraria o calendário de feiras agropecuárias do Brasil.

Para esta edição era esperado um público superior a 100 mil pessoas durante os dez dias de evento.

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O famoso meme que traz a frase ‘não posso mais gastar’, seguido da imagem da endividada comendo um x-tudo ou com uma sacola cheia de compras nas mãos, pode ser personificado na dona de casa Dandara Nery, 24 anos. No lugar do hambúrguer, no entanto, ela costuma optar pelo açaí. Gastos supérfluos que lhe renderam uma dívida de R$7 mil em apenas um, dos quatro cartões de crédito que ela usava para comprar os lanches e roupas que não precisava, mas queria muito.

O descontrole põe Dandara entre os baianos que fazem da Bahia um estado acima da média brasileira quando o assunto é não abrir mão de gastos supérfluos. Segundo o estudo “Finanças Regionais: as diferenças na relação com o dinheiro entre os estados do Brasil”, do Serasa, enquanto a média de brasileiros que não evitam gastos supérfluos é de 13%, o percentual na Bahia é de 20%, ou seja, 7% a mais do que a média nacional.

Em sua defesa, Dandara afirma que se arrepende de gastar excessivamente com supérfluos. Segundo ela, não porque se tornou uma endividada, mas por se sentir mais madura. “Eu gastava com roupa porque para mim nunca é demais, sempre gosto de um look novo. Já o açaí e outros lanches, porque são sempre bem-vindos. Como nunca faltou almoço, café, jantar e móveis em casa, eu gastava com o que me dava prazer no momento”, conta Dandara.

De acordo com o diretor da Serasa, Fernando Gambaro, é justamente a falta de uma dívida que abale significativamente o orçamento mensal que deixa as pessoas menos preocupadas em gastar sem planejamento.

"No Brasil, o planejamento financeiro só acontece em momentos de descontrole ou de alguma variação de renda que exista no orçamento mensal. Infelizmente os hábitos de controle não são aplicados na rotina. A dica é sempre para que essas compras supérfluas sejam avaliadas mais de uma vez e sejam consideradas no planejamento mensal", pontua.

Um outro recorte do estudo aponta que 17% dos consumidores da Bahia afirmam já ter optado por cortar gastos supérfluos, mas deixaram o hábito de lado em algum momento. A atendente de farmácia Viviane Alves, 28, vive esse dilema desde de 2021, quando passou a ganhar pouco mais que um salário mínimo (quase R$1,5 mil), trabalhando em uma sorveteria de Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador (RMS).

"Eu achava que tinha o dinheiro do mundo inteiro, saía gastando com várias coisas desnecessárias", conta. Apesar de fazer uma lista de gastos fixos mensalmente, Viviane diz que o dinheiro não sobra no fim do mês. Pelo contrário, é capaz de terminar no vermelho, ou seja, precisando de alguns trocados. "A minha maior dificuldade é achar que sou herdeira e que o dinheiro vai brotar de algum lugar. Na semana passada, fui acompanhar uma amiga que iria fazer compras. O que fiz? Comprei um jogo de cordas de violão. Precisava de todas? Não, só de uma", afirma, rindo.

A estudante e assistente de vendas Beatriz Oliveira, 25, também é uma das consumidoras que não fazem corte de gastos supérfluos. Ela não aguenta ver uma 'blusinha na promoção' que já quer levar o item para casa. As despesas desnecessárias da jovem são feitas praticamente nos mesmos locais, seguindo um certo padrão: itens de cosméticos, peças de roupas e sapatos, adquiridos em shoppings centers e lojas varejistas. "Não tenho um controle particular. Se eu gostar de uma coisa, a depender do valor, normalmente eu compro", relata.

O gasto só é evitado pela universitária se ela não possuir dinheiro em espécie, valor em conta (para transferências via Pix) ou limite nos cartões de crédito no momento em que algo lhe chama atenção. Caso a grana esteja no bolso – ou na conta – Beatriz não passa vontade e adquire o item desejado, sem pensar no planejamento mensal. A prática da estudante é reflexo de um comportamento natural humano, que, muitas vezes, age por impulso em determinadas situações, conforme explica o educador financeiro Raphael Carneiro.

"O ser humano tem uma uma dificuldade para diminuir despesas e ter uma certa restrição. Às vezes temos um estilo de vida e não queremos deixá-lo de lado. Mesmo sabendo da necessidade de reduzir os gastos, a dor de deixar algo de lado é grande", diz Beatriz. Apesar de assumir práticas de compras excessivas, ela entende que sente um impacto emocional ao pensar em necessidades financeiras futuras, que podem surgir inesperadamente, em casos de emergência, por exemplo.

Saúde

As despesas desnecessárias podem estar relacionadas com transtornos de controle dos impulsos ou bipolaridade. De acordo com o médico psiquiatra Antônio Freire, coordenador do Componente em Saúde Mental e Autocuidado IV da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (EBMSP) e doutor em Medicina e Saúde Humana, os pacientes diagnosticados com adoecimento psiquiátricos podem apresentar gastos excessivos como sintomas.

"Os transtornos psiquiátricos precisam causar prejuízo importante no funcionamento do indivíduo ou sofrimento emocional significativo", explica Freire. Além de apresentar gastos excessivos como sintomas, o adoecimento psiquiátrico pode apresentar outras alterações psíquicas, tais como alteração de humor, insônia, diminuição da percepção de riscos, aumento da energia, pensamento acelerado e com conteúdo de grandiosidade, dentre outras possibilidades.

Uma doença psiquiátrica não identificada e adequadamente tratada pode trazer prejuízo para além das dívidas, como capacidade de execução e tomada de decisão mais lenta e mais queixas pontuais de memória, com potencial de neuroprogressão – termo utilizado para definir a intensificação acelerada de um doença psiquiátrica não tratada, que pode causar danos em estruturas cerebrais.

Por outro lado, o especialista afirmou que as despesas supérfluas podem estar associadas a uma tentativa de defesa e estímulo de prazer para alguns indivíduos. "A pessoa pode utilizar a compra como busca de prazer ou fuga de uma realidade incomodativa, até mesmo como solução para problemas financeiros".

Para evitar os transtornos psiquiátricos, Freire destaca a necessidade de regularidade de atividades físicas, rotina de lazer, fortalecimento da rede de apoio social e busca por valores de espiritualidade - fatores de proteção para a saúde mental.

Inadimplentes na Bahia

De acordo com o último levantamento do Mapa da Inadimplência da Serasa, publicado no mês passado, mais de 4,6 milhões de baianos estão inadimplentes e somam dívidas que chegam a R$ 17,3 bilhões, com média de R$ 3,7 mil para cada um. Esse número representa 40,67% da população adulta do estado – percentual abaixo do índice nacional, de 43,88%.

As dívidas são concentradas, em maior parte, em três setores: bancos e cartões (32,23%), utilities (21,41%) – contas de gás, água e luz – e varejo (17,32%). O recorte de faixa etária apresenta que os maiores inadimplentes têm entre 41 e 60 anos (35,5%). Em segundo lugar estão os adultos de 26 e 40 anos (33,3%), seguidos por pessoas acima de 60 anos (18,8%).

Raphael Carneiro dá duas dicas para os endividados: elaboração de um levantamento de todas as dívidas e ter consciência de todo o gasto mensal. "Um mês sem contar as dívidas, entre despesas e receita, tem que ficar positivo. Se o mês ficar negativo, não adianta fazer qualquer movimento", diz. Segundo o educador financeiro, para que negociações de dívidas sejam feitas, o mês tem que estar positivo.

Pedir empréstimo pode ser solução?

Uma solução comum para reorganização financeira é o pedido de empréstimos, com o objetivo de concentrar diversas dívidas em uma só. No entanto, tal alternativa não pode ser aplicada de qualquer forma. Segundo Raphael Carneiro, receitas, despesas e dívidas devem estar em um planejamento, para que o empréstimo seja uma boa opção de solucionar o endividamento.

Os melhores locais para solicitar um empréstimo são instituições que já possuem um relacionamento com o cliente. “Nessas entidades, a tendência de um cenário positivo é maior. É possível que uma taxa de juros menos impactante seja ofertada por essas instituições”, explica. Caso não seja possível, a segunda alternativa seria buscar cooperativas, das quais o cliente tenha conhecimento sobre as regulamentações e as parcelas caibam no orçamento mensal.

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