Setor de eventos emite nota defendendo volta às aulas na Bahia
Integrantes do setor de eventos da Bahia emitiram uma nota nesta segunda-feira (10) defendendo o retorno das aulas no estado da Bahia. Segundo os profissionais, a Bahia é o o único estado do país com dificuldade na retomada das aulas.
"O estado e o município estão reunindo esforços, investindo na saúde e adotando todas as medidas necessárias para segurança e preservação da vida na retomada gradual das atividades econômicas e educacionais. A Bahia não pode parar! O retorno às aulas, mesmo que no modelo semipresencial, é fundamental para o desenvolvimento pleno das crianças e para o restabelecimento gradual de todas as atividades econômicas do estado", diz um trecho da nota.
A categoria também afirma que o retorno das aulas no formato semipresencial é possível devido à inserção dos trabalhadores da educação na lista de prioridade da vacina contra a covid-19, com a imunização acontecendo de forma ágil.
"Todas as classes essenciais que foram priorizadas e estão sendo vacinadas, a exemplo dos rodoviários, trabalhadores da limpeza urbana, agentes de segurança e salvamento, dentre outras, seguem com as suas atividades normalmente. Já os trabalhadores da educação, mesmo com todas as medidas e protocolos sanitários e de segurança apontados e implementados pelas autoridades, se negam a retomar as suas atividades semipresenciais", complementa o texto.
Bahia vai receber mais de 69 mil doses da Pfizer nessa terça
A Bahia vai receber 69.030 doses da vacina da Pfizer na madrugada dessa terça-feira (11). A informação foi confirmada pela Secretaria estadual da Saúde (Sesab). A previão é que o voo com o imunizante desembarque em Salvador 0h45.
As doses são destinadas para a primeira aplicação em pessoas com comorbidades, gestantes e puérperas, e pessoas com deficiência permanente. Por causa da refrigeração específica, as doses ficarão apenas em Salvador.
No Centro de Distribuição do Ministério da Saúde, em Guarulhos, as doses estão armazenadas a uma temperatura de -90°C a -60°C. Ao serem enviadas aos estados, as vacinas estarão expostas a temperatura de -20°C. Nas salas de vacinação, onde a refrigeração é de +2 a +8°C, as doses precisam ser aplicadas em até cinco dias.
A aplicação da primeira e segunda doses tem um intervalo de 12 semanas entre uma e outra.
Prefeitura entrega 1,5 mil m² de geomanta em Cajazeiras VI
A aplicação de geomanta em uma encosta de 1,5 mil m² foi aplicada na Rua Waldeiloir Rego, em Cajazeiras VI, beneficiando cerca de 200 famílias que moram na localidade. A obra, realizada pela Prefeitura através da Defesa Civil de Salvador (Codesal), foi entregue nesta segunda-feira (10), com as presenças do prefeito Bruno Reis e do diretor-geral da Codesal, Sosthenes Macêdo.
“Hoje está sendo entregue mais uma geomanta nessa região da cidade, que vai beneficiar muitos moradores que ficavam preocupados com deslizamentos de terra em dias chuvosos como este. É uma obra que veio trazer tranquilidade e segurança as famílias e atende a um pedido antigo da comunidade”, afirmou o prefeito.
A obra teve um custo de R$ 212 mil. Além da aplicação da geomanta, também foram feitas a recuperação da pavimentação da escadaria de acesso e implementação de corrimão e guarda-corpo.
“São 210 áreas com geomantas, além de mais 110 encostas com contenções definitivas, seja através (das técnicas de) solo grampeado ou cortina atirantada. Isso vem reduzindo e muito o número de desabamentos e deslizamentos na cidade. Já são 330 áreas protegidas desde 2013, ou seja, um terço do que estabeleceu o censo do IBGE. Isso mostra como a proteção de encostas vem sendo uma das prioridad es da Prefeitura”, finalizou Bruno Reis.
Caso Atakarejo: polícia investiga outro caso de mulheres entregues a traficantes
A Polícia Civil apura outro caso em que pessoas suspeitas de cometer furto na loja do Atakarejo de Amaralina foram entregues por seguranças a traficantes do Nordeste de Amaralina. Em outubro do ano passado, duas jovens que foram flagradas furtando na loja e entregues a traficantes do Nordeste – uma morreu e a outra permaneceu internada no Hospital Geral do Estado. A revelação foi feita em coletiva nesta segunda-feira (10) para falar da prisão de suspeitos pela morte de tio e sobrinho após furto no mesmo mercado.
“Em relação a outras vítimas, o que nós temos é um outro inquérito, uma outra investigação, em que uma das vítimas teria sido uma adolescente que teria sido vitimada em outubro do ano passado. Essa investigação também está em curso e o que a gente conseguiu apurar é que muitos dos indivíduos que teriam participado dessa ação mais recente, teriam participado da ação do ano passado. Isso pra a gente está confirmado. Nós estamos correndo com a investigação desse outro inquérito policial que deverá somar à investigação desse duplo homicídio da Polêmica”, declarou a delegada Andréa Ribeiro diretora do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
Diante das mortes de tio e sobrinho mortos, o Atakarejo poderá ser responsabilizado criminalmente, diz delegada. “Nesse primeiro momento, estamos procurando a responsabilização diretamente com o crime, com o fato investigado, com os homicídios, mas se a gente conseguir trazer nos autos os elementos que nos permitam imputar essa responsabilidade à rede de supermercado, isso será feito, não tenha dúvida disso”, declarou a delegada.
No dia do crime, Bruno Barros da Silva e Yan Barros da Silva estavam com outros dois rapazes. Tio e sobrinho e o terceiro rapaz entraram na loja e furtaram, mas foram descobertos. Só Bruno e Yan foram pegos pelos seguranças. O terceiro rapaz conseguiu fugir e avisou o quarto rapaz que estava no estacionamento. Bruno já tinha passagem por furto.
A delegada disse também que a participação de um gerente no crime é investigada, mas que há indícios de que isso realmente aconteceu. “Em relação à participação do gerente da segurança, vamos ouvir mais pessoas hoje, mas tudo indica que sim, de que haveria uma ação por parte da gerência dos seguranças no sentido de entregar as vítimas aos traficantes. A gente já havia tido uma sinalização prévia disso, mas no segundo desdobramento da operação a gente consegue ter isso de forma mais contundente”, afirmou..
Mãe diz que justiça está sendo feita
A mãe de Yan, Eleine Costa Silva, 37 anos, comentou a operação da polícia, que prendeu seis suspeitos de envolvimento com o crime. “Pedindo a Deus que eles permaneçam presos. Não vai trazer meu filho e o tio dele de volta, mas a justiça está sendo feita”, declarou ela, na manhã desta segunda (10), pouco antes de ser ouvida na Defensoria Pública.
Em nota, a Defensoria Pública da Bahia informou que, nesta segunda, prestou atendimento a familiares de Bruno e Yan. “A Defensoria ainda vai analisar o caso para propor as melhores estratégias de condução”, diz nota.
Em nota, o Atakarejo disse que não comena decisões judiciais "e vai continuar colaborando com as autoridades competentes para que o fato policial seja esclarecido o mais rapidamente possível. O Atakarejo reitera a solidariedade aos familiares das vítimas de um fato brutal e lamentável. A empresa não tolera qualquer tipo de violência".
Moradores disseram que por volta 5h30 viaturas da Polícia Civil chegaram ao supermercado e rapidamente os agentes se posicionaram. Enquanto um grupo estava na lateral do supermercado, de frente para a localidade do Nordeste conhecida como Alagados, outros agentes entraram no estabelecimento. "Uma parte cuidava da retaguarda, enquanto os demais faziam as buscas. Tudo terminou umas 8h30. A loja estava aberta, mas os clientes não entraram com medo. Mesmo depois com a saída da polícia, as pessoas que chegaram naquele momento desistiram de fazer a compra", contou uma moradora do local.
Abrasel: proibição da venda de bebida alcoólica foi desrespeitosa
Presidente da Abrasel na Bahia (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes – Seção Bahia), Leandro Menezes comemorou o fim da proibição da venda de bebidas alcoólicas no fim de semana em Salvador. Contudo, disse que a medida do governo estadual “está longe de ser suficiente” para o segmento.
Em entrevista ao bahia.ba nesta sexta-feira (7), ele disse que “a restrição foi desrespeitosa” e indiretamente jogou para o setor a responsabilidade dos altos índices de pessoas infectadas pela Covid-19.
“Em momento algum concordamos com essa proibição, que foi imposta. Nenhum estudo de eficácia dessa medida foi apresentado, e sequer houve diálogo com o segmento. Essa restrição foi desrespeitosa, pois dava uma falsa impressão que os bares e restaurantes estavam liberados a funcionar aos finais de semana, quando na prática isso não acontecia”, afirmou.
Na análise do presidente da Abrasel-BA, o toque de recolher afeta com maior intensidade os bares e restaurantes “uma vez que as demais atividades já encerram naturalmente suas operações antes desse horário [22h às 5h]”.
“A restrição do horário de funcionamento vai de encontro à lógica da aglomeração, pois teremos que atender mais pessoas num menor espaço de tempo. Mesmo tardia, certamente essa medida [que autoriza a venda de bebidas alcoólicas no fim de semana] será muito importante para todo o segmento, porém está longe de ser o suficiente”, afirmou.
Leandro Menezes também reforçou as medidas adotadas nos estabelecimentos na tentativa de conter a propagação do vírus. “Cumprindo todos os protocolos, os bares e restaurantes estão ofertando ambientes seguros. Com o distanciamento de 2m entre as mesas, qual a diferença do consumo de uma bebida alcoólica ou não alcoólica? Por outro lado, o consumidor, após uma semana dura de trabalho, quer tomar um cerveja, um drink, um vinho em seu almoço ou jantar”.
Suplente é acusado de mandar matar vereadora no interior da Bahia
Um suplente de uma vereadora é acusado de ser o mandante de uma tentativa de homicídio contra ela no município de Itapebi, em fevereiro deste ano. Segundo informações da Polícia Civil, o suplente queria assumir uma vaga na Câmara Municipal, o que o motivou o crime.
O suplente segue foragido da Justiça. Já o seu sobrinho, um dos autores do crime, foi preso. “O tio, que buscava o cargo, foi o mandante do crime. Já o sobrinho tentou executar a vereadora na porta de casa. Também localizamos o carro usado: ele foi comprado em Porto Seguro nove dias antes do crime e abandonado na zona rural de Santa Maria Eterna”, relatou o coordenador da 23ª Coorpin, delegado Moisés Damasceno.
Ainda segundo o delegado, o carro custou R$ 4.400, pagos através de transferência bancária pelo suplente. “Pelo estado de conservação do veículo e por seu valor, conclui-se que, desde o início, sua aquisição tinha como único propósito a utilização no referido crime. Os dois investigados foram indiciados. E foi representada pela conversão da prisão temporária em prisão preventiva”, explicou.
As denúncias são fundamentais para a localização do mandante do crime. “Quem tiver informações pode denunciar, sem precisar se identificar, pelo Disque Denúncia da SSP, no 3235-0000, ou no 181, para quem estiver no interior”, finalizou o delegado.
Com novo toque de recolher, ônibus de Salvador circulam até mais tarde
A operação de transporte público de Salvador vai ter horário ampliado a partir desta quinta-feira (6), com anúncio do novo toque de recolher começando às 22h. Com isso, as atividades comerciais já tiveram funcionamento ampliado e o transporte seguirá também a mudança.
Os ônibus que atendem os principais corredores da cidade farão sua última viagem a partir das 22h30 em direção aos bairros. Já nas estações, para garantir atendimento aos passageiros do metrô, que tem a viagem final às 22h30, os últimos ônibus sairão das estações de transbordo às 23h30.
Os veículos de frota reguladora serão disponibilizados nas estações nos horários de pico para evitar que acontençam aglomerações. Os agentes de transporte vão acompanhar a operação, para auxiliar e esclarecer dúvidas dos passageiros.
“Com a ampliação do horário do toque de recolher, os cidadãos podem ficar mais tranquilos, pois teremos ônibus disponíveis até mais tarde. Equipes de transporte estão em locais estratégicos acompanhando toda a movimentação e agindo de forma imediata sempre que for identificado algum problema, além de buscar evitar aglomerações nos pontos e nos coletivos”, diz o secretário de mobilidade de Salvador, Fabrizzio Muller.
Volta às aulas: reunião entre Prefeitura e sindicato termina sem acordo
Para tentar resolver o impasse da volta às aulas presenciais, a prefeitura de Salvador se reuniu, mais uma vez, com a Associação dos Professores Licenciados do Brasil – Secção Bahia (APLB-BA), sindicato que inclui os professores das redes municipal e estadual. A reunião foi realizada nesta quarta-feira, às 11h, a pedido do prefeito Bruno Reis. Nesta segunda, 50 das 433 escolas municipais não tiveram alunos.
Após uma hora e meia de discussão, tudo terminou sem acordo. Além do prefeito e da APLB, estavam presentes o secretário municipal da educação, Marcelo Oliveira e a vice-prefeita Ana Paula Matos. A prefeitura ressalta que avançou na vacinação dos trabalhadores da educação - 100% deste público foi imunizado com a primeira dose.
Segundo a gestão, Salvador é a primeira cidade no Brasil a atingir essa porcentagem em relação aos profissionais da educação. É inclusive a primeira categoria a ser vacinada em sua totalidade. Bruno Reis novamente apelou para que os professores voltassem às salas de aula.
"Além de imunizar toda a comunidade escolar, temos protocolos rigorosos em todas as nossas unidades e os números da pandemia estão estáveis. Se esses números voltarem a crescer, eu serei o primeiro a voltar atrás e fechar novamente. Mas precisamos dar esse passo, precisamos avançar.”, afirma o prefeito.
Durante a reunião, Reis insistiu no consenso e pediu que a APLB apresentasse proposta para o retorno, mas o sindicato manteve a posição de só voltar às aulas, ainda que semipresenciais, depois da segunda dose, que só ocorre 90 dias depois da primeira, além de um prazo adicional para se sentirem plenamente seguros da imunidade pretendida.
Diante do impasse, a APLB informou que reunirá os professores nesta tarde para decidirem os próximos passos do movimento. “O prefeito fez de um novo um apelo e vamos ter uma reunião agora, às 14h, com a categoria, para ver o que eles vão dizer. Quem decide é a categoria e ficamos de devolver o resultado da assembleia para eles”, afirma Oliveira.
O presidente do sindicato acredita que os professores não mudarão de entendimento. “Acho que vão continuar com a paralisação, que só vão querer mesmo voltar depois das duas doses da vacina, porque pode morrer alguém com as aulas presenciais e nós não queremos isso”, reforça.
Uma das soluções sugeridas por ele é intensificar o ensino remoto até que a categoria receba a segunda dose, ao mesmo tempo que algumas escolas ajustam o protocolo de biossegurança. Rui ainda disse que o prefeito apresentou dados de estados que voltaram com o ensino presencial, como Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, mas que não convenceu o sindicato.
O Secretário Municipal de Educação, Marcelo Oliveira, fez um apelo para que o sindicato não politize o assunto. “As crianças precisam estar no centro de nossas discussões e decisões. Estamos comprometendo três anos letivos e as consequências para o futuro dessa geração são incalculáveis. Não podemos cometer esse erro, essas crianças não podem pagar um preço tão alto. Não é justo com as nossas crianças!”, concluiu.
Fome e insegurança alimentar crescem na Bahia e cerca de 22% da população cadastrada no Cadúnico vive com R$ 89 por mês
O número de baianos que não se alimenta como deveria, com qualidade e em quantidade suficiente, cresceu ainda mais depois da pandemia do novo coronavírus. Segundo o secretário de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social da Bahia (SJDHDS), Carlos Martins, 1,9 milhões de pessoas cadastradas no CadÚnico vivem com entre R$ 89 e R$ 150 por mês.
"Nós temos o Cadastro Único com 3.450 milhões famílias. O CadÚnico já lhe dá uma ideia da pobreza na Bahia, porque 1,2 milhões vivem com até R$ 89 por mês, 1,9 milhões vivem com entre R$ 89 e R$ 150", explicou o secretário da SJDHDS, Carlos Martins.
"Então a gente já sabe o número mais ou menos, e onde estão localizados, que é basicamente na região do semiárido da Bahia, que temos boa parte do nosso território. Com o CadÚnico nós temos a noção exata de onde estão a extrema pobreza, a fome".
Essas consequências da fome agravam ainda mais a vulnerabilidade à Covid-19. Os dados da última pesquisa divulgada pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI) sobre segurança alimentar, em 2018, revelavam o seguinte cenário.
Segurança Alimentar: 59,01%
Insegurança Alimentar Leve: 22,09%
Insegurança Alimentar Moderada: 14,6%
Insegurança Alimentar Grave: 3,4%
Em entrevista ao G1, o secretário da Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social da Bahia (SJDHDS), Carlos Martins, afirmou que a maior parte das pessoas que vivem em extrema pobreza e convivem mais perto com a insegurança alimentar moram no semiárido.
“A Bahia é um estado de 14 milhões de habitantes, a maior economia do Nordeste, mas também tem uma boa parte da população no semiárido e vivendo em extrema pobreza. Segundo os dados do CadÚnico, a Bahia é o estado que mais recebe Bolsa Família, isso quer dizer que a questão da fome é uma preocupação muito forte", disse o secretário.
Segundo a Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social da Bahia (SJDHDS), desde o início da pandemia, o orçamento do órgão foi direcionado às ações de enfrentamento à fome e à vulnerabilidade social, que aumentaram sensivelmente desde março de 2020.
A situação preocupa já que os níveis de insegurança alimentar podem causar impactos à saúde, como a perda de energia até a morte. E a falta de dados recentes prejudica a criação de políticas públicas para atender a população.
A pesquisa da SEI foi feita em 3.956 casas em Salvador a partir de 218 setores censitários e 18 distritos entre setembro e novembro de 2017.
Mesmo com a falta de dados mais recentes, o secretário de Promoção Social, Combate à Pobreza, Esporte e Lazer de Salvador (Sempre), Kiki Bispo, é taxativo ao revelar que o número de pessoas em insegurança alimentar, que já vinha em crescimento, aumentou ainda mais durante a pandemia.
“A gente percebe pelos nossos equipamentos. Nós temos 28 CRAS [Centro de Referência da Assistência Social], sete CREAS [Centro de Referência Especializado de Assistência Social], e temos quatro centros voltados a população de rua. Então, naturalmente a gente percebe que a procura pelos nossos equipamentos tem crescido. Isso é um índice muito claro de que a pobreza tem aumentado”, disse o secretário.
Segundo o secretário da Sempre, outro aspecto que precisa ser levado em conta é a segunda onda da Covid-19 e a suspensão do auxílio emergencial do governo federal nos últimos meses.
“Na verdade, assim, o primeiro fato que devemos levar em conta é que nós estamos já em uma segunda onda da Covid-19, que voltou mais agressiva e que trouxe novamente as medidas restritivas. Essas medidas fecham comércio, elas pedem para que as pessoas fiquem em casa, então isso impacta diretamente na economia”, disse Kiki Bispo.
“Quando você tem esses indicadores, você acaba afetando também a parte social. É por isso que o número da pobreza e da extrema pobreza tem aumentado no nosso país, porque as empresas estão fechando, as lojas estão fechando e os impactos são vistos a olho nu pelas pessoas”, afirmou.
“Você percebe o aumento das pessoas em situação de rua, o aumento de desempregados, você percebe o aumento de pessoas em estado de vulnerabilidade social. Então isso traz impactos diretos”.
Segundo a Sempre, dados revelados pelo Cadastro Único da prefeitura mostram que a situação de pobreza e extrema pobreza da população também são usados para verificar a situação de segurança alimentar, já que informam a condição das famílias de adquirir e consumir os alimentos em quantidades necessárias e suficientes.
Os números apontam que mais de 170 mil pessoas vivem em situação de extrema pobreza. Já mais de 36 mil estão cadastrados como pobres em Salvador.
CadÚnico extrema pobreza - 170.174
CadÚnico pobreza - 36.736
Para tentar amenizar o sofrimento dessas pessoas, a prefeitura de Salvador, que antes cobrava R$ 1 em uma quentinha nos dois restaurantes populares, passou a ofertar a alimentação de graça.
“Além disso, nós aumentamos a oferta, porque percebemos que a procura aumentou muito nesse período. Ela pulou de 700 para 1.000 quentinhas entregues por dia”, contou Kiki Bispo.
De acordo com a prefeitura, as duas unidades, que ficam em Pau da Lima e São Tomé de Paripe, têm nutricionistas permanentes, cardápios variados com balanceamento das refeições.
"Então existe todo um critério, eu posso garantir que é uma estrutura de qualidade e quem fala isso são nossos assistidos que estão lá. Em muitos casos é a única refeição deles no dia”.
Salvador ainda conta com outros dois restaurantes populares, administrados pelo governo do estado, que ficam no bairro do Comércio e da Liberdade, e também cobram R$ 1 no prato de comida. Crianças com menos de cinco anos têm a refeição gratuita.
O secretário de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social da Bahia, Carlos Martins, revelou ao G1 que uma pesquisa feita com os assistidos apontou que 74% das pessoas fazem a única refeição do dia no local.
"Nós fizemos uma pesquisa com os usuários do Restaurante Popular e 74% deles só tem uma refeição por dia. Então nós temos muitas pessoas com insegurança alimentar", apontou.
Ausência de dados recentes
A última pesquisa relacionada ao tema realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) foi feita em 2017-2018, e mostrou que na Bahia, 2,221 milhões de domicílios (45,3% do total), onde viviam 7,4 milhões de pessoas (50% do total), sofriam algum grau de insegurança alimentar.
O dado alarmante preocupava ainda mais, porque o total de residências com insegurança alimentar tinha crescido 21,8% no estado, entre 2013 e 2018, o que significou mais 397 mil domicílios nessa condição, no período.
Apesar de significativo, o crescimento da insegurança alimentar na Bahia no período ficou entre os mais baixos do país, por isso o estado tinha melhorado nesse ranking. Em 2013, tinha o maior número absoluto de domicílios com insegurança alimentar (1,823 milhão) e o 5° maior percentual (37,8%). Em 2017-2018, ficou com o terceiro maior número absoluto (2,221 milhões) e apenas o 14° percentual (45,3%).
Segundo o IBGE, o aumento da insegurança alimentar na Bahia, entre 2013 e 2018, foi puxado por casos leves, que afetavam 1,299 milhão de domicílios (26,5% do total de residências no estado) e 4,4 milhões de pessoas (29,8% da população).
Entretanto, em 2017-2018, faltou comida em quase um de cada cinco lares baianos (18,8% ou 922 mil), onde viviam cerca de 3 milhões de pessoas. Dentre esses, existia a estimativa de 310 mil domicílios (6,3% do total), onde moravam 987 mil pessoas, que podem ter convivido com a fome.
Entre 2013 e 2018, a Bahia foi o único estado do país em que se reduziu o número absoluto de domicílios em insegurança alimentar grave, onde pode haver fome (menos 7 mil residências nessa situação).
Ainda assim, em 2017-2018, o estado era o segundo com mais lares ameaçados pela fome (310 mil), atrás apenas de São Paulo, que tinha 381 mil domicílios em insegurança alimentar grave.
A realidade, que já era preocupante, parece ter aumentado ainda mais. Segundo um novo estudo, divulgado pelo Fantástico, no início de abril deste ano, quase 117 milhões de brasileiros não se alimentam como deveriam, com qualidade e em quantidade suficiente. Destes, 19 milhões não tem nem o que comer.
No Norte e Nordeste estão os maiores percentuais de perda de emprego, redução de rendimento familiar e corte de despesas. Quase quase 60% dos entrevistados dessas regiões contaram com auxilio emergencial. A pesquisa não foi destrinchada por estados.
Os secretários da SJDHDS e da Semps garantem que os números apontados nas pesquisas mais recentes do IBGE estão ainda maiores e que a situação ficou ainda mais agravada.
"A situação pandêmica que nós temos nos deixa preocupado. Mesmo com a solidariedade das ONGs, sociedade civil, organizações religiosas, que também fazem esse trabalho de fornecimento de alimentação para as pessoas, O quadro de insegurança alimentar é muito grave", disse o secretario do órgão estadual, Carlos Martins.
Pessoas pobres e extremamente pobres
No último levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, divulgado em novembro de 2020, apontou que, em 2019, a Bahia possuía, em números absolutos, a maior quantidade de pessoas extremamente pobres e a segunda maior de pobres.
Segundo a pesquisa, em 2019, quatro em cada 10 moradores do estado (40,4% da população) estavam abaixo da linha da pobreza monetária, com renda domiciliar per capita menor que R$ 428. Além disso, pouco mais de um em cada 10 (12,5%) estava abaixo da linha de extrema pobreza, com renda domiciliar per capita menor que R$ 148.
O instituto explica que o Brasil não tem uma linha oficial de pobreza. Considerando o critério definido pelo Banco Mundial para países de renda média, adotado no acompanhamento das metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), a linha oficial de pobreza é de US$ 1,90 por dia em paridade de poder de compra.
De acordo com a SJDHDS, uma série de serviços e ações de enfrentamento à fome, diretos e indiretos, são ofertados com o objetivo de diminuir os efeitos da falta de alimentação adequada.
"Nesse momento é fundamental a união das três esferas do governo (federal, estadual e municipal) e ao mesmo tempo a união da sociedade civil, que também precisa se movimentar para ajudar, com o espírito de solidariedade, aqueles que mais precisam nesse momento", disse o secretário Carlos Martins.
Confira as ações feitas pela SJDHDS:
Restaurante populares
Os Restaurantes Populares mantidos pelo Governo da Bahia em Salvador serviram 311.535 mil refeições nos três primeiros meses desse ano. Segundo a Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social, diariamente, são servidas 4.945 refeições, sendo 2.645 na unidade Comércio e 2.300 na unidade Liberdade.
Nos três primeiros meses deste ano, foram 169.280 mil refeições servidas na unidade do Comércio e 147.200 mil refeições servidas na unidade da Liberdade. O investimento do Governo da Bahia chegou à marca de R$ 1,7 milhão nesse primeiro trimestre de 2021. Em ambos os restaurantes, o usuário paga o valor de R$ 1 pela refeição. As crianças menores de 5 anos são atendidas gratuitamente.
Em 2020, com a pandemia do novo coronavírus, os equipamentos ofertaram 1.402.275 refeições, o que significa que mais de 1 milhão de quilos de alimentos foram usados nas cozinhas dos equipamentos. Para isso, foram investidos R$ 7,7 milhões.
Programa de Aquisição Alimentar (PAA)
Nos três primeiros meses de 2021, o Programa de Aquisição de Alimentos realizou a compra e doação de 1,071 milhão de quilos de alimentos e 784 mil litros de leite, em um investimento de mais de R$ 5,4 milhões. Mais de 55 mil famílias baianas foram beneficiadas em 2021.
Em 2020, o mesmo programa foi responsável pela distribuição de 4,9 milhões de quilos de alimentos e 5,5 milhões de litros de leite.
Conforme a secretaria, mais de 213 mil famílias foram beneficiadas por alguma das duas modalidades do PAA. O investimento, que chega a R$ 27 milhões, faz parte de um convênio com o Ministério da Cidadania e conta com contrapartida do Governo da Bahia.
Em 2020, a SJDHDS entregou ainda 50 kits de equipamentos e veículos para os municípios fortalecerem a execução do programa.
Cofinanciamento
Em 2020, o Governo da Bahia repassou aos municípios R$ 35,9 milhões para o funcionamento dos diversos serviços socioassistenciais. Um total de 404 municípios receberam os recursos. O cofinanciamento garante o funcionamento de uma série de serviços socioassistenciais que atendem as famílias em situação de vulnerabilidade, entre eles as famílias beneficiárias do Bolsa Família.
Atualmente, a Bahia tem 1.844.945 famílias beneficiárias do Bolsa Família, aproximadamente 28,82% da população. Em fevereiro de 2021, o estado tinha uma demanda reprimida de 175 mil famílias.
Corra pro Abraço
No período de janeiro de 2020 a março de 2021, o programa Corra pro Abraço, que atua com uma população em situação de extrema vulnerabilidade social, alcançou a marca de 25 mil atendimentos, com distribuição de mais de 10 mil kits de lanche e 11 mil kits de higiene pessoal, além de duas mil cestas básicas a instituições e famílias em situação de vulnerabilidade da capital baiana.
Camaçari: reconhecimentos públicos e melhorias de infraestrutura pautam 14ª sessão ordinária
A 14ª Sessão Ordinária do Primeiro Período Legislativo, realizada na manhã desta terça-feira (4/5), foi marcada por solicitações de melhorias de infraestrutura, reconhecimentos por trabalhos relevantes protagonizados por cidadãos camaçarienses e moções de pesar por personalidades e entes queridos que partiram.
O Projeto de Lei Nº 026/2021, de autoria do presidente da Câmara, vereador Júnior Borges (DEM), instituindo o Programa de Fornecimento de Absorventes Higiênicos nas escolas públicas do município, abriu a ordem do dia, sendo encaminhado para as comissões de Constituição e Justiça; Educação e Assistência Social; e Saúde.
A iniciativa partiu de uma situação mostrada em um programa de TV, que, ao apresentar o problema, também evidenciou a atitude da diretora da Escola Cosme de Farias, Edicleia Pereira Dias, demonstrando preocupação e buscando atender à necessidade das alunas, para evitar a evasão escolar. Além do Projeto de Lei, o chefe do Legislativo Municipal também propôs a Moção de Aplausos Nº 034/2021, reconhecendo a nobreza e a sensibilidade da gestora escolar, matéria prontamente aprovada pelos pares.
Houve ainda a Moção de Aplausos Nº 028, direcionada ao pesquisador Diego Copque, parabenizando-o pelo lançamento do livro “Do Joanes ao Jacuípe – uma história de muitas querelas, tensões e disputas locais”. Também foram apreciadas e aprovadas indicações que solicitavam ao Poder Executivo melhorias em vias urbanas, intervenções estruturais em praças e campos, construções de equipamentos públicos visando ampliação dos serviços à população, além da criação do Programa de Lotes Urbanizados, visando beneficiar a população de baixa renda que carece de moradia.
As moções de pesar, propostas por todos os vereadores da casa, lamentaram o falecimento do senhor Evandro Silva, diretor e fundador da Fanfarra Estudantil de Camaçari (Fanesc), bem como a partida do senhor Luiz Geraldo, empreendedor muito conhecido na cidade e pai de uma servidora da Casa, momento em que a Câmara se mostrou solidária à dor dos amigos e familiares.