Academias reabrem após passar um mês fechadas
O jogador de futebol Hugo Sander, 24 anos, diz que estava contando as horas para as academias reabrirem. Desde que as atividades foram suspensas, há cerca de um mês, ele estava treinando em casa. O atleta comprou algumas anilhas e tentou seguir uma rotina de treinos, mas estava agoniado. Por isso, nesta segunda-feira (5), primeiro dia de reabertura das academias, ele correu para malhar.
“Estava treinando em casa, fazendo alguns exercícios que o professor tinha passado, usando o peso do corpo e alguns materiais. Não era igual a malhar na academia, mas deu para treinar. Eu estava contando as horas para reabrir. Retomar essas atividades foi uma boa ideia, porque aos poucos e tomando os devidos cuidados a gente pode ir voltando com segurança”, afirma.
Sander conta que fazer exercícios de máscara incomodou no início da pandemia, mas que com o passar das semanas foi acostumando com o equipamento. O líder da unidade da Selfit do Extra Paralela, Vitor Almeida, onde o jogador estava treinando, garante que o uso do equipamento é indispensável, assim como o distanciamento entre os alunos e a higienização do espaço.
“Reduzimos o quantitativo de alunos por horário para 50% da capacidade, os treinos são feitos por agendamento, e quando chegam à unidade eles têm a temperatura aferida e é feita a higienização das mãos. É fundamental que as academias sejam retomadas. É um espaço que podemos fiscalizar, onde há controle da higienização, do distanciamento e da quantidade de convidados. É essencial essa liberação”, declara.
As academias receberam autorização do governo do estado para funcionar a partir desta segunda (5), mas precisam operar com apenas metade da capacidade, fazer o distanciamento entre os clientes e obedecer às regras de higienização. Por conta do toque de recolher, que entra em vigor a partir das 20h e vai até 5h, todas estão encerrando as atividades mais cedo, às 19h30. O horário para início das atividades é a partir das 5h30.
Na Alpha Fitness, no Costa Azul, algumas máquinas foram interditadas com fitas para distanciar os clientes, e as aulas de dança têm marcadores no chão para evitar o contato entre os alunos. O horário de funcionamento foi alterado. Entre 10h e 12h e das 14h às 16h, o espaço fica fechado para passar por uma limpeza.
Cautela
Para muitos alunos que ficaram os últimos 30 dias parados ou fazendo exercícios mais leves em casa a retomada das atividades é o momento de recuperar o tempo perdido, mas os professores alertam que é preciso ter cuidado. O instrutor Victor Hugo Oliveira, da Selfit, explica que pegar leve é fundamental para evitar complicações nesse momento.
“O aluno tem que se recondicionar. Ele precisa fazer um treinamento para voltar a ganhar resistência muscular, principalmente se durante esses 30 dias ele ficou sem se exercitar. Muitos treinaram em casa. Quem fez isso terá uma facilidade e o retorno será mais rápido do que quem ficou completamente inativo durante esse tempo”, analisa.
O instrutor diz que mesmo quem treinou em casa durante o isolamento precisa pegar leve no retorno, usar cargas menores para evitar lesões, e, depois de algumas semanas, voltar ao mesmo condicionamento de antes do fechamento.
O coordenador geral da Rede Alpha Fitness, Guilherme Reis, destaca os benefícios da atividade física em tempos de pandemia. Ele alega que fazer exercícios ajuda a combater alguns males provocados pelo isolamento, como a obesidade, o estresse e a ansiedade.
“Estudos já comprovaram os benefícios no exercício contra a covid. Muitas pessoas reclamam de estresse ou estão com grau de obesidade elevado, principalmente nesse momento de pandemia, e a atividade física é essencial. Ela regula o nosso sistema imunológico, ajuda na perda de peso, no controle emocional, e melhora a qualidade do sono. Então, nos permite uma qualidade de vida melhor”, garante.
Tranquilidade
O movimento de alunos foi tímido nesse primeiro dia de retomada, mas não muito diferente da rotina normal. Os usuários que têm o habito de treinar todos os dias marcaram presença, e, como algumas empresas aproveitaram o momento para fazer promoções, houve também a matrícula de novos alunos, mas o movimento mais intenso é aguardando a partir de quarta-feira (7).
A reportagem encontrou uma equipe de fiscalização da Secretaria de Desenvolvimento de Urbanismo (Sedur) em uma das academias. Os fiscais contaram que pela manhã não encontraram irregularidades nos estabelecimentos visitados, mas que flagraram situações de comércios de portas abertas sem autorização, como lojas de rua e barbearias, duas categorias que só podem funcionar a partir de terça-feira. Nesses casos, houve interdição.
Bahia terá mais de 13,6 mil vagas no Sisu 2021; saiba o que esperar da seleção
A temporada de caça às vagas vai começar. Entre essa terça e sexta-feiras, de 6 a 9 de abril, estarão abertas as inscrições no Sistema de Seleção Unificada (Sisu), a plataforma nacional de candidatura em universidades brasileiras. Nesta edição, a Bahia terá mais de 13,6 mil vagas distribuídas em dez instituições públicas de ensino superior, segundo levantamento do CORREIO feito a partir da oferta prévia mostrada no site. Para participar do processo seletivo, os candidatos devem ter feito as provas do último Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e não ter zerado a redação.
Aplicado em janeiro e fevereiro deste ano em meio à polêmicas por causa da pandemia, o Enem 2020 teve a maior taxa de abstenção de toda a sua história: 51%. Ou seja, mais da metade dos candidatos que se inscreveram não compareceram aos locais de prova. Ao todo, foram mais de 5,5 milhões de inscritos para a prova impressa, de acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep). Em 2018 e 2019, a taxa de ausência ficou pouco acima de 20%.
Desta vez, somente 28 estudantes brasileiros conseguiram obter mil pontos na redação, nota máxima. Segundo o Inep, dois deles são da Bahia: um de Macaúbas e outro de Paulo Afonso.
Especialista em educação, Jhonatan Almada, atual diretor do Centro de Inovação e Conhecimento para a Excelência em Políticas Públicas (Ciepp), aponta que estes fatos vão impactar diretamente na concorrência desta edição e os mais prejudicados serão os alunos de escolas públicas. Almada aponta que as desigualdades entre os sistemas educacionais público e privado já eram conhecidas muito antes da pandemia, mas o cenário trouxe maior visibilidade para os problemas.
A estudante Brenna Cordeiro, 19, é egressa do Colégio Estadual Juiz Jorge Faria Góes, em Feira de Santana, e conhece bem as dificuldades. “Eu saí de um ensino público absurdamente defasado, tanto é que só fui conhecer o que realmente era cobrado no Enem estudando por fora”, diz a jovem, que chegou a pagar um cursinho pré-vestibular remoto durante a pandemia, mas desistiu porque não estava conseguindo acompanhar as aulas pelo celular.
“A videochamada era horrível, a internet da minha casa também é muito ruim, eu estava sem notebook, então preferi estudar por outros meios”, relata ela, que preferiu usar apostilas emprestadas pelo namorado da prima, mas terminou perdendo chances de tirar dúvidas com professores.
Brenna prestou o Enem deste ano e diz que, embora a pandemia tenha complicado seu aprendizado, suas expectativas são maiores do que no último exame. Ela quer cursar Odontologia na Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) e, diante da grande abstenção, imagina que a concorrência pelas vagas afirmativas estará mais fácil, mas lamenta que o pessoal de escola particular saia com ainda mais vantagem na disputa.
Para Jhonatan Almada, outro agravante é o fato de que as políticas de permanência nas universidades — voltadas aos estudantes da rede pública, baixa renda, negros e indígenas — podem estar agora mais ameaçadas devido aos cortes que as instituições de ensino superior vêm sofrendo.
“Temos um Enem que já foi excludente, acrescido dos cortes orçamentários e provável contingenciamento. Dessa forma, as instituições mal conseguirão manter a atual assistência estudantil, e ampliar está fora de cogitação”, avalia.
As vagas desta edição
De todas as instituições baianas no Sisu, a Universidade Federal da Bahia é a que possui maior disponibilidade de vagas e cursos: são mais de 4,6 mil oportunidades em 96 cursos de graduação nos campi Salvador, Camaçari e Vitória da Conquista. Neste ano, a Ufba decidiu adotar as duas edições do Sisu, primeiro e segundo semestre. Cursos que exigem provas específicas de habilidades, como Licenciatura em Música, Música Popular e Canto, Composição e Regência, não estarão disponíveis na plataforma. Estes seguem edital da própria Ufba.
Presente em 14 cidades baianas, o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (Ifba) tem 1,2 mil vagas, sendo 603 reservadas para cotas e 598 para ampla concorrência. Há 35 cursos superiores espalhados por Barreiras, Brumado, Camaçari, Feira de Santana, Irecê, Jequié, Lauro de Freitas, Paulo Afonso, Porto Seguro, Salvador, Santo Antônio de Jesus, Simões Filho, Valença e Vitória da Conquista.
SE LIGA NAS DATAS DO SISU!
Inscrições: de 6 de abril, amanhã, até 9 de abril, sexta-feira, às 23h59
Resultados: 13 de abril
Matrículas: de 14 a 19 de abril
Manifestação para lista de espera: de 13 a 19 de abril
Pró-reitor de ensino do Ifba, Jancarlos Lapa, diz que é importante que cada estudante identifique quais critérios irá utilizar para a escolha, que pode ser afinidade, mundo do trabalho ou até avaliação nacional do curso, por exemplo.
Em 2019, dois cursos do campus Salvador (Engenharia Química e Tecnologia em Radiologia) e um do campus Eunápolis (Engenharia Civil) conquistaram nota máxima, equivalente a 5. Quatro cursos obtiveram nota 4, sendo três do campus Vitória da Conquista (Engenharia Civil, Engenharia Elétrica e Engenharia Ambiental) e um do campus Salvador (Engenharia Elétrica).
Já o IF Baiano oferecerá 820 vagas, sendo 370 vagas de ampla concorrência. O instituto tem 22 cursos em seus dez campi: Itapetinga, Bom Jesus da Lapa, Catu, Guanambi, Santa Inês, Senhor do Bonfim, Serrinha, Teixeira de Freitas, Uruçuca e Valença.
A Universidade Federal do Oeste da Bahia (Ufob) tem 960 vagas em 30 cursos distribuídos nos campi Barra, Barreiras, Bom Jesus da Lapa, Luís Eduardo Magalhães e Santa Maria da Vitória. Deste total, 482 são reservadas para estudantes oriundos de escola pública, incluindo pretos, pardos, indígenas e pessoas com deficiência; 295 para candidatos que tenham cursado todo o ensino médio em 80 municípios baianos distantes até 150 km de qualquer um dos campi da Ufob; e 183 para a ampla concorrência.
Os aprovados nos cursos de Direito e Medicina iniciarão as atividades apenas no segundo semestre letivo de 2021, previsto para começar em 2022. A Ufob disponibiliza em seu site as notas de corte dos cursos desde 2015.
Já a Universidade Estadual De Santa Cruz (Uesc) está ofertando mais de 1,3 mil vagas em 38 cursos, todos com entrada no segundo semestre. Apenas os cursos de Ciências Sociais, Filosofia e Medicina ficam de fora dessa edição porque não houve viabilidade para oferta de vagas deles, considerando questões como infraestrutura, quadro docente, oferta anual (Medicina) e demais pontos que comprometeriam a qualidade do ensino.
A Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) terá mais de 1,4 mil oportunidades em 40 cursos. Desse total de vagas, 639 são para os candidatos da ampla concorrência e 719 vagas para cotistas. Os cursos serão nos campi de Amargosa, Cachoeira/São Félix, Cruz das Almas, Feira de Santana, Santo Amaro e Santo Antônio de Jesus.
A Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB) divulgou que também tem mais de 1,4 mil vagas em 45 cursos nos campi Itabuna, Porto Seguro e Teixeira de Freitas. Daquele total, 279 vagas estão destinadas à modalidade de ampla concorrência. A Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) terá 1.090 vagas em 30 cursos.
Entre todas, a Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) e a Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), que têm atuação em diferentes estados, estão ofertando a menor quantidade de vagas na Bahia: 640 e 92, respectivamente. A Univasf tem campi em Juazeiro, Senhor do Bonfim e Paulo Afonso. Já a Unilab, apenas em São Francisco do Conde. Desta vez, a Universidade do Estado da Bahia (Uneb), que tem parte do ingresso através de vestibular próprio, não está ofertando vagas.
Em entrevista anterior ao CORREIO, o presidente regional da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-BA), Wladimir Martins, falou sobre as carreiras que considera promissoras. Segundo ele, a pandemia escancarou as possibilidades em uma área que já tinha boa empregabilidade, a da Saúde. No entanto, vislumbrando o futuro pós-pandemia, ele aposta que as profissões na área de Tecnologia da Informação (TI) continuarão em ascensão e terão grande absorção de profissionais.
OFERTA DE VAGAS NA BAHIA:
IFBA - 1.201 vagas em 35 cursos
IF Baiano - 820 vagas em 22 cursos
UEFS - 1.090 vagas em 30 cursos
UESC - 1.323 vagas em 38 cursos
UFBA - 4.693 em 96 cursos
UFOB - 960 vagas em 30 cursos
UFRB - 1.429 vagas em 40 cursos
UFSB - 1.454 vagas em 45 cursos
Univasf - 640 vagas em 13 cursos
Unilab - 92 vagas em 2 cursos
Uneb - Não participa desta edição
Sobre as inscrições e seleção
O processo seletivo referente à primeira edição de 2021 terá apenas uma única chamada. É possível se inscrever em até duas opções de vaga, especificando a ordem de prioridade e a modalidade de concorrência. Deve-se optar por concorrer às vagas de ampla concorrência ou aquelas reservadas a políticas de ações afirmativas, as cotas. Não é permitido se inscrever em mais de uma modalidade para o mesmo curso e turno, na mesma instituição de ensino e local de oferta.
O sistema irá disponibilizar, periodicamente, a nota de corte — ou seja, a menor nota que o candidato se classifique dentro do número de vagas — para cada curso, conforme o processamento das inscrições efetuadas. Durante esse período, o estudante poderá alterar as suas opções, bem como efetuar o cancelamento. A classificação no Sisu será feita com base na última alteração efetuada e confirmada no sistema.
O processo de matrícula nas universidades será de 14 a 19 de abril, em dias, horários e locais de atendimento definidos por cada instituição de ensino.
Para participar da lista de espera, o estudante deverá manifestar seu interesse por meio da página do Sisu, no período de 13 a 19 de abril, em apenas um dos cursos para o qual optou por concorrer. Aquele que foi selecionado na chamada regular em uma de suas opções de vaga não poderá participar da lista de espera, independentemente de ter realizado ou não sua matrícula na instituição. O preenchimento das vagas não ocupadas na chamada regular será definido em edital próprio de cada instituição participante.
Veja como será o retorno das atividades não essenciais em Salvador
Após 30 dias de medidas restritivas para conter o avanço do coronavírus, a capital baiana vai começar a retomar as atividades não essenciais a partir de hoje (5). O anúncio foi feito na última semana pelo prefeito de Salvador, Bruno Reis, que definiu um esquema de escalonamento gradual que contempla quatro fases. Depois da fase roxa, quando só funcionavam atividades essenciais, a cidade vai entrar na fase vermelha, com suspensão de alguns setores por dia e toque de recolher postergado das 18h para 20h.
“Evitamos o colapso na saúde, embora não possa afirmar que estamos livres disso se não mantivermos o isolamento social. Porém, neste momento, este é o cenário que nos dá tranquilidade e conforto para tomar as decisões de reabertura do comércio”, disse Bruno Reis, durante o anúncio das medidas de flexibilização.
Salvador tem, atualmente, uma taxa de ocupação de 75% para leitos clínicos de tratamento covid e 81% de UTI adulto. São 175.681 casos confirmados e 4.846 óbitos causados pelo coronavírus. Já para os leitos infantis, as taxas são de 62% e 37%, respectivamente. Os dados são da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
O CORREIO organizou um guia com as principais informações sobre o que funciona e o que pode abrir, assim como os detalhes dessa flexibilização por fase, como horários e também setores e dias que podem abrir, de acordo com as normas estabelecidas pela gestão municipal (confira abaixo).
Para o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado (Fecomércio-BA), Carlos Andrade, o comércio está pronto para voltar. “A nossa perspectiva é que tenhamos uma volta segura. Quem mais tem interesse em manter o protocolo é o setor, com certeza. A partir de amanhã [segunda], vamos ter a tranquilidade para funcionarmos com cautela e precaução”.
O presidente da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), Edson Piaggio, pontuou que a entidade fez uma revisão do protocolo anterior, aumentando a disponibilidade de álcool em gel e o controle do número máximo de pessoas em um mesmo ambiente. “Tornamos nosso protocolo ainda mais seguro nesse momento e recebemos com muita alegria essa retomada das atividades. Estamos convencidos de que vamos oferecer esse ambiente ainda mais seguro e com um rigoroso controle das medidas de distanciamento e que impeçam aglomerações”.
Limitações
No entanto, o setor de bares e restaurantes defende uma flexibilização maior. “Estamos muito preocupados. Em pesquisa que realizamos, 80% do faturamento depende das vendas na hora do jantar, diferente do comércio comum. Mesmo com a retomada continuaremos sendo muito afetados. Sete entre cada dez restaurantes vão sucumbir diante desse quadro. Nenhuma operação se viabiliza nesse caminho”, defende. O horário máximo de abertura será as 19h para bares e restaurantes.
O presidente da Federação Baiana de Hospedagem e Alimentação (FEBHA), Silvio Pessoa, concorda: “Para os setores da economia que trabalham de dia e restaurantes que operam no almoço, é um alivio. Mas para boa parte dos bares e restaurantes, que depende das vendas à noite, a atividade ainda fica muito prejudicada. Nós estamos fazendo a nossa cota de sacrifício”, complementa.
TIRA-DÚVIDAS: FASE POR FASE
Fase roxa
Era a fase em que estávamos, em que só funcionaram as atividades essenciais.
Fase vermelha
Começa a entrar em vigor nesta segunda (5), com a retomada dos serviços não essenciais de forma escalonada, suspensão de alguns setores por pelo menos dois dias e alteração do horário do toque de recolher, que sai de 18h às 5h para 20h às 5h. Podem funcionar diariamente os serviços de saúde, supermercados, panificadoras, delicatessens, açougues e conveniências, farmácias e drogarias, agências bancárias, lotéricas, laboratórios de análises clínicas, postos de combustíveis, call centers, oficinas mecânicas e borracharias, cemitérios e serviços funerários, hotéis, pousadas e demais estabelecimentos de alojamento, academias de ginástica e similares, cursos livres, templos religiosos e igrejas.
De segunda a sexta
Também estarão liberados a funcionar, só que de segunda a sexta, atividades da construção civil (7h às 16h), clínicas de estética (7h às 15h), indústria (7h às 15h), funcionalismo público não essencial (9h às 16h), escritórios administrativos, contabilidades, consultoria e similares (10h às 17h), escritórios de advocacia (10h às 17h) e autoescolas (10h às 19h).
De terça a sabado
Volta a funcionar o comércio de rua (de 10h às 18h, sendo que aos sábados esses estabelecimentos estarão livres para abrir em qualquer horário), shoppings centers, centros comerciais e semelhantes (de 10h às 19h, sendo que os prestadores de serviços localizados nesses locais devem obedecer ao horário dos centros de compras), barbearias, salões de beleza e similares (10h às 18h).
De quarta a domingo
Estão liberados para abrir restaurantes e bares, das 10h às 19h. Os estabelecimentos instalados em shoppings devem obedecer ao fechamento dos centros de compras (19h), exceto quando houver entrada independente. As lanchonetes poderão abrir de 7h às 15h.
Continuam fechados
Na fase vermelha permanecem fechados os centros culturais, museus e galerias de arte, clubes sociais, recreativos e esportivos, cinemas, teatros, espaços de eventos sociais (casamento, aniversário, bodas, formatura e similares), espaços de eventos infantis, parques de diversão e parques temáticos, campos e quadras públicas, centros e espaços de convenções, praias e parques.
Fase amarela
Nessa etapa, as atividades também seguirão escalonamento, mas o toque de recolher passará a iniciar às 23h.
Fase verde
A última fase prevê o comércio funcionando em dias e horários específicos, mas com o fim do toque de recolher.
Bahia registra 50 mortes e 1.855 novos casos de covid-19 em 24h
A Bahia registrou, nas últimas 24 horas, 1.855 novos casos de covid-19 (taxa de crescimento de +0,2%) e 2.587 recuperados (+0,3%). O boletim epidemiológico deste domingo (4) também registra 50 mortes. Apesar de terem ocorrido em diversas datas, a confirmação e registro das mortes foram realizadas hoje.
Dos 813.794 casos confirmados desde o início da pandemia, 783.065 já são considerados recuperados, 15.069 encontram-se ativos e 15.660 tiveram óbito confirmado.
O boletim epidemiológico contabiliza ainda 1.133.950 casos descartados e 183.161 em investigação. Estes dados representam notificações oficiais compiladas pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica em Saúde da Bahia (Divep-BA), em conjunto com as vigilâncias municipais e as bases de dados do Ministério da Saúde até as 17h deste domingo. Na Bahia, 45.743 profissionais da saúde foram confirmados para Covid-19. Para acessar o boletim completo, clique aqui ou acesse o Business Intelligence.
O número total de óbitos por covid-19 na Bahia desde o início da pandemia é de 15.710, representando uma letalidade de 1,93%. Dentre os óbitos, 55,40% ocorreram no sexo masculino e 44,60% no sexo feminino. Em relação ao quesito raça e cor, 54,74% corresponderam a parda, seguidos por branca com 21,53%, preta com 15,30%, amarela com 0,48%, indígena com 0,13% e não há informação em 7,82% dos óbitos. O percentual de casos com comorbidade foi de 67,03%, com maior percentual de doenças cardíacas e crônicas (73,98%).
A redução do número de novos óbitos da covid-19 em datas comemorativas e finais de semana ocorre devido à ausência de funcionamento dos serviços de notificação, como o Serviço de Controle de Infecção Hospitalar, Núcleo Hospitalar de Epidemiologia, vigilâncias epidemiológicas municipais e outros serviços de saúde competentes. Desta forma, esse número não demonstra de forma fidedigna o quantitativo de óbitos que ocorreram neste período. O reflexo dos óbitos ocorridos só é possível ser visualizado com as devidas notificações nos sistemas de informação e possíveis investigações realizadas que possibilitem o seu encerramento.
A existência de registros tardios e/ou acúmulo de casos deve-se a sobrecarga das equipes de investigação, pois há doenças de notificação compulsória para além da Covid-19. Outro motivo é o aprofundamento das investigações epidemiológicas por parte das vigilâncias municipais e estadual a fim de evitar distorções ou equívocos, como desconsiderar a causa do óbito um traumatismo craniano ou um câncer em estágio terminal, ainda que a pessoa esteja infectada pelo coronavírus.
Situação da regulação de covid-19
Às 15h deste domingo, 130 solicitações de internação em UTI Adulto Covid-19 constavam no sistema da Central Estadual de Regulação. Outros 50 pedidos para internação em leitos clínicos adultos covid-19 estavam no sistema. Este número é dinâmico, uma vez que transferências e novas solicitações são feitas ao longo do dia.
Bahia tem 4.797 novos casos de Covid-19 em 24h; boletim registra 142 óbitos
A Bahia registrou 4.797 novos casos de Covid-19 nas últimas 24h, de acordo com boletim divulgado nesta quinta-feira (1º) pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesab). Foram contabilizadas também 142 mortes pela doença no estado.
A Sesab informou que os óbitos ocorreram em datas diversas, mas foram registrado no boletim desta quinta. Com os novos dados, a Bahia tem 15.472 mortes por Covid-19, desde o começo da pandemia, o que representa letalidade de 1,91%. Dentre os óbitos, 55,47% ocorreram no sexo masculino e 44,53% no sexo feminino
Além disso, 16.158 casos estão ativos no estado. Desde o início da pandemia, a Bahia registrou 808.461 casos da doença. Ainda de acordo com a Sesab, no estado, 45.602 profissionais da saúde foram confirmados para Covid-19.
De acordo com o boletim, até as 15h desta quinta, 152 solicitações de internação em UTI Adulto Covid-19 constavam no sistema da Central Estadual de Regulação da Bahia. Outros 50 pedidos para internação em leitos clínicos adultos Covid-19 estavam no sistema.
Sobre a vacinação, a Bahia tem 1.664.055 pessoas vacinadas contra a Covid-19, dos quais 321.351 receberam também a segunda dose.
Leitos Covid-19
Segundo boletim desta quinta, dos 3.201 leitos ativos na Bahia, 2.355 estão com pacientes internados, o que representa taxa de ocupação geral de 74%.
Desse total, 1.483 leitos são para atendimento na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) adulto e estão com ocupação de 83% (1.237 leitos ocupados). A taxa dos leitos de UTI pediátrica é de 44%, com 16 das 36 unidades ocupadas.
Já as unidades de enfermaria adulto na Bahia estão com 66% da ocupação, e a pediátrica tem ocupação de 64%.
Em Salvador, dos 1.568 leitos ativos, 1.216 estão com pacientes internados, com taxa de ocupação geral de 78%. Já a taxa de ocupação dos leitos de UTI adulto é de 82%, e a pediátrica está em 41%.
A taxa de ocupação dos leitos clínicos para pacientes adultos com Covid-19 é de 75%, e o pediátrico está em 68%.
Os dados representam notificações oficiais compiladas pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica em Saúde da Bahia (Divep-BA), em conjunto com as vigilâncias municipais e as bases de dados do Ministério da Saúde até as 17h desta quinta.
O boletim completo pode ser acessado no site da Sesab e na plataforma disponibilizada pela Secretaria.
Shoppings vão funcionar de terça a sábado e bares de quarta a domingo
Desde que a prefeitura anunciou que retomaria as atividades não essenciais a partir do dia 5 de abril o soteropolitano não falava em outra coisa. O que todos queriam saber eram quais os dias e horários em que cada serviço vai funcionar. O suspense acabou. Nesta quinta-feira (1º) foram divulgadas as regras de cada segmento. Todas as atividades vão funcionar cinco dias na semana e pelo menos 8h por dia. Confira:
De segunda até sexta-feira poderá funcionar construção civil (7h às 16h); clínicas estéticas e indústria (7h às 15h); funcionamento público não essencial (9h às 16h); escritórios administrativos e escritórios de advocacia (10h às 17h); e autoescolas (10h às 19h). Apesar da liberação a recomendação da prefeitura é de que se possível as atividades sejam mantidas em modelo home Office.
De terça-feira até sábado será a vez do comércio de rua, barbearias, salões de beleza e similares (10h às 18h); e shoppings centers, centros comerciais e semelhantes (10h às 19h). O drive thru delivery que funcionava todos os dias nos shoppings terão que obedecer os novos horários e dias de funcionamento.
Duas observações: no caso do comércio de rua é permitido começar as atividades antes das 10h aos sábados, mas o expediente precisa ser encerrado até às 18h. No caso das barbearias e salões que funcionam em shopping centers é permitido seguir o horário do shopping.
De quarta-feira até domingo abrem os bares e restaurantes (11h às 20h); e lanchonetes (7h às 15h). Os bares e restaurantes que funcionam em shoppings, mas tem acesso independente podem seguir o horário de funcionamento também até às 20h.
As atividades essenciais seguem liberadas todos os dias. São elas: supermercados, panificadoras, delicatessens, açougues e conveniados (mas sem consumo no local); farmácias e drogarias; agências bancárias; lotéricas; laboratórios de análises clínicas; postos de combustíveis e pontos de venda de gás de cozinha; call centers; oficinas mecânicas e borracharias; cemitérios e serviços funerários; hotéis, pousadas e demais estabelecimentos de alojamento; academias de ginástica e similares; cursos livres; templos religiosos e igrejas; e serviços de saúde. Horário normal de funcionamento.
Permanecerão fechados praias, cinemas, teatros, museus, centros culturais, galerias de arte, parques, clubes sociais, recreativos, e esportivos. As atividades continuam suspensas também em quadras e campos de futebol, espaços de eventos sociais e infantis, parques de diversão e parques temáticos, centro e espaços de convenções.
Fases
O plano de retomada das atividades foi dividido em quatro fases. A primeira é a Roxa, quando apenas serviços considerados essenciais funcionam e os demais serviços ficam suspensos. É a fase em que a cidade está passando nesse momento e que segue até domingo (4).
A segunda fase é a Vermelha, quando as atividades não essenciais funcionam de forma escalonada, 8h por dia, com algumas restrições, fechando dois dias por semana, e com toque de recolher às 20h. Ela começa na segunda-feira (5).
As duas últimas fases são a Amarela, quando a abertura ainda será escalonada, mas o toque de recolher será às 23h, e a Verde, com aberturas escalonadas e sem toque de recolher. Ainda não há previsão de quando essas fases serão ativadas.
Cenário
O prefeito Bruno Reis realizou um evento virtual para detalhar a retomada das atividades. Antes de apresentar as mudanças, ele fez uma leitura do cenário atual da pandemia e mostrou dados que comprovam a queda no número de novos casos de covid-19 em Salvador, na quantidade de casos ativos, no Fator RT que mede a transmissão, e na taxa de ocupação dos leitos.
“A partir de segunda-feira voltaremos com as atividades essenciais, com a segurança necessária. Elas foram validadas com cada um dos setores [empresarias], e terão horários e dias escalonados para evitar sobrecarga no transporte público”, disse.
Os horários de funcionamento das atividades foram elaborados com base no fluxo de chegada e saída dos funcionários. “Não estamos garantindo que não vai ter aglomeração, mas os estudos apontam que haverá uma menor pressão sobre o sistema de transporte público da maneira como elaboramos a retomada”, disse.
O prefeito afirmou que há segurança para a reabertura, mas que poderá voltar atrás e tomar medidas mais duras se a curva da pandemia voltar a subir e existir o risco de colapso no sistema de saúde, por isso pediu que os comerciantes respeitem as medidas de segurança para evitar o contágio.
Critérios
O detalhamento das atividades foi apresentado pela titular da Secretaria de Municipal de Desenvolvimento Econômico, Emprego e Renda (Semdec), Mila Paes, que citou o programa de análise do transporte público desenvolvido pela Secretaria de Mobilidade (Semob) como fundamental para pensar a divisão dos dias e horários de funcionamento. Ela também destacou o trabalho da Casa Civil e das lideranças empresariais.
“A gente avaliou critérios como a empregabilidade de cada setor, o impacto econômico que cada setor gera na economia da cidade, a vulnerabilidade do segmento, e a fragilidade em relação à quantidade de tempo em que ele ficou fechado ao longo do processo da pandemia. Foi esse conjunto de fatores que permitiu que a gente elaborasse o plano”, afirmou.
Para a população a retomada é uma mistura de alívio e preocupação. José Nascimento, 65 anos, está aposentado, mas tem um filho que trabalha no comércio de rua e contou que o rapaz estava agoniado.
“Ele estava em casa, sem poder trabalhar e com medo de perder o emprego. Ele tem uma filha para sustentar, então, é complicado. Mas teve reunião com o chefe ontem [quarta-feira] para discutir essa volta e ficou mais animado. Fiquei feliz, e ao mesmo tempo preocupado, com medo dele pegar essa doença”, contou.
A prefeitura frisou que os comerciantes, funcionários e clientes ainda precisam manter as medidas de proteção, como o uso de máscara, álcool gel, e distanciamento social para evitar aglomerações.
600 mil doses: Bahia recebe maior lote de vacinas desde o início da pandemia
É primeiro de abril, mas a notícia é verdadeira. Pousou na manhã desta quinta-feira (1), no Aeroporto Internacional de Salvador, um lote com 606 mil vacinas contra a covid-19. É a maior quantidade remessa recebiba pelo estado desde o início da vacinação.
Olha aí mais 600 mil doses de esperança acabando de pousar e já sendo descarregadas para o Graer. De lá iremos distribuir para os municípios e continuar mantendo a Bahia ???? pic.twitter.com/7a128ENlj5
— Fábio Vilas-Boas (@fabiovboas)
April 1, 2021
Segundo a secretaria de Saúde da Bahia, são 561.200 vacinas CoronaVac, produzidas pelo Butantan, e outras 45.700 Oxford/AstraZeneca, enviadas pela FioCruz.
Com essas novas doses, a Bahia já recebeu, ao total, 3 milhões de vacinas, o suficiente para imunizar 1,5 milhões de pessoas. Agora, os imunizantes serão distribuídos para todo o estado.
A Bahia já vacinou mais de 10% da população, o que a coloca como segundo estado do Brasil com a maior porcentagem de pessoas imunizadas -- quase 11%.
Doses recebidas pela Bahia:
01/abr: 606900
26/mar: 347000
20/mar: 441200
17/mar: 308600
09/mar: 178600
03/mar: 165600
24/fev: 208700
06/fev: 186200
25/jan: 54600
24/jan: 119500
19/jan: 376600
TCU pede avaliação técnica sobre possível suspensão da venda da Refinaria Landulpho Alves
Técnicos do Tribunal de Contas da União (TCU) têm cinco dias úteis para analisar se vão pedir a suspensão da venda da Refinaria Landulpho Alves (Rlam) pela Petrobras ao Mubadala, fundo financeiro dos Emirados Árabes, anunciada no último dia 24. A medida tem como objetivo evitar "prejuízo ao interesse público", como afirmou em plenário o ministro Walton Alencar, nesta quarta-feira (31).
O TCU questiona o valor de US$ 1,65 bilhão fechado com o Mubadala, que estaria abaixo do preço de mercado, de US$ 3,04 bilhões, definido pela própria Petrobras.
"Recebi Ofício do Subprocurador-Geral, Lucas Rocha Furtado, ressaltando a recente decisão do conselho de administração da Petrobras em vender a Refinaria Landulpho Alves (Rlam) a preços abaixo de seu valor de mercado", disse o ministro, na sessão de hoje.
Questionada, a empresa enviou ao tribunal as justificativas por que seu conselho de administração e refinaria aprovaram a venda da refinaria abaixo desse valor. Com os documentos em mãos, o ministro repassou à área técnica a responsabilidade de analisar definitivamente o caso.
"Ante o risco de conclusão do negócio antes que este Tribunal possa se debruçar sobre a matéria, com possível prejuízo ao interesse público, bem como considerando as consequências que essa decisão possa carrear para a venda das demais refinarias, entendo fundamental determinar que a Unidade Técnica submeta a este Relator, em 5 dias úteis, análise conclusiva a respeito da necessidade ou não de concessão de cautelar para a suspensão da alienação em andamento", afirmou o Alencar, em plenário.
Desde que as negociações com o Mubadala foram concluídas, o valor de US$ 1,65 bilhão, a ser pago pelo fundo, tem sido questionado pelo mercado. O Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep) estimou a Rlam em US$ 3 bilhões. Enquanto analistas do banco BTG Pactual disser que o total a ser pago pelo ativo está 35% abaixo do limite inferior projetado por eles. A XP Investimentos avalia que, com esse dinheiro, a Petrobras vai conseguir atingir uma parcela muito pequena das suas metas financeiras.
As críticas levaram o presidente da petrolífera, Roberto Castello Branco, a distribuir uma carta aos seus funcionários, na última segunda-feira, para justificar a venda da Rlam. Ele deixará o cargo no mês que vem. "Não houve pressa exagerada, não houve aprovação ao apagar das luzes da atual administração", afirmou.
O presidente da Petrobras disse ainda que a venda não foi um trabalho ou "decisão de uma pessoa ou de um pequeno grupo" e que a "mentira é a principal arma dos radicais". Ao fim, pediu desculpa pelo longo texto, argumentando que devia esclarecimentos aos empregados.
Uma das justificativas apresentadas pelo executivo para fechar o negócio com o Mubadala é que, com o ingresso da iniciativa privada no setor de refino, diminuem as chances de governos se posicionarem sobre os preços dos combustíveis. Nas refinarias, o petróleo é transformado em derivados, como gasolina e óleo diesel.
Segundo Castello Branco, a Petrobras é "o alvo predileto de pressões políticas para subsidiar combustíveis em benefício de grupos de interesse". Ele acrescenta ainda que sucessivos governos têm pressionado a empresa por isso, o que, em sua opinião, gera instabilidade administrativa à estatal.
"Entre 2018 e 2021, dois presidentes (ele e Pedro Parente, que pediu demissão) da companhia foram demitidos por sua insistência em praticar preços de mercado", afirmou o executivo, acrescentando em seguida que "em 67 anos de existência, a Petrobras já teve 38 presidentes, rotatividade incomum na gestão de empresas em todo o mundo".
O presidente da Petrobras foi demitido em 19 de fevereiro após reajustar a gasolina e o óleo diesel em cerca de 50% em pouco mais de dois meses. O seu afastamento foi anunciado pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, pelas redes sociais, após sucessivas críticas à sua gestão. Bolsonaro ficou especialmente irritado com a fala de Castello Branco, num evento virtual, de que o problema do preço dos combustíveis não é da estatal, mas da idade da frota de caminhoneiros autônomos e da má qualidade das estradas.
Recordes de março: mês foi o maior em casos ativos, taxa de ocupação de UTI e mortes
Desde que começou a pandemia da covid-19, não teve um mês fácil. Só que março veio para contradizer o slogan do deputado federal Tirica: pior do que está, não fica. Um ano após seu início, a crise sanitária conseguiu piorar. Além do novo recorde de mortes – foram 3.671 em 31 dias vidas perdidas - março acumula 23% do total de óbitos do estado, de 15.330. Também foi o mês em que foi registrada a maior taxa de ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Chegamos a 89%, no dia 14. Houve ainda um recorde de casos ativos, no dia 6: foram 21.916 pessoas infectadas pela doença ao mesmo tempo. Na quarta-feira (31), os casos ativos somavam 14.542.
De uma média de 30 óbitos por dia, passamos a ter 150. O maior número até agora tinha sido de 155, registrado na última sexta-feira (26). Mas, até no último dia, março conseguiu surpreender: foram 160 óbitos no dia 31. O mês que mais tinha tido óbitos até então foi fevereiro, com 1.722 mortes. Além disso, a fila da regulação para um leito de UTI específico para o novo coronavírus teve mais de 530 pessoas à espera. Algumas cidades, como Valente e Queimadas, no nordeste baiano, sofreram com falta de oxigênio e a falta de medicamentos para o kit intubação foi uma ameaça. Ou seja, foi o mês em que a Bahia esteve à beira do colapso no sistema de saúde.
"Tínhamos em torno de 30 pacientes aguardando uma regulação de um dia pra outro, chegamos a mais de 500 e foi o mês que chegamos a bater 89% de taxa de ocupação dos leitos de UTI. Mas, ampliamos nesse mês de março, instalamos mais de 400 leitos de internação e, com isso, conseguimos domar a taxa de internação mantendo abaixo de 85%”, conforta o secretário de saúde da Bahia, Fábio Vilas-Boas. Na quarta-feira, a taxa se manteve em 84% e 133 esperam por um leito de UTI, além de 17 para enfermaria.
Segundo Vilas-Boas, a rede contemplada pela Secreataria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) não teve falta de medicamentos.
“Não tivemos falta de medicamento no estado. Trabalhamos com a suplementação para alguns hospitais fora da nossa rede, que tiverem dificuldade em obter. Mas a gente tem um estoque para a rede da Sesab, se for para abastecer todos os hospitais de todas as prefeituras aí eu não tenho. Mas da rede compramos e guardamos”, explica o secretário.
Ele diz que a rede credenciada pelo estado tem reserva para um mês e aguarda compras internacionais.
Apesar de alguns números terem melhorado com a aplicação das medidas restritivas - como o fator RT, número de casos positivos pelos testes aplicados pelo Lacen e casos ativos - a Bahia ainda terá um alto número de óbitos em abril. “Infelizmente a mortalidade vai se manter alta por um bom tempo, porque isso representa casos que aconteceram vários dias atrás. Às vezes, temos 200, 300 óbitos notificados, mas só 100 são de fato de covid. Eles são submetidos a uma auditoria, então frequentemente caem pela metade. Chegamos a ter 831 óbitos em análise no dia 15 de fevereiro. Março começou com 255 em análise e hoje está em 395. Ainda é um estoque de óbitos alto, que vai sendo liberado tardiamente”, esclarece o secretário. A estimativa é que a taxa de letalidade só vá melhorar na segunda quinzena de abril.
Essa letalidade, inclusive, tem sido maior em municípios de pequeno e médio porte, por conta da baixa complexidade da estrutura de saúde.
“Não tem cidade que esteja pior que outra. De modo geral, as cidades maiores, como têm mais UTIs, a mortalidade acaba sendo menor do que as cidades de pequeno e médio porte, porque lá não tem UTI e o tratamento acaba sendo mais demorado e, por isso, a taxa tem sido maior que a média da Bahia”, acrescenta Vilas-Boas.
Outro fator que atingiu seu pico em março de 2021 foi o número de intubados na fila da regulação, que são os pacientes de maior risco. Há duas semanas, eram 70. O número conseguiu reduzir para três na manhã da quarta-feira. “Esse é um dado muito importante, porque dá a ideia da gravidade da doença. Quando o paciente está intubado, é quando ele morre. E esse número não caiu espontaneamente, foi um esforço enorme para criar vagas e agilizar as altas dos pacientes”, argumenta.
Salvador também esteve perto do colapso
Em Salvador, o sufoco também foi grande. “Tivemos o pior mês da pandemia, com uma ascensão vertiginosa não só da procura por assistência à saúde quanto pela necessidade de leitos clínicos e de UTI a ponto de lá para o dia 16, 18 de março, chegarmos a mais de 87 pacientes aguardando por uma UTI na nossa rede”, avalia o coordenador do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), Ivan Paiva.. Depois desse pico, o número decresceu drasticamente e, na quarta-feira (31), só 8 pacientes precisavam de um leito como esse.
O aumento da demanda fez com que a prefeitura tivesse que tomar algumas decisões e ampliasse o serviço de atendimento ao cidadão.
“Março foi o momento de reativar os leitos das UPAs [Unidades de Pronto Atendimento], que a gente tinha desativado em dezembro e janeiro, e concentrar os pacientes de covid nos gripários e nas unidades de suporte ventilatório, abrimos leitos no Hospital Santa Clara, construímos o hospital de campanha de Itapuã, instalamos o gripário de São Cristóvão, a unidade de suporte ventilatório em Valéria, tudo isso para ampliar a oferta. Chegamos perto do colapso, mas deu para reverter”, exemplifica o coordenador.
O médico também diz que o Samu passou a fazer mais de 100 transferências por dia de pacientes de gripários para leitos hospitalares, fora o atendimento a domicílio. A média era de 20. Esse número continua alto, em torno de 70 a 80 deslocamentos diários. Houve inclusive uma situação inédita no serviço em março, que nunca havia acontecido até então na pandemia. Por falta de vagas, o Samu teve que dar suporte na unidade de Pirajá/Santo Inácio, pois não havia onde colocar os pacientes. Eles ficaram por algumas horas nas ambulâncias até serem regulados. Muitos já estavam dividindo leitos – um na cama e outro na cadeira.
“A gente chegou ao ponto de manter cilindros de oxigênio extra nas ambulâncias, porque, se alguma unidade precisasse, não passaria por desabastecimento. E a mesma coisa aconteceu com medicamento. Fizemos uma reserva de ventiladores para encaminhar para as unidades superlotadas. Tinham salas vermelhas que tinham quatro pacientes onde cabiam dois, e unidade que só cabiam 12 e tinham 28 pessoas", conta Paiva.
Além de Salvador, outra cidade que vem tendo recorde atrás de recorde é Correntina, no extremo-oeste da Bahia. Dez das 18 mortes no município foram em março. A cidade também teve outro fato inédito: pela primeira vez, ultrapassou a marca dos 100 casos ativos, no último dia 24. Na terça-feira (30), o número chegou em 133, algo muito significativo para um território de apenas 32 mil habitantes. A prefeitura descreveu a situação como "alarmante" e que "traz uma preocupação enorme para todos".
Baianos perdem familiares e lutam contra UTI
O mês de março ficará marcado para Romário Almeida, 27, como o mês em que ele perdeu o tio Manoel Barbosa, quase um pai para ele. Após 15 dias na UTI do Hospital Santa Izabel, ele faleceu no dia 21 de março com mais de 50% dos pulmões comprometidos, aos 54 anos. “Ele era aquele tio que levava para todos os lugares, que me fez amar de verdade o Vitória, me levava para todos os jogos no estádio, qualquer show, ele fazia questão de levar a gente e buscar, independente do horário, ele sempre foi o tio legal”, lembra Romário, analista de sistemas.
O sobrinho não conseguiu nem ir ao enterro do tio, porque foi feito na cidade natal dos dois, Jaguaripe, no Baixo-Sul baiano. “Mesmo sabendo que não é minha culpa, fica o sentimento de não poder estar presente no hospital e visitar ele. Fica o arrependimento de não poder ter tido mais umas horas com ele. Não caiu a ficha ainda”, lamenta Romário. O tio dele, Manoel, também não chegou a ver o único filho completar um ano de vida. Ele era hipertenso e estava em quarentena rigorosa. As únicas pessoas que o visitavam era a namorada, que trabalha como enfermeira de um hospital, e o filho.
Já o cabeleireiro Edy Rios passou a maior parte de março no hospital. Ele deu entrada no dia 9 no Hospital Jorge Valente já com dificuldade de respirar por conta da covid-19. Por não ter vaga de UTI disponível na unidade, ele foi transferido para o Hospital das Clínicas, em Alagoinhas. Ao todo, passou 21 dias na UTI, sendo 11 intubado. Inclusive seu aniversário de 42 anos, no dia 20.
“Eu achava que ia ser uma febre que ia passar. Mas é aquela coisa, a gente só fecha a porta quando o ladrão chega. Não dei a importância devida, não tinha noção que a doença era tão cruel”, relata Edy, emocionado. O cabeleireiro não tinha doença crônica e esperou oito dias de sintomas para ir até uma unidade hospitalar. Ele pegou a covid de uma funcionária do salão. Uma das sequelas que a infecção deixou foi uma trombose no pé, que ainda precisa tratar com um cardiologista.
Edy Rios comemorando sua saída do Hospital das Clínicas de Alagoinhas (foto: acervo pessoal)
Durante o período em que esteve na UTI, ele conta que teve ainda complicações no fígado, rim e coração. “Meu coração quase parou, mas em nenhum momento pensei negativo, achei que ia ficar mal e que não ia conseguir. Nesse processo, morri e renasci umas três vezes. O sentimento agora é só de gratidão, por Deus ter me dado a vida de volta, não tem outra palavra. Agradeço também aos amigos, pela vida, por todos que oraram”, agradece o cabeleireiro. O período no hospital ainda rendeu amizade com enfermeiros, técnicos e médicos, que deixaram a família ir visitá-lo no dia do aniversário.
No caso da dona de casa Jamile Pires, 27, março foi um prolongamento do sofrimento que ela passa desde dezembro. O filho dela, Heitor, de apenas 2 anos e 1 mês, está internado no Hospital Roberto Santos desde o final do ano passado. Em março, ele pegou a covid-19 pela terceira vez, na unidade hospitalar. Tudo começou quando ele teve uma broncoaspiração e precisou buscar tratamento em Salvador. Natural de Entre Rios, cidade no nordeste da Bahia, ela não vê o filho desde então. Ele tem várias doenças crônicas como toxoplasmose, paralisia cerebral, hidrocefalia e baixa visão.
“Às vezes, bate um desespero aqui em casa, eu choro bastante, mas confio em Deus. Se Heitor está vivo hoje é pela gloria dele, é um milagre vivo, porque mostra a todos o que Ele pode fazer para aquele que crê. Estou com muita saudade”, desabafa a mãe. O irmão Heron, de quatro meses, nasceu no mesmo hospital em que Heitor está hoje internado. Mas, devido às restrições da pandemia, ele não pôde ainda conhecer o irmão.
A criança já passou por mais de cinco intubações. Da primeira vez, foram mais de 10 dias. Depois que pegou a covid-19 no Roberto Santos, foi transferido para a UTI pediátrica do Hospital Couto Maia, mas voltou para a unidade quando o teste deu negativo. Menos de um mês e meio depois, ele testou positivo novamente. O quadro é estável e ele se mudou para a enfermaria, mas ainda precisa de oxigênio.
Os pais, desempregados – a mãe precisa ficar em Entre Rios para cuidar do recém-nascido e o pai no Roberto Santos cuidando de Heitor – tentam arrecadar dinheiro por rifas e até vendendo caruru para construir uma estrutura de UTI em casa. Até agora, já conseguiram R$ 2 mil em doações. Saiba como doar através da conta do Instagram @heitormilagre. Eles não têm plano de saúde. “Fico com medo de demorar demais e ele pegar outra infecção no hospital, porque foi lá que ele se contaminou. Quero trazer logo ele para casa”, narra Jamile.
Possíveis aglomerações na Semana Santa preocupam
Tanto Vilas-Boas quanto Paiva alertam para a preocupação de os números crescerem após o feriado da Semana Santa. “A preocupação é muito alta, porque toda vez que tem feriados, familiares acabam aglomerando. Mas vamos observar como isso vai se comportar ao longo das próximas duas semanas. Se se mantiver essa tendência de queda, a tendência é que na próxima reunião do governador com os prefeitos, aconteça alguma flexibilização”, diz o secretário.
Paiva relembra que o vírus pode contaminar entes da mesma família, ou seja, mesmo que a reunião for dentro de casa, só com parentes, há risco. “As pessoas começam a aglomerar membros da mesma família, achando que por que é primo, tio, não vai pegar coronavírus, mas pode pegar todo mundo de uma vez. Espero que a população entenda que esse feriado não é para aglomerar em casa, para que não tenha que jogar fora todo o sacrifício do isolamento”, aconselha. Ele ainda citou um caso em que teve que intubar três pessoas ao mesmo tempo da mesma família, durante a pandemia.
Bahia bate recorde de vacinados
Por outro lado, março foi o mês em que a vacinação mais avançou na Bahia, desde o início da aplicação das vacinas, no dia 19 de janeiro. Nos 31 dias de março, mas de 1 milhão de pessoas foram vacinadas e tivemos recorde de baianos que tomaram o imunizante em um único dia. No dia 24, foram 106.796 vacinados e, no dia 30, foram 103 mil imunizados.
Com isso, a Bahia atingiu 1.515.655 vacinados contra a covid-19, em relação à primeira dose. Para atingir a imunidade completa, é preciso ainda da segunda dose no caso de algumas vacinas, como a Coronavac e a de Oxford, que são as que estão sendo aplicadas no momento no Brasil. Completaram o esquema de vacinação com a segunda dose 313.500 baianos.
Também foi em março que o governador da Bahia, Rui Costa, assinou um contrato com a Fundo Soberano Russo, e garantiu a compra de 9,7 milhões de doses da vacina Sputnik. Segundo o secretário Vilas-Boas, a vacina chegará no território baiano 15 dias após a autorização da importação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
A vacina ainda não tem autorização para uso emergencial ou definitivo, mas Vilas-Boas garantiu que, se a Anvisa autorizar que ela seja importada, a permissão para a aplicação das doses é automática. A previsão é de que o primeiro lote chegue ainda neste mês de abril. Ainda não há definição sobre a quantidade de vacinas que virão para a Bahia.
Bahia registra 160 mortes pela covid em 24h, novo recorde de toda a pandemia
A Bahia segue com altos números de mortes em 24h por covid-19. A situação, que se repetiu por todo mês de março, tem feito o estado bater recordes de óbitos constantemente, e nesta quarta-feira (31), a Bahia registrou 160 mortes. Esse é o maior número de mortes registrado na Bahia desde o começo da pandemia, superando os 155 mortos registrados no último dia 26 de março.
Ainda foram registrados 4.235 novos casos de covid-19 (taxa de crescimento de +0,5%) no estado, nas últimas 24h, de acordo com o boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), no final da tarde desta quarta. No mesmo período, 3.361 pacientes foram considerados curados da doença (+0,4%).
O alto número de mortes demonstra o crescimento de casos graves, o que tem mantido alta a taxa de ocupação nas UTIs. No começo da noite desta quarta, a taxa de ocupação de leitos de UTIs para adultos é de 85%.
Apesar das 160 mortes terem ocorrido em diversas datas, a confirmação e registro foram contabilizados nesta sexta. Todas ocorreram em 2021 e 148 delas no mês de março, mês mais letal da pandemia no estado.
De acordo com a Sesab, a existência de registros tardios e/ou acúmulo de casos deve-se à sobrecarga das equipes de investigação, pois há doenças de notificação compulsória para além da Covid-19. Outro motivo é o aprofundamento das investigações epidemiológicas por parte das vigilâncias municipais e estadual a fim de evitar distorções ou equívocos, como desconsiderar a causa do óbito um traumatismo craniano ou um câncer em estágio terminal, ainda que a pessoa esteja infectada pelo coronavírus.
O número total de óbitos por Covid-19 na Bahia desde o início da pandemia é de 15.330, representando uma letalidade de 1,91%. Dos 803.664 casos confirmados desde o início da pandemia, 773.050 já são considerados recuperados, 15.284 encontram-se ativos. Na Bahia, 45.510 profissionais da saúde foram confirmados para Covid-19.
Situação da regulação de Covid-19
Às 15h desta quarta-feira, 122 solicitações de internação em UTI Adulto Covid-19 constavam no sistema da Central Estadual de Regulação. Outros 17 pedidos para internação em leitos clínicos adultos Covid-19 estavam no sistema. Este número é dinâmico, uma vez que transferências e novas solicitações são feitas ao longo do dia.