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Aprendi a Apreciar os Aons baianos e sou Influenciada por Eles’, diz Ellen Oléria Aprendi a Apreciar os Aons baianos e sou Influenciada por Eles’, diz Ellen Oléria Aprendi a Apreciar os Aons baianos diz Ellen Oléria

Aprendi a Apreciar os Aons baianos e sou Influenciada por Eles’, diz Ellen Oléria

Ellen Oléria volta a Salvador, desta vez, para apresentar o show do álbum lançado após vencer a primeira edição do The Voice Brasil. Em entrevista ao Bahia Notícias, Ellen contou sobre sua relação com a Bahia e os artistas baianos, shows internacionais, planos futuros para a carreira, participação no The Voice e também sobre a apresentação na sede do Ilê Aiyê, no encerramento da Semana da Mãe Preta, que acontece neste sábado (27) em Salvador. Confira!

BN: Você já veio fazer show em Salvador em diversas ocasiões: no Festival de Verão, como convidada da Orquestra Rumpilezz, no Carnaval, no Sarau Blackitude... E agora, é convidada do Ilê Aiyê, que tem extrema importância na cultura baiana... Quais são suas expectativas para esta apresentação em especial?

Ellen Oléria: Então, olha só, nosso disco novo, mesmo com a Bahia abraçando a gente há tanto tempo, ainda não conseguimos fazer o show aí na Bahia. Então a gente está voltando com o gás todo. O carro-chefe do show é o disco “Ellen Oléria”, que leva o meu nome. É uma celebração muito grande porque é o nosso primeiro disco lançado por uma grande gravadora, que é a Universal Music no Brasil. A gente está com muito gás porque a gente acabou de chegar. A gente apresentou esse mesmo show em Barcelona, apresentamos em Paris, no norte da Espanha, em Luanda, então chegar à Bahia depois de sentir esse abraço do ‘mundão véio’ é muito gratificante.

BN: Como foram esses shows internacionais que você fez?
EO: Fizemos shows em Barcelona, ficamos no Día de Brasíl de lá. Tinha uma muvuca, numa praça linda pertinho da orla, em Paris nós fomos convidados pela Orquestra do Fubá, que são músicos brasileiros e músicos franceses fazendo experimentações com a música brasileira. Elas tocam forró, funk e me convidaram para chegar com o show do disco novo, então a gente lançou o disco junto com a Orquestra do Fubá. Com o nosso projeto, a gente foi convidado para tocar no Festival de San Mateo, no norte da Espanha. Foi bem bacana, foi lindo o show. Era uma programação com vários palcos, na cidade toda, a gente tocou em uma programação de música brasileira, foi muito bonito o show, a gente foi bem recebido pela imprensa e pelo público de lá. Da nossa passagem por Luanda, trouxe outros frutos, porque em parceria com Kizua Gourgel, que é um artista angolano muito querido. A gente entrou no estúdio e gravamos uma canção pelo projeto Ponte Cultural, que nos convidou para essa ida. Gravamos em estúdio e fizemos, inclusive, uma versão para uma música, que até Djavan gravou, uma música, que é uma música tradicional, cantada em kimbundu. O Felipe Mukenga, que é um artista de lá também, fez uma versão um pouco mais melodiosa. A gente rodou de norte a sul com esse show e agora vamos chegar mais uma vez no Nordeste, desta vez na Bahia querida, amada, adoro ir pra Bahia.

BN: Como é sua relação com a nossa terra, com os artistas e o próprio público daqui? Você é amiga de Nelson Maca...
EO: Nelson Maca é um querido. Inclusive, depois da nossa apresentação aí, a gente vai estar com ele em São Paulo e vamos fazer um Sarau bem bonito lá, falar um pouquinho de literatura divergente e vamos cantar, essa é minha vida mesmo, é o que eu sei fazer. Não só Nelson Maca: eu aprendi a apreciar os sons baianos e sou influenciada por eles. Eu curto muito o som desta nova geração também. Adoro o Baiana System, já vi três shows do Baiana, quando eles vem pra cá pra Brasília e eu não posso ver os shows fico chateada (risos). Eu acho que a gente tem uma conexão bem bacana juntos. Eu adoro a Orquestra Rumpilezz, o Gabi Guedes é um músico que eu admiro demais, adoro ele junto com as percussões e o Leitieres Leite é um querido, ele comandando a massa é a coisa mais linda de ver. E chegar na Bahia através de uma casa que é tão tradicional e que nos inspirou a todos, como o Ilê Aiyê, é uma honra.

BN: O repertório do show vai ser baseado no seu último álbum, mas pode rolar algo fora do script que você pode adiantar pra nós?
EO: Com certeza! Se a gente não passear, não sair um pouco da rotina, a gente fica louca. A rotina vai matar-nos a todos e todas. Vou te contar, eu já sou super fã do Milton Nascimento, é uma referência para nós e além das músicas dele que a gente gravou no disco, a gente vai fazer algumas outras canções dele. Uma delas é “Caxangá”, que eu sou completamente apaixonada. Jorge Bem Jor, além da “Zumbi”, que é uma música que anda conosco também, vamos fazer “Há cinco minutos”, que é uma música muito embalada, muito dançante, que Marisa Monte gravou também. O que mais eu posso dizer? Vamos fazer uma música que Paula Lima gravou que também é maravilhosa, chama-se “Negras Perucas”. A ideia é que o show seja muito dançante, a gente tem momentos mais intimistas, mas com certeza muito pulsante, a ideia é que o show fique pulsando o tempo todo e que as pessoas não parem de se mover e sejam abraçadas pelo embalo do suingue dessa banda, que já está comigo há muito tempo. Sérgio Maciel na bateria, Felipe Guedes no teclado, Sandro de Adão no baixo e no vocal.

BN: Como é sua relação com a questão abraçada pela Semana da Mãe Preta, que homenageia a mulher negra?
EO: Eu acho que chegar para cantar em homenagem a essas mulheres que são tão importantes e determinantes em nossa trajetória é sempre olhar num espelho. A gente está chegando com essa carga, sempre ando emocionada pela estrada carregando as falas da minha mãe, da minha irmã, da minha esposa, das minhas amigas que me cobrem com carinho, me protegendo e chegar na Senzala do Barro Preto para homenagear Mãe Preta é um privilégio, eu estou muito feliz.

BN: Muita gente não sabe que você tem uma carreira de mais de 10 anos na música, que foi bastante premiada e já trabalhou com grandes nomes. Eu gostaria de saber qual é a diferença da Ellen antes do The Voice e da Ellen pós-reality. Qual foi o impacto de sair vencedora de um programa com tanta repercussão em sua carreira e como isso mexeu em você como artista?
EO: Nossa vida é o trabalho, já disse o querido cearense Fagner, quando ele fala que sem o trabalho a pessoa não tem honra. O nosso sonho é o nosso trabalho. A gente vem trabalhando bastante, eu trabalho desde muito cedinho e a música se tornou minha profissão muito cedo também, com 17 anos. Acontece algo muito formidável, por isso eu tenho um coração grato, porque a música foi muito generosa comigo, me levou pra muitos lugares, eu conheci muitos pedacinhos de chão levada pela música. Eu acho que esse abraço que eu recebi da música é um abraço que eu dei nela também. Eu me agarrei na música e ela não me largou. Depois de 13, 14 anos de carreira poder dizer que fui querida na minha cidade, o que é raro, geralmente os artistas tem que sair da sua cidade natal para poder mostrar sua música, porque santo de casa não faz milagre. Eu não posso dizer isso nunca porque Brasília me recebeu com muito carinho, desde sempre, desde os festivais universitários, dos bares, casas noturnas e nos teatros daqui. Chegar a uma super exposição como foi o The Voice Brasil, que é um programa de visibilidade, é um palco fantástico, com uma iluminação maravilhosa, com uma equipe de figurinistas e maquiadores incríveis, com uma direção criteriosa e envolvida com o projeto, apaixonada pelo projeto que é o The Voice Brasil, foi muito fera mesmo. Eu acho que fiz uma boa escolha na minha vida quando decidi que ia participar disso, porque eu fui apresentada para milhões e milhões de brasileiros e brasileiras. Quando eu cheguei em Angola, soube que o The Voice Brasil fez bastante sucesso por lá também, fiquei reconhecida como a voz do Brasil lá, sou muito grata por essa trajetória e pelas bênçãos que neste palco do The Voice Brasil.

BN: Você foi vencedora do programa, bem como o Sam Alves, na segunda edição. Ambos têm perfis muito distintos musicalmente. O que você acha que é preciso para conquistar um programa como esses? Por que o público abraçou seu projeto, em sua opinião?

EO: Eu acho que tem duas coisas muito importantes. Uma delas é uma verdade. Quem canta precisa cantar algo com o coração de fato. As pessoas sentem isso e respondem a isso. Eu acho que não somos os únicos a fazer desta maneira, eu e o Sam. Eu acredito que o programa é um sucesso, porque apresenta muitas versões desta fórmula: verdade no coração, por parte dos participantes, que são de altíssimo nível, que são grandes profissionais, o que transforma a mostra em um grande espetáculo mesmo. Não é só uma mostra competitiva, é um grande espetáculo onde em ganha, antes de todos nós, é o público. Outra coisa que não pode faltar para um vitorioso do The Voice Brasil é um mistério. Porque a música age com mistério, não existe uma fórmula para a gente seguir, acertada. A gente tem sorte, a gente tem indicação, uma alta performance, isso não adianta nada. Quem vai agir é o mistério que envolve a canção. O que é que tem em uma canção que faz você escutar e ficar arrepiado? Pode ser a letra da música, o groove, os timbres dos instrumentos, super bem alinhados, um arranjo formidável, pode ser uma voz com uma extensão incrível ou pode ser o mistério. Porque se não fosse isso, aquela voz que você escuta naquela esquina, sem uma grande potência de som, sem uma pessoa cantando um português que contém na gramática normativa, ela só tá cantando te emociona. Ou aquela pessoa que canta uma coisa que você não consegue entender o que é, você só sabe se emocionar, eu acho que isso é o mistério da música.

BN: Quais foram os frutos do The Voice e como é sua relação Carlinhos Brown?
EO: O The Voice não gera frutos, quem gera frutos são as pessoas que participam da programação. Os frutos são nossos, vem do trabalho. Sobre os encontros, o Brown sempre foi pra mim, mesmo antes de encontrá-lo pessoalmente, não só na sua performance como artista, nas suas composições, nas suas produções, mas também no jeito dele se articular com a comunidade dele, eu acho muito bonito a responsabilidade social que ele tem de devolver pros lugares que recebem ele com muitas ações. Isso eu sempre tomei pra mim também, acho que ele é uma inspiração neste sentido. Brown é uma gracinha também, toda vez que eu encontro com ele é alto astral. Boa energia, boa vibração e muito axé.

BN: Você também tem uma veia compositora muito forte. Podemos esperar composições suas, futuramente, em algum novo trabalho? O que você vem preparando para seus fãs?
EO: Com certeza. Tenho escrito... Escrever na verdade é parte do pacote que eu ganhei (risos). Eu tô escrevendo bastante, compus muito, coisas mais antigas que eu fiz e que acabaram não tendo muito espaço ainda. Demorei a me identificar como compositora, mas depois que o fiz estou bem segura disso. Estou compondo bastante e com certeza nos próximos projetos as pessoas vão encontrar mais letras assinadas por mim, assim como no primeiro disco e no DVD ao vivo [trabalhos independentes lançados antes do The Voice], esses discos são basicamente autorais.

BN: Deixa um recado para os soteropolitanos que vão te prestigiar no seu show.
EO: Primeiro quero agradecer a você por abrir essa janela para falar com o público soteropolitano, com o povo da Bahia. Quero agradecer ao povo da Bahia por me abraçar e por me envolver com carinho, por receber a mim, a minha canção, a minha equipe, com o carinho que só vocês têm com a gente. Por isso é tão especial voltar praí. Agradeço demais e convido vocês para comparecem no sábado, lá na Senzala do Barro Preto, lá no Curuzu na casa do Ilê Aiyê. Vai ser uma festa muito bonita em homenagem a essas mulheres guerreiras e nós somos uma delas.

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    “Eu me coloco numa situação muito delicada, a responsabilidade do gestor é muito grande. Com equipe, atores. O futuro da Cia Baiana de Patifaria é uma grande incógnita. Vamos fechar a sede porque temos uma dívida gigante, não temos condição de arcar. Tudo isso aconteceu dentro de uma pandemia em que precisamos atender a protocolos de saúde e reduzir o contato com a plateia. Nosso espetáculo depende do contato, da presença, tem interação do início ao fim”, disse Lelo Filho.

    A conversão do Casarão 15 em espaço cultural aconteceu após a Cia Baiana de Patifaria ser contemplada no Mapa Cultural em 2020, via Lei Aldir Blanc, com um financiamento de aproximadamente R$ 30 mil. Para manter as atividades da casa e da companhia sem muitos problemas, Lelo estima que seriam necessários R$ 10 mil por mês. Além dos salários de 9 funcionários fixos, também há os custos com eventuais produções e com a manutenção do Casarão.

    “A adaptação para enfrentarmos os tempos difíceis durante a pandemia e a necessidade de isolamento contou com uma verba do Mapa Cultural à qual outras sedes e espaços culturais também tiveram direito. De lá apresentamos, virtualmente, Fora da Ordem, e fizemos transmissões gravadas de outras 6 montagens da Cia Baiana de Patifaria. Algumas lives foram realizadas, mas nosso Casarão infelizmente terá que fechar as portas”, lamentou Lelo.

    Risco

    Segundo Lelo, o futuro da Companhia está em risco. Ele afirmou que tentará produzir uma temporada de Verão do espetáculo A Bofetada, maior sucesso da companhia, mas acredita que seja inviável porque os custos dificilmente serão cobertos com os teatros funcionando com público reduzido e com a necessidade de cumprir todos os protocolos sanitários contra o coronavírus.

    “Sempre tentamos ser independentes dos editais, em todos esses anos fomos por essa linha e é uma história que tenho muito orgulho de ajudar a trilhar. Conto nos dedos quantas vezes tivemos a palavra patrocínio no vocabulário. No entanto, antes a gente conseguia trabalhar até 5 dias por semana e aí gerava caixa para essa independência. Hoje, foi descendo para 2 dias, às vezes um dia, e com essa questão da pandemia ficaria ainda mais difícil de equacionar”, contou.

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    “A Cia foi independente de verba pública e privada durante longos anos, mas a pandemia nos apresentou uma realidade difícil de enfrentar. A nossa invisibilidade diante quem poderia fazer a diferença é distópica. Fica aqui o nosso desejo para que os gestores de cultura e as comissões formadas por ‘integrantes da sociedade civil’, não deixem que mais nenhum grupo encerre suas atividades. Que mais nenhum teatro feche. Pois é isso que os que agora nos desgovernam mais desejam”, disse Lelo na publicação que veiculou.

    História

    A trajetória do grupo começou em 1987, graças aos atores Moacir Moreno e Lelo Filho. A primeira peça de teatro feita pela trupe foi Abafabanca, que estreou naquele mesmo ano e ficou 10 meses em cartaz. De lá pra cá, são oito peças no repertório: além de Abafabanca e A Bofetada, Noviças Rebeldes, 3 em 1, A Vaca Lelé, Capitães da Areia, Siricotico e Fora da Ordem - com diferentes formações de elenco.

    A Bofetada é o grande sucesso e está nos palcos há 29 anos, viajou a 54 cidades brasileiras, conta com personagens emblemáticas como Fanta Maria, interpretada pelo próprio Lelo, e que ficou famosa no dia a dia da cidade com seus bordões tipo “É a minha cara!”, “Momento lindo, maravilhoso!”, “Adoro, adoro!” e “Evite contrariar o ser humano”. A direção original é de Fernando Guerreiro, atual presidente da Fundação Gregório de Matos.

    Pesquisador do teatro baiano, o jornalista Marcos Uzel acompanhou toda a trajetória da Cia Baiana de Patifaria enquanto trabalhava como articulista e crítico teatral. Ele se disse surpreso com a notícia, que classificou como “terrível e absurdo que aconteça”, por conta da importância e longevidade da Cia no teatro baiano.

    “A Bofetada, que é a peça mais popular da história do teatro baiano, era uma parabólica do cotidiano da cidade. O público adorava brincar com as personagens. Não existe, na história do teatro baiano, uma personagem tão popular quanto Fanta Maria. Essa aproximação do público, as plateias sempre lotadas. A Cia sempre tentou se reinventar. É importante que as secretarias de cultura e o próprio setor privado se movimentem para garantir a existência dessa instituição tão necessária”, disse.

    Segundo Uzel, que é doutor e mestre em Cultura e Sociedade pela Ufba, os trabalhos da Companhia Baiana de Patifaria ajudaram a popularizar o teatro e mudaram de uma vez por todas a relação entre público e artistas.

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