Um show gratuito e inédito de uma das maiores roqueiras do Brasil nas ruas de Salvador. A cantora Pitty não esconde a alegria em realizar esse feito. No dia 17 de setembro, domingo, às 19h, ela certamente vai lotar o Largo da Mariquita, no Rio Vermelho, com a apresentação e gravação audiovisual em comemoração aos 20 anos do lançamento do álbum 'Admirável Chip Novo'. Em conversa com o Alô Alô Bahia, a artista que começou a carreira na cena alternativa de Salvador reflete sobre o projeto e seus significados.
O disco Admirável Chip Novo foi o primeiro álbum solo da cantora, com hits como Equalize, Teto de Vidro, Máscara e outros. Vinte anos depois de lançado, o álbum permanece atual, "talvez mais atual do que na época", define. O trabalho lhe rendeu um Disco de Platina, com mais de 250 mil cópias vendidas, e o troféu "Revelação" no Prêmio Multishow de Música Brasileira.
Pitty assina a direção do show e será acompanhada por sua tradicional banda, com Martin Mendonça (guitarra), Paulo Kishimoto (baixo) e Jean Dolabella (bateria). O evento faz parte do Festival da Primavera, promovido pela Prefeitura de Salvador. Além disso, a cantora anunciou um 'disco-presente', a ser lançado em outubro, com nomes como Sandy, Emicida e Ney Matogrosso cantando as faixas do álbum.
Alô Alô Bahia - Quando o projeto foi anunciado, você mencionou que "é um sonho ocupar a rua com o rock". O que isso representa para você e para Salvador, especificamente?
Pitty: Quando eu comecei a fazer música e a tocar, na adolescência, o rock era o underground do underground em Salvador, não tinha muitos espaços na cidade. E às vezes pensava: “Imagina que massa um dia que o rock puder estar nas ruas da cidade, que todo mundo puder ter acesso, ouvir, ver, vivenciar um show de rock em praça pública”. Por isso quando soube que esse show rolaria, fiquei realmente muito muito muito feliz e tenho certeza que será das maiores emoções da minha vida fazer o show “ACNXX” na minha cidade. Vai ser incrível.
Alô Alô Bahia - No lançamento dessa ideia, foi dito que o álbum 'Admirável Chip Novo' continua relevante mesmo após 20 anos. O que você acha que contribui para a atemporalidade desse disco?
Pitty: Olha, eu acredito que as letras, que falam de assuntos que hoje são muito mais discutidos do que na época, como o excesso de tecnologia, feminismo e preconceito, alguns conceitos que ainda não tinham esses nomes definidos, assuntos que já chamavam minha atenção naquele momento, mas que ainda não estavam na pauta da mídia e da sociedade, por assim dizer. E também pela sonoridade, que traz um rock com diversas influências, feito com muita verdade, com muita paixão, porque essa é a minha forma de fazer música. E o rock, que para mim é um estilo de vida, está muito vivo.
Alô Alô Bahia - Como é saber que uma geração toda “cresceu com você”? Adolescentes que se sentiram melhor em ouvir “Seja você" e hoje te acompanham como adultos…
Pitty: É muito gratificante, uma alegria para mim ver pessoas de todas as idades na plateia dos shows, incluindo os que me acompanham desde o lançamento de “Admirável Chip Novo”. Como artista é uma sensação muito boa saber que minha música toca as pessoas de alguma maneira e que muitas vão acompanhando o meu trabalho e se conectando com o que eu produzo em cada momento.
Alô Alô Bahia - O que esperar para os próximos 20 anos, tanto da carreira como na vida de Pitty?
Pitty: Eu continuarei produzindo, pesquisando, experimentando, fazendo discos, shows e outras expressões artísticas que certamente surgirão pelo caminho.
Fonte: Alô Alô Bahia