Quem prefere comer coisinhas diferentes e nem sempre disponíveis nos restaurantes convencionais, em ambientes abertos e com ventilação natural, já pode se preparar para aproveitar o Food Park, espaço especial para a gastronomia sobre rodas, localizado na área da antiga sede do Esporte Clube Bahia, na Boca do Rio. Inaugurada na noite desta quinta-feira (28), a praça conta com 30 food trucks com empreendimentos que apostam na diversidade de sabores e com o bônus da vista para a orla atlântica de Salvador.
A estrutura, instalada no local pela Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop), com apoio da Secretaria Municipal de Manutenção (Seman), funcionará diariamente, das 12h à meia-noite, vendendo comidas da culinária japonesa, árabe e brasileira, além de fast food. O prefeito Bruno Reis, que inaugurou o espaço ontem, afirmou que 29 trechos da orla da capital já foram requalificados e que o Food Park, além de um espaço para diversão, é uma iniciativa que também visa estimular o empreendedorismo e a geração de emprego e renda na cidade.
“Nós investimos 1,8 milhões de reais no Food Park. É um estímulo ao empreendedorismo e criatividade do soteropolitano, a capacidade que trazemos na nossa essência, de através do nosso trabalho, do nosso esforço, criar alternativas de renda. Hoje, nesta noite, consolidamos mais um equipamento para estimular ainda mais o emprego e as oportunidades em nossa cidade”, declarou o prefeito.
Quem também esteve no local foi o secretário municipal de Ordem Pública, Omar Gordilho, que salientou a importância de espaços públicos com uma grande utilidade para a população. “Além dos food trucks, temos área de convivência, parque infantil, palco para shows e banheiros. Toda essa estrutura foi montada para que a população venha e frequente, consuma e traga uma esperança para a economia”, afirmou o titular da Semop.
Chamada Pública
A prefeitura realizou um chamamento público para que fossem escolhidos os food trucks do parque. O dono de um dos estabelecimentos, o Explosão de Açaí, Nadson Andrade, afirmou que assim que viu a oportunidade, pensou: ‘Vamos se jogar’. “Nós [ele e a irmã] temos food trucks em outros lugares da cidade, Ribeira, Uruguai, Massaranduba e Boa Viagem, e através da prefeitura, conseguimos colocar um aqui no parque. Estamos bem confiantes no projeto”.
Iara Coelho aproveitou tão bem a oportunidade que colocou, junto com o seu marido, dois food trucks no local, o Bistruck, que vende hambúrgueres, e o Bistruck Oriental, que comercializa yakissoba. Mesmo na correria do primeiro dia, a empresária atendia a todos com muita felicidade e entusiasmo. “O projeto é lindo, o lugar é muito legal, uma praça de alimentação ao ar livre e na beira da praia, do jeito que um bom soteropolitano já gosta. Fiz um investimento aqui e acredito que vou arrebentar”.
Para o dono do Bistrô 37, Marcos Santos, o Food Park foi também a oportunidade para que ele regularizasse seu estabelecimento, com licença para atuar e participação de licitação. Hoje, ele possui todos os índices de regulação. “São coisas que a gente não tinha antes. O cliente vai se sentir mais seguro para comer no food truck por causa de toda fiscalização”.
O melhor salgado da cidade
Como o prefeito Bruno Reis afirmou no seu discurso de inauguração, a melhor coxinha de Salvador não ficou de fora do projeto. O parque também tem Coxinha do Gago, o primeiro food truck da empresa, que já está há 20 anos no mercado. “É um novo modelo de empreendimento e Salvador estava precisando muito disso. A Coxinha do Gago é uma coxinha que é familiar e feita com muita responsabilidade. Nós estamos muito felizes de estar aqui”, comentou a representante da empresa Milena Ferreira.
Quem também aproveitou para curtir o local foi a designer Carol Patriarca, 32, e a sua mãe, Hilcinete, 62, moradoras da Boca do Rio. Carol contou que mesmo antes de saber o que iria ser feito no local, quando ainda estava em construção, ela já passava olhando, interessada em aproveitar o que a nova praça poderia oferecer. Ontem, fez questão de conhecer o Food Park. “Eu quero vir mais vezes, estou muito animada, vi que tem várias opções de comida, como a culinária mexicana e árabe, que eu adoro”, disse.
A designer relatou ter amado o espaço, pela ventilação, pela música que tocava e pela organização do espaço. A sua mãe ainda acrescentou que estava determinada a conhecer o local ainda na noite de inauguração porque a música tocada pela banda no local era “levada pelo vento” até sua casa. Apesar da experiência agradável, as duas ressaltaram que não gostam do chão de brita, que preferiam que fosse em concreto, principalmente pela questão da acessibilidade.
Não só moradores da Boca do Rio vão aproveitar o Food Park. Canuto Batista, 69, é a prova disso. O comerciante, morador do bairro do Cabula, marcou presença na inauguração e confessou que já tem planos de visitar o local com a família. “O projeto é bom, tá tudo arrumadinho, as barracas todas padronizadas, bonitinhas. Esperamos que chegue em outros locais da cidade. A tendência é crescer e gerar mais empregos. A prefeitura ganha e o povo também”, concluiu.
Reposição
O prefeito Bruno Reis ressaltou que a praça da Boca do Rio visa repor o que foi perdido com a desmobilização da pracinha dos food trucks do Imbuí, que ficava entre as ruas Jayme Sapolnik e Gaivotas. Em novembro de 2020, 49 carros de comida foram retirados do local, após queixas de moradores e comerciantes locais. Para organizar as atividades, só 20 deles foram mantidos.
A Semop informou na época que um lado da rua foi destinado aos trucks e o outro deu lugar a 50 vagas de estacionamento Zona Azul. “A gente vai apenas reorganizar”, disse o então secretário de Ordem Pública, Marcus Passos. Segundo ele, os comerciantes locais queixavam-se da perda de clientes por causa da falta de vagas de estacionamento, já que praticamente todos os espaços da praça estavam ocupados pelos trucks.