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Com voto distrital, Salvador reelegeria apenas 7 deputados federais dos 21

Com voto distrital, Salvador reelegeria apenas 7 deputados federais dos 21

A adoção do sistema distrital de votação para o Legislativo, uma das propostas em análise no debate da reforma política no Congresso Nacional, reduziria a participação de representantes da capital baiana na Câmara Federal. Dos 39 deputados da bancada baiana eleitos no ano passado, 21 têm domicílio eleitoral em Salvador.

Uma simulação de pesquisadores do Grupo de Investigação Eleitoral da Universidade Federal do Rio (Uni-Rio) aponta que não só Salvador, mas quase todas as capitais perderiam força para eleger deputados federais se o sistema distrital puro fosse adotado. A divisão em distritos limitaria o número de vagas das capitais a 25% da Câmara, o que indica que a disputa nas capitais seria mais acirrada, levando candidatos a mudar de estratégia ou até de domicílio eleitoral.

No estudo, os professores Felipe Borba e Steven Ross cruzaram o total de eleitores dos estados e o domicílio eleitoral dos parlamentares eleitos em 2014. Com a divisão do estado em distritos na proporção de sua bancada, apenas sete deputados, no máximo, teriam chances de ser eleitos na capital baiana. Na Bahia, os distritos serão formados a cada somatória de 261 mil eleitores.

“Na média, as capitais possuem número de deputados superior ao tamanho de suas populações. O Rio de Janeiro concentra 40% do seu eleitorado na capital, mas 54% dos seus deputados são da capital. No sistema distrital, aqueles que já têm força eleitoral na capital tendem a permanecer, reforçando sua campanha local. Mas os que têm votos mais espalhados terão que decidir em que distrito vão concorrer. Isso não é simples porque eles precisarão criar novas bases locais, conquistar novos eleitores”, defendeu Borba, em entrevista ao jornal O Globo. A Bahia tem 10,1 milhões de eleitores. Em Salvador é 1,9 milhão de votantes, o que representa apenas 18% do eleitorado baiano, mas a capital baiana também concentra 54% dos seus deputados.

Um exemplo é o do deputado federal mais votado no pleito do ano passado. Lúcio Vieira Lima (PMDB) teria dificuldade de se reeleger se mantivesse seu domicilio em Salvador. No ano passado, o peemedebista levou míseros 6,6 mil votos dos soteropolitanos, dos 222 mil que teve em toda a Bahia. Na outra ponta, quem teria vantagem em permanecer com o atual domicílio eleitoral é o ex-prefeito Antonio Imbassahy (PSDB). Dos 120 mil votos obtidos ano passado em todo o estado, 87 mil vieram apenas da capital baiana.

RELAÇÃO DOS 21 DEPUTADOS FEDERAIS ELEITOS COM DOMICÍLIO ELEITORAL EM SALVADOR

DEPUTADO FEDERAL PARTIDO VOTOS EM 2014 DOMICÍLIO ELEITORAL
LUCIO VIEIRA LIMA PMDB 222.164 SALVADOR
IRMÃO LÁZARO PSC 161.438 SALVADOR
ANTONIO BRITO PTB 159.840 SALVADOR
DANIEL ALMEIDA PC do B 135.382 SALVADOR
FELIX MENDONÇA JUNIOR PDT 130.583 SALVADOR
JORGE SOLLA PT 125.159 SALVADOR
ANTONIO IMBASSAHY PSDB 120.479 SALVADOR
MÁRCIO MARINHO PRB 117.470 SALVADOR
TIA ERON PRB 116.912 SALVADOR
JOÃO CARLOS BACELAR PR 111.643 SALVADOR
NELSON PELLEGRINO PT 111.252 SALVADOR
JUTAHY MAGALHÃES JUNIOR PSDB 108.476 SALVADOR
JOSÉ CARLOS ALELUIA DEM 101.924 SALVADOR
JOAO CARLOS BACELAR PTN 95.158 SALVADOR
SERGIO BRITO PSD 83.658 SALVADOR
AFONSO FLORENCE PT 82.661 SALVADOR
PAULO MAGALHÃES PSD 77.045 SALVADOR
ERIVELTON SANTANA PSC 74.836 SALVADOR
ALICE PORTUGAL PC do B 72.682 SALVADOR
JOSÉ CARLOS ARAUJO PSD 72.013 SALVADOR
BENITO DA GAMA PTB 71.372 SALVADOR
Nota originalmente postada dia 22

Fonte: Bocão News

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