O ex-prefeito de Salvado ACM Neto lançou nesta quinta-feira (2) sua pré-candidatura ao governo baiano. Em evento no Centro de Convenções, Neto prometeu, se eleito, ter uma gestão criativa e moderna para avançar nos problemas da Bahia. Representantes dos 417 municípios da Bahia estiveram presentes, assim como lideranças estaduais e nacionais.
"O compromisso que assumimos com a Bahia hoje é o de desenhar um plano para o futuro. Um plano ambicioso de crescimento econômico, geração de emprego e duro enfrentamento às desigualdades sociais e regionais. O compromisso de transformar nosso estado num exemplo de segurança pública para o país; o compromisso de recuperar o tempo perdido na educação e disputar os primeiro lugares do Ideb; o compromisso de trabalhar sem descanso para dar mais dignidade ao atendimento à saúde, evitando a cruel espera por exames, consultas e cirurgias, assim como os penosos deslocamentos dos doentes para a capital", disse Neto.
No discurso, Neto falou também dos 15 anos do PT à frente do governo da Bahia, dizendo que houve avanços, mas ressaltando os problemas que se agravaram, com destaque para segurança e educação.
"Somos campeões da violência e lanterninhas na educação. Vejam que absurda inversão de valores. Não é mera coincidência que a Bahia seja campeã nacional dos homicídios e esteja na rabeira do ranking da Educação. Estas duas realidades estão obviamente conectadas. Também não é coincidência que as greves de policiais e de professores tenham ficado gravadas em nossa memória como marcas dos governos de Jaques Wagner", afirmou.
Ele destacou também o que classificou de descaso com a cultura e o turismo e perdas para indústria no estado, com a saída da Ford e a não vinda, prometida, da JAC Motors. "Infelizmente não se trata só da Ford. É extensa a lista de indústrias fechadas em nosso estado nos últimos anos. A verdade é que a nossa decadência econômica estava acontecendo muito antes da pandemia. O PIB baiano já chegou a representar 38% do PIB da região Nordeste. Hoje representa apenas 28%. Uma queda de 10 pontos percentuais. Cada ponto percentual significa milhares de postos de trabalho perdidos. Significa menos empregos para a nossa gente", avaliou.
Educação e segurança
Neto afirmou que a prioridade da sua gestão será a educação, ao lado da segurança. Ele afirmou que não é possível transferir a responsabilidade ao tratar do tema, citando o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, que estava no evento, e lembrando que o estado conseguiu reduzir os índices de violência, ao contrário da Bahia.
"E para fazer frente ao atual cenário de total desgoverno na segurança pública, vamos enfrentar o crime com todo o rigor da lei e com inteligência. Sem abusos, porém com muita firmeza. E prestem bem atenção no que eu vou dizer: todos os exemplos bem-sucedidos de redução dos índices de criminalidade, no Brasil, têm um fator em comum: a liderança, o comando e o exemplo do governador. Pois é com liderança, firmeza, inteligência, integração, valorização e qualificação dos nosso policiais que vamos devolver a paz aos cidadãos de bem e transformar a Bahia num estado onde o crime não compensa, e bandido não tem vez. Lugar de bandido será na cadeia ou fora da Bahia", disse.
Perfil
Nascido em Salvador, Antonio Carlos Magalhães Neto, mais conhecido como ACM Neto, tem 42 anos. Ele foi prefeito de Salvador por oito anos, entre 2013 e 2020.
Advogado formado pela Universidade Federal da Bahia, ACM Neto é neto do ex-governador da Bahia e senador Antonio Carlos Magalhães (1927-2007). Antes de ser prefeito de Salvador, ele foi eleito deputado federal pela primeira vez em 2002 e, depois, renovou mais duas vezes o mandato, como o parlamentar mais votado da Bahia.
Outro pré-candidato ao governo da Bahia já anunciado é o senador Jaques Wagner, do PT. De acordo com a presidência do PT, conversas estão em andamento com partidos da base do Governador Rui Costa para definição da melhor data de lançamento da pré-candidatura.
Já a Yalorixá Bernadete Souza lançou pré-candidatura pelo PSOL, no entanto, de acordo com a direção do partido, é provável que ocorra uma disputa interna para definir quem vai concorrer ao governo do Estado. A convenção que vai definir a chapa ocorrerá em abril.