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A seleção brasileira se despediu da Copa do Mundo do Catar após perder para a Croácia nos pênaltis pelas quartas de final, na sexta-feira (9). As duas equipes empataram sem gols no tempo normal, por 1x1 na prorrogação e, nas penalidades, os croatas se garantiram com vitória por 4x2.

A eliminação no Mundial encerrou as atividades da seleção brasileira em 2022. A equipe só voltará a se reunir entre os dias 20 e 28 de março, sob o comando de um novo treinador, dado que Tite deixa o cargo após seis anos. Na ocasião, o Brasil poderá fazer dois amistosos. Os adversários, porém, não estão definidos.

O calendário da seleção brasileira neste ciclo para a Copa do Mundo dos Estados Unidos, Canadá e México, em 2026, é enigmático. Algumas mudanças são previstas diante da alteração no número de participantes do próximo Mundial, que sobe de 32 para 48. A fase de Eliminatórias, por exemplo, deve sofrer mudança em seu formato.

ADVERSÁRIOS

O fim do acordo neste mês de dezembro com a Pitch, empresa que organiza os jogos da seleção desde 2012, abre espaço para que a CBF encontre um novo perfil de adversários para amistosos e os jogue mais vezes no Brasil. Novamente, a seleção deve ter dificuldades para encontrar rivais europeus ao longo do ciclo e deve aproveitar as primeiras datas de 2023 para enfrentá-los.

As seleções da Uefa começam em março as Eliminatórias da Eurocopa 2024, que acontece na Alemanha. Como sede, os alemães estão classificados automaticamente e não têm compromissos agendados ainda para 2023. Além deles, outras europeias terão uma data vaga em março.

Para o primeiro jogo de março (a ser realizado entre os dias 23 e 25), estão disponíveis: Alemanha, Geórgia, Irlanda, Ucrânia, Letônia e Albânia. Enquanto para a segunda partida (26 a 28 de março), a principal equipe é a Bélgica, além da Alemanha, Grécia, Chipre, Macedônia do Norte, Armênia, Ilhas Faroé e Lituânia.

CALENDÁRIO

A princípio, a Fifa indicou que prefere que todas as confederações continentais limitassem as Eliminatórias a apenas 10 datas.

A Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) contará com seis seleções classificadas diretamente para a Copa de 2026, além de uma vaga na repescagem intercontinental. Por esse motivo e para atender as solicitações da entidade máxima do futebol, tenta mudar o formato das Eliminatórias, reduzindo de 18 datas (com jogos de ida e volta entre as 10 seleções participantes) para 10. No entanto, a ideia encontra resistência entre as seleções menores.

Caso consiga reduzir o número de datas ocupadas pelas Eliminatórias, a Conmebol gostaria de colocar em prática a partir de 2024 o acordo com a Uefa para inserir as seleções da América do Sul na Liga das Nações, torneio disputado entre os europeus.

Outra dúvida diz respeito à Copa América. Entre junho e julho de 2024, ela deveria ser celebrada no Equador, mas a sede do evento ainda não foi confirmada. Uma das hipóteses é levar o torneio para os Estados Unidos, servindo como teste para a Copa do Mundo, integrando seleções da América do Norte, Central e Caribe (Concacaf).

A Fifa também tem como ambição alterar o calendário das seleções, hoje dividido em cinco Datas Fifa, com dois jogos em cada. Alguns projetos devem ser avaliados nos próximos anos para diminuir o número de Datas Fifa e aumentar o período em que os jogadores ficam cedidos às suas respectivas seleções. O número de partidas seria mantido em 10. O calendário da Fifa está planejado somente até 2024.

Confira o calendário provisório da seleção brasileira para 2023:

20 a 28 de março - dois jogos

12 a 20 de junho - dois jogos

4 a 12 de setembro - dois jogos

9 a 17 de outubro - dois jogos

13 a 21 de novembro - dois jogos

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O Brasil nunca perdeu para a Croácia. Mas quem imaginava facilidade nas quartas de final de uma Copa do Mundo se enganou redondamente. Foram 120 minutos de bola rolando, muito equilíbrio, um gol para cada lado na Cidade da Educação e a vaga nas semifinais foi decidida nos pênaltis.

O Brasil deu adeus ao Catar com duas cobranças desperdiçadas, uma por Rodrygo e outra por Marquinhos. Mais uma vez, a seleção cai nas quartas para um Europeu. O sonho do hexa segue em 2026, na Copa que será disputada nos EUA, Canadá e México.

O primeiro tempo do Brasil foi um dos mais fracos de todo o Mundial. Tite manteve a escalação que goleou a Coreia do Sul, já que Alex Sandro não tinha condições de atuar os 90 minutos. A marcação alta e precisa dos croatas deixou os comandados de Tite sem muito espaço para a criação. O meio-campo canarinho foi aquém das outras atuações, principalmente Casemiro.

Enquanto Alisson praticamente não tocou na bola, a seleção brasileira chegou com mais perigo a partir dos pés de Vini Jr. As três finalizações do atacante do Real Madrid acabaram facilmente defendidas pelo goleiro Livakovic, que viria a ser o grande nome do confronto do lado da Croácia. Richarlison, que levou a mão na coxa logo no início da partida, pouco participou do jogo.

Em comparação à primeira etapa, o Brasil melhorou muito no segundo tempo. Com mais volume de jogo, principalmente a partir da entrada de Antony, que deu outra movimentação ao time. Richarlison fez duas ótimas assistências para Neymar, mas Livakovic pegou tudo. Rodrygo e Pedro também entraram para dar mais opções ao ataque. Mesmo com muita pressão e a queda física dos europeus, o 0 a 0 se manteve por mais 45 minutos.

A prorrogação seguiu o mesmo ritmo até que o diferenciado surgiu. Depois de muito insistir e pressionar, no finalzinho do primeiro tempo da prorrogação, aos 15 minutos, Neymar triangulou com Rodrygo e Paquetá, recebeu dentro da área, driblou Livakovic e mandou para o fundo das redes, marcando um golaço.

A missão na segunda etapa da prorrogação era apenas segurar a vantagem mínima para avançar à semifinal. Os croatas seguiram o mesmo script, uma linha defensiva forte, apostando em subidas casuais. E em um desses lances, aos 11 minutos, faltando quatro para acabar, em um contra-ataque, Orsic recebeu na esquerda, invadiu a área e tocou rasteiro para o meio. Petkovic chutou de primeira, a bola desviou em Marquinhos e entrou no canto direito.

Nas penalidades, a Croácia abriu as cobranças com Vlasic convertendo. Rodrygo foi o primeiro brasileiro e parou nas mãos de Livakovic. Majer, Casemiro, Modric, Pedro e Orsic acertaram suas batidas na sequência, até que veio Marquinhos. O zagueiro acertou a trave direita, definindo a eliminação brasileira para a atual vice-campeã mundial. Muitas lágrimas e decepção brasileira em Doha. Neymar era o retrato da eliminação. Em sua terceira Copa, o camisa 10 acaba mais uma vez eliminado. 

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O Brasil se prepara para encerrar a fase de grupos da Copa do Mundo nesta sexta-feira (2), no Catar. A Seleção já está classificada para as oitavas de final e garante a liderança do Grupo G com um empate contra Camarões, às 16h, no estádio Lusail. Com a vaga assegurada, a equipe canarinha será escalada por Tite com reservas.

Já o rival não vive uma situação confortável: terá que vencer o Brasil para ainda sonhar em avançar à próxima fase. A equipe, aliás, é conhecida mundialmente como Leões Indomáveis e tem em sua camisa, além do tradicional escudo, o desenho de um leão.

Mas, afinal, por que o país é conhecido como Camarões? Há alguma relação com o crustáceo? A resposta é: sim, há uma ligação direta entre os dois.

Ao chegarem à foz do rio Wouri, em 1472, os portugueses encontraram uma grande quantidade do crustáceo da espécie Lepidophthalmus turneranus na região. O animal é típico da África Ocidental e vive em bandos “numericamente prodigiosos”, nas palavras do naturalista inglês James Aspinall Turner.

Assim, os lusitanos batizaram o lugar de “Rio dos Camarões”. O nome pegou. Virou “Cameroons River” em inglês, ganhando suas próprias versões em outras línguas.

Em 1884, a Alemanha proclamou 'Kamerun' sua colônia. Com a derrota germânica na Primeira Guerra Mundial, a França e o Reino Unido dividiram o território em duas partes, que ganharam os nomes de Camarões Franceses (Camerun) e Camarões britânicos (Cameroon).

O processo de independência do país se estendeu de 1960 (no território francês) a 1961 (no britânico), dando origem à República Federal dos Camarões. Até hoje, as línguas oficiais são o francês e o inglês.

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Termina nesta quinta-feira (1º) o prazo para o eleitor que não votou no primeiro turno das eleições gerais, em 2 de outubro, justificar a ausência e, assim, ficar em situação regular com a Justiça Eleitoral.

Quem não justificar fica sem poder emitir o certificado de quitação eleitoral, o que gera transtornos como dificuldade na solicitação de documentos oficiais, por exemplo, como identidade ou passaporte, entre outras limitações. Isso ocorre porque o voto é obrigatório no Brasil, para quem tem entre 18 e 70 anos.

Para ficar quite com a Justiça Eleitoral é preciso ter votado em todas as eleições passadas ou justificado as ausências. O eleitor também não pode ter deixado de atender aos chamados para trabalhar como mesário. Caso esteja irregular, é necessário regularizar a situação por meio do pagamento de multas, por exemplo.

Como justificar
Cada turno de votação é contabilizado como uma eleição independente pela Justiça Eleitoral. O prazo de justificativa é de 60 dias após o pleito. No caso do primeiro turno das eleições deste ano, a data cai nesta quinta-feira (1°).

Existem três formas de justificar a ausência às urnas: pelo aplicativo e-Título; pelo Sistema Justifica, nos portais da Justiça Eleitoral; ou preenchendo um formulário de justificativa eleitoral.

Cada justificativa é válida somente para o turno que o eleitor não compareceu. Assim, caso tenha deixado de votar no primeiro e no segundo turno da eleição, terá de justificar a ausência duas vezes – uma para cada turno.

Vale lembrar que quem justificar ausência no primeiro turno nesta quinta-feira também já pode realizar o procedimento caso tenha faltado ao segundo turno, em 30 de outubro, não sendo necessário aguardar o fim do prazo.

Além de preencher dados e dar o motivo para ter faltado à votação, é aconselhável anexar documentos que comprovem a justificativa, que em todo caso deve ser analisada por um juiz eleitoral, que pode aceitá-la ou não.

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O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulga hoje (23), às 18h, os gabaritos das provas objetivas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2022. As provas foram aplicadas nos dois últimos domingos, dias 13 e 20 de novembro. Cerca de 2,5 milhões de estudantes participaram de pelo menos um dia de prova nas modalidades impressa ou digital.

Os gabaritos poderão ser acessados no portal do Inep. Os resultados finais serão divulgados no dia 13 de fevereiro de 2023, na Página do Participante.

Mesmo com os gabaritos das provas em mãos, ainda não será possível saber qual foi a nota da prova. Isso porque o Enem utiliza como método de correção a chamada teoria de resposta ao item (TRI). As notas variam de acordo com os acertos e erros dos alunos em cada prova.

O espelho da redação, com os detalhes das correções dessas provas, será divulgado apenas em abril, junto com as notas dos participantes treineiros, ou seja, daqueles que ainda não concluíram o ensino médio e fizeram o exame apenas para testar os conhecimentos. O tema deste ano foi Desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais no Brasil.

Após a divulgação dos resultados do Enem, serão abertas as inscrições para os processos seletivos que utilizam a avaliação como forma de ingresso no ensino superior, em data ainda a ser divulgada.

O Enem seleciona estudantes para vagas do ensino superior públicas, pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu), para bolsas em instituições privadas, pelo Programa Universidade para Todos (Prouni), e serve de parâmetro para o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). Os resultados também podem ser usados para ingressar em instituições de ensino portuguesas que têm convênio com o Inep.

Reaplicação
Os participantes do Enem que não puderam comparecer ao exame por problemas logísticos ou por estarem com covid-19 ou outra doença infectocontagiosa podem, até sexta-feira (25), pedir a reaplicação do exame. As provas serão reaplicadas nos dias 10 e 11 de janeiro de 2023. Cada pedido, que deverá ser feito na Página do Participante, será analisado individualmente.

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As apostas da Mega da Virada, concurso especial da Mega-Sena de número 2.550, com um prêmio estimado em R$ 450 milhões, começam a ser feitas a partir desta quarta-feira (16).

De acordo com Caixa, o valor é o maior da história das Loterias Caixa; e o sorteio das seis dezenas será realizado no dia 31 de dezembro.

As apostas devem ser feitas em volante específico da Mega da Virada em qualquer casa lotérica credenciada pela Caixa, em todo o país ou pela internet.

Como nos demais concursos especiais, o prêmio principal da Mega da Virada não acumula. Se não houver ganhadores na faixa principal, com acerto de seis números, o prêmio será dividido entre os acertadores da 2ª faixa (com o acerto de cinco números) e assim por diante.

Para jogar na Mega da Virada, é só marcar de seis a 20 números dentre os 60 disponíveis no volante. O apostador ainda pode deixar que o sistema escolha os números por meio da Surpresinha. O valor da aposta simples, com seis dezenas marcadas, custa R$ 4,50.

Bolão
O apostador também pode aumentar as chances de ganhar realizando apostas em grupo por meio do Bolão Caixa. Basta preencher o campo próprio no volante ou solicitar ao atendente da lotérica.

Na Mega-Sena, os bolões têm preço mínimo de R$ 10. Porém, cada cota não pode ser inferior a R$ 5. É possível realizar um bolão de no mínimo duas e no máximo 100 cotas. Também é possível adquirir cotas de bolões organizados pelas unidades lotéricas. Neste caso, poderá ser cobrada uma tarifa de serviço adicional de até 35% do valor da cota.

De acordo com a Caixa, caso apenas um apostador ganhe o prêmio da Mega da Virada e aplique todo o valor na poupança, receberá R$ 2,7 milhões no primeiro mês.

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As famílias inscritas no Cadastro Único têm até esta sexta-feira (11) para atualizar os dados do Cadastro Único (CadÚnico), data em que se encerra o prazo de revisão de dados. O prazo foi prorrogado devido às grandes filas que têm sido formadas em Centros de Referência em Assistência Socual (Cras) de todo o país.

Segundo o Ministério da Cidadania, neste ano, apenas as famílias com cadastros revisados pela última vez em 2016 ou 2017 foram convocadas para atualizar as informações junto aos municípios.

O processo de revisão cadastral foi escalonado devido dos impactos causados pela pandemia de covid-19. Com isso, as famílias que atualizaram dados pela última vez em 2018 ou 2019 serão convocadas nos próximos anos.

“As famílias inscritas no Cadastro Único devem atualizar os dados a cada dois anos ou sempre que houver alguma alteração. Quem for convocado para averiguação e revisão de dados deve comparecer a um Centro de Referência de Assistência Social ou a um posto de atendimento do Cadastro Único do município”, informou o ministério em nota.

Segundo a pasta, a atualização cadastral é “fundamental para assegurar a qualidade dos dados e garantir que as informações registradas na base do Cadastro Único estejam sempre de acordo com a realidade das famílias”.

A atualização do cadastro é obrigatória para a continuidade do recebimento de benefícios pagos via programas sociais como o Auxílio Brasil, o Benefício de Prestação Continuada (BPC), a Tarifa Social de Energia Elétrica (TSEE) e a ID Jovem.

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O coração de um doador goiano não foi enviado a um paciente de São Paulo devido aos bloqueios das rodovias, iniciado no último domingo (30) por apoiadores do atual presidente Jair Bolsonaro (PL). Os protestam antidemocráticos contestam o resultado das eleições gerais. A informação de impossibilidade do procedimento foi divulgada pela Secretaria de Saúde de São Paulo. Para que o órgão seja transplantado, ele precisa chegar em no máximo quatro horas ao receptor.

O doador tinha 21 anos e estava internado em um hospital de Goiânia. Ele não resistiu após sofrer um traumatismo crânio-encefálico.

A Secretaria de Saúde de Goiás informou que o coração seria destinado ao paciente do estado de São Paulo, mas não chegou nem a ser captado.

“Equipes técnicas responsáveis consideraram que, devido a bloqueios, não seria possível realizar a operação de forma que o órgão chegasse com segurança ao paciente”, explicou a pasta de São Paulo.

A Saúde de Goiás ainda tentou realizar uma seleção de receptor para o Distrito Federal, mas não houve paciente compatível.

A Secretaria de Saúde de Goiás explica que o coração deveria ter sido captado na terça-feira (1), dia em que o jovem teve morte encefálica. No mesmo dia, foram captados os rins e córneas deste doador, que foram destinados a pacientes de Goiás, e o fígado, que foi encaminhado ao Distrito Federal. Ao todo, cinco pessoas foram beneficiadas com as doações.

 

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A banda Maderada está em uma "turnê da vitória", com shows no norte de Minas Gerais e no Nordeste, após o resultado da eleição de 2022. Os músicos baianos não foram candidatos, mas conseguiram eleger no voto informal da rua e da internet o hit nº 1 "Tá na hora do Jair já ir embora".

O g1 já contou como o produtor Juliano Maderada e o cantor Tiago Doidão criaram o som "de paredão" que animou a campanha do presidente eleito Lula (PT). Agora, eles contam os bastidores pós-sucesso:

Juliano Maderada recebeu uma ligação de Lula no domingo à tarde, antes da apuração, e estava tão ansioso pelo resultado que teve que ser acalmado pelo candidato. Segundo ele, Lula estava otimista e agradeceu pela "alegria" que suas músicas levaram à campanha.  

Tiago Doidão, 40 anos, nunca tinha viajado de avião. Ele enfrentou o medo e embarcou de Vitória da Conquista (BA) para cantar na festa da vitória de Lula na Avenida Paulista, em SP. 

Eles tiveram que passar pela multidão e pela segurança na Avenida Paulista para subir no trio. Um amigo ia gritando: "Esses são os caras do 'Jair embora', vão cantar!", e o povo abria passagem.

Lá em cima, Juliano trocou elogios com outra revelação da campanha: André Janones. O deputado falou bem das músicas e o músico agradeceu pela atuação dele nas redes.

A banda Maderada recebeu em sequência pedidos para vários shows em comemoração à vitória, em que eles tocam as músicas políticas misturadas ao repertório de arrochadeira.

'Eu estava mais ansioso que o Lula'
Tiago Santos de Souza, o Tiago Doidão, conta que passou a tarde de domingo em Taiobeiras, cidade do norte de MG onde mora sua namorada. Lá, o cantor recebeu uma mensagem de Juliano Maderada. O produtor tinha acabado de falar com o próprio Lula, e tinha um convite para eles.

Juliano estava em Iguaí, no centro-sul da Bahia, esperando o começo da apuração, quando recebeu a ligação: "Eu estava preocupado, as horas não passavam. Mas ele falou que estava otimista, que ia dar tudo certo. Parece que eu estava mais ansioso que o Lula. Ele estava me acalmando", conta.

Lula ligou para agradecer pelas músicas. Elas foram iniciativa de Juliano, não jingles oficiais, mas foram um sucesso estrondoso nas redes, nas ruas e em streaming, com um inédito nº 1 nas paradas.

"Ele acha que eu dei o tom da alegria para a campanha dele, de animação e felicidade para o povo."
Junto ao agradecimento veio o convite: caso a vitória chegasse mesmo, eles poderiam participar do evento na Avenida Paulista à noite. Foi aí que Juliano mandou a mensagem para Tiago. Eles correram para o aeroporto de Vitória da Conquista (BA), de onde voariam para São Paulo.

Quando embarcaram, o Datafolha tinha acabado de projetar a vitória de Lula. Ainda não havia a confirmação do TSE e nem do PT: eles não sabiam como nem quando participariam da festa.

Pior: Tiago Doidão nunca tinha viajado de avião. O cantor nascido em Salvador e criado em Vitória da Conquista canta desde 2013 na banda Maderada. Mas as turnês são regionais, e eles sempre viajam por terra. "Agora é um momento histórico, eu vou perder o medo", ele pensou.

Doidão relutou
Tiago Doidão também é compositor de grandes sucessos do arrocha e do pagodão, como "Vida mais ou menos", da banda Luxúria, "Um tal de toma", de Léo Santana, e "Pop100", do Rei da Cacimbinha.

Por isso, desde que Juliano começou a postar músicas exaltando Lula no YouTube em 2021, sempre tentou que o colega Tiago participasse. "No começo eu não quis. Não queria me envolver com política, tinha medo de colocar a cara, ainda mais esse ano, em que a coisa foi perigosa", diz Tiago.

O sucesso das primeiras músicas de Juliano convenceu Tiago. Já com a campanha eleitoral no ar, ele viu um anúncio de Bolsonaro dizendo: "Tá na hora do Jair...". Ele completou: "...já ir embora", e foi criando a música. A voz de criança no início da faixa é de Maria, filha de Tiago, de 5 anos.

Juliano Maderada (à direita), criador de 'jingles de paredão', que exaltam Lula com ritmos dançantes nordestinos, ao lado de Thiago Doidão (à esquerda), seu parceiro na música 'Tá na hora do Jair já ir embora' — Foto: Divulgação

O canal de Juliano já tinha várias músicas em alta nas redes sociais e nas ruas. Mas foi "Tá na hora do Jair já ir embora" o maior estouro - de passeatas no sertão nordestino até a Zona Sul do Rio, onde foi puxada por Simone Tebet, uma grande entusiasta do hit.

"Quando a gente já estava a caminho da Paulista, eu vi o tamanho do sucesso", diz Tiago Doidão. "Eu ouvia tocando em todos os carros. Passou um m cara do nosso lado gritando. Eu falei 'Essa música é minha!'. Ele olhou no celular e falou: 'É ele mesmo!', e a gente foi comemorando", conta.

"Quando conseguimos subir, a equipe do Lula foi maravilhosa com a gente." Enquanto Juliano conversou com Janones, Tiago Doidão fez vídeo com a fã Simone Tebet. Como eles estavam sem banda, quem fez a base foram os músicos de Daniela Mercury.

"Era aquele mar vermelho, o povo em cima do poste, em cima de árvore. Tinha gente chorando. Era bonito demais. Tinha uma bandeira do Brasil muito grande balançando. Foi uma coisa que me deixou encantado", diz Tiago.

Os dois pretendem voltar aos serviços políticos na campanha municipal de 2024. Por enquanto, aproveitam a visibilidade para a banda Maderada. Tiago conta que recebeu mensagens de Márcio Victor e outros músicos com elogios.

Ele diz que já prepara parcerias para seguir a carreira em 2023, mas, com uma cautela política, ainda não revela nomes.

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O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) agradeceu na noite deste domingo (30) os votos que recebeu que garantiram sua eleição, derrotando Jair Bolsonaro (PL). Ele afirmou ainda que vai buscar "restabelecer a paz entre os divergentes", divididos após uma eleição acirrada, afirmando que "não existem dois Brasis". Destacou ainda que o desafio será grande e o maior compromisso será acabar com a fome. "Combater a miséria é a razão pela qual vou viver até o fim da minha vida".

"A vida inteira sempre achei que Deus foi muito generoso comigo para permitir que eu saísse de onde saí e chegasse onde cheguei. Especialmente nesse momento, que não enfrentamos um candidato, um adversário. Enfrentamos a máquina do Estado colocada a serviço do candidato da situação", iniciou o petista.

Ele afirmou que um dos seus objetivos é devolver a paz ao povo brasileiro. "Me considero um cidadão que tive um processo de ressurreição na política brasileira, porque tentaram me enterrar vivo e eu estou aqui. Estou aqui para governar esse país, numa situação muito difícil, mas tenho fé em Deus que com ajuda do povo vamos encontrar uma saída para que o país possa conviver harmonicamente e a gente possa devolver a paz entre as famílias", acrescentou.

Lula destacou que não se trata de uma vitória dele ou do PT, mas da democracia. "Nesse 30 de outubro histórico a maioria do povo brasileiro deixou bem claro que deseja mais, e não menos democracia", disse. "Deseja mais, e não menos, respeito e entendimento entre os brasileiros. Deseja mais, e não menos liberdade, igualdade, fraternidade em nosso país", continuou.

"Chegamos ao final de uma das mais importantes eleições da nossa história. que colocou frente a frente dois projetos opostos de país", prosseguiu. Para ele, as eleições tiveram "um único vencedor: o povo brasileiro".

O presidente eleito afirmou que o ódio foi disseminado de maneira criminosa no Brasil. "Não interessa a ninguém viver numa família onde reina a discórdia. É hora de reunir de novo as famílias, refazer os laços de amizade rompidos pela propagação criminosa do ódio. A ninguém interessa viver em um país dividido, em permanente estado de guerra", continuou.

Combate à fome
Lula reforçou que seu "compromisso número um" será combater a miséria no país, erradicando a fome "mais uma vez".

"Nosso compromisso mais urgente é acabar outra vez com a fome. Não podemos aceitar como normal que milhões de homens, mulheres e crianças neste país não tenham o que comer, ou que consumam menos calorias e proteínas do que o necessário", disse Lula.

Ele destacou que o Brasil é o terceiro maior produtor mundial de alimentos e primeiro de proteína animal. "Se somos capazes de exportar para o mundo inteiro, temos o dever de garantir que todo brasileiro possa tomar café da manhã, almoçar e jantar todos os dias", disse. "Este será, novamente, o compromisso número 1 do nosso governo."

Lula reafirmou sua promessa de campanha de retomar o Minha Casa, Minha Vida, substituído pelo programa Casa Verde Amarela, com outro formato, durante a gestão Bolsonaro.

A eleição de Lula foi confirmada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) às 19h57, quando quase 99% das urnas já tinham sido apuradas. Ele teve 50,90% dos votos, contra 49,10% de Bolsonaro.

 

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