Nascidos até 1968 podem agendar saque de valores esquecidos
A partir desta segunda-feira (7), as pessoas nascidas até 1968 ou empresas abertas antes desse ano poderão pedir o saque de recursos esquecidos em instituições financeiras. O processo deve ser feito no site Valores a Receber, criado pelo Banco Central (BC) para consulta e agendamento da retirada de saldos residuais.
A consulta foi aberta na noite de 13 de fevereiro. Na ocasião, o próprio sistema informou a data e o horário em que usuários com recursos a sacar devem retornar ao site para fazer o agendamento. O processo vai até sexta-feira (11). Quem perder o prazo ou o horário poderá fazer repescagem no sábado (12), das 4h às 24h. O usuário que perder a repescagem só poderá retornar a partir de 28 de março.
Após o pedido de saque, a instituição financeira terá até 12 dias úteis para fazer a transferência. A expectativa é que pagamentos realizados por meio de Pix ocorram mais rápido.
Para agendar o saque, o usuário deverá ter conta nível prata ou ouro no Portal Gov.br. Identificação segura para acessar serviços públicos digitais, a conta Gov.br está disponível a todos os cidadãos brasileiros. O login tem três níveis de segurança: bronze, para serviços menos sensíveis; prata, que permite o acesso a muitos serviços digitais; e ouro, que permite o acesso a todos os serviços digitais.
Segundo o balanço mais recente do BC, cerca de 114 milhões de pessoas e 2,7 milhões de empresas acessaram o sistema de consultas criado para o resgate do dinheiro. Desse total, 25,9 milhões de pessoas físicas e 253 mil empresas descobriram que têm recursos a receber.
Confira abaixo o passo a passo para a retirada do dinheiro:
Passo 1
Acessar o site valoresareceber.bcb.gov.br na data e no período de saque informado na primeira consulta. Quem esqueceu a data pode repetir o processo, sem esperar o dia 7 de março.
Passo 2
Fazer login com a conta Gov.br (nível prata ou ouro). Se o cidadão ainda não tiver conta nesse nível, deve fazer logo o cadastro ou aumentar o nível de segurança (no caso de contas tipo bronze) no site ou no aplicativo Gov.br. O BC aconselha ao correntista não deixar para criar a conta e ajustar o nível no dia de agendar o resgate. Confira aqui como aumentar o nível do login Gov.br.
Passo 3
Ler e aceitar o termo de responsabilidade
Passo 4
Verificar o valor a receber, a instituição que deve devolver o valor e a origem (tipo) do valor a receber. O sistema poderá fornecer informações adicionais, se for o caso. A primeira etapa da consulta só informava a existência de valores a receber, sem dar detalhes.
Passo 5
Clicar na opção indicada pelo sistema:
"Solicitar por aqui": para devolução do valor via Pix em até 12 dias úteis. O usuário deverá escolher uma das chaves Pix e informar os dados pessoais e guardar o número de protocolo, caso precise entrar em contato com a instituição.
"Solicitar via instituição": a instituição financeira não oferece a devolução por Pix. O usuário deverá entrar em contato pelo telefone ou e-mail informado para combinar com a instituição a forma de retirada: Transferência Eletrônica Disponível (TED) ou Documento de Crédito (DOC).
Importante: na tela de informações dos valores a receber, o cidadão deve clicar no nome da instituição para consultar os canais de atendimento.
Calendário
Para evitar excesso de procura no site, o Banco Central escalonou o pedido de saque conforme a idade do correntista ou a data de fundação da empresa. A cada semana, um público diferente será atendido.
O prazo de agendamento para pessoas nascidas entre 1968 e 1983 ou empresas fundadas nesse período será de 14 a 18 de março, com repescagem em 19 de março. Quem nasceu a partir de 1984 ou abriu empresa nesse ano, a data vai de 21 e 25 de março, com repescagem em 26 de março. As repescagens também ocorrerão aos sábados no mesmo horário, das 4h às 24h.
Quem perder o sábado de repescagem poderá pedir o resgate a partir de 28 de março, independentemente da data de nascimento ou de criação da empresa. O BC esclarece que o cidadão ou empresa que perderem os prazos não precisam se preocupar. O direito a receber os recursos são definitivos e continuarão guardados pelas instituições financeiras até o correntista pedir o saque.
Nesta primeira fase, estão sendo liberados R$ 3,9 bilhões esquecidos em instituições financeiras. Em maio, haverá uma nova rodada de consultas, com mais R$ 4,1 bilhões disponíveis.
Além dos valores residuais em bancos, o cidadão pode ter outras fontes de dinheiro esquecido, como cotas de fundos públicos, revisão de benefícios da Previdência Social, restituições na malha fina do Imposto de Renda e até pequenos prêmios de loterias.
Após queda histórica em 2020, PIB cresce 4,6% em 2021
O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro registrou alta de 0,5% no quarto trimestre de 2021 ante o terceiro trimestre de 2021, informou nesta sexta-feira, 4, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado veio em linha com o teto das estimativas dos analistas consultados pelo Projeções Broadcast, que esperavam desde um recuo de 0,4% a alta de 0,5% confirmada pelo IBGE, com mediana positiva de 0,2%.
Na comparação com o quarto trimestre de 2020, o PIB apresentou alta de 1,6% no quarto trimestre de 2021, vindo dentro das estimativas coletadas pelo Projeções Broadcast, que variavam de uma elevação de 0,5% a 2,5%, com mediana positiva de 1,2%.
No fechamento de 2021, o PIB cresceu 4,6% ante 2020, resultado dentro das projeções, que se estendiam de uma alta de 4,3% a 5,0%, e levemente acima da mediana, que era positiva em 4,5%.
Ainda segundo o instituto, o PIB do quarto trimestre de 2021 totalizou R$ 2,3 trilhões. No ano de 2021, o PIB somou R$ 8,7 trilhões.
O PIB da agropecuária subiu 5,8% no quarto trimestre de 2021 ante o terceiro trimestre de 2021. Na comparação com o quarto trimestre de 2020, o PIB da agropecuária mostrou queda de 0,8%, segundo o IBGE. No ano de 2021, o PIB da agropecuária caiu 0,2% ante 2020.
O Produto Interno Bruto da indústria caiu 1,2% no quarto trimestre de 2021 ante o terceiro trimestre. Na comparação com o quarto trimestre de 2020, o PIB da indústria mostrou queda de 1,3%. No ano de 2021, o PIB da indústria subiu 4,5% ante 2020.
Já o PIB de serviços subiu 0,5% no quarto trimestre de 2021 ante o trimestre anterior. Na comparação com o quarto trimestre de 2020, o PIB de serviços mostrou alta de 3,3%. No ano passado, o PIB de serviços subiu 4,7% ante 2020.
O consumo das famílias subiu 0,7% no quarto trimestre de 2021 ante o terceiro trimestre de 2021, de acordo com o IBGE. Na comparação com o quarto trimestre de 2020, o consumo das famílias mostrou alta de 2,1%. No ano de 2021, o consumo das famílias subiu 3,6% ante 2020.
O consumo do governo, por sua vez, subiu 0,8% no quarto trimestre de 2021 ante o terceiro trimestre. Na comparação com o quarto trimestre de 2020, o consumo do governo mostrou alta de 2,8%. No ano de 2021, o consumo do governo subiu 2% ante 2020.
FBCF
A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) subiu 0,4% no quarto trimestre de 2021 ante o terceiro trimestre de 2021. Os dados foram divulgados pelo IBGE, que anunciou nesta sexta os resultados das Contas Nacionais Trimestrais.
Na comparação com o quarto trimestre de 2020, a FBCF mostrou alta de 3,4%. No ano de 2021, a FBCF subiu 17,2% ante 2020. Segundo o instituto, a taxa de investimento (FBCF/PIB) de 2021 ficou em 19,2%.
Banco Central divulga passo a passo para sacar dinheiro esquecido
O Banco Central (BC) divulgou o passo a passo para que pessoas físicas e empresas saquem recursos esquecidos em instituições financeiras. O agendamento dos saques começará na próxima segunda-feira (7) para os nascidos antes de 1968 e para empresas abertas antes deste ano.
Segundo o balanço mais recente do BC, cerca de 114 milhões de pessoas a 2,7 milhões de empresas acessaram o sistema de consultas criado para o resgate do dinheiro. Desse total, 25,9 milhões de pessoas físicas e 253 mil empresas descobriram que têm recursos a receber.
No caso de existência de saldos residuais em instituições financeiras, o próprio site informou uma data e um horário de retorno para agendar a retirada. Essa etapa exigirá conta nível prata ou ouro do Portal Gov.br.
Confira abaixo o passo a passo para a retirada do dinheiro:
Passo 1
Acessar o site valoresareceber.bcb.gov.br na data e no período de saque informado na primeira consulta. Quem esqueceu a data pode repetir o processo, sem esperar o dia 7 de março.
Passo 2
Fazer login com a conta Gov.br (nível prata ou ouro). Se o cidadão ainda não tiver conta nesse nível, deve fazer logo o cadastro ou aumentar o nível de segurança (no caso de contas tipo bronze) no site ou no aplicativo Gov.br. O BC aconselha ao correntista não deixar para criar a conta e ajustar o nível no dia de agendar o resgate.
Passo 3
Ler e aceitar o termo de responsabilidade
Passo 4
Verificar o valor a receber, a instituição que deve devolver o valor e a origem (tipo) do valor a receber. O sistema poderá fornecer informações adicionais, se for o caso. A primeira etapa da consulta só informava a existência de valores a receber, sem dar detalhes.
Passo 5
Clicar na opção indicada pelo sistema:
"Solicitar por aqui": para devolução do valor via Pix em até 12 dias úteis. O usuário deverá escolher uma das chaves Pix e informar os dados pessoais e guardar o número de protocolo, caso precise entrar em contato com a instituição.
"Solicitar via instituição": a instituição financeira não oferece a devolução por Pix. O usuário deverá entrar em contato pelo telefone ou e-mail informado para combinar com a instituição a forma de retirada.
Importante: Na tela de informações dos valores a receber, o cidadão deve consultar os canais de atendimento da instituição clicando no nome dela.
Calendário
Quem nasceu antes de 1968 ou abriu a empresa antes desse ano poderá conhecer o saldo residual e pedir o resgate entre 7 e 11 de março, no mesmo site. A própria página informará o horário e a data para pedir o saque. Caso o usuário perca o horário, haverá uma repescagem no sábado seguinte, em 12 de março, das 4h às 24h.
Para pessoas nascidas entre 1968 e 1983 ou empresas fundadas nesse período, o prazo será de 14 a 18 de março, com repescagem em 19 de março. Quem nasceu a partir de 1984 ou abriu empresa nesse ano, a data vai de 21 e 25 de março, com repescagem em 26 de março. As repescagens também ocorrerão aos sábados no mesmo horário, das 4h às 24h.
Quem perder o sábado de repescagem poderá pedir o resgate a partir de 28 de março, independentemente da data de nascimento ou de criação da empresa. O BC esclarece que o cidadão ou empresa que perderem os prazos não precisam se preocupar. O direito a receber os recursos são definitivos e continuarão guardados pelas instituições financeiras até o correntista pedir o saque.
Após o pedido de saque, a instituição financeira terá até 12 dias úteis para fazer a transferência. A expectativa é que pagamentos realizados por meio do Pix ocorram mais rápido. Nesta primeira fase, estão sendo liberados R$ 3,9 bilhões esquecidos em instituições financeiras. Em maio, haverá uma nova rodada de consultas, com mais R$ 4,1 bilhões disponíveis.
Além dos valores residuais em bancos, o cidadão pode ter outras fontes de dinheiro esquecido, como cotas de fundos públicos, revisão de benefícios da Previdência Social, restituições na malha fina do Imposto de Renda e até pequenos prêmios de loterias.
1,3 milhão de baianos terão que declarar Imposto de Renda esse ano; veja se você é um deles
Está chegando a hora de acertar as contas com o Leão do Imposto de Renda. A Receita Federal informou, ontem, que o período de entrega das declarações será entre 7 de março e 29 de abril. E tem novidades: as principais delas são a possibilidade de se utilizar da declaração pré-preenchida em qualquer plataforma e receber a restituição através do Pix. Para quem tem imposto a recolher, o pagamento de Darf do IR também poderá ser feito por Pix. Este ano, o fisco espera receber 34,1 milhões de documentos em todo o Brasil, sendo 1,3 milhão na Bahia.
A declaração segue obrigatória para quem recebeu acima de R$ 28.559,70 em rendimentos tributáveis em 2021, ano base da cobrança. No caso da declaração pré-preenchida, disponível para usuários com conta gov.br nível ouro e prata, a novidade é uma otimização. Antes, só dava para usar esta opção através de desktop.
Facilidade no processo
No caso da declaração pré-preenchida, disponível para usuários com conta gov.br nível ouro e prata - contas validadas por biometria facial da carteira de motorista (CNH), dados bancários (internet banking ou banco credenciado) ou cadastro SIGEPE (servidores públicos) -, a novidade é uma otimização. Antes, só dava para usar esta opção através de desktop.
Uma boa nova para a professora Deija Mendes, 57 anos, que não conta com contador para fazer o processo e costuma se organizar com um grupo de amigas para trocar dicas e não vacilar na hora de declarar.
"É, eu acho bom! Não conhecia essa declaração pré-preenchida, mas parece uma opção interessante, principalmente para quem faz por conta. Então, toda ajuda pra não errar é bem-vinda", fala a professora.
Ivã dos Santos, 49, que é funcionário público, também desconhecia esse modelo disponível através da conta gov.br e vai procurar saber se é uma opção interessante. Sobre a restituição por PIX, ele afirmou que é uma novidade positiva, mas tem ressalvas.
“A possibilidade é válida pra assegurar a volta da restituição para o cidadão. A princípio, não vejo problema. O PIX é uma ferramenta muito útil, mas utilizada para crimes. Minha única preocupação é se golpistas podem usar isso pra prejudicar as pessoas”, pontua.
Já o motorista Carlos Bispo, 61, é só empolgação com o fato de que, a partir de agora com o PIX, dificilmente os valores de restituição deixarão de chegar até ele.
"É bom demais porque não tem como extraviar para outra conta. Inclusive, já vou falar pro meu contador que é pra fazer pelo PIX porque eu vejo como algo mais seguro e prático também", disse.
Especialista aprova
Não é só a Receita Federal que afirma as mudanças como ajustes que vêm para tornar a declaração mais simples. O contador Ivomar Barbosa, que trabalha diretamente com a declaração de imposto para clientes, aprovou as novidades de modo geral e o PIX como opção de restituição.
"A chave PIX tem uma simplicidade de informação. Para quem faz com contador, ao atualizar para essa opção, a possibilidade de divergência e retenção vai diminuir já que se guarda os arquivos de anos anteriores para anos seguintes e dados bancários nem sempre permanecem os mesmos", explica ele, afirmando que o PIX facilita também o seu trabalho.
Sobre a declaração pré-preenchida, o economista Raimundo Sousa entende que se trata de uma opção interessante para o contribuinte, na medida em que facilita a elaboração da declaração e também reduz a possibilidade de erros e omissões de dados. Porém, faz um alerta:
“O contribuinte deve fazer um checklist para se certificar de que todas as informações necessárias tenham sido lançadas e de que os dados informados estejam corretos. [...] As informações só serão lançadas se as fontes fornecerem todas as informações, ou seja, existe a possibilidade de haver divergência de dados ou até a falta deles”, adverte.
Isso se deve ao fato da Receita Federal utilizar dados de três fontes: Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte (Dirf), Declaração de Informações sobre Atividades Imobiliárias (Dimob) e Declaração de Serviços Médicos (DMED).
Estar atento a isso é fundamental para evitar a malha fina. Com inconsistências na declaração, o contribuinte pode estar suscetível a alguns problemas, como exemplifica Raimundo.
“O contribuinte poderá ter a sua restituição suspensa, ter o CPF bloqueado, pagar multa e juros e ter o nome registrado no Cadastro Informativo dos Créditos não Quitados de Órgãos e Entidades Estaduais (Cadin), além de haver possibilidade de ser aberto um processo por crime tributário”, diz.
Outras mudanças
As alterações para o programa de 2022 não param por aí. Segundo a Receita, há também novas regras nos códigos na ficha de bens e direitos, mudanças na ficha de rendimentos recebidos de maneira acumulada e a obrigação de informar se o dependente mora com o titular ou não.
No caso dos novos códigos, a mudança se dá por conta das complicações que o cidadão vinha tendo para saber qual código deveria utilizar para seu bem e deve agilizar o preenchimento da declaração ao deixar tudo mais nítido em relação a bens.
Já na ficha de rendimentos, área em que aposentados registram precatórios e/ou valores atrasados do INSS, será possível declarar também os juros de ações judiciais referentes a estes processos.
Quem tiver dependentes, agora, além de informar se ele reside ou não com o declarador, vai precisar adicionar na declaração o e- mail e o número celular de cada um citado no documento.
Fecomércio-Ba prevê mais um ano de baixa para o varejo
O comércio varejista baiano, que foi fortemente penalizado pela pandemia do novo coronavírus, não terá vida fácil em 2022. Por conta do elevado nível de endividamento das famílias, a inflação alta, o aumento dos juros para os consumidores e o mercado de trabalho desaquecido, o faturamento do setor deve encerrar o ano com uma retração de pelo menos 1% em relação a 2021. "Vai ser mais um ano difícil para o varejo", disse Guilherme Dietze, consultor econômico da Federação do Comércio do Estado da Bahia (Fecomércio-Ba).
Durante a apresentação do "Cenário e perspectivas econômicas 2022", ontem, na Casa do Comércio, Dietze afirmou que o novo Auxílio Brasil deve injetar este ano cerca de R$ 11,6 bilhões na economia baiana - um adicional da ordem de R$ 7,5 bilhões em relação ao antigo Bolsa Família. Mas o impacto direto destes recursos no consumo de produtos e serviços será parcial. Isto porque uma parte significativa deste valor será direcionada para o pagamento de dívidas e de contas, como de água e de energia elétrica.
"Além disso, as famílias continuam muito endividadas e sentindo a inflação alta, o que acaba impactando diretamente às vendas no comércio", afirmou o economista, acrescentando ainda que a economia como um todo vai conviver com inúmeros desafios este ano. Se não bastasse a crise sanitária, ele apontou ainda o aumento da taxa básica de juros, a Selic - o que acaba encarecendo ainda mais o crédito para o consumidor, afetando, por exemplo, o mercado imobiliário - o desemprego e as eleições de outubro. "O cenário de 2022 é de estagflação, ou seja, crescimento muito fraco com inflação elevada", observou o consultor da Fecomércio.
Em sua fala, Guilherme Dietze também fez um balanço do desempenho do varejo baiano no ano passado. O setor encerrou 2022 com um faturamento de R$ 114,7 bilhões, o que representou um crescimento de 7% em relação ao exercício anterior. A expectativa inicial, no entanto, era de uma alta de pelo menos 9%.
Entre os setores do varejo que mais se destacaram no ano passado estão o de veículos, motos e peças, com crescimento de 48%, e farmácias e perfumarias (10,7%). Em sentido oposto, registraram quedas as lojas de móveis e de decoração (-9,9%) e os supermercados (-6,4%).
"As vendas da última Black Friday e do Natal decepcionaram", assinalou Guilherme Dietze, lembrando ainda que, no ano passado, o pagamento do auxílio emergencial injetou na economia do estado apenas R$ 36 milhões, quase nada em relação aos R$ 25 bilhões de 2020.
Inflação e desemprego
Mas quais os motivos que fizeram com que o varejo baiano avançasse abaixo do esperado no ano passado? O primeiro deles, conta Guilherme Dietze, foi a inflação muita alta. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo IBGE, encerrou o ano de 2021 em 10,78% na Região Metropolitana de Salvador (RMS) , ficando acima da média nacional (10,06%), e sendo a maior inflação para um ano na RMS em 19 anos, desde 2002 (14,12%). "A inflação muito alta corrói a renda. Se a renda do trabalhador não é recomposta, corrigida, no final ele tem menos dinheiro para consumir no comércio", explica o consultor.
Outro motivo é a qualidade do emprego na Bahia. No ano passado houve a recuperação dos postos de trabalho, mas quem conseguiu uma vaga no mercado formal acabou sendo admitido com um salário mais baixo, o que reduziu a massa salarial.
Para se ter uma ideia, a massa de rendimentos no estado somou R$ 8,798 bilhões no terceiro trimestre do ano passado - um dos piores resultados da série histórica iniciada em 2012. Já o rendimento médio do trabalhador baiano, no mesmo período, ficou em R$ 1.535, bem abaixo dos R$ 1.879 do 1º trimestre de 2020, quando teve início a pandemia de covid.
Outro ponto destacado por Guilherme Dietze é o recorde de famílias endividadas em Salvador. Hoje, 672 mil famílias da capital baiana possuem algum tipo de dívida. "A inadimplência seguiu em alta e atingiu o maior nível desde 2012, com 32,6%. Os carnês e cartões de crédito são os vilões do endividamento", afirma o economista, que aponta ainda o crédito mais caro e seletivo como fator que impactou diretamente nas vendas do comércio em 2021.
Investimentos
Já Antonio Everton Chaves Junior, economista da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), disse que este ano será de baixos investimentos, altas taxas de juros e pressão da inflação no país, o que eleva o custo de vida e impacta no consumo. “Isso vai complicar no primeiro momento. Nessa perspectiva, quem atua no comércio vai sair de casa para matar um leão por dia. O ano de 2022 será desafiador para as vendas do comércio", enfatizou o economista.
De acordo ele, a inflação em dois dígitos segue sendo o principal vilão dos trabalhadores brasileiros, com forte impacto no orçamento das famílias, reduzindo o poder de compra e, consequentemente, o consumo. “A inflação tem impactado sobremaneira o orçamento doméstico, o que impede que as famílias comprem mais", diz.
Além da inflação, o economista da CNC afirmou que a Selic continuará subindo - com projeção de fechar 2022 a 12% - e o Produto Interno Bruto (PIB) deve crescer apenas 0,3% este ano, de acordo com projeções do Banco Central. "Com esse relevo, o Brasil configura como o único país com o mais baixo nível de projeção de crescimento entre 42 países", enfatizou Antonio Everton.
Mercado imobiliário aquece, e vendas crescem até 33% na Bahia
Mesmo tendo desacelerado no último trimestre, o mercado imobiliário da Bahia encerrou o exercício de 2021 com forte crescimento. As vendas de imóveis novos, em todo o estado, somaram no ano passado 9.750 unidades, numa alta de 12% na comparação com 2020 (8.689). Em Salvador, o desempenho foi ainda melhor: alta de 33%, segundo pesquisa anual realizada pela Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário da Bahia (Ademi-BA), e divulgada ontem.
Ao todo, segundo o levantamento da Ademi-BA, os soteropolitanos adquiriram 5.497 imóveis no ano passado, contra 4.127 em 2020. Ou seja, foram vendidos 1.370 imóveis a mais. Vale lembrar que o período foi marcado pelo agravamento da pandemia do novo coronavírus e pela elevação da taxa básica de juros, a Selic.
De acordo com o levantamento da Ademi, a quantidade de novos empreendimentos lançados também cresceu na Bahia no ano passado, em 16%. Ao todo, foram 8.870 novas unidades contra 7.642 em 2020. O Programa Casa Verde e Amarela respondeu por 65% deste total. Em Salvador, porém, houve uma queda de 2%. Na capital baiana, as construtoras e incorporadoras lançaram, em 2021, 4.155 unidades contra 4.240 em 2020.
Os bairros de Salvador que se destacam em novos lançamentos foram Horto Florestal, Pituba, Imbuí, Graça e Barra. Além de Salvador, ocorreram lançamentos em Camaçari, Lauro de Freitas, Feira de Santana, Santo Antonio de Jesus, Vitória da Conquista e Mata de São João.
Ainda de acordo com a pesquisa da Ademi-BA, o estado chegou, em dezembro passado, com 9.585 unidades disponíveis para a venda, num aumento de 2% em relação a 2020. Já a oferta em Salvador foi em sentido contrário: queda de 17%, passando de 4.896 (dezembro/2020) para 4.042 (dezembro/2021).
Último trimestre
Em relação aos três primeiros trimestres de 2021, os últimos três meses de 2021 foram de desaceleração no setor imobiliário do estado. Houve uma queda de 21% no volume de vendas, em Salvador, no quarto trimestre de 2021 em relação ao trimestre imediatamente anterior. O movimento de lançamento de novos empreendimentos também diminuiu. A queda foi de 20% em outubro, novembro e dezembro, como revelam os dados da Ademi-BA.
A variação na quantidade de imóveis vendidos na Bahia, nos últimos três meses de 2021, sofreu queda parecida. As assinaturas de contratos de venda reduziram 19%, em relação aos três trimestres anteriores. Foram 2.430 (4º tri/2021) contra 2.896 (3º tri/2021), conforme o levantamento da Ademi-BA.
A redução dos negócios no quarto semestre, como explica o presidente da Ademi-BA, Cláudio Cunha, está ligada aos gastos de fim de ano e à volta da alta da inflação. “É o momento que as pessoas mais gastam, consumindo produtos típicos das festas de fim de ano e fazem viagens. Além disso, também houve o aumento da inflação nesse tempo e inevitavelmente desaquece um pouco”, explicou Cláudio Cunha.
Apesar disso, essa queda não representa perda no crescimento alcançado no ano passado, em relação a 2020. O boom do setor está apoiado, entre outros fatores econômicos, na valorização dos imóveis durante a pandemia. “As pessoas ficaram mais contidas em suas casas, por conta do isolamento, e o imóvel se tornou o principal elemento de conforto”, argumenta o presidente do Sindicato da Indústria da Construção do Estado da Bahia (Sinduscon-BA), Alexandre Landim.
Tendências
O mercado de imóveis tem adaptado as residências aos novos hábitos dos consumidores. A pandemia da covid-19 e o novo conceito de economia compartilhada são os principais impulsionadores das mudanças ocorridas nesses espaços.
A especialista em comportamento do consumidor, Luciana Nunes, explica que “novos espaços, formas de consumir e de conviver nos ambientes imobiliários são tendências baseadas na valorização de valores como conforto, preservação ambiental e economia”, destaca.
Ela conta que as tendências que vêm se destacando nos imóveis são: O coworking comercial e em condomínios, que nada mais são do que espaços para o trabalho home office, dentro do apartamento, ou em um ambiente do condomínio para ser compartilhado. Outros espaços compartilhados como bicicletários e salas de TV também têm sido desejados pelos condôminos.
Coliving é a nova modalidade de moradia compartilhada, pensada para aqueles que se interessam pela ideia de morar com amigos na velhice. É segura, confortável e com acessibilidade para o público 50+. O primeiro do Brasil foi inaugurado em 2018, em São Paulo.
Cartórios
Matéria publicada no início deste mês revelou que o número de escrituras de compra e venda de imóveis registrados nos cartórios da Bahia, cresceu 33% em 2021, frente a 2020. Foram 36.277 imóveis negociados em 2021 contra 27.038 no ano anterior, de acordo com o Colégio Notarial do Brasil - Seção Bahia (CNB/BA).
Braskem e Veolia se unem para implementar projeto de biomassa em Alagoas
A Braskem e a Veolia assinaram um acordo de R$ 400 milhões de investimento para produzir energia renovável com o uso de vapor a partir de biomassa de eucalipto em Alagoas.
Segundo as empresas, o projeto vai gerar 900 mil toneladas de vapor/ano, durante 20 anos, o que significará a redução de emissões de aproximadamente 150 mil toneladas de CO2 por ano. Além disso, vai criar mais de 400 empregos diretos durante a fase de construção e aproximadamente 100 postos de trabalho na operação (pós-obra).
A expectativa é que a planta em Marechal Deodoro (AL), prevista para iniciar operações em 2023, gere um impacto socioambiental positivo para a região e para o país e esteja em linha com a estratégia global de desenvolvimento sustentável e com o propósito de transformação sustentável das companhias. A Braskem é a maior produtora de resinas termoplásticas das Américas e a maior produtora de polipropileno nos EUA, e a Veolia é empresa referência mundial em soluções de gestão de energia, água e resíduos para cidades e indústrias.
“A Veolia tem o compromisso de aumentar a implementação de soluções sustentáveis existentes e criar as soluções do futuro com nossos clientes. A parceria com a Braskem é a prova disso: duas companhias que se unem para liderar com ações as transformações que o mundo e o país necessitam”, destaca o CEO da Veolia Brasil, Pedro Prádanos.
A nova planta de produção de vapor, que promoverá um avanço expressivo da matriz energética para fontes sustentáveis na operação da Braskem em Alagoas, é um grande passo para avançar em dois dos sete macro-objetivos de sustentabilidade da companhia, na dimensão de combate às mudanças climáticas: redução de 15% das emissões de gases de efeito estufa até 2030, e alcançar a neutralidade de carbono até 2050. “O projeto introduz uma nova forma sustentável de gerar energia renovável dentro das operações da Braskem. Em parceria com a Veolia, iremos contribuir de forma importante com nosso plano de sustentabilidade. Teremos uma redução de um terço das emissões de gases de efeito estufa na nossa operação em Alagoas, com base nas emissões de 2020”, explica Gustavo Checcucci, diretor de Energia da Braskem.
“O projeto contribuirá de modo relevante para o desenvolvimento social e regional do Estado de Alagoas. Dinamizará negócios, e criará oportunidades de emprego em nossas instalações e de nossos parceiros, contribuindo para a economia do Estado”, explica Helcio Colodete, diretor industrial de Braskem em Alagoas.
Um projeto ecoeficiente
Com foco na sustentabilidade, mas também na ecoeficiência e na produtividade, a solução visa atender à demanda de vapor necessária para a operação contínua e de alta performance da petroquímica. Para atingir esse objetivo, a Veolia será a responsável pelo gerenciamento da maior parte do projeto, incluindo o processo de gestão agroflorestal de mais de 5.5 mil hectares de eucalipto, a concepção do projeto de engenharia e a construção das usinas de processamento de biomassa e de produção de vapor, além da operação e manutenção de toda a instalação durante os 20 anos do contrato. A Braskem realizará investimentos internos para adequar o complexo de Marechal Deodoro ao novo arranjo termoelétrico.
Também, para garantir os altos padrões de eficiência e qualidade das duas companhias, a iniciativa abrange processos alinhados à transformação digital e à indústria 4.0. Com a implementação do Hubgrade, solução da Veolia que integra ferramentas digitais e expertise humana para monitorar e analisar em tempo real a operação, o projeto garante a otimização da performance e melhoria contínua no desempenho das instalações e no consumo energético.
“Ao cumprir com a demanda de vapor necessária para o funcionamento ininterrupto de seus processos de produção, este projeto atenderá às necessidades de operação e, ao mesmo tempo, aos desafios de sustentabilidade em gestão de energia da Braskem”, finaliza o CEO da Veolia Brasil.
Aposta de Vitória da Conquista leva R$ 6,7 milhões na Quina
Uma aposta de Vitória da Conquista, no sudoeste baiano, faturou cerca de R$ 6,7 milhões em um sorteio da Quina na quinta-feira (10). Outra aposta de Fortaleza (CE) também acertou os números e vai receber um prêmio no mesmo valor.
As dezenas sorteadas foram 26-51-60-69-71, segundo a Caixa Econômica. Não há informação se a aposta da Bahia foi feita de maneira on-line ou em alguma lotérica da cidade.
Outras 103 apostas acertaram a quadra e vão faturar R$ 7.860,75 cada.
Já na faixa de terno, os prêmios serão de R$ 93,68 aps 8.231 bilhetes premiados.
Unânime, Confaz aprova congelamento do ICMS de combustíveis por mais 2 meses
O Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) ratificou nesta quinta-feira (27), por unanimidade, a decisão dos governadores em estenderem o congelamento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre combustíveis por mais 60 dias, até o 31 de março. Os estados chegaram a anunciar que a medida seria encerrada na data original de 31 de janeiro, mas voltaram atrás após o presidente da República, Jair Bolsonaro, prometer enviar ao Congresso uma PEC para zerar os impostos federais sobre a gasolina e o diesel.
O cálculo do preço médio ponderado ao consumidor final (PMPF) que serve de base para o imposto estadual sobre os combustíveis está estagnado desde novembro do ano passado. Há duas semanas, os Estados haviam formado maioria no âmbito do Comitê Nacional de Secretários da Fazenda (Comsefaz) para encerrar o congelamento, alegando a falta de medidas concretas por parte do governo federal. Na quarta-feira, 26, porém, 21 governadores assinaram uma carta considerando "imprescindível" a extensão da iniciativa até que soluções estruturais para a estabilização dos preços sejam estabelecidas.
Os secretários de Fazenda reafirmaram nesta quinta-feira que o congelamento do ICMS não é suficiente para impedir os reajustes dos combustíveis, uma vez que os preços são determinados pela variação do dólar e a política da Petrobras de paridade com o mercado internacional do petróleo.
"O Comsefaz apoia a criação do fundo de equalização como forma de evitar que os reajustes do barril de petróleo no mercado internacional sejam repassados para o preço final dos combustíveis, como tem ocorrido, gerando os aumentos frequentes", completou o Comsefaz.
Mesmo com o ICMS congelado desde novembro, o impacto no preço dos combustíveis não foi significativo. De acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o preço médio do litro gasolina nos postos em novembro era de R$ 6,744, recuando para R$ 6,67 em dezembro e para R$ 6,627 em janeiro - uma diferença de menos de 12 centavos ao longo de três meses. No caso do óleo diesel, houve inclusive um ligeiro aumento no preço médio praticado nas bombas no período, de R$ 5,359 por litro em novembro para R$ 5,457 em janeiro - uma diferença de quase 10 centavos.
Antes do congelamento, o ICMS incidia sobre o preço médio ponderado ao consumidor final, que é reajustado a cada 15 dias. Cada Estado tem competência para definir a alíquota. Segundo dados da Federação Nacional do Comércio de Combustíveis (Fecombustíveis), ela varia entre 25% e 34% na gasolina, dependendo do Estado.
O preço final dos combustíveis é composto pelo valor cobrado pela Petrobras nas refinarias (atrelado ao preço do barril do petróleo no mercado internacional e ao câmbio), mais tributos federais (PIS/Pasep, Cofins e Cide) e estaduais (ICMS), além das margens de distribuição e revenda e do custo do biodiesel, no caso do óleo diesel, e do etanol, na gasolina.
Inema concede licença para implantação de complexo eólico no sudoeste da Bahia
Foi concedida nesta terça-feira (4), pelo Instituto do Meio Ambiente da Bahia (Inema), a Licença Prévia (LP) ao Complexo Híbrido Eólico e Solar Alfazema, que está sendo desenvolvido na região sudoeste da Bahia.
Considerado o segundo maior projeto híbrido em desenvolvimento no Brasil, o Alfazema está sob responsabilidade da empresa Quinto Energy. Ao todo, serão 340 aerogeradores e 850 mil módulos solares, que serão instalados nos municípios de Ituaçu, Barra da Estiva, Jussiape, Tanhaçu, Ibicoara e Mucugê. A capacidade instalada será de 1,5 GW/ano - o equivalente à quantidade necessária para abastecer 2,8 milhões de residências.
Com a concessão da LP, o Alfazema avança rumo à fase de implantação, uma vez que foi comprovada a viabilidade ambiental do empreendimento.