Brasil tinha 9,7 milhões de pessoas sem trabalho em agosto
Ao final de agosto, o Brasil tinha 9,7 milhões de pessoas sem trabalho. A informação consta do relatório da Pnad Contínua do trimestre móvel encerrado no mês passado, divulgada nesta sexta-feira (30) pelo IBGE. A taxa de desocupação ficou em 8,9%, 0,9 ponto percentual menor do que no trimestre de março a maio de 2022 (9,8%) e 4,2 ponto percentual abaixo do mesmo período de 2021 (13,1%).
Segundo o IBGE, a população ocupada (99 milhões) foi recorde da série iniciada em 2012, com alta de 1,5% (mais 1,5 milhão) ante o trimestre anterior e de 7,9% (mais 7,3 milhões) no ano. O nível da ocupação (percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar) foi de 57,1%.
A taxa composta de subutilização – desempregados mais aqueles que gostariam de desenvolver mais atividades – ficou em 20,5%, caindo 1,3 ponto percentual no trimestre. A população fora da força de trabalho (64,6 milhões de pessoas) permaneceu estável ante o trimestre anterior.
Mega-Sena acumula e próximo concurso deve pagar R$ 300 milhões
O concurso 2.525 da Mega-Sena, realizado nesta quarta-feira (28) no Espaço Loterias da Caixa em São Paulo, não teve acertadores das seis dezenas. Os números sorteados foram: 03 - 20 - 22 - 37 - 41 - 43.
O próximo concurso (2.525), no sábado (1º), deve pagar um prêmio de R$ 300 milhões.
A quina teve 404 ganhadores e cada um vai receber R$ 43.914,62. Os 30.194 acertadores da quadra receberão o prêmio individual de R$ 839,40.
As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília) do dia do sorteio, em qualquer lotérica do país ou pela internet.
‘Todo mundo está com dinheiro para viver’, diz Paulo Guedes
O ministro da Economia, Paulo Guedes, esteve em Salvador nesta segunda-feira (26) e se reuniu com empresários dos setores da indústria, comércio e serviços, agropecuária e transportes em um evento privado. O gestor ministrou uma palestra sobre as perspectivas para economia brasileira, enalteceu os feitos do governo Bolsonaro, frisou a importância de os empresários investirem no país e afirmou que o Brasil está destinado a crescer.
O evento atraiu a atenção de diversos empregadores, houve fila de carros para entrar no Senai/ Cimatec, em Piatã, onde a palestra foi realizada e o auditório ficou lotado. Paulo Guedes começou destacando a deflação registrada no último trimestre, disse que o país está preparado para crescer e pediu que os investidores não subestimem o Brasil.
“Se os empreendedores acharem que o mundo vai acabar e pararem de investir, o mundo acaba. Se vocês acreditarem e investirem, o mundo será muito melhor. Então, a certeza e a convicção de que o Brasil tem energia, capacidade e que somos uma grande nação é o que tem permitido o crescimento” afirmou.
Ele destacou a importância do Auxílio Brasil, programa que substituiu o Bolsa Família e transfere R$ 600 para pessoas em vulnerabilidade social, e disse que existe uma narrativa política que tenta apagar os feitos da gestão. O ministro da Economia afirmou também que o cenário está positivo no Brasil.
“A demanda está forte, o consumo de baixa renda está garantido pelos programas sociais, o maior programa de transferência de renda do mundo e de um alcance enorme. Todo mundo está com dinheiro para sobreviver e empurrar para frente, não é mais sobreviver, porque é três vezes mais do que era antes, é para viver mesmo. O consumo das famílias está garantido. E o consumo da classe média também, que está gerando emprego e renda, todo mundo melhorando”, afirmou.
A plateia era formada por empresários convidados e representantes de entidades. O presidente da Federação do Comércio do Estado da Bahia (Fecomércio-Ba), Kelsor Fernandes, afirmou que o setor ainda está sentindo os efeitos da pandemia e cobrou mais políticas públicas para estimular o desenvolvimento econômico, como novas linhas de crédito e redução de impostos.
“O comércio é uma das categorias mais penalizadas com impostos em todo o país. Nós somos a ponta de tudo. Fomos o setor que mais sofreu com a pandemia, com o fechamento de lojas e desemprego acentuado. Precisamos de crédito mais facilitado, porque nosso setor é constituído basicamente de micro e pequenos empresários, e esse setor tem muita dificuldade de acesso a crédito. É assim que vamos gerar emprego e renda”, afirmou.
O ministro prometeu dar mais atenção a essa questão. Ele não conversou com a imprensa. O evento teve a presença também do ministro da Cidadania, Ronaldo Vieira Bento, e foi organizado pelo Fórum Empresarial da Bahia, com apoio da Fieb, Faeb, Fetrabase, Fecomércio-BA, FCDL e Associação Comercial da Bahia.
Petrobras anuncia redução de 5,8% no valor do diesel nas refinarias
A Petrobras anunciou nesta segunda-feira (19) nova redução no preço do diesel vendido às distribuidoras. A diminuição foi de R$ 5,19 para R$ 4,89 por litro, uma redução de R$ 0,30 por litro, equivalente a 5,8%.
Os demais combustíveis, como gasolina e etanol, não tiveram os preços modificados. Os preços dos demais combustíveis não foram alterados.
"Essa redução acompanha a evolução dos preços de referência e é coerente com a prática de preços da Petrobras, que busca o equilíbrio dos seus preços com o mercado, mas sem o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações e da taxa de câmbio", diz a petroleira em nota.
No entanto, o diesel ainda acumula alta de 46% em relação ao início do ano. Já comparado ao final de 2020, a alta chega a 146%.
Preço do quiabo sobe 95% na Bahia e encarece tradição
Quando chega setembro, você, que é baiano, já sabe: vem aí Caruru de São Cosme e São Damião, que homenageia os Ibêjis do Candomblé e os santos gêmeos da Igreja Católica. Seja da família, de um vizinho ou mesmo da casa de um amigo de outro amigo, a gente sempre fica sabendo de um banquete com xinxim de galinha, vatapá, milho branco e, claro, caruru.
A tradição, no entanto, ficou mais cara em 2022. É que o preço do quiabo, ingrediente chave do caruru - estrela da mesa -, subiu 95% em relação ao mesmo período de 2021. De acordo com dados do Ceasa-Ba, o saco de 25 kg do item, que saía por R$ 91 no fim de agosto do ano passado, agora custa R$ 177 aos comerciantes que compram no maior centro de vendas de alimentos do estado.
Um aumento que se reflete nas barracas, como conta Roberto do Anjos, 56 anos, que vende quiabo na Feira de São Joaquim e outros pontos de Salvador há quatro décadas. Ele explica a diferença de valores. "O cento do quiabo está saindo por R$ 20, ele aumentou bastante. Antes, saía por R$ 8 ou R$ 10. Em setembro, por conta do caruru, já é comum aumentar, mas não tanto assim já no início do mês. É que onde compramos subiu muito de valor", diz o ambulante.
Na Feira da Sete Portas, outra conhecida da capital baiana pelos preços mais amistosos, não é diferente. Tem até quem faça por R$ 18 se o cliente chorar, mas, em geral, o preço do cento é R$ 20. "O quiabo, que era R$ 10 ou R$ 12, agora está de R$ 20. Porém, se conversar, tem como fazer por R$ 18. O povo pensa que a gente que aumenta a mercadoria, mas é o fornecedor que vende mais caro e tem que repassar", explica Djair Dias, 23, vendedor na feira.
Dor no bolso
Com o repasse do aumento, quem, tradicionalmente, dá o banquete vai precisar gastar mais. Na casa de Bárbara dos Reis, 49, todo ano tem caruru no início de setembro por conta de uma promessa que a mãe dela fez para o irmão. Como a matriarca já chegou aos 83 anos e não tem ido às compras, é ela que fica responsável e já prevê aquela dor no bolso.
"Eu vou na terça-feira na Feira de São Joaquim para comprar tudo no mesmo dia. Acredito que vamos gastar mais esse ano, por menor que seja o valor do caruru. Só o quiabo já está muito caro e vai ter impacto. Camarão é o que a gente ainda consegue achar por um preço bom, mas no final vai dar mais caro. Pelo menos, uns R$ 100 a mais vamos gastar aqui", fala ela, que é técnica em enfermagem.
A funcionária pública Márcia Alves, 58, também vai seguir a tradição e fazer o caruru em setembro. Ela até se adiantou e comprou alguns itens, mas ainda vai precisar ir na feira pegar o quiabo. Com o preço do cento onde está, ela prevê um aumento de 60% nos gastos.
"Não sei dizer quantos reais porque me confundo, mas como o quiabo representa mais da metade do que gasto no caruru, acho que vou gastar uns 50% a 60% a mais do que no ano passado. Está doendo no bolso, mas não pode deixar de fazer e a gente sempre dá um jeito. Tira um dinheiro dali, pega um aqui e consigo arcar", diz.
Paulo Neto, 43, foi na feira comprar os ítens do caruru para a sua mãe, que faz questão sempre de dar o banquete por uma promessa que ele não lembra qual foi. Na feira, teve que tirar dinheiro do bolso para pagar tudo porque a compra superou o que estava previsto.
"Ela me deu R$ 200 e eu precisei colocar mais uns R$ 80 aqui porque não deu, aumentou demais. O quiabo é o pior poldque mais que dobrou o preço. E só aqui estou levando quatro centos. Na hora que você junta com todo o resto, a conta não fecha e tive que colocar a mais", fala ele, surpreso com o aumento do cento.
Por que subiu?
Para os comerciantes, a disparada no preço do quiabo, apesar de ser maior do que em outros anos, tem a ver com a oferta e a demanda. É o que acredita, por exemplo, Francisco Carlos dos Santos, 57, que trabalha há 43 anos na Feira de São Joaquim.
"Quiabo sobe e abaixa, é normal. Tem uns dois meses, mais ou menos, que você não encontra por menos de R$ 15 o cento. Como a demanda é alta, fica mais caro porque está vindo pouco também e muita gente procura. Esse mês a venda aumenta 100%", relata ele, que espera dobrar o volume de vendas nesse mês.
Presidente da Associação dos Permissionários da Ceasa-Ba, Márcio Roberto de Almeida aponta que a elevação do preço não tem a ver apenas com a maior procura em setembro. De acordo com ele, um conjunto de fatores opera sobre o valor do produto.
"Houve uma queda na oferta de quiabo, mas, na verdade, são vários fatores com influência nesse aumento que vemos hoje. A mão de obra, os insumos e o próprio valor do combustível acabam sendo vetores dessa alta. Tudo isso, aliado a queda na oferta do item, joga o preço para cima", explica o presidente.
Ainda de acordo com Almeida, no que se refere a redução de quiabos entregues pelos produtores, o período chuvoso é um dos principais motivos para que haja uma escassez do item no momento.
"O quiabo é uma cultura de clima seco. A chuva, por incrível que pareça, é fundamental para a produção, mas, no momento da colheita, ela chega a prejudicar. A flor do quiabo tem um aborto muito grande em períodos chuvosos. Então, se chove, cai a qualidade e também a produção", afirma, ressaltando que, com as condições climáticas atuais, é possível que a produção diminua e o preço ainda cresça.
Vai subir mais
O que é colocado como possibilidade pelo Ceasa, para os feirantes, é tido como certo. Roberto do Anjos afirma ser inevitável que o preço saia do patamar e suba ainda mais. De acordo com ele, já em outros anos o cento chegou a R$ 25 e isso deve se repetir.
"A tendência é que esse cento vá para R$ 25 depois do dia 20 de setembro, podendo chegar até R$ 30. Isso é certo porque a demanda cresce muito, o volume vai ser menor esse ano, principalmente, se tiver chovendo e a gente vai precisar subir o valor para fechar a conta", diz.
O aumento vale ainda para o azeite de dendê e para o camarão. Estes, de acordo com os produtores, ainda não viram seu valor subir. Nas feiras de São Joaquim e da Sete Portas, a reportagem encontrou, em média, o litro do azeite de dendê comum por R$ 12, o premium por R$ 14 e o pilão, que é artesanal, por R$ 18.
Já no caso do camarão, enquanto na feira de São Joaquim foi possível achar o miúdo por R$ 25 e o graúdo defumado por R$ 45, na Sete portas os mesmos itens saem por R$ 22 e R$ 40. Preços que ainda mantém a média que vinham sendo comercializados há meses.
Quem quiser pegar essa média baixa, porém, tem que correr para a feira o quanto antes. É isso que orienta a comerciante Luciene Ferreira, 47, da Feira de São Joaquim, alertando que os valores não devem se manter assim tanto para o dendê como para o camarão.
"O preço do dendê vem se mantendo há um meses, mas provavelmente vai aumentar. Caso o aumento venha, não é muito. Coisa de dois ou três para cada. O que é R$ 12 vira R$ 14, o que é R$ 14 vira R$ 16 e o de R$ 18 chega aos R$ 20. O camarão miúdo chega a R$ 28 e o graúdo a R$ 50", prevê.
Como economizar
Para driblar esse problema, Márcia Alves já tratou de comprar seu camarão. Depois de muita pesquisa, levou para casa três quilos por R$ 22 cada e já comemora a economia que vai fazer frente ao que poderia ser mais para o fim do mês.
"Só aí eu tirei uns R$ 8 em cada quilo que comprei. É, praticamente, o valor de dois litros de azeite de dendê que vou comprar. Se a gente deixa muito para depois, acaba gastando demais só por não ter se antecipado. Além disso, foi muita pesquisa também para achar nesse valor", fala.
Educador financeiro, Raphael Carneiro aponta que a atitude de Márcia é mais indicada para poupar o bolso em época de caruru. No caso dessa compra em específico, ele diz que não tem muito segredo e que é preciso seguir as dicas mais básicas na área de finanças.
"É mais difícil de economizar quando não se pode substituir o produto. Para fazer o caruru, tem que ter quiabo, azeite de dendê e camarão. Então, é preciso buscar formas de amenizar o impacto. Por isso, não pode deixar para a última hora e é sempre necessário fazer aquela pesquisa para procurar um lugar mais barato, considerando sempre o valor do transporte", indica Carneiro.
Quem quiser evitar a feira e comprar em mercado, também pode fazer assim. Porém, vai com a consciência que vai gastar mais. O quiabo, por exemplo, tem o quilo vendido entre R$ 9,90 e R$ 10,90 em grandes redes de supermercado, segundo a plataforma Preço da Hora. De acordo com a mesma, nos mercados, o litro do azeite de dendê comum varia entre R$ 13,00 e R$ 16,00. Para o camarão, sem definição de tamanho na plataforma, os preço médio está em R$ 44,90.
Raphael Carneiro orienta aqueles que optarem pelo mercado a fazer a compra não em dias comuns, mas em possíveis promoções. "No caso de mercado, é bom procurar o local que faz promoções em dias específicos. Terça-feira da verdura, quinta do fruto do mar ou qualquer promoção do tipo para ter um desconto melhor", completa.
Papa-caruru
Todo esforço para economizar viabiliza a manutenção da tradição em época de alta, mas não só isso. Dá também aos 'boca de medê’, também carinhosamente chamados de papa-caruru e fila boia, mais chances para comerem, de graça, alguns dos pratos mais queridos da nossa culinária.
"Meu amigo, eu já tenho a lista. Em meu bairro, está cheio de vizinho que faz e eu vou em todos. Ainda fico abusando meus amigos para me chamarem em qualquer um que eles souberem porque não tenho vergonha de aparecer", conta um soteropolitano, que prefere não se identificar.
A pedagoga Maria Luiza Carvalho, 24, diz que não titubeia em dizer a todos que está completamente disponível para comer o caruru que aparecer na cidade e anunciou essa disponibilidade antes mesmo que setembro chegasse.
"Eu sei da galera que faz todo ano, como minha tia e as vizinhas da minha rua. Anunciei para todo mundo que pode me chamar porque, hoje em dia, tem muito menos que antigamente. Já fiquei sabendo de 10 uma vez, mas não fui para todos. Ano passado, por exemplo, fui para uns quatro a muito custo", conta.
Estudante, Ágatha Cruz, 21, vai pelo mesmo caminho e até já ameaçou os amigos que colarem em caruru sem que ela fique sabendo da oportunidade.
"Quando chega setembro, já fico ansiosa para saber qual caruru vai rolar e qual vou poder comer. Normalmente, posto no 'melhores amigos' do Instagram, falando que vou em qualquer um porque é o único evento social que não me importo de não ter ninguém que eu conheça para poder ir", afirma ela.
Veja os preços nas principais feiras de Salvador na última sexta-feira (2):
Feira de São Joaquim
Cento do Quiabo: R$ 20
Camarão miúdo: R$ 25
Camarão graúdo: R$ 45
Litro do Dendê: R$ 12
Feira da Sete Portas
Cento do Quiabo: R$ 20
Camarão miúdo: R$ 22
Camarão graúdo: R$ 40
Litro do Dendê: R$ 12.
Governo propõe salário mínimo de R$ 1.302 em 2023, sem aumento acima da inflação
O governo federal encaminhou ao Congresso Nacional nesta quarta-feira (31) uma proposta de salário mínimo de R$ 1.302 para 2023, sem aumento real pelo quarto ano consecutivo. O novo valor estimado ainda é provisório.
O previsão, que é R$ 90 maior que o salário mínimo atual, consta no projeto da Lei Orçamentária Anual divulgado pelo Ministério da Economia nesta quarta, último dia do prazo para o envio do texto.
A alta é pouco maior que 7,41%, previsão do Ministério da Economia para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) deste ano, feita no mês de julho. A Constituição estabelece que o reajuste do salário mínimo não pode ser inferior à inflação do ano anterior.
Nas últimas semanas, no entanto, as projeções do mercado financeiro para a inflação diminuíram, no sentido da redução de tributos sobre combustíveis. Caso a tendência se mantenha, o reajuste pode ser menor. O valor do piso para 2023 será definido até o fim do ano.
Sem aumento acima da inflação
O valor do salário mínimo proposto pelo governo para o ano que vem tem correção somente pela inflação, ou seja, pela estimativa do governo para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (INPC).
A última vez que o salário mínimo teve aumento real foi em 2019. A mudança na política de aumentos reais aconteceu em 2020, diferente da que vinha sendo implementada, instituída no governo de Dilma Rousseff.
A política de reajustes pela inflação e variação do PIB vigorou entre 2011 e 2019, mas nem sempre o salário mínimo subiu acima da inflação.
Salário mínimo necessário
O salário mínimo ideal para atender às necessidades de uma família de quatro pessoas, no entanto, deveria ter sido de R$ 6.388,55 em julho, segundo a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O valor corresponde a 5,27 vezes o piso federal atual, de R$ 1.212.
A estimativa do Dieese é realizada mensalmente e indica qual é o rendimento mínimo necessário para que um trabalhador e sua família possam suprir as despesas do mês com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência.
IPCA tem deflação de 0,68% em julho, menor taxa da série histórica
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou o mês de julho com deflação de 0,68%, a menor taxa da série histórica, iniciada em 1980. No acumulado do ano, a inflação oficial está em 4,77% e em 12 meses ficou em 10,07%. Em junho, a inflação subiu 0,67%. Os dados foram divulgados hoje (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com o gerente da Pesquisa, Pedro Kislanov, o índice foi pressionado pela queda no preço dos combustíveis, além da tarifa de energia elétrica. A gasolina caiu 15,48%, o etanol teve redução de 11,38% e o gás veicular ficou 5,67% mais barato.
“A Petrobras, no dia 20 de julho, anunciou uma redução de 20 centavos no preço médio do combustível vendido para as distribuidoras. Além disso, tivemos também a Lei Complementar 194/22, sancionada no final de junho, que reduziu o ICMS sobre combustíveis, energia elétrica e comunicações”, ressaltou Kislanov.
Ele explicou que a redução nos combustíveis resultou em queda de 4,51% no grupo de transportes e teve reflexo também na habitação, que caiu 1,05% com a redução de 5,78% na conta da energia elétrica. Foram os dois únicos grupos com variação negativa no mês.
Além da redução da alíquota de ICMS sobre os serviços de energia elétrica, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou as Revisões Tarifárias Extraordinárias de dez distribuidoras, reduzindo as tarifas a partir de 13 de julho.
Preço de itens do café da manhã aperta o bolso do consumidor
Começar o dia com um pão quentinho e a manteiga derretendo, acompanhados de um cafezinho, tem o seu lugar. Quer dizer, tinha. Isso porque a alta constante do preço da cesta básica não deu sossego nem para o café da manhã. De acordo com dados mensais da Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), no último mês, Salvador foi a cidade que registrou o maior aumento no valor da manteiga entre todas as capitais pesquisadas do país, chegando a 9,27%.
A psicóloga Gustavia Varjão, 25 anos, fez mudanças radicais no desjejum. Nem o café escapou: “Compramos pelo preço. O mais barato é o escolhido e também diminuímos a quantidade de colheres para uma garrafa, comparado ao que usávamos habitualmente. Com essas medidas, a diferença no carrinho chegou a R$ 200”, conta.
Salvador também registrou o segundo maior aumento no leite integral, produto que o consumidor está pagando 35,23% a mais. Sobrou até para o nosso pão francês de cada dia, que já acumula uma alta de 28,30% nos últimos 12 meses. E o impacto do desjejum nas alturas tem sido mesmo indigesto para o bolso.
A supervisora técnica regional do Dieese-BA, Ana Georgina Dias, destaca o que mais chama atenção nesse momento é a combinação de fatores, que vão desde a questão da oferta reduzida até o aumento do custo de produção para alguns desses produtos.
No caso do leite e dos seus derivados, por exemplo, a extensão do período de entressafra, devido ao clima seco e à ausência de chuvas, somada ao aumento do custo de medicamentos e alimentação do rebanho fizeram com que o consumidor realmente pensasse duas vezes antes de colocar o produto no carrinho do supermercado.
“Teoricamente, com o fim do período da entressafra até agosto, o preço do leite e dos laticínios já deveria começar a apresentar uma tendência de queda. No entanto, tem a questão do custo da produção mais elevado. Então, a gente já não consegue mais fazer uma estimativa de quando isso ainda vai demorar”, comenta.
Será que há esperança de pagar menos pelo pão ou o café? Mais um prognóstico difícil, ainda de acordo com Georgina. Apesar de nós importarmos o trigo da Argentina, a guerra da Rússia e Ucrânia – dois importantes produtores mundiais - causou uma redução na oferta e elevou o preço.
“A tendência é que, com o escoamento das produções desses países, sua oferta no mercado internacional comece a se regularizar. Mas também não podemos esquecer que toda importação do trigo é feita em dólar. Então, tem aí também a questão do câmbio. No caso do café, a mesma coisa: uma oferta menor em termos globais elevou o preço. O Brasil é um dos grandes exportadores de café. Só a próxima safra vai decidir se realmente haverá essa queda”, afirma Ana Dias.
O jeito é mesmo buscar alternativas ou trocar os produtos por marcas mais baratas, movimento que o consumidor já está acostumado - e cansado - de fazer. “O preço dos produtos que compõem o café da manhã está em alta já há algum tempo. Está tudo muito caro de forma generalizada. E aí, infelizmente, as pessoas reduzem a quantidade consumida, opta por marcas mais inferiores, tenta colocar no orçamento para fazer caber esses preços."
‘Nem queijo eu compro mais’
A enfermeira Aline Soares da Silva, 40 anos, tem também suas estratégias. Reduziu pela metade o consumo de laticínios.
“Eu comprava a caixa fechada de litro de leite. Agora compro metade. Se antes eu gastava com os itens de café da manhã entre R$ 50 e R$ 60, hoje isso pulou para R$ 150. O jeito foi substituir leite por suco de frutas, usar menos manteiga no pão e laticínios de forma geral”.
No caso da professora Ana Maria Oliveira, 62 anos, o café agora é com mais banana-da-terra e batata-doce no lugar do pão. “Nem queijo, eu compro mais. Nunca mais comprei leite em pó. Antes eu ia ao supermercado sem me importar em conferir os preços. Comprava o que eu precisava. Hoje a gente vai fazendo sorteio do que vai ser possível realmente levar para casa”, afirma.
Ainda de acordo com o levantamento feito pelo Dieese, em julho deste ano, o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica foi de 120 horas e 37 minutos – sete horas a mais do que a jornada necessária no mesmo período do ano anterior, que ficou em 113 horas e 19 minutos. O trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu em média, no último mês, 59,27% do rendimento para adquirir os produtos alimentícios básicos. Em Salvador, o valor da cesta básica chega a R$ 586,54 - alta de 21,54% no acumulado de 12 meses.
Para o economista e educador financeiro Edísio Freire, com uma inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA/ IBGE) chegando a dois dígitos (11,89%) no acumulado de 12 meses, de um jeito ou de outro é a população quem paga mesmo a conta.
“Cada ida ao supermercado vai exigir a compra somente do necessário de maneira bem fracionada. Por força da alta nos preços, estamos vivenciando com coisas não vistas como produtos em reduflação com a quantidade comercializada reduzida, itens sendo vendidos com qualidade inferior. É preciso ficar atento e modificar hábitos de consumo.”
O também economista e conselheiro do Conselho Regional de Economia (Corecon-BA), Edval Landulfo, concorda: “É apertar os cintos e buscar alternativas. Preparar um café matinal com mais frutas da época, fazer suco com elas, reduzindo um pouco a quantidade de café e leite. Buscar as raízes como o inhame. Fazer pesquisa, tentar aproveitar as promoções de alguns produtos porque não atravessamos ainda toda a turbulência causada nesse mercado de gêneros alimentícios”, aconselha.
Variação de preço dos itens de café da manhã na Bahia*
1. Leite integral (litro): Entre R$ 5 e R$ 10,99
2. Queijo mussarela (quilo): Entre R$ 27,99 e R$ 111,99
3. Manteiga (500 gramas): Entre R$ 8,89 e R$ 41,98
4. Café (250 gramas): Entre R$ 2,99 e R$ 28,99
5. Pão francês (quilo): Entre R$ 6,99 e R$ 27,19
* Pesquisa realizada no site Preço da Hora, da Secretaria da Fazenda do Governo do Estado, na tarde do dia 7 de agosto
MPEs geraram 72% dos empregos criados no primeiro semestre no Brasil
As micro e pequenas empresas (MPE) puxaram a criação de empregos formais no primeiro semestre. Dos cerca de 1,33 milhão de postos de trabalho formais criados no Brasil de janeiro a junho, 961,2 mil, o equivalente a 72,1% do total, originaram-se em pequenos negócios.
A conclusão consta de levantamento do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), com base em dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Previdência. O desempenho das MPE é bastante superior ao das médias e grandes empresas, que abriram 279,1 mil vagas nos seis primeiros meses de 2022.
Apenas em junho, os negócios de menor porte foram responsáveis pela abertura de 63,6% das vagas formais no mês, com 176,8 mil de um total de 277,9 mil postos de trabalho criados no mês passado. As médias e grandes empresas abriram 73,9 mil vagas (26,6% do total).
Setores
Na divisão por setores da economia, os pequenos negócios apresentaram saldo positivo na criação de empregos em todos os segmentos no acumulado do ano. O destaque entre as micro e pequenas empresas é o setor de serviços, que gerou 533 mil vagas. Apenas em junho, o segmento abriu 78 mil postos.
A construção e a indústria da transformação aparecem na segunda e na terceira posições, com 168,8 mil e 126,3 mil empregos gerados, respectivamente. No comércio, as MPE criaram 90,6 mil postos de trabalho de janeiro a junho. As médias e grandes empresas, em contrapartida, fecharam 42,8 mil vagas no período.
Braskem inaugura Centro de Desenvolvimento de Embalagens de Economia Circular
A petroquímica Braskem inaugurou seu 1º Centro de Desenvolvimento de Embalagens para Economia Circular do Brasil. Denominado Cazoolo, o espaço é localizado na cidade de São Paulo e recebeu investimentos de R$ 20 milhões.
De acordo com a empresa, o centro funcionará como um hub de inovação voltado a todo o processo produtivo, desde a concepção das embalagens até o pós-consumo. Clientes, designers, startups e universidades poderão criar e cocriar projetos visando a completa circularidade e o menor impacto ambiental de seus produtos.
“O Cazoolo é o primeiro hub de inovação gratuito com foco no desenvolvimento de embalagens circulares do Brasil. A Braskem quer reunir todos os elos da cadeia produtiva a fim de reduzir impactos ambientais, potencializar inovações com tecnologia e criar soluções sustentáveis a partir do plástico”, afirma Yuri Tomina, líder do centro inaugurado.